JEFF, na trilha da loucura, de Daniel Cruz, é a obra definitiva para o público brasileiro sobre um dos mais conhecidos assassinos em série da história moderna. Extremamente detalhado e com inúmeras informações desconhecidas, JEFF é uma viagem sem volta na escuridão da mente humana.
A obra cobre 34 anos de uma vida luxuriosa dedicada quase que exclusivamente à incessante busca pelo prazer perdido. Completamente distorcido, Jeff Dahmer foi de um estranho garoto que gostava de coletar animais atropelados nas estradas para esfolá-los, descarná-los, examinando suas entranhas e guardando seus crânios para um medonho homicida que cruzava a noite de Milwaukee na tentativa de conseguir homens para uma noite de prazer regrada às mais doentias fantasias sexuais já imaginadas.
JEFF é um exame minucioso da sua vida, dos seus crimes, de sua mente perturbada e da sociedade em que estava inserido. É um livro biográfico, mas também analítico e técnico. O fenômeno serial killer é abordado em sua totalidade e não limitado ao sensacionalismo gore comumente apresentado nos veículos de massa e na indústria do entretenimento.
A seguir, 10 trechos retirados do livro.
TRECHO 1
“Inicialmente, a morte de Steven Tuomi lhe causou um choque, mas que se dissipou rapidamente. A maioria das pessoas nessa situação entraria em pânico. Não Jeff. Numa frieza de gelar a espinha ele racionalmente resolveu a situação e ainda sorriu e rezou com sua família na mesa de jantar, enquanto o cadáver de um homem repousava escondido em um dos cômodos. Para provar o quão distorcido e macabro era, manteve o corpo por nove dias, tempo em que abusou sexualmente dele quando a vontade aparecia. Tuomi, agora, era o parceiro perfeito: sem alma ou espírito, apenas a carne necessária para o exercimento de controle e poder.”
– JEFF, na trilha da loucura, página 129
TRECHO 2
“Para a imensa maioria das pessoas não há maneira de ver além da aparência; a capa e as máscaras são tudo o que elas podem enxergar nos outros, e Jeff sabia como ninguém manter seu lado negro no compartimento correto — lacrado e inviolado. Claro, ele tinha muita experiência nisso, pois desde a sua adolescência agiu para aparentar uma normalidade insuspeita. Ele podia ser diferente e estranho às vezes, mas nada além disso. Com exceção de Evelyn Rosen, ninguém que o conheceu em uma situação social corriqueira teve medo dele. Jeff era só mais um na multidão.”
– JEFF, na trilha da loucura, página 162
TRECHO 3
“Mercador da morte, aquela era a sua sina: terminar apenas com cadáveres. Mais do que isso, Jeff parecia ser o próprio diabo criando a sua pintura renascentista ao vivo e a cores, experimentando barbaridades cada vez mais doentias na busca pela tela perfeita. Ele tirou várias fotos da vítima, colocou seu corpo no banheiro e iniciou o processo de desmembramento e descarne. Inicialmente, ele pendurou o corpo pelo pescoço com a cinta de couro presa na torneira do chuveiro, e com uma faca habilmente retirou a pele. Ele continuou removendo a carne, centímetro por centímetro, só parando para tirar fotografias.”
– JEFF, na trilha da loucura, página 229
TRECHO 4
“[Uma das polaroides] mostrava Lacy pendurado pelo pescoço, quase que totalmente descarnado (com exceção da cabeça), os ossos brilhando de seu tronco numa imagem horrorosa. Na mesma foto, dentro da banheira, boiando no formaldeído e sal, os cadáveres sem cabeças de Turner e Weinberger em estágios de desmembramento e descarne diferentes. Tal polaroide representou o ápice do trabalho demoníaco do pintor Jeff Dahmer.”
– JEFF, na trilha da loucura, página 229
TRECHO 5
“O próprio Jeff se irritou profundamente com Palermo, tanto que ele escreveu uma nota e obrigou Boyle a compartilhá-la com a imprensa, sendo esta a sua única reação a algo dito contra ele durante todo o julgamento. De acordo com Jeff, o psiquiatra distorceu muita coisa do que ele disse. Uma das afirmações de Palermo no tribunal que mais incomodou Dahmer foi a de que ele obtinha prazer em matar, o que não era verdade. O psiquiatra também errou no número de vítimas negras e pode ter agido de má fé ao insinuar que os crimes teriam motivação racial, e que Jeff estaria morrendo de medo dos detentos negros da prisão.”
– JEFF, na trilha da loucura, página 308
TRECHO 6
“Jeff parecia mesmo como o personagem alienígena do filme O Predador, um ser desalmado e vazio que caça seres humanos para satisfação pessoal. O Predador procura por um tipo bem específico, não se importa com suas identidades e guarda seus crânios como lembranças. Se no filme esse personagem alienígena fosse preso e interrogado por Patrick Kennedy, ele, tentando identificá-los, diria sobre suas vítimas: “o cara do facão”, “o cara da metralhadora giratória”, “o cara do escorpião”, “o contador de piadas”.”
– JEFF, na trilha da loucura, páginas 393-394
TRECHO 7
“A fusão simbiótica é um esforço ilusório no qual o assassino em série se envolve para alcançar uma fusão ou unidade simbiótica com sua vítima. Inconscientemente, Jeff fez isso de diversas formas: intrusões sexuais, ingestão de partes de corpos, vestir-se com a pele esfolada e o escalpo, e coleta de troféus.”
– JEFF, na trilha da loucura, página 417
TRECHO 8
“No necrotério, mesmo morto, algemas foram deixadas nos tornozelos de Jeff e só foram tiradas quando o patologista forense Dr. Robert Huntington III, da Universidade do Wisconsin, começou a realizar a autópsia. ‘Tamanho era o medo desse homem, que as algemas foram deixadas nos pés, mesmo no post mortem”, comentou o médico para a Associated Press‘.”
– JEFF, na trilha da loucura, página 489
TRECHO 9
“Jeff Dahmer estava certo, e do dia para a noite Pat ficou famoso. O detetive até mesmo foi assediado por mulheres que queriam saber mais sobre Dahmer. Duas delas foram uma escrivã do escritório do promotor público de Milwaukee, e outra do quadro da polícia de Milwaukee. Ele chegou a receber um beijo de uma delas.”
– JEFF, na trilha da loucura, página 490
TRECHO 10
“Dahmer hoje é um tipo de estrela do crime, mitificado por uma estranha sociedade que glorifica assassinos enquanto joga para debaixo do tapete suas ações. As vítimas são apenas personagens coadjuvantes necessárias para vitrinar o ator principal. Mas, mesmo sabendo dessa particularidade distorcida do mundo moderno, Dahmer, de fato, desperta sentimentos conflitantes.”
– JEFF, na trilha da loucura, página 391
JEFF, na trilha da loucura
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