Facínoras invisíveis: assassinatos em série na África

Uma mulher lendo a sua Bíblia ao pé de uma árvore em um local sossegado quer somente exercer a sua religiosidade. Alguém que observa a cena não vê nada...

Uma mulher lendo a sua Bíblia ao pé de uma árvore em um local sossegado quer somente exercer a sua religiosidade. Alguém que observa a cena não vê nada de mais, mesmo se este observador perceber um homem caminhando em sua direção.

Nelia Maringe lia a Bíblia quando viu um homem se aproximar. Ela não deu atenção. Na verdade, ninguém que cruzou o caminho com o sujeito o notou. Era só mais alguém andando por aí. Ela nem percebeu de onde veio o primeiro golpe, mas resistiu à tentativa de estupro. O homem, então, a matou com um machado e violou o corpo.

Após o ato, o agressor escreveu algumas palavras em um papel, colocou-o na Bíblia e foi embora. O nome deste facínora era Bright Zhantali, um assassino em série do Zimbabué que aproveitava qualquer oportunidade para violar e matar mulheres.

Para muitos, serial killers africanos são praticamente uma lenda urbana. Inclusive, havia um mito — surgido nos anos 1990 — que afirmava que “todos os serial killers são brancos”. Essa ideia foi fortalecida pela “cultura serial killer” norte-americana que transformou o serial killer em um produto midiático e fetichizado. O assassinato em série, porém, está presente em todos os povos, contemplando qualquer grupo racial e étnico.

E no continente mãe, não passa um ano sem que vários casos sejam noticiados, sendo o perfil médio do serial killer africano uma cópia de seus pares brancos do ocidente. Eles começam a matar cedo, na casa dos 20 anos; homens matam por motivos sexuais e mulheres pelo dinheiro; as vítimas principais são mulheres e, dentro deste grupo, destacam-se as garotas de programa. Mazelas sociais como a pobreza e o desemprego são exploradas em um tipo de configuração bem conhecida.

Samuel Little nos EUA, Tiago da Rocha no Brasil e Robert Pickton no Canadá matavam pessoas à margem da sociedade porque eram fáceis e facilmente esquecidas. Os africanos agem da mesma maneira, alguns com o auxílio do mundo digital: usando as redes sociais para oferecer “empregos” a garotas em vulnerabilidade social.

Há diferenças, mas, no geral, onde quer que estejam, serial killers são faces da mesma moeda.

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Por:


Daniel Cruz
Texto

"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." (Platão)
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