Capítulo 1 – A Terrível Verdade
“Havia um jovem chamado Ed
Que não levava mulheres pra cama
Quando ele queria trepar,
Das mulheres o meio ia cortar
E o resto pendurava na cabana.”
[Anônimo, 1957]
No final de novembro em 1957, ninguém consideraria Plainfield diferente de qualquer outro enfadonho e ressequido vilarejo rural de Wisconsin. Aquele foi um inverno particularmente desagradável. Pode perguntar para qualquer um dos simpáticos habitantes do lugar, descendentes de terceira e quarta gerações de alemães e franceses. Eles vão recitar ladainhas, em tom monótono e lacônico, sobre a explosão de encanamentos e o solo congelado, sobre as noites que passaram se abrigando do vento cortante e das rajadas de chuva que vinham da fronteira com o Canadá. Porém, aquele mês de novembro também foi marcado pela presença em Plainfield de um sem número de jornais que vieram de todos os cantos dos Estados Unidos. É só mencionar o assunto para ver os rostos amigáveis dos produtores de laticínios se fecharem de imediato. Eles passam a olhar para o chão ou se desculpam e dizem que precisam ir embora. Em 1957, naquele mês, a polícia de Plainfield identificou Ed Gein, um aparvalhado sujeito de 51 anos que vivia de fazer entregas e biscates, como um dos mais terríveis assassinos em série já nascidos no país.
Muito antes de Gein ser rotulado bicho-papão pelas manchetes, sua comunidade rural de setecentas pessoas tementes a Deus já o havia marcado como doido. Recluso, solteiro e sempre sorridente, ele vivia perambulando pela fazenda maltratada de 160 acres que já fora cuidada por seus pais e por seu irmão. Até as pessoas que nunca hesitaram em chamá-lo para pequenas tarefas ou mesmo para tomar conta de seus filhos estavam cansadas de suas teorias destrambelhadas. Ele não parava de falar sobre os cosmos e porquês dos criminosos que se deram mal e choramingavam de forma incessante, e digna de pena, sobre as mulheres. Os moradores de Plainfield se lembram de sua obsessão clínica por anatomia e pela operação de mudança de sexo de Christine Jorgensen, a primeira do gênero a ser amplamente divulgada pela imprensa no mundo inteiro. Contudo, havia mais em Gein do que aquela conversa de maluco. Isso começou a ficar claro em 16 de novembro, com a descoberta de manchas de sangue no chão do armazém de Bernice Worden.
Os clientes já haviam achado estranho a loja de Worden estar fechada antes do almoço num sábado, o dia de maior movimento. Ninguém via a confiável e querida comerciante desde a véspera. Sua picape não estava estacionada no lugar de sempre. Preocupado, Frank, filho de Worden e assistente do xerife, forçou a entrada no armazém. Uma das últimas anotações no diário de vendas “dois litros de anticongelante” fez Frank se lembrar de Ed Gein matando tempo pela loja durante a semana. Ele tinha perguntado se Frank estaria fora caçando no sábado. Quando Frank disse que sim, Gein mencionou casualmente que talvez voltasse para comprar uma lata de anticongelante.
Alertados por Frank Worden, o xerife Art Schley e o capitão Lloyd Schoephoerster fizeram uma incursão no solitário e decadente refúgio de Gein. O sopro da morte passou pela primeira vez sobre a inóspita fazenda em 1940, quando o pai de Gein foi vítima de um derrame. Quatro anos depois, um incêndio tirou a vida de Henry, irmão mais velho de Ed, e no ano seguinte sua mãe, que pregava constantemente sobre o fogo do inferno, também encontrou o criador. Agora, Gein vivia sozinho, ou assim parecia.
Ele não estava lá quando a lei chegou. Schley e seus ajudantes iniciaram a busca usando lampiões de querosene e lanternas, já que a casa era equipada apenas parcialmente com fiação para eletricidade. Abriram caminho através de um ninho de rato de jornais amarelados, revistas baratas de terror, livros de anatomia, produtos para embalsamamento, embalagens de comida, latas e entulhos variados. No andar de cima, cinco quartos vazios e sem uso dormiam sob lençóis de poeira, entretanto, o quarto da falecida mãe de Gein e uma sala de estar, ambos fechados com pregos, eram mantidos imaculados.
