John Wayne Gacy, 36, agressor sexual condenado que gostava de vestir uma fantasia de palhaço em festas infantis, cobre seu rosto ao sair do tribunal em 23 de Dezembro de 1978 após ser acusado do assassinato de um adolescente. A polícia logo descobriria um cemitério debaixo de sua casa. Foto: © Bettmann/CORBIS.
Novas dúvidas foram levantadas sobre as infames fantasias de palhaço do serial killer John Wayne Gacy. As famosas roupas foram apreendidas pela polícia após Gacy ter sido preso por assassinar 33 jovens. Em seu Original Report, o repórter Dave Savini, da CBS 2, descobriu indícios de que tais fantasias acabaram no mercado negro.
As fantasias de Gacy deveriam estar num depósito trancado, junto com outras evidências do caso. Mas em vez disso, as roupas que ele utilizava para se transformar nos palhaços Pogo e Patches acabaram se tornando fonte de lucro para algum espertalhão.
“Eles me apelidaram palhaço assassino”, afirmou Jonh Wayne Gacy durante uma entrevista em 1992. Sua vida foi uma contradição: um palhaço durante o dia e um serial killer à noite.
“Para mim, me vestir de palhaço era uma forma de relaxar”, disse certa vez Gacy. “Era um retorno à infância. Você conseguia relaxar e podia ser bobo se quisesse”.
E assim ele divertia crianças doentes.
“Quando Gacy colocava aquela roupa, ele era o John Gacy bonzinho”, afirmou o advogado do serial killer, Sam Amirante.
Mas por causa do “John Gacy Malvado”, as fantasias de palhaço se tornaram bastante valiosas.
Apesar de terem sido coletadas como evidências e fazerem parte do inventário do caso, as fantasias de palhaço de Gacy, a vermelha famosa e uma outra, acabaram no Museu Nacional do Crime em Washington, DC. Mas como elas foram parar lá?
Em Fevereiro de 1979, as duas fantasias artesanais de Gacy foram retiradas de sua casa em Summerdale e trancadas na sala de evidências do escritório do xerife do Condado de Cook. O Departamento do Xerife afirma ter enviado as fantasias para o escritório da Promotoria Estadual do Condado de Cook em Novembro de 1979. Os rastros param aí. O promotor atual não sabe o que aconteceu na época.
“Eu esperava que eles soubessem”, afirmou Amirante. “Esperava que eles tivessem mais responsabilidade, um cuidado maior, um sistema de inventário melhor”.
Os investigadores da CBS 2 obtiveram uma foto de uma fantasia de palhaço de Gacy, ainda contendo a etiqueta de evidências do condado, numa casa na região sudoeste de Chicago. Descobriu-se que um funcionário do condado se apossou dessa roupa e conseguiu vendê-la por US$ 25 mil dólares.
Mas como ela foi parar no Museu Nacional do Crime? Um colecionador privado emprestou-a, é o que diz o museu, que possui outros artefatos de Gacy, incluindo uma jaqueta (a mesma que ele veste na foto acima), uma carteira, tinta e pinturas.
“Existe uma curiosidade mórbida por aí”, afirmou Amirante, que acrescenta que qualquer pessoa que tenha retirado a roupa para faturar em cima dela pode ter problemas reais.
“Se alguém disse ‘vamos retirar isso do inventário, você vende e me dá uma parte da grana’, então eu acho que eles terão sérios problemas”, concluiu o advogado.
Por causa das descobertas da CBS 2, a Promotoria Estadual do Condado de Cook instaurou uma sindicância para determinar se houve peculato ou roubo da parte de algum empregado antigo ou atual.
As tentativas de encontrar o colecionador que doou as fantasias de palhaço ao museu foram infrutíferas.
Veja abaixo uma reportagem legendada sobre as descobertas da CBS.
Fonte: CBS Chicago
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