
A Agence France-Presse noticiou hoje a morte de um dos mais famosos assassinos do século XX: o japonês Issei Sagawa.
Em 11 de junho de 1981, Sagawa convidou Renee Hartevelt, 25, até o seu apartamento para uma sessão de leitura poética. Ambos eram estudantes universitários na França e se conheciam por alguns meses. Enquanto Renee recitava em voz alta um poema alemão, Sagawa veio por trás e atirou em sua nuca. Ele fez sexo com o cadáver e mordeu violentamente as nádegas da vítima, machucando a própria mandíbula. Sagawa era um homem canibal.
Desde criança Issei Sagawa tinha obsessão pelo canibalismo e seus pensamentos doentios, que também envolviam necrofilia, o levaram a cruzar a linha que separa a fantasia da realidade. Nos dias seguintes Renee foi sua refeição. Ele comeu parte da coxa, nádega, seios, lábios, rosto, o clitóris e as panturrilhas — cozidos ou crus. Ele guardou carne humana no congelador e colocou o que sobrou em uma mala, descartando em um rio de Paris.
Considerado clinicamente insano, Sagawa foi colocado em um hospital psiquiátrico e quatro anos depois foi deportado para o Japão. Por ter sido deportado como um cidadão comum, Sagawa chegou em seu país natal como um homem livre, e viveu tranquilamente até o seu falecimento, aos 73 anos, no último dia 24 de novembro.
Engana-se, porém, quem acha que os japoneses o baniram da vida pública. Ao chegar no Japão, Sagawa se tornou uma celebridade — escreveu livros, estrelou filmes pornográficos, vivia aparecendo em programas de TV e até, pasmem, trabalhou como crítico de restaurantes para uma revista especializada. (Como o goleiro Bruno que fez propaganda de canil, Sagawa também tinha algo que a sociedade julgava importante, no caso, seus “conhecimentos” culinários).
Parafílico, doente mental e vivendo em total liberdade, Sagawa nunca mais matou ninguém, e isso é algo que impressiona. Psiquiatras franceses disseram que ele nunca poderia ser curado. De fato, Sagawa passou a vida inteira ruminando suas fantasias macabras e nunca escondeu isso. Seu caso é único, pois este japonês foi um homicida psicologicamente deformado que conseguiu o impossível: controlar seus impulsos.









Referências: [1] Issei Sagawa, le sinistre «Japonais cannibale», est mort. RFI; [2] Interview with a Cannibal. VICE.
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