
Em 2022, uma mulher de 76 anos fez um pedido comovente à família: ela não queria morrer sem saber o que havia acontecido a um de seus filhos. Com câncer terminal, a idosa sentia que sua hora estava chegando e seu último desejo era saber sobre o seu amado filho.
Allen Livingston tinha 27 anos quando desapareceu em agosto de 1993. Trinta anos depois, seu sumiço continuava um mistério, mas a família tinha as suas suspeitas, e elas apontavam para um endereço conhecido: a Universidade de Indianápolis. Lá, na escola de medicina, repousavam 10 mil fragmentos de ossos humanos.
A história de como esses restos mortais foram parar na universidade é macabra.
O SERIAL KILLER
Em 25 anos de casamento, Juliana Baumeister experimentou tudo o que uma vida a dois pode oferecer — amor, discussões, brigas, mais amor… Seu marido, Herb, tinha lá seus defeitos e as vezes a convivência era difícil, mas nada fora do comum. Essa visão, entretanto, começou a mudar em 1995 quando ela recebeu uma inesperada visita no trabalho.
Uma detetive queria falar com ela e foi direta. A policial desejava saber sobre Herb, pois o estava investigando sobre a possibilidade de homicídios de homossexuais. Então, tempos depois, o filho adolescente do casal encontrou um crânio humano brotando do jardim. No dia seguinte uma horda de peritos começou a vasculhar a propriedade. Foi aí que o cemitério de um serial killer veio à tona.
Herb Baumeister vivia uma vida dupla. Em uma era um homem bem sucedido e pai de família dedicado. Na outra, quando a esposa e os filhos viajavam, frequentava bares gays de Indianápolis e fazia sexo com homens. Não apenas isso. Por mais de uma década, Herb levou vítimas até sua casa. Na bela propriedade elas eram mortas, picadas e incendiadas. O que restava era esmagado e enterrado no quintal.
Dez mil fragmentos de ossos, pertencentes a pelo menos 25 pessoas foram encontrados e guardados na universidade. Com o passar do tempo apenas oito foram identificados.
Em 16 de outubro de 2023, autoridades de Indiana anunciaram a nona identificação: Allen Livingston.
Não era o encerramento esperado pela Sra. Livingston. Ainda assim ela teve a resposta que tanto precisava.
Desde a descoberta dos crimes em 1996, Allen Livingston figurou na lista de possíveis vítimas de Herb Baumeister. Sua família também acreditava na possibilidade e em 2022, aproveitando os avanços na tecnologia de DNA, e com a iminente morte da matriarca, a família Livingston pediu que novos exames fossem realizados nos milhares de fragmentos de ossos guardados na Universidade de Indianapolis. E o DNA confirmou que um pequeno pedaço de osso pertencia ao rapaz, uma confirmação definitiva de que Allen foi uma das vítimas de Baumeister.
O assassino estava em viagem quando a busca em sua casa foi realizada. Ele fugiu para o Canadá, onde cometeu suicídio em 3 de julho de 1996.
Referências: [1] Widow wants For Hollow Farm truth to surface. The Indianapolis News. 25 nov. 1996. Páginas E1, E4; [2] Family who helped reinvigorate Baumeister investigation first to get answers on missing loved one. Fox 59. 18 de out. 2023; [3] Remains found on Indiana farm in 1996 identified as 9th presumed victim of suspected serial killer: “What are the odds?”. CBS News. 18 de out. 2023; [4] Missing man connected to Baumeister serial killer case identified over 30 years later. Fox 59. 17 de out. 2023.