DNA e Genealogia Genética desvendam mistério criminal que durava 62 anos

Gerações de investigadores incansáveis. Evolução tecnológica. Ciência. Estes três fatores foram os responsáveis pela resolução de um mistério criminal que já durava 62 anos. O caso da pequena Candice...

Gerações de investigadores incansáveis. Evolução tecnológica. Ciência. Estes três fatores foram os responsáveis pela resolução de um mistério criminal que já durava 62 anos. O caso da pequena Candice Rogers é um filme da vida real cuja história ultrapassou a barreira do tempo. Iniciado em 6 de março de 1959, seu final só foi escrito duas semanas atrás.

Quando a garotinha Candice, de 9 anos, saiu para vender na vizinhança suas balas do grupo de escoteiras Camp Fire Girls, sua mãe não imaginava que nunca mais a veria. Ela não voltou para casa. Logo, toda a cidade de Spokane, no estado norte-americano de Washington, estava atrás dela. Mais de mil pessoas se juntaram nas buscas e, no dia seguinte, a primeira tragédia: um helicóptero da Força Aérea usado nas buscas bateu em fios de alta tensão e caiu no Rio Spokane matando três militares.

Duas semanas depois, as sandálias de Candice foram encontradas numa área de mata, a mais de 11km de sua casa. Um pente-fino no local revelou o cadáver da criança debaixo de uma camada de galhos e folhas de pinheiro. A garotinha foi estuprada e estrangulada com pedaços rasgados da própria roupa.

Era uma questão de honra pegar o monstro, mas a esperança se tornou pesadelo. Parecia que não levaria muito tempo, mas os meses se transformaram em anos, que se juntaram em décadas. Os detetives originais se aposentaram e morreram. Outros vieram para o que foi apelidado de o “Monte Everest” dos crimes sem solução. Candice Rogers, entretanto, era uma ferida aberta. Ela nunca poderia ser esquecida.

GENEALOGIA GENÉTICA


No início desse ano, detetives de Spokane leram sobre a nova técnica da genealogia genética. Eles tinham o material biológico do assassino, seu sêmen, preservado há 62 anos. O DNA foi extraído e genealogistas chegaram a três homens, e um deles era o assassino.

OS IRMÃOS HOFF


Todos já estavam mortos e apenas um, John, deixou uma filha, que prontamente cooperou com as autoridades. O resultado? O DNA mostrou que ela era filha do assassino. Mas ainda assim as autoridades precisavam confirmar e o cadáver de John foi exumado. Mais um teste e não houve mais dúvidas.

Candice Rogers foi assassinada por John Reigh Hoff, 20 anos na época.

John Hoff morava na mesma região de Candice e sua família. Ele tinha uma meia-irmã de 10 anos que também era escoteira, do mesmo grupo (Camp Fire Girls) de Candice. Dois anos depois de assassinar a menina, Hoff foi expulso do exército após tentar matar uma mulher. Ela foi estrangulada e Hoff foi embora acreditando tê-la matado, mas ela sobreviveu. Em 1970, aos 31 anos, John Hoff cometeu suicídio.

O anúncio da identificação de Hoff como assassino de Candice foi feito pela polícia de Spokane no último dia 19 de novembro. Os pais e tios da pequena Candice morreram sem saber quem a matou. Méritos totais aos investigadores originais do caso que preservaram a evidência biológica numa época em que o DNA era coisa de livro de ficção científica.

Fontes consultadas: [1] Candy Rogers Cold Case Murder Solved. Spokane Police Department; [2] Genetic genealogy leads to alleged killer of Camp Fire girl slain while selling mints in 1959. Fox 13 Memphis.

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Daniel Cruz
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