Familicidas: o brutal caso de Ronald Simmons

Os filhos do militar aposentado Ronald Simmons estavam acostumados a cumprir as ordens do pai. Quando ele ordenou que eles cavassem um buraco no jardim da casa, eles cavaram....

Os filhos do militar aposentado Ronald Simmons estavam acostumados a cumprir as ordens do pai. Quando ele ordenou que eles cavassem um buraco no jardim da casa, eles cavaram. O que Loretta, 17, Eddy, 14, Marianne, 11, e Rebecca, 8, não sabiam era que estavam cavando o próprio túmulo.

As crianças e a esposa sabiam o que era ser diferente. Eles viveram uma vida presos às regras do patriarca. Sem a sua autorização, eles não podiam sair de casa ou fazer amigos. Maníaco, Simmons vivia mudando de cidade, pois onde ia uma mulher apresentava queixa à polícia de importunação sexual. A garçonete. A moça do café. A recepcionista dos correios… Então ele fugia levando a família.

Quando um médico alertou sua esposa de que ela não poderia mais engravidar após dar à luz à sétima criança do casal, Simmons surtou. O que seria dele sem poder demonstrar toda a sua virilidade? Mas logo a raiva passaria ao descobrir que poderia oferecer toda a sua potência sexual às próprias filhas, que cresciam cada vez mais bonitas e atraentes. Uma delas, Sheila, tempos depois teve a audácia de arranjar um namorado e, pior, se casar com ele. Como ela poderia fazer isso depois de tudo o que ele fez pela família?

Um belo dia, Simmons acordou seu filho mais velho, Ronald Jr., com um pé de cabra. Ronald Jr. reagiu e o pai atirou cinco vezes nele, sendo quatro no rosto. Sua esposa Becky foi ver o que se passava e Simmons a matou da mesma maneira, então jogou os copos em uma fossa e estrangulou outros quatro filhos e uma neta: Loretta, Eddy, Marianne, Rebecca e Barbara.

No dia seguinte, familiares chegaram para as festas de Natal. Simmons, então, atirou no filho Billy, na nora Renata e estrangulou o neto Trae. Depois atirou nas filhas Sheila e Sylvia, e no genro Dennis. O último a morrer foi o neto Michael, fruto do incesto entre Sheila e o pai. Então Simmons comemorou o Natal bebendo cerveja ao lado dos cadáveres.

Psiquiatras não encontraram nada de anormal no homem. Ele era tão normal quanto qualquer um de nós.

“Para aqueles que se opõem à pena de morte, no meu caso em particular, qualquer coisa menos que a morte teria sido punição cruel e incomum”, escreveu ele em uma nota.

Após aniquilar 14 membros da sua família, Simmons assassinou Kathy Kendrick, de 24 anos, recepcionista de uma firma de advocacia. Suspeita-se que ela tenha negado suas investidas sexuais. O próximo a morrer foi J.D. Chaffin, de 33 anos. Ele atacou outras pessoas antes de se sentar e esperar pela chegada da polícia. Durante toda a investigação e julgamento, ele nunca abriu a boca, se negando a comentar sobre os motivos que o levaram a cometer tamanha atrocidade. Aparentemente ele só era um homem extremamente ruim incapaz de lidar com a perda do controle sobre sua família. No interrogatório, seus olhos chegaram a se encher de lágrimas quando o delegado perguntou sobre a sua família.

Enquanto aguardava sua execução, Simmons chegou a ser entrevistado e limitou-se a dizer que sentia falta da família e tinha remorso. Em retrospectiva, esse homem doentio liquidou a família e atuou de todas as formas para que sua execução não demorasse. Ele é um “Aniquilador de Família” e a psicologia por trás desses casos mostra, muitas vezes, um homem que perdeu sua identidade de “homem da casa”, o “macho alfa”. Perdendo a identidade de provedor da casa, tal indivíduo, com o ego ferido, conclui que a única alternativa é matar todos. No caso do Simmons (e isso é suposição minha), sua identidade masculina estava intimamente ligada ao domínio que exercia sobre sua esposa e filhos. Era também um domínio/poder sexual já que ele via o sexo como forma de subjugar. Com os filhos e filhas crescendo, saindo de casa e se casando (no caso das mulheres como Sheila, se relacionando com homens mais novos e mais viris), ele perdeu o controle e estava perdendo o território. