
É impressionante e ao mesmo tempo assustador como a tragédia e o horror podem bater à nossa porta de uma hora para outra.
Na véspera do réveillon de 2020, a queniana Sharon Sakwa fez um pedido habitual e banal à sua filha de sete anos: que ela fosse ao mercado da esquina comprar algumas coisas. Sakwa não via problemas em pedir para a criança sair sozinha, até porque a vizinhança era conhecida e o mercado ficava logo ali. Quantos pais mundo afora não fazem isso? Sabemos, entretanto, que, para uma criança desacompanhada, nem mesmo uma caminhada até a casa ao lado é seguro.
A filha de Sakwa não voltou e a mulher entrou em desespero. Na mesma hora ela foi até uma delegacia de polícia reportar o desaparecimento e passou o resto do dia procurando a menina com a ajuda de familiares e vizinhos. Para horror de todos, na manhã seguinte o corpo mutilado da criança foi encontrado perto de uma estrada de ferro — alguém a atraiu na rua, a levou até um local afastado, a estuprou, estrangulou e mutilou o cadáver.
Crianças são inocentes e facilmente atraídas por um adulto com más intenções. Quando o pai ou a mãe diz para não aceitar doces de estranhos na rua, isso é porque herdamos de gerações anteriores histórias horríveis de homicídio infantil. Do início dos tempos até a atualidade um rastro sem fim de corpos infantis foi deixado para trás por assassinos que atraíram suas pequenas vítimas com as mais diversas ofertas, incluindo guloseimas.
Em abril de 2022, na cidade de Maurilândia, Goiás, Victor Santos, de 10 anos, brincava na rua quando um homem se aproximou e lhe prometeu doces e refrigerantes. O menino gostou da oferta e o seguiu pela rua, até um milharal nos fundos da casa do desconhecido. Uma vez sozinho com a criança, o homem se transformou e descarregou toda a sua maldade. Victor foi torturado, brutalmente espancado, violentado sexualmente e massacrado com 47 facadas.
No caso queniano descobriu-se que o malfeitor era um assassino serial predador de crianças. Já em Goiás, um insuspeito lavrador. Ninguém jamais desconfiou deles. Para os conhecidos eram apenas homens comuns, mas fora das vistas da sociedade eles estavam apenas aguardando a oportunidade.
Referências: [1] Lavrador é condenado a 26 anos de prisão por matar menino em milharal após atrai-lo com doces e refrigerantes. G1. 3 out. 2023; [2] Confessed ‘serial killer’ strangled minor after defilement. Nation. 3 out. 2023; [3] JSD (17/05/22) Preso homem que matou menino com várias facadas em Maurilândia. TV Serra Dourada SBT.