Ao remexerem a bagunça da cozinha e do quarto de Ed, os policiais tiveram uma visão para a qual nenhum acidente na estrada ou baderna numa noite de sábado poderia tê-los preparado. Ed Gein, com seu sorriso de dentes frouxos, não vivia sozinho, afinal de contas. Dividindo o teto com ele havia duas tíbias, dois pares de lábios humanos pendurados num cordão, alguns narizes em cima da mesa da cozinha, uma bolsa e braceletes feitos de pele humana, quatro cadeiras estofadas de carne, uma fileira bem-ordenada de dez crânios, um tambor feito a partir de um latão com pele humana como couro, uma vasilha de sopa que era a metade de cima de um crânio invertida, peles descarnadas de quatro rostos de mulheres, com ruge e maquiagem, presas com tachinhas na parede à altura dos olhos, cinco rostos guardados em sacos plásticos, “de reserva”, dez cabeças de mulher, com a parte acima da sobrancelha cortada fora. Um par de calças feitas de pele humana e um “colete” incluindo mamas, arrancadas de alguma outra infeliz.
Na estufa de defumação adjacente à casa, a polícia identificou o que foi um dia Bernice Worden. Nua, sem cabeça, pendurada pelos calcanhares, ela foi estripada como um novilho. Na cozinha ao lado, sobre um pequeno e velho fogão a lenha de ferro, havia uma panela com água onde boiava um coração humano. Na geladeira, o congelador estava abastecido com órgãos humanos cuidadosamente embalados.
“Eu não tive nada a ver com isso. Só soube da história quando estava jantando”, resmungou Gein quando Frank Worden o localizou e confrontou-o com a notícia da descoberta do cadáver de Bernice Worden, prendendo-o na hora. Sem perda de tempo, o Pateta de Plainfield foi submetido a um teste no detector de mentiras, uma acusação de homicídio e exames psiquiátricos no Hospital Central do Estado para os criminalmente Insanos. Até então, ninguém tinha levado a sério os murmúrios de um biruta desajustado sobre sua “coleção de cabeças encolhidas”. Ninguém prestou atenção ao seu conhecimento íntimo sobre os muitos casos de desaparecimentos de mulheres não resolvidos na região. A fazenda de Gein oferecia um testemunho não só sobre a insondável aptidão do ser humano para a barbárie, mas sobre a capacidade de uma comunidade inteira em negar sua existência. “Não pode acontecer aqui”, insiste a letra satírica de uma canção de Frank Zappa, Help I’m a Rock. O “aqui” em questão é o coração e a mente do ser humano.
Gein enfrentou a sondagem de seus acusadores com divagações monótonas e quase inaudíveis. Sua memória estava turva. Só admitiu dois assassinatos, alegando que estava “grogue” quando ocorreram. Nenhum agente da lei, psiquiatra ou investigador do tribunal, conseguiu penetrar nas suas motivações. Sim, ele admitia ter desmantelado a caixa registradora de Bernice Worden e levado US$ 41. Sim, ele havia exumado seu primeiro cadáver com a ajuda de Gus, um fazendeiro que era seu camarada. No entanto, a explicação para os dois casos era a mesma: ele gostava de “desmontar as coisas” para ver “como funcionavam”.
Tarde da noite, enquanto seus vizinhos trabalhadores faziam amor, roncavam, estudavam a Bíblia ou se aborreciam com as contas, o gentil e simplório Ed Gein investigava o mistério de “como as coisas funcionavam” vagueando por sua fazenda com a pele, o cabelo e o rosto de cadáveres recentemente exumados amarrados ao seu corpo nu. As autoridades descobriram que sua primeira visita ao cemitério levou a cerca de outras quarenta escavações, sempre de covas de mulheres, frequentemente a uma pequena distância do local onde a mãe repousava. Gein disse a seus acusadores que ele e Gus (que morrera de causas naturais anos antes) enterraram os ossos e incineraram no forno as partes menos interessantes dos corpos. Quando os jornais noticiaram que ele afirmou “eu nunca atirei num cervo”, quantos vizinhos estremeceram à lembrança dos pacotes da saborosa “carne de veado” que ganharam de Gein?
Ele matou pela primeira vez em 1955, quando, numa fria noite de inverno, seu rifle .32 fez mira numa dona de taverna divorciada de 51 anos e seios grandes. Usando um trenó, Gein levou o corpo de Mary Hogan para a “cozinha de verão” de seu barracão. A polícia suspeitava que Gein teria torturado e matado pelo menos dez outras vítimas entre Mary Hogan e Bernice Worden. Ele nunca admitiu até ser julgado criminalmente insano e condenado à pena perpétua de internação no Hospital Central do Estado.
