Raskólnikov de Saia: Irina Gaidamachuk, a loba homicida dos Urais

Em 2002, a polícia de Krasnoufimsk se deparou com o horrendo assassinato de uma mulher idosa, morta a marteladas dentro do próprio apartamento. Este violento crime marcou uma série...

Em 2002, a polícia de Krasnoufimsk se deparou com o horrendo assassinato de uma mulher idosa, morta a marteladas dentro do próprio apartamento. Este violento crime marcou uma série de homicídios não resolvidos que perdurou por quase uma década.

Um ano depois as autoridades já sabiam com quem estavam lidando: um assassino em série impiedoso que não tinha pudor em arrebentar cabeças de idosas com um martelo, deixando-as em poças de sangue e seguindo para a próxima casa. E mais: o matador era uma mulher. O sexo do agressor veio após uma vítima sobreviver e dar detalhes do ataque. A polícia imprimiu folhetos com o retrato-falado da suspeita e espalhou pela cidade. A legenda no papel dizia:

“Cidadãos! Nunca na história de Krasnoufimsk houve uma série de homicídios tão brutais. Chegou a hora de todos nós, habitantes da cidade e região, unirmos contra a assassina. Somente juntos podemos detê-la e prendê-la!”

Mas os homicídios não pararam e a loba iniciou um “passeio” pela região, matando idosas em outras cidades e vilas. Em 2008, quando a mãe do chefe de polícia de Nizhny Tagil foi assassinada, as autoridades de Oblast de Sverdlovsk se uniram para acabar de uma vez por todas com os crimes. Mas como acontece muitas vezes no mundo dos assassinos em série, foi a própria assassina quem ajudou as autoridades nessa tarefa.

Em maio de 2010, ela cometeu o erro de voltar ao local do primeiro crime: a rua Ukhtomskaya. Lá, ela matou uma mulher de 81 anos com 18 marteladas na cabeça. Como a idosa ainda agonizava, a agressora a afogou na banheira. À polícia, vizinhos disseram que a única pessoa diferente vista no prédio era Irina Gaidamachuk, uma simpática mulher de 39 anos que vez ou outra fazia serviços domésticos para idosas. Inclusive, ela também trabalhou para a primeira vítima.

Presa, Irina chocou ao informar o motivo da selvageria. Ela só queria roubar moedas e notas de dinheiro das vítimas para comprar vodca. O primeiro crime não foi planejado, mas uma vez feito, matar idosas virou uma rotina, um hábito.

Seu caso é como um filme de terror na vida real — uma mulher de aparência frágil que finge ajudar vovós enquanto ajeita o martelo na cintura. Horripilante.

Casada e com uma filha adolescente, Irina era alcóolatra e não trabalhava. Para não piorar o vício da esposa, o marido não lhe dava dinheiro, então Irina começou a fazer bicos em casas de idosos. Num desses trabalhos, pensou em procurar alguma coisa para roubar e assim ter mais dinheiro para a vodca. A dona do apartamento viu e Irina, no impulso, pegou o primeiro objeto que viu na frente, um martelo, e atacou a dona da casa até que ela estivesse completamente morta (o que acabou se tornando sua assinatura: matar com o martelo).

Sem remorso, alcoólatra e provavelmente com algum tipo de ressentimento por pessoas idosas (ela não gostava dos pais idosos que não a sustentavam; a sogra idosa sempre foi uma pedra no sapato por infernizá-la devido a sua vida sem propósito; ela mesmo poderia não ver serventia em pessoas de idade), Irina simplesmente passou a caçar mulheres idosas para matar. Como uma loba, ela podia seguir por dias uma vítima em potencial, aprendia tudo sobre a sua rotina e, principalmente, descobria se a velhinha vivia sozinha. Quando policiais a viram após descobrirem sobre ela, perceberam que Irina era a cara do retrato-falado. Digitais deixadas nas cenas dos crimes e um tufo de cabelo, que uma das vítimas arrancou da assassina, confirmaram ela como a autora indiscutível dos assassinatos em série.

Condenada, Irina Gaidamachuk recebeu a pena máxima para mulheres na Rússia: 20 anos. Pela lei, a justiça deverá soltá-la daqui a sete anos, em 2030, quando ela tiver 59 anos. Ela sairá livre numa idade inferior a todas as suas 17 vítimas.

Referências: [1] Блондинка с молотком. Komsomolskaia Pravda. 2011; [2] Забивала молотком, чтобы купить водку. Как малярша с Урала убила 17 пенсионерок. Gazeta. 2022; [3] Уральская волчица Россиянка охотилась с молотком на пожилых женщин и стала самой жестокой преступницей страны. Lenta. 2020; [4] Russia’s worst woman serial killer dubbed ‘Satan in a Skirt’ after murdering 17 pensioners in eight year reign of terror. Daily Mail. 2012.

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Por:


Daniel Cruz
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