Assassinos em Série: prostitutas, necrofilia e ódio da própria mãe

Em outubro de 1995, o corpo de uma prostituta de 29 anos foi encontrado em Atenas, Grécia. A vítima foi estrangulada e o assassino cortou seus mamilos, removeu suas...

Em outubro de 1995, o corpo de uma prostituta de 29 anos foi encontrado em Atenas, Grécia. A vítima foi estrangulada e o assassino cortou seus mamilos, removeu suas entranhas e desmembrou o corpo. Seguiram-se outros ataques a prostitutas antes da polícia capturar o maníaco: Antonis Daglis, de 23 anos.

Psiquiatras não tiveram dúvidas de que os crimes eram um reflexo do ódio que Daglis sentia da própria mãe. Ele a amava, mas nunca a perdoou por seu trabalho, nas suas palavras, “antiético”, em “bares sórdidos”. Sua mãe foi uma prostituta e, quando criança, Daglis a viu fazendo sexo com um cliente — a visão o atormentou pelo resto da vida.

Que muitos serial killers sentem ódio de prostitutas, isso nós sabemos desde Jack, o Estripador, mas o que pode ser desconhecido de alguns é que a raiz dessa raiva despropositada muitas vezes repousa nas mães desses assassinos.

Ao ser preso em 1971, o psicopata brasileiro José Bezerra não titubeou em apontar a culpada por suas ações. Seu “impulso irresistível” em matar mulheres era tudo culpa de sua mãe. A mulher supostamente se entregava a qualquer um por dinheiro e na frente do pequeno José. Perguntado sobre o que mais odiava na vida, respondeu sem pestanejar: “Mulher da vida. Essas mulheres que ficam na rua pegando homem por dinheiro”. José matou mulheres que se assemelhavam à sua mãe e adorava quando suas parceiras permaneciam imóveis durante o ato sexual, só assim sentia prazer. “Necrófilo, sadomasoquista-fetichista”, apontou o laudo psiquiátrico.

Outro necrófilo matador de prostitutas foi o americano Arthur Shawcross — que também não tinha nada de bom para falar da mãe. Como José, para atingir a satisfação sexual, Arthur devia matar primeiro. Mas houve quem escapasse de sua demência assassina. Certa vez, percebendo que Arthur não alcançava a ereção, uma prostituta se fingiu de morta, fechou os olhos e ficou imóvel. A ereção, então, veio rápido. Arthur ficou tão satisfeito por ela ter feito isso que não a matou.

A aversão que alguns assassinos sentem das mães acaba sendo projetada em todas as mulheres. Se o indivíduo odeia a própria mãe, fica fácil brutalizar uma desconhecida. Antonis Daglis que o diga.

Essa característica é só um pedaço do bolo patológico homicida de cada um. São três exemplos de homens completamente doentes e distorcidos que nutriam ódio e raiva da mãe. Há muitos outros casos, como Carroll Cole e Joe Fischer. Cole, assim como Daglis e José Bezerra, também nunca esqueceu da visão da mãe mantendo relações sexuais como homens. Já Fischer também odiava mulheres porque sua mãe foi uma prostituta. Já outros serial killers tiveram eventos traumáticos envolvendo a mãe, mas de forma diferente. Ed Kemper, Ed Gein e Ted Bundy são alguns exemplos.

Uma história sobre José Bezerra: certa vez, ele conheceu uma moça e os dois passaram a se encontrar. Muito tempo depois, ele a levou até um local afastado (onde matava suas vítimas) e lá eles tiveram uma relação sexual “pura”. Então, ele tentou relações “anormais” e a moça recusou. Nesse momento, José ajoelhou-se em seus pés, agradeceu pela recusa e disse que finalmente havia encontrado uma mulher “pura”. Eles viveram muitos anos juntos e ele nunca tentou matá-la. Mas, ao mesmo tempo, matava outras mulheres. Se a sua namorada tivesse aceitado a relação “anormal”, ele a teria matado.

Referências: [1] Condenados ou absolvidos? Tribunal de Justiça de São Paulo. tjsp.jus.br; [2] As confissões do Monstro do Morumbi. Manchete. Ed. 1024. 1971. Pág. 142; [3] José Paz, o estrangulador. O Cruzeiro. Ed. 44. 1970. Pág. 136; [4] “The Ripper of Athens”: The chilling story of Greece’s most notorious serial killer. Greek City Times; [5] Shawcross calls himself a victim. Star-Gazette. 18 dez. 1990. Página 4B.

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Por:


Daniel Cruz
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