Duplas homicidas: quando crianças saem para matar

Esta é uma história que se repete de tempos em tempos na terra dos anglos: alguém é brutalmente assassinado; os cidadãos, em choque, custam a acreditar na idade dos...

Esta é uma história que se repete de tempos em tempos na terra dos anglos: alguém é brutalmente assassinado; os cidadãos, em choque, custam a acreditar na idade dos agressores.

O caso mais recente vitimou um jovem de 19 anos. Shawn Seesahai estava sentado em um banco à espera de um amigo quando dois garotos apareceram. Um deles, de propósito, esbarrou em Shawn, que perguntou o que se passava. Sem dizer uma palavra, o garoto tirou um facão do casaco e cortou Shawn friamente. Em frenesi, os dois meninos espancaram e esfaquearam a vítima até a morte.

A idade dessas duas criaturas? Doze anos.

Ao analisarem câmeras de videovigilância, policiais ficaram em choque: as crianças queriam sangue e vagaram por várias ruas à procura de uma vítima em potencial. Quando avistaram Shawn sozinho, fizeram o seu movimento atravessando uma longa lâmina em seu coração. Eram dois pequenos predadores e eles só queriam brutalizar alguém.

DUPLAS HOMICIDAS


Por motivos desconhecidos, a Inglaterra é disparada o lugar mais frequente para que tal configuração infanto homicida ocorra. O caso mais lembrado é o de James Bulger, sequestrado de um shopping em 1993 e morto cruelmente por duas crianças de 10 anos. Mas há muitos mais. Em Anjos Cruéis, eu resgato outras histórias ocorridas em solo inglês, como o caso Fritz & Breen, ambos de 9 anos. Já Shearon & Crawford, de 8 e 9 anos, afogaram outra criança que viram na rua. Todas essas crianças assassinas que agiram em dupla — Venables/Thompson, Fritz/Breen, Shearon/Crawford — são da mesma cidade: Liverpool.

É raro crianças assassinarem em duplas, trios ou bando. Nos mais de 230 casos que pesquisei para Anjos Cruéis, eles representaram somente 9.5% do total. Dentro deste grupo, porém, chama a atenção as crianças inglesas, responsáveis por quase 40% das ocorrências.

Voltando ao caso Shawn Seesahai, um dos assassinos foi apontado como tendo uma “posição dominante”, influenciando o outro. A lealdade do “dominado”, apesar dos riscos, acabou levando à cumplicidade em um ato de violência sem sentido, tornando ambos os garotos igualmente responsáveis perante a lei.

Referências: [1] Cruz, D. Anjos Cruéis. DarkSide Books. 2024; [2] Exclusive: Inside the minds of Shawn Seesahai’s killers – disturbing motive for UK’s youngest machete murderers. The Mirror. 27 set. 2024; [3] UK’s youngest knife killers’ sentences increased. BBC. 19 dez. 2024.

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Por:


Daniel Cruz
Texto

"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." (Platão)
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