Beverley Allitt: um monstro na ala pediátrica

Em abril de 1991, as bebês gêmeas Becky e Katie Phillips deram entrada na UTI de um hospital de Lincolnshire, Inglaterra, sob os cuidados da enfermeira Beverley Allitt. Dois...

Em abril de 1991, as bebês gêmeas Becky e Katie Phillips deram entrada na UTI de um hospital de Lincolnshire, Inglaterra, sob os cuidados da enfermeira Beverley Allitt. Dois dias depois Becky faleceu. Katie, apesar do mau estado, foi transferida e sobreviveu. Como gratidão pelos esforços da profissional em tentar salvar a vida das filhas, Sue Phillips e seu marido Peter convidaram Allitt para um jantar. Eles a acharam tão amável que a chamaram para ser madrinha de Katie. O casal Phillips, entretanto, não podia imaginar que estavam sentados diante da maldade, em carne e osso.

A ENFERMEIRA


Quem primeiro percebeu que Allitt não batia bem da cabeça foi sua colega de quarto Tracey Jobson. Não raras vezes Jobson chegou em casa e encontrou travesseiros esfaqueados e cortinas pegando fogo. Ao questionar Allit, a moça dizia que aquilo era obra de fantasmas. As amigas se formaram em enfermagem e Allit foi a única da turma a não conseguir emprego. No último ano da faculdade, ela marcou mais de 50 consultas para reclamar de problemas de saúde, incluindo gravidez, úlcera no estômago e tumor cerebral. Todas as suas alegações provaram-se falsas.

Em 1991, sabe-se lá como, esta jovem desequilibrada foi admitida como enfermeira na ala pediátrica de um hospital. Por quatro anos, e em mais de 20 ocasiões, ela foi atendida no mesmo hospital após se automutilar, sendo diagnosticada com a rara Síndrome de Munchausen.

Mesmo com este histórico, a moça foi contratada. Imediatamente Allit começou a atacar bebês. Ela foi presa apenas 59 dias depois, mas o estrago já havia sido feito.

Quatro bebês foram mortos com injeções de insulina, potássio e ar. Outros nove sobreviveram, incluindo Katie Phillips. Quando foi transferida para outro hospital, descobriu-se que a bebê tinha cinco costelas fraturadas e grave lesão cerebral, que a deixou parcialmente paralisada e com prejuízo de visão e audição.

No julgamento do “Anjo da Morte” testemunhas contaram sobre como ela era egocêntrica e violenta. Um psiquiatra atestou que Allitt não tinha uma doença mental e que a moça era “ardilosa” e “manipuladora”, com mínimas chances de cura. Ao final, o juiz a condenou a 13 penas perpétuas.

Sofredores da Síndrome de Munchausen machucam a si mesmos para ganhar simpatia e atenção. No caso de Allit esse distúrbio somou-se a transtornos de personalidade desconhecidos, levando-a a atentar contra a vida de bebês que estavam sob seus cuidados, em seguida ela assumia um papel de liderança na batalha para salvá-los. Isso ajudava-a à obter elogios dos familiares das vítimas (e até um pedido para ser madrinha).

Uma vítima, Bradley Gibson, de 5 anos, sobreviveu por milagre, mas ficou com terríveis sequelas físicas e psicológicas, incluindo danos na espinha e bexiga. Assombrado por pesadelos, sua mãe o levou a um psiquiatra, que a orientou a pedi-lo que desenhasse o que tanto o assombrava. A criança, então, desenhou a si mesmo deitado na cama de um hospital. Ao lado, em pé, ele desenhou um monstro.

Allitt parece a personificação da maldade. Seu histórico inclui esfaqueamento de bonecas quando criança e manipulação das pessoas ao seu redor para benefício próprio, quando adulta. Mais de 30 anos depois, o “Anjo da Morte” Beverley Allitt permanece presa em um hospital psiquiátrico.

Referências: [1] Who missed the deadly clues? Daily Express. 18 mai. 1993. Págs. 1, 2, 12, 13; [2] I survived Angel of Death’s Poison Needle. Daily Mirror. 18 mai. 1993. Págs. 1 a 5; [3] Angel of Death Cover-Up Claim. Birmingham Evening Mail. 18 mai. 1993. Pág. C2; [4] You’ll never be free. Birmingham Evening Mail. 29 mai. 1993. Pág. 9; [5] 13 times life for killer nurse. Daily Mirror. 29 mai. 1993. Pág. 4.

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Por:


Daniel Cruz
Texto

"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." (Platão)
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