Brian Steven Smith: tortura, assassinato em série & vídeo snuff

Assédio. Discriminação. Espancamento. Estupro. Exploração. Para um dos grupos mais marginalizados, vulneráveis e estigmatizados do mundo — as trabalhadoras do sexo — tais violações são uma realidade cotidiana. Vivendo...

Assédio. Discriminação. Espancamento. Estupro. Exploração. Para um dos grupos mais marginalizados, vulneráveis e estigmatizados do mundo — as trabalhadoras do sexo — tais violações são uma realidade cotidiana. Vivendo na clandestinidade, elas estão à mercê de cafetões, traficantes e clientes violentos, podendo experimentar violência física, psicológica e sexual, serem detidas arbitrariamente e até acusadas de crimes não cometidos.

Por outro lado, e por motivos variados, elas podem ser aqueles que praticam o mal — que o diga Aileen Wuornos. Cafetinagem, tráfico e pequenos furtos são crimes comuns. Ao tomar para si o celular de um cliente, por exemplo, a garota de programa incorre em crime de furto. Mas dependendo da situação, ela pode se safar. Em um caso ocorrido nos EUA, por exemplo, ninguém se importou com a ação delituosa de uma ladra.

Em 2019, em Anchorage, Alasca, Valerie Casler roubou o celular de um cliente após um programa. Enquanto ela aguardava no carro o homem retirar o dinheiro do caixa eletrônico para pagá-la, Casler surrupiou o aparelho. Antes de passá-lo adiante, porém, decidiu bisbilhotar o que havia na memória.

Um vídeo, em especial, a chocou. A gravação mostrava uma mulher sendo torturada e assassinada em um quarto de hotel. O rosto da vítima estava irreconhecível de tão machucado. Do homicida, apenas sua voz podia ser ouvida. A todo momento, enquanto a torturava, o homem dizia que ela não sairia viva do quarto. “Em meus filmes, todo mundo morre. O que meus seguidores pensarão de mim? As pessoas precisam saber quando estão sendo mortas serialmente”, diz ele.

Em um ponto, enquanto a vítima agoniza, o agressor a pede para virar a cabeça, a fim de estrangulá-la. A mulher não o faz e ele se enfurece: “As pessoas precisam ser ensinadas a morrer hoje em dia? Milhares de anos de evolução e você não está apta a morrer?”

Antes de finalmente matá-la, suas mãos são vistas esganando-a. “Você vive. Você morre”, diz enquanto tira e põe as mãos do pescoço.

Casler percebeu ser um homicídio real e levou o vídeo à polícia.

Ela não podia imaginar, mas, ao cometer um crime, Casler, sem querer, acabou tirando das ruas um assassino em série.

Valerie Casler tem em seu histórico o uso de drogas, furtos e prostituição. Após levar até a polícia o conteúdo do celular, investigadores rapidamente chegaram até Brian Steven Smith. Ele já havia sido investigado em um caso não relacionado e a sua voz e sotaque foram imediatamente reconhecidos.

Havia 39 imagens e 12 vídeos no aparelho, que mostravam os últimos 35 minutos de vida de Kathleen Jo Henry, 30. Em seu julgamento, finalizado na última semana, apenas parte dos áudios dos vídeos foram tocados na sala do tribunal. Em um dos vídeos, Smith canta a música “Thunderstruck”, do AC/DC, enquanto estrangula a vítima. Ele foi condenado em todas as 14 acusações, incluindo os homicídios de duas mulheres. A sentença está marcada para ser proferida no mês de julho.

Referências: [1] Wife of ‘memory card’ murder suspect Brian Smith shocked at his ‘dark’ side. New York Post. 24 out. 2019; [2] Smith ‘targeted the most vulnerable’ in Anchorage killings, prosecutor says. Anchorage Daily News. 7 fev. 2024; [3] Jury finds Brian Smith guilty on all charges in Anchorage double murder trial. Anchorage Daily News. 22 fev. 2024; [4] Jury watches video of killer singing AC/DC while killing woman. Court TV. 23 fev. 2024; [5] A Woman Stole a Phone from a Man’s Truck. It Contained Graphic Images of a Murder, Leading to 2 Convictions. People. 22 fev. 2024; [6] Wife of sick killer vows to stay with him after he filmed woman’s murder and narrated it. The Mirror. 25 fev. 2024.

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Daniel Cruz
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"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." (Platão)
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