Os jornais locais, alguns dos quais chamavam Gein de “açougueiro louco”, só noticiaram seus assassinatos e suposto canibalismo. Travestismo, roubo de cadáveres e, como muitos especulavam, uma relação incestuosa com a mãe ultrapassavam os limites até mesmo do jornalismo das grandes cidades na década de 1950. Na zona rural dos Estados Unidos, tais temas literalmente não eram pronunciáveis, mas o que os jornais suprimiam, as fofocas entre comadres e piadas de mau gosto revelavam. A imprensa e os advogados oportunistas invadiram Plainfield como piranhas atrás de um boi se afogando. Carros lotados de curiosos vinham de longe para fotografar e apedrejar a “casa da morte” de Gein. Os moradores locais, ultrajados, evitavam os visitantes e se fechavam. Mesmo assim, todos sabiam que muita gente da vizinhança dava grandes voltas de carro para passar longe da fazenda. Inevitavelmente, surgiram rachaduras naquela muralha de negação. Médicos de várias partes do estado viram seus consultórios lotarem de pacientes com queixas de sintomas gastrointestinais. Psiquiatras locais trataram muitos ids transtornados pelo fascínio de Gein por “peças sobressalentes”.
As piadas de mau gosto, “Gein-ers”, como chamavam os moradores locais, surgiam por todos os lados.
A escada: “Como eram os parentes de Ed Gein?” A piada: “Deliciosos.”
Ou “Qual era o telefone dele?”, que resultava no trocadilho: “O-I-C-U-8-1-2” (Oh, I see you ate one too [oh, vejo que você também comeu um]).
E uma para aliviar outro terror indescritível: “Por que ninguém nunca conseguiu manter Gein preso?” A piada: “Porque ele desenhava uma mulher na parede e abria caminho a dentadas.”
Os bêbados nos bares arrancavam risadas embriagadas de seus companheiros pedindo uma cerveja à moda Gein: “corta no colarinho… e pendura!”
E garotinhos bem alimentados, que pareciam saídos de uma propaganda da Sopa Campbell’s, pulavam corda ao som da cantiga:
“Era a véspera de Natal
Em nenhum lugar da escola
De uma criatura havia sinal
Não tinha sequer uma mula
As professoras penduradas
Com cuidado no telhado
E para fazer sua chegada
Ed Gein era logo esperado.“
Até o dia da morte discreta e tranquila de Ed Gein no hospício, em 26 de julho de 1984, funcionários do hospital o descreviam como “afável” e “inofensivo”. Ele quase não tinha consciência do mundo exterior. Quanto aos seus crimes, tinha praticamente uma amnésia. Na tentativa de talvez purgar Plainfield do legado de Gein, pessoas de identidade desconhecida incendiaram a fazenda duas décadas atrás. Até hoje, pessoas mórbidas, fãs de crimes, caçadores de emoção e marginais fazem peregrinações às ruínas. E os moradores da área admitem que nenhum período natalino passa sem uma criança cantarolar “Noite infeliz, noite infeliz”.
Ninguém pode mensurar as ondas de choque deflagradas pelos atos monstruosos de Ed Gein ou a angústia que ele infligiu às suas vítimas ou aos parentes e amigos delas. Em 1957, a maioria dos americanos preferia se ver como pessoas tementes a Deus, homens com vidas limpas em ternos de flanela cinza, ou esposas perfeitamente perfeitas ao estilo Doris Day, ou bons e saudáveis garotos de família como Shirley Jones e Pat Boone no filme “Primavera do amor”. O povo elegeu um presidente chamado Eisenhower, que brincava de bambolê e assistia a Ozzie and Harriet na TV. No entanto, numa cidade a menos de 65 quilômetros de Plainfield, um homem se olhava fixamente no espelho ao se barbear. Ele meditava sobre Gein, pensava em si mesmo e se arrepiava.
Creio que agora não existem mais dúvidas certo? Vocês acabaram de ler a tradução livre do primeiro capítulo do livro Alfred Hitchcock e os Bastidores de Psicose de Stephen Rebelo, lançado no começo de 2013 no Brasil. E para aqueles que teimavam ainda em dizer que Ed Gein não tinha nada a ver com o filme, ai está a prova. Sim, Psicose teve o seu Norman Bates baseado nesse serial killer da vida real.
O livro acima certamente é para os amantes do cinema, principalmente para os fãs de um dos maiores filmes de todos os tempos. Considero-o como uma “bíblia”. Os Bastidores de Psicose oferece um cuidadoso e minucioso exame de cada etapa da criação de Psicose, da pré-produção, passando pela produção até a pós-produção. E ele não poderia começar melhor.
Como visto por vocês, o primeiro capítulo do livro é um mergulho nas atrocidades cometidas pelo serial killer Ed Gein, personagem da vida real que inspirou o principal personagem do filme, Norman Bates. Mas o que muitas pessoas não sabem, é que Alfred Hitchcock baseou o seu filme em um livro de mesmo nome lançado em 1959. Psycho de Robert Bloch nos apresenta Norman Bates, um solteirão de meia-idade dominado por sua mãe, uma velha puritana que o proíbe de viver uma vida longe dela.
O personagem principal do livro de Robert, Norman Bates, foi inspirado em duas pessoas. Primeiro, o serial killer da vida real Ed Gein, assassino o qual Robert posteriormente escreveu um conto intitulado The Shambles of Ed Gein. Inclusive, quem já assistiu aos extras do filme “O Massacre da Serra Elétrica” de 2003, deve ter visto o documentário Ed Gein: The Goul of Plainfield, no qual discute-se a inspiração “Geiniana” de Robert sobre Norman Bates. O segundo foi Calvin Beck, editor da antológica revista de horror Castelo do Frankenstein, muito popular na década de 1950.
Na época da prisão de Gein, Robert Bloch morava a apenas 65 quilômetros de Plainfield, em Weyauwega. Fascinado com o caso, o escritor começou a escrever o que ele chamou de: “…a noção de que o homem ao lado pode ser um monstro insuspeito mesmo em um microcosmo fofoqueiro cheio de vida de uma pequena cidade.”
Robert Bloch lançou o romance dois anos após a prisão de Gein. Ao ler uma resenha do livro, Hitchcock ficou de cabelos em pé. Imediatamente adquiriu os direitos da obra e convidou um jovem roteirista, Joseph Stefano, para ajudá-lo a levar a história para as telas. Hitchcock levou o projeto para a Paramount que desaconselhou-o a levá-lo adiante. Era pesado demais. Mas o diretor queria chocar o público realizando algo nunca antes feito. Ele tirou dinheiro do próprio bolso para filmar Psicose.
A princípio, o roteirista Stefano não gostou de como Robert Bloch havia retratado Norman Bates em seu livro: um homem de meia-idade, filhinho da mamãe, obcecado por nazistas e um assassino esquizofrênico. Para Stefano, era um personagem complicado. Quem poderia interpretá-lo?
Para o roteirista, o assassino a ser levado para a grande telona não poderia ser um Ed Gein, em outras palavras, um retardado velho e feio. O Norman Bates do filme tinha de ser atraente e galã, essa era a chave para o filme. Some-se a isso o fato da linda estrela Janet Leigh ser morta no começo do filme, então eles deveriam ter alguém chamativo o suficiente para segurar a película. E esse alguém era o galã Anthony Perkins, no auge dos seus 28 anos.
De acordo com um dos biógrafos de Anthony Perkins, Ronald Bergman, o papel era perfeito para o ator, pois assim como Norman Bates, Perkins também tinha um lado “obscuro” em sua vida, um lado que ele guardava a sete chaves. Norman Bates, escondia um serial killer esquizofrênico, já Perkins… escondia sua atração por pessoas do mesmo sexo. Extremamente tímido, o ganhador do Oscar de melhor ator de 1956 sentia-se totalmente inseguro ao lado de mulheres. Pra se ter uma ideia, mulheres do “porte” de Brigitte Bardot e Jane Fonda deram em cima dele sem sucesso. Perdeu a virgindade em 1972, aos 39 anos, com a atriz Victoria Principal, durante o período das filmagens de The Life and Times of Judge Roy Bean. Essa experiência mudou sua vida e um ano depois ele se casou com a fotógrafa e atriz Berry Berenson, com quem teve dois filhos. Entretanto, durante os anos 50 e 60, manteve affairs escondidos com homens, dentre eles o dançarino russo Rudolf Nureyev.
“Eu acho que o medo de ser descoberto foi terrível para Perkins. Ele achava que Norman Bates iria destruir sua carreira, mas obviamente, seu maior medo era ser exposto como um homem gay…” diz Bergman no livro Anthony Perkins: A Haunted Life.
Voltando ao personagem, no fim do filme, um psiquiatra explica o que aconteceu com Norman. Ele matara sua mãe e amante anos antes, após se sentir abandonado por ela. Com o passar dos anos, sua personalidade tornou-se compartilhada com a de sua mãe. A personalidade mãe era a que matava todos aqueles que ameaçassem intervir no relacionamento dos dois. E com o tempo essa personalidade tomou cada vez mais a mente de Norman, a ponto de assumir total controle sobre ele.
Quem conhece a história de Gein sabe que sua mãe exerceu total domínio sobre ele. Coincidência ou não, a primeira vez que Gein ficou sozinho na vida foi quando sua mãe morreu, ele tinha 39 anos, a mesma idade que Perkins perdeu a virgindade e, provavelmente, a idade com que Gein perdeu a sua (com cadáveres? fato não confirmado). Completamente dependente psicologicamente de sua mãe, Gein a desenterrou e a levou de volta para casa, assim como Norman fez no filme. Gein conversava com o cadáver da mãe e as vezes assumia sua identidade, fazendo trabalhos femininos em sua fazenda, como plantar verduras, costurar, cozinhar e varrer.
O psiquiatra Dr. Justin Frank, conhecido por dar palestras sobre cinema, disse que Hitchcock e Stefano retrataram com precisão o esquizofrênico paranóico Norman tendo em vista o estado da psquiatria a mais de 50 anos atrás.
“Norman é um cara interessante que essencialmente substitui a dor da perda e do luto se tornando outra pessoa. Assim, ele controla totalmente sua perda pegando as características e o comportamento da pessoa que está morta.”
O psiquiatra pode estar certo, Hitchcock e Stefano retrataram brilhantemente Norman Bates no cinema, o filme foi um marco e impactou diretamente nas produções que vieram posteriormente, mudando definitivamente a cara do cinema. Mas todos esquecem de uma coisa. Nada disso teria acontecido não fosse Ed Gein. Sem Ed, Bloch nunca teria escrito seu livro, Hitchcock nunca o teria lido, não o teria adaptado para a telona, eu não estaria escrevendo este texto… é até difícil pensar no que teria sido o mundo das artes se Psicose não tivesse sido filmado.
Como eu já disse anteriormente, Ed Gein não foi apenas o homem que inspirou Psicose, foi um homem que mudou o mundo, por incrível que pareça.
Em 1952 Christine Jorgensen tornou-se a primeira pessoa a fazer uma operação de mudança de sexo nos Estados Unidos. Ed Gein, o serial killer da vida real que foi a inspiração para o vilão de Psicose, guardava notícias de jornais sobre a operação e tinha interesse em passar pela mesma cirurgia. Alguém já viu O Silêncio dos Inocentes?… Buffalo Bill…
“O filme de Hitchcock pode soar hoje tão incompreensível quanto uma velha série dos primórdios da TV ou um filme mudo. Quem foi criado com Jason e Freddy pode ficar perplexo com o fato de o público de 1960 ter gritado por causa de Norman.”
[Stephen Rebello]
“Auto-plágio é estilo.”
[Alfred Hitchcock]
“Nunca se deve configurar um assassinato. Eles devem ocorrer de forma inesperada, como na vida.”
[Alfred Hitchcock]
“Muitas pessoas não sabem disso, mas eu estava em Nova York ensaiando para uma peça de teatro quando a cena do chuveiro foi filmada em Hollywood. É muito estranho passar a vida sendo identificado com esta seqüência sabendo que quem o fez foi o meu dublê. Na verdade, a primeira vez que eu vi ‘Psicose’ e vi a cena, achei realmente assustador. Eu fiquei tão assustado quanto qualquer outra pessoa.”
[Anthony Perkins]
“Eu tenho muito carinho e simpatia por Norman Bates. Ele não é apenas um monstro. É um torturado.”
[Anthony Perkins]
“O melhor amigo de um menino é sua mãe.”
[Norman Bates]
“Ela só fica louca as vezes. Todos nós ficamos um pouco louco as vezes.”
[Norman Bates]
“Um homem que se veste com roupas femininas, afim de alcançar uma mudança de sexo ou satisfação é um travesti. Mas no caso de Norman, ele estava simplesmente fazendo todo o possível para manter viva a ilusão de que sua mãe estava viva.”
[Dr. Fred Richmond, personagem de Psicose]
“… isso desencadeou a mãe ciumenta e a mãe matou a garota. Após o assassinato, Norman voltou, como se estivesse num sono profundo e, como um filho obediente, encobriu todos os vestígios do crime. Ele estava convencido de que sua mãe o tinha cometido!”
[Dr. Fred Richmond, personagem de Psicose]
“Eu gosto desse lugar, todo mundo me trata bem, embora alguns deles sejam doidos.”
[Ed Gein, sobre o hospital psiquiátrico em que ficou internado por quase 30 anos]
“Não muito, eu tinha outras coisas para fazer.”
[Ed Gein, ao ser perguntado se levava muito tempo para confeccionar suas máscaras de pele humana]
Vídeo: Os Bastidores de Psicose
Se eu fosse você, não perderia esta leitura: Serial Killers: O Pai do Terror (a história completa de Ed Gein)
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