Dolarhyde, dos Anjos e Rader: Assassinos de Famílias e Necrófilos

Romances podem nos ajudar com insights valiosos sobre temas espinhosos. No capítulo 35 de O Silêncio dos Inocentes, o personagem Hannibal Lecter ajuda uma agente do FBI a traçar...

Romances podem nos ajudar com insights valiosos sobre temas espinhosos. No capítulo 35 de O Silêncio dos Inocentes, o personagem Hannibal Lecter ajuda uma agente do FBI a traçar o perfil de um assassino em série desconhecido. A agente acredita que matar é a natureza fundamental do homicida, mas Lecter discorda — isso seria “incidental”. Na verdade, ele cobiça. É o que o assassino faz primeiro. “Cobiçamos aquilo que vemos diariamente”, diz o personagem.

No fim de 1973, o americano Dennis Rader voltava do trabalho quando avistou uma bonita mulher saindo de casa para levar os filhos até a escola. Era Julie Otero, de 34 anos. Ele a cobiçou imediatamente. Por dois meses, Rader a monitorou e aprendeu tudo sobre a sua rotina. Certa vez, Julie saiu com uma de suas filhas, Josephine, de 11 anos, e Rader ficou ainda mais excitado. Elas eram latinas e o predador adorou suas peles morenas e cabelos escuros. Tempos depois, ele invadiu a casa delas e matou a família: Julie, seu esposo e dois filhos, incluindo Josephine.

Uma dinâmica parecida ocorreu recentemente em Sorriso, Mato Grosso. Trabalhando diariamente em uma obra, Gilberto dos Anjos, de 32 anos, percebeu que na casa ao lado morava uma família: pai, mãe e três filhas, de 19, 13 e 10 anos. Ele cobiçou a mulher e as moças de imediato e, como Rader, monitorou a família. Quando o pai saiu em viagem, Gilberto invadiu a casa e cometeu um crime bárbaro: matou brutalmente e violentou a mãe e as três filhas (apenas a mais nova não foi violentada). Em mais uma semelhança entre essas duas figuras nefastas, tanto Rader quanto Gilberto levaram lembranças para casa: as calcinhas de suas vítimas.

Assassinos que matam famílias são raros, até na literatura. Em Red Dragon, o personagem Francis Dolarhyde mata famílias sob influência do “Dragão Vermelho”, sua personalidade alternativa. Da mesma forma, “BTK” era o alter ego de Dennis Rader, que culpou uma coisa chamada “Fator X” pelo seu insaciável desejo homicida.

Cada assassino no mundo possui a sua patologia. Dennis e Gilberto são diferentes, mas compartilham deformidades psicológicas sombrias que incluem o remorso inexistente e uma assustadora ausência de empatia.

De acordo com o delegado do caso, Gilberto degolou e esfaqueou as vítimas, e então violentou os cadáveres ensanguentados. A criança de 10 anos, que assistiu a todo o horror, foi esganada posteriormente porque gritava muito.

Se não tivesse sido pego, Gilberto dos Anjos certamente seguiria o mesmo caminho de Rader, que primeiro matou uma família inteira e, depois, vez ou outra, assassinou uma mulher para alimentar suas necessidades. Anteriormente, Gilberto já havia atacado uma mulher, o que confirma sua natureza sexual predatória. Ele, também, era procurado por matar um homem em Goiás.

Referências: [1] Ramsland, Katherine. Confession of a Serial Killer: The Untold Story of Dennis Rader. ForeEdge. 2016; [2] À CNN, delegado diz que preso por matar mãe e filhas em MT monitorou vítimas antes do crime. CNN; [3] Preso por matar mãe e filhas em MT não demonstrou arrependimento, diz delegado à CNN. CNN; [4] Harris, Thomas. The Silence of The Lambs. St. Martin’s Paperbacks. 1991; [5] Harris, Thomas. Red Dragon. Dell Publishing Company. 1990.

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Daniel Cruz
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"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." (Platão)
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