Reginald Arthurell: após sair da prisão, assassino assume identidade feminina e ameaça família de vítima

O assassino australiano Reginald Arthurell está levando uma nova vida como mulher após ser libertado da prisão. Além disso ele teria feito ameaças contra a família de sua última...

O assassino Reginald Arthurell (direita) chegando para o seu julgamento em 1981. Foto: The Australian.

O assassino australiano Reginald Arthurell está levando uma nova vida como mulher após ser libertado da prisão. Além disso ele teria feito ameaças contra a família de sua última vítima.

A estação de rádio 2GB publicou fotos do violento assassino, que hoje tem 74 anos, vestido com uma série de perucas femininas e posando para a câmera.

As fotos foram postadas pelo próprio assassino em uma página do Facebook para pessoas transgêneras. Ele agora atende pelo nome de Regina e mora no oeste de Sydney, Austrália.

Ele posou com três perucas de cores diferentes, incluindo uma preta lisa que usou como sua imagem de assinatura, “Oi, eu sou a Regina”, ele escreveu.

A polícia de New South Wales também está investigando uma alegação de que Arthurell jurou “se livrar” da família da sua última vítima, Venet Raylee Muhall.

Quem fez a denúncia foi um membro da comunidade do Facebook. Segundo esse membro, Arthurell teria dito que atacaria a família de Muhall e membros da sua condicional assim que ele retirasse sua tornozeleira eletrônica após o término da sua liberdade condicional – que vence no próximo dia 24 de maio.

Arthurell foi colocado em liberdade condicional em novembro de 2020 após cumprir 24 anos de prisão pelo assassinato de Venet Muhall, então sua noiva, em 1997. Ele a espancou até a morte com um pedaço de pau.

Assassino Impiedoso


Ex-funcionário de rodeios, Arthurell era um homem delinquente e com um comportamento voltado para práticas criminosas, ele vagava pelo interior australiano a procura do que fazer e aos 28 cometeu o seu primeiro assassinato. Ele matou o seu padrasto, Thomas Thornton, de 49 anos, com uma faca de cozinha, e então fugiu.

Grande e forte, Arthurell começou a trabalhar em rodeios no desértico norte australiano, época em que conheceu um outro homem igualmente perturbado. Juntos, em 1981, eles mataram um marinheiro de 19 anos chamado Ross Browning. O corpo mutilado de Browning foi encontrado em um matagal na periferia de Tennant Creek, uma cidade no meio do deserto da Austrália.

As autoridades bateram cabeça e dois julgamentos foram abortados antes dos dois homens se declararem culpados e receberem penas reduzidas de homicídio culposo.

Em 1986, uma religiosa cinco anos mais velha, Venet Raylee Muhall, começou a se corresponder com ele na prisão. Cristã e temente a Deus, Muhall vinha de um casamento desfeito e tinha o rosto paralisado e desfigurado devido a uma operação que removeu um tumor próximo ao seu cérebro. Ela passou a visitar Arthurell na cadeia onde o batizou. Ela convenceu as autoridades de que ele havia encontrado o Senhor e se tornado um novo homem.

Enganando Muhall para sair da cadeia, o “convertido” Arthurell a pediu em casamento e em abril de 1991 as autoridades concordaram em libertá-lo sob a guarda da mulher. Seis anos depois, ainda em liberdade condicional, Arthurell a matou brutalmente na casa que ela havia comprado para os dois. Foi o irmão de Muhall, Paul Quinn, que encontrou o seu corpo, já em em estado de decomposição. Paul também encontrou na câmera fotográfica da irmã imagens de Arthurell travestido com as roupas de Muhall.

“Essas pessoas cometem crimes tão ultrajantes que se excluem da sociedade. Você não pode [reintegrar pessoas como Arthurell à sociedade]. Eles deveriam ficar na prisão pelo resto da vida.”

– Paul Quinn

Agora conhecido por “Regina Kaye”, o assassino Reginald Arthurell postou fotos em uma comunidade para pessoas transgêneras no Facebook.

Em uma das fotos, Arthurell escreveu: “Oi, eu sou Regina”.

Venet Mulhall com Reginald Arthurell depois que ele a enganou dizendo ser um cristão convertido, tudo para garantir sua libertação antecipada da prisão. 

À esquerda, uma das fotos encontradas pelo irmão de Muhall na câmera fotográfica dela. Ele está travestido com as roupas de Muhall. À direita Venet Muhall.

Assassinos em Série Transgêneros


Reginald Arthurell não é o único assassino australiano a ficar conhecido por sua mudança de identidade.

Em 1993, Paul Denyer foi preso aos 21 anos e acusado de assassinar três mulheres nos arredores de Melbourne.

Perturbado desde sempre, Denyer era um psicopata sádico cujas brincadeiras favoritas na infância eram matar animais e degolar os ursinhos de pelúcia da irmã. Condenado à prisão perpétua, em 2003 ele escreveu uma série de cartas onde assume a identidade de Paula Denyer e pede por uma cirurgia de mudança de sexo. “Eu cometi esses crimes terríveis não porque eu odiava o gênero mulher, mas porque eu nunca realmente senti que eu era homem”. Sua cirurgia foi negada, assim como a permissão para usar maquiagem na prisão ou mudar legalmente de nome.

Michael Penttilä - 101 Crimes Notórios e Horripilantes de 2018Já o assassino em série finlandês Michael Pentillã começou sua onda homicida em 1985 ao estrangular a própria mãe. Ele não foi preso pelo crime e no ano seguinte atraiu uma adolescente de 12 anos até sua casa e a estrangulou também. Ele cumpriu apenas seis anos de prisão e em 31 de maio de 1993 estrangulou com um cinto uma mulher de 42 anos. Preso novamente, Pentillä passou a vestir calcinhas e roupas femininas na prisão, adotando um visual de mulher. Em 2008 ele foi solto. No ano seguinte estuprou mulheres e tentou estrangular uma outra que conseguiu escapar. Pentillä passou sete anos preso e foi solto em 2016, mas a polícia ficou de olho nele. Em 2017, investigadores finlandeses pediram sua prisão devido à suspeita de que ele planejava matar outra mulher, mas a justiça negou o pedido. Em 13 de abril de 2018, as suspeitas da polícia se confirmaram com a morte da prostituta de 52 anos.

Serial Killer Hadden ClarkO assassino em série transgênero mais famoso, entretanto, é o americano Hadden Clark que matou pelo menos duas pessoas no estado de Maryland. Assim como o personagem Norman Bates, um enciumado Clark se vestiu como mulher (neste caso emulando a sua patroa, por quem nutria um sentimento materno) para matar uma de suas vítimas – a filha da mulher. Disse o escritor Harold Schechter sobre Clark: “No início de 2000, Clark decidiu mostrar aos investigadores os locais dos homicídios com a condição de que comprassem para ele um guarda-roupa feminino em uma loja especializada. Empetecado com sua nova peruca, calcinha, sutiã e saia, ele levou os investigadores a vários locais de Connecticut, Nova Jersey, Pensilvânia e Massachusetts.”

“Embora considerado o protótipo do assassino moderno, o necrófilo Ed Gein tem pouco a ver com a imagem do lunático adepto ao travestismo tão comum nos filmes de terror sangrentos. Há, no entanto, um serial killer que parece de fato ter saído do pesadelo andrógino de Psicose ou de Vestida para Matar. Seu nome era Hadden Clark.”

– Harold Schechter

Fonte consultada: Serial killer Reginald Arthurell’s new life as ‘Regina’. News Australia.

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Daniel Cruz
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