
Em maio de 1985, o americano Joe Kondro apareceu na casa do casal Danelle e Rusty Traxler para uma confraternização. Os três sentaram-se na varanda, beberam cerveja e contaram piadas. Eram amigos de longa data. Horas depois, Rima, a filha de 8 anos de Danelle, desapareceu. Ela jamais foi encontrada.
Como toda mãe presente e protetora, Danelle instruiu a filha sobre estranhos e cunhou a palavra-mágica “unicórnio”. Se algum estranho, ou até mesmo um conhecido, a parasse na rua, ela só poderia ir com ele se a pessoa informasse a palavra. Apenas o padrasto, a mãe e familiares muito próximos a conheciam, e foi assim que Kondro atraiu a menina.
De muitas maneiras, Joe Kondro era o pior pesadelo de qualquer pai e mãe. Este estuprador e assassino de crianças usava a proximidade e a confiança como armas de caça. Suas vítimas eram as filhas de seus amigos e vizinhos, as amigas de suas filhas, crianças que ele viu nascer e crescer, meninas que frequentavam a sua casa. Sua esposa dava aulas particulares a elas, organizava passeios e festas. A mãe de uma das vítimas era amiga de infância dele.
Kondro não difere de qualquer assassino em série sexual conhecido. Sua maldade manifestou-se na infância por meio de comportamentos desviantes e fantasias agressivas, uma tentativa de superar sua cisão emocional com a realidade do mundo. “Lembro-me de quando era criança e como era sexualmente depravado com crianças da vizinhança. E isso nunca parou. Minhas vítimas nunca ficaram mais velhas. Sou um estuprador em série de crianças desde a minha infância”, disse ele em uma entrevista.
Forçar alguém à atividade sexual é um dos sintomas do transtorno de conduta e, ainda jovem, Joe criou um “kit de estupro” e o usou para atacar e violentar jovens garotas. Para sentir emoções fortes, ele precisava causar dor e sofrimento às suas vítimas. Os homicídios vieram a seguir e Kondro se comparou a um jacaré descansando no fundo de um lago — às vezes, ele subia para se alimentar.
Seu caso é mais um exemplo de uma criança perversa, insensível e não empática, que se desenvolve em um perigoso psicopata destruidor de vidas.
Referências: [1] Kondro’s ex-wife:’I knew he did it’. Longview Daily News. 13 mar. 1997. Págs. A1, A4; [2] How many more? Longview Daily News. 4 jun. 1999. Págs. A1, A4; [3] ‘Sociopath’ amazed he’s not on death row. Seattle Post-Intelligencer. 6 ago. 2001; [4] Kondro dies in prison. Longview Daily News. 5 mai. 2012. Págs. A1, A4.