Reportagem Retrô: 28 de Novembro, a morte do serial killer canibal Jeffrey Dahmer

Reportagem de época sobre a morte do serial killer canibal Jeffrey Dahmer.
Reportagem de Época: A Sobremesa de Dahmer. Morte de um Monstro. Assassino Canibal Espancado até a Morte na Prisão.

Reportagem de Época: A Sobremesa de Dahmer. Morte de um Monstro. Assassino Canibal Espancado até a Morte na Prisão.

Reportagem Retrô é uma coluna do blog O Aprendiz Verde que traz reportagens, matérias e artigos antigos publicados em algum lugar do nosso tempo-espaço. Trazer essas matérias é uma forma de resgatarmos o passado e, por um instante, ter um vislumbre daquele registro de época.

A Reportagem Retrô de hoje foi publicada no New York Daily News em 29 de Novembro de 1994, e fala sobre a morte do serial killer Jeffrey Dahmer.

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A Sobremesa de Dahmer. A Morte de um Monstro


New York Daily News – 29 de Novembro de 1994

.

As famílias das vítimas choraram ontem.

Mas não era porque eles estavam descontentes com a morte de Jeffrey Dahmer.

“É claro que estou feliz”, disse Isbell Yohunna, 35, a irmã de Errol Lindsey. “Eu estou realmente feliz. Eu quero pular para cima e para baixo. Eu quero gritar. Eu não sei porque não posso fazê-lo. Eu não sei porque não estou chorando.”

A mãe de Yohunna, Mildred, não sabia porque ela também estava chorando, mas estava. Ela estava deitada na cama na casa de sua filha em Chattanooga, Tenn., para onde se mudou há alguns meses para ficar longe das memórias de Milwaukee.

Catherine Lacey, mãe de Oliver Lacey, também chorou. Assim como Shirley Hughes, mãe de Tony Hughes.

“É tão cedo, elas não sabem o que sentir,” disse o conselheiro Jose Flores, que se sentou com essas mães ontem na Career Youth Development.

Em um momento ou outro, Flores tem aconselhado membros de todas as famílias, mas “a Senhorita Lacey e a Senhorita Hughes são as mais regulares. Elas vem aqui todos os dias, para conversar ou chorar.”

Todos os dias há quase três anos. Isto é o que elas fazem para compreender o que o tempo não cura. Todas as feridas.

Tantos dias na vida de tantas famílias, marcadas pela carnificina de Jeffrey Dahmer. Dia após dia, este assassino canibal de filhos e irmãos era seu norte magnético: o ponto crucial do passado e futuro.

“7 de abril de 1991, foi o dia que Errol deixou a casa para pegar um molho de chaves e nunca mais voltou”, disse sua irmã Yohunna. “23 de julho de 1991, eles encontraram seu crânio.”

O dia em que Dahmer foi preso; o dia em que o julgamento começou; o dia em que ele foi condenado – todos estão gravados na consciência de Yohunna, uma lata de lixo para cada detalhe macabro que emergiu durante o julgamento e cada piada vulgar que veio depois.

As histórias em quadrinhos, os cartões de serial killer, ilustrações e reportagens de TV devoram e não deixam curar a dor.

Reportagem do New York Daily News sobre a morte de Jeffrey Dahmer.

Reportagem do New York Daily News sobre a morte de Jeffrey Dahmer.

Jeffrey Dahmer, o serial killer que alegremente misturou assassinato com canibalismo e necrofilia, foi espancado até a morte ontem enquanto limpava um banheiro de prisão.

Autoridades da penitenciária de segurança máxima de Wisconsin informaram que um detento aparentemente bateu no crânio do distorcido matador de 17 homens e garotos. Um assassino condenado da esposa também ficou gravemente ferido no ataque.

Um cabo de vassoura ensanguentado foi recuperado da cena, onde os três presos – todos assassinos – estavam em serviço de limpeza. Mas as autoridades não disseram se foi a arma do crime.

Família de vítimas torturadas de Dahmer, mortos durante uma horrível orgia de 13 anos de morte e perversão, que começou em 1978, foram forçados a reviver sua dor, com sua mãe derramando lágrimas por seu filho.

“Oh meu Deus! Meu filho! Como isso pode acontecer?” Joyce Flint perguntou de sua casa na Califórnia.

Dahmer, 34, – que sobreviveu a um ataque contra sua vida no início deste ano – estava limpando um banheiro no Instituto Correcional Columbia quando foi atacado entre as 7h50 e 8h10.

O suspeito, cujo vestuário ficou salpicado de sangue, foi identificado como Christopher Scarver, 25.

O Chefe de prisão estadual Michael Sullivan disse que Scarver é um assassino condenado da área de Milwaukee que não está elegível para liberdade condicional até 2042.

O corpo de Dahmer foi encontrado na área do chuveiro do banheiro, ao lado de uma academia, no presídio com 600 detentos, onde cumpria 16 penas de prisão perpétuas consecutivas. Wisconsin não tem pena de morte.

O funcionário de uma fábrica de chocolates de Milwaukee estava preso nesta prisão em Portage, Wisconsin, desde 1991, pouco depois de sua prisão.

Jesse Anderson, 37, outro detento altamente perigoso, foi descoberto no banheiro da academia.

Condenado à prisão perpétua, Anderson, que esfaqueou sua esposa até a morte em 1992, está em estado crítico. O Milwaukee Journal citou o advogado de Anderson dizendo que seu cliente estava ameaçado por outros detentos.

Funcionários da prisão disseram que o derramamento de sangue, aparentemente, aconteceu depois de um guarda deixar de supervisionar o trio mortal. Sullivan disse que Dahmer e seus companheiros assassinos não exigiam “supervisão direta.”

Não há indicação de que o suspeito esteja conectado a qualquer uma das vítimas de Dahmer ou suas famílias, disse o chefe da prisão.

Sullivan não quis revelar a etnia do suspeito, mas disse que o ataque, aparentemente, não foi motivado por questões raciais. Vítimas de Dahmer incluíam várias minorias, e Anderson, que também é branco, culpou dois jovens negros pela morte da esposa.

Reportagem de Época - A morte de Jeffrey Dahmer.

Jeffrey Dahmer, prisioneiro número 177252, foi mantido em isolamento no primeiro ano em que foi mandado para a prisão de segurança máxima que comportava 600 detentos. Eventualmente, ele foi transferido para a unidade de gestão especial, onde prisioneiros que necessitavam de segurança especial ficavam. Foi permitido a ele ter acesso à biblioteca e outras áreas. Foi dado a Dahmer um trabalho, mas ele foi demitido em 1993 após se passar por um funcionário da prisão ao telefone, segundo o Milwaukee Journal. Recentemente ele foi reintegrado. Em seu tempo livre, Dahmer jogava tênis para tentar perder os 13 quilos que ganhou na prisão. Ele também começou a ler a Bíblia, assim como folhetos sobre o cristianismo e criacionismo, além de ouvir cantos gregorianos e fitas de baleias jubarte.

Dahmer foi retirado do isolamento no início de 1993, disse Sullivan, e foi limitado a ele uma quantidade de tempo fora de sua cela para limpar banheiros e se misturar com outros prisioneiros.

Ele disse que uma tentativa frustrada contra a vida de Dahmer ocorreu em Julho por um detento empunhando uma navalha, mas isso foi considerado um “incidente isolado”, Sullivan citou que o assassino múltiplo recusou proteção especial.

Mas aqueles que conhecem Dahmer disse que ele estava destinado a ser morto na prisão.

“Dahmer tinha o desejo da morte, e eu sei que ele não tinha o bom senso de fazer isso sozinho, então eu previ que… ele seria morto na prisão”, disse seu advogado Gerard Boyle.

Seu pai, Lionel Dahmer, disse noite passada: “Ele estava sempre com medo por sua vida na prisão, mas ele sentia que estava bem protegido.”

O promotor que colocou o assassino em série – às vezes comparado ao ficcional Dr. Hannibal Lecter em “O Silêncio dos Inocentes” – na prisão, disse que: “Espero que quem quer que tenha feito isso não emerga como um herói popular”.

Foi um final horripilante ao sórdido conto de Dahmer, um recluso que pegava jovens e adolescentes em bares gays ou shopping centers e os atraia até seu apartamento em Milwaukee, onde ele os estrangulava e desmembrava.

Ele admitiu comer e deflorar alguns dos cadáveres de suas vítimas, e encheu seu apartamento com partes de corpos.

Nota do Aprendiz: Para mais sobre Jeffrey Dahmer, mergulhe nos links abaixo:

Universo DarkSide – os melhores livros sobre serial killers e psicopatas

http://www.darksidebooks.com.br/category/crime-scene/

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"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." (Platão)
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