Sebastião dos Santos, o Estrangulador Místico: um assassino em série brasileiro

Não são raros os casos de homicidas seriais capturados após deixarem uma vítima viva para trás. Nomes como Billy Chemirmir, Thierry Paulin e Irina Gaidamachuk, só para citar alguns,...

Não são raros os casos de homicidas seriais capturados após deixarem uma vítima viva para trás. Nomes como Billy Chemirmir, Thierry Paulin e Irina Gaidamachuk, só para citar alguns, foram pegos após vítimas que eles pensavam estar mortas acordarem e contarem suas histórias.

E neste seleto e infame grupo dos seriais “descuidados” está um brasileiro.

Em 22 de abril de 1968, Andréa Galotti, de 21 anos, viu-se aproximar um homem miúdo que lhe fez uma boa proposta para ter momentos de prazer. Ela aceitou e os dois pegaram um trem até Deodoro, subúrbio fluminense. Caminhando por um local ermo, o simpático homem, de repente, a atacou, puxando-a até um matagal, onde a estrangulou. Após abusar de Andréa, o homem foi embora, acreditando que ela estava morta. Não estava.

Ele foi preso no mesmo dia após a vítima denunciar o crime à polícia.

O ESTRANGULADOR


Na delegacia, Sebastião dos Santos, de 27 anos, surpreendeu o delegado quando desatou a falar sobre seus crimes e crenças religiosas. Em seu discurso místico, revelou não poder controlar seus impulsos que vez ou outra explodiam em sua mente. Toda vez que o “troço” vinha, ficava possuído por uma “santa” ira e um ardente desejo sexual que só poderia ser saciado através do homicídio, então Sebastião sabia que uma mulher morreria. Mas antes de sair à caça, como bom crente e pai de família, beijava a esposa e rezava um salmo.

Nas imediações da Central do Brasil, ele abordava mulheres que faziam “trottoir”, afirmando ter um quarto em Ricardo de Albuquerque, e prometendo a quantia de 20 cruzeiros novos pelo encontro. Pelo que lembrava, o “troço” o fez agir pelo menos 10 vezes desde 1966 e todas as mulheres foram mortas em terrenos desertos do antigo paiol de munições do Exército, em Deodoro.

Ele se interessava pelas morenas e “escurinhas”, pois as brancas e loiras o inibiam sexualmente. Com o tempo aperfeiçoou sua técnica de ataque e as vítimas nem gritavam. Após esganá-las, “satisfazia a carne nas suas carnes mortas”, ou seja, era necrófilo.

Em uma época infestada de casos de maníacos sexuais, seu nome foi rapidamente esquecido. Suas vítimas sequer foram nomeadas, com exceção de Andréia, a única a escapar.

As poucas fontes sobre o caso citam que Sebastião lembrava apenas dos primeiros nomes das vítimas, provavelmente “nomes de guerra”.

Ele estrangulou e espancou brutalmente Andrea, que desmaiou, mas sobreviveu. Em uma das imagens acima, é possível ver o sangue da vítima na camisa de Sebastião, na altura do ombro.

Seu caso mal foi noticiado, mas foi tema de uma reportagem da revista Cruzeiro. Foi uma época de muitos casos criminais envolvendo assassinos em série sexuais e desaparecimentos de crianças, o que pode ter contribuído para o desinteresse em torno do caso.

Referências: [1] Estrangulador suspeito de crimes na Av. Brasil. Diário de Notícias. 25 abr. 1968. Pág. 11; [2] Vão examinar a cabeça do estrangulador. Diário de Notícias. 26 abr. 1968. Pág. 11; [3] O Estrangulador Místico. Cruzeiro. 11 mai. 1968. Ed. 19. Págs. 111 a 113.

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Daniel Cruz
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"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." (Platão)
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