Genealogia Genética: assassino de Eve Wilkowitz é identificado 42 anos depois

Em 6 de dezembro de 2021, policiais fizeram uma visita a uma mulher chamada Irene Wilkowitz e ela imediatamente começou a tremer. Irene não tinha boas lembranças da polícia,...

Em 6 de dezembro de 2021, policiais fizeram uma visita a uma mulher chamada Irene Wilkowitz e ela imediatamente começou a tremer. Irene não tinha boas lembranças da polícia, pois, 42 anos antes, eles também a visitaram para dar a pior notícia de sua vida — a descoberta do corpo de sua irmã Eve, de 20 anos, estuprada e estrangulada após sair do trabalho e pegar um trem para casa. Isso foi em 25 de março de 1980 e Irene nunca se recuperou do trauma.

QUEM MATOU EVE?

Garota humilde e interiorana, Eve encarava todos os dias 4 horas de trem para ir e voltar do povoado de Bay Shore, onde morava, e Manhattan, onde trabalhava como secretária. Ela sempre chegava à noite em casa, dormia poucas horas e acordava novamente para pegar o trem. Essa era sua vida. Eve tinha medo de andar sozinha à noite, mas sua determinação em mudar de vida não a permitiu abandonar seus sonhos. Eles, entretanto, foram violentamente interrompidos.

“Esse é um caso muito brutal. Não sabemos ainda se ela conhecia o assassino ou se foi raptada. Tudo o que sei é que pegaremos o cara. Ela era uma menina jovem e boa”, disse um detetive na época para o Newsday. O caso Eve se tornou pessoal para a polícia de Bay Shore, mas o assassino jamais foi identificado. O monstro, entretanto, deixou seu DNA no corpo da vítima — a evidência de ouro para os cientistas forenses do século XXI.

GENEALOGIA GENÉTICA

Em 2018, o sobrinho de Eve, Evan, batizado em homenagem à tia, contou à sua mãe, Irene, sobre o caso do Assassino Do Estado Dourado. A polícia da Califórnia havia utilizado uma nova técnica para capturar o serial killer que aterrorizou o estado décadas antes. Quem sabe isso não poderia ser utilizado para pegar o homem que matou Eve? Para frustração de Evan e Irene, o estado de Nova York não permite o uso da técnica, mas investigadores deram um “jeitinho americano”. Eles enviaram o DNA retirado do sêmen do assassino para o FBI e pediram para que eles usassem a genealogia genética na tentativa de identificar o homicida.

Em 6 de dezembro, Irene tremeu e chorou nos ombros de Evan. “Nós identificamos a pessoa responsável pela morte da sua irmã,” disse um detetive.

Irene, enfim, pôde dormir em paz.

O caso só foi resolvido porque o FBI não está restrito às leis do estado de Nova York. O FBI concordou com o pedido dos investigadores do estado e um agente especializado em genealogia genética começou a trabalhar no caso. Rapidamente, após inserir o DNA do assassino no GEDMatch e outros bancos de dados online, ele encontrou um parente distante do assassino desconhecido. O sobrenome do parente era Rice. Trabalhando na árvore genealógica, o agente suspeitou de um homem chamado Herbert Rice, morto aos 40 anos de câncer em 1991. Ele descobriu um filho de Rice, contou a história para ele, e o homem aceitou fornecer seu DNA para testagem. O resultado? Ele era filho do assassino. Para confirmar 100% a autoria, o cadáver de Herbert foi exumado e no último dia 23 de março um exame de DNA confirmou que o DNA retirado do sêmen encontrado no corpo batia perfeitamente com o de Herbert.

Fontes consultadas: [1] Victim Had Told of Being Followed. Newsday. 27 de Mar. 1980. Página 23; [2] Seek tips in murder. Daily News. Nassau-Suffolk. 28 de Mar. 1980. Página 5; [3] She waited 42 years to learn who killed her sister. The answer didn’t ease her pain. NBC News; [4] Killer identified 42 years after murder. PIX 11 News.

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Daniel Cruz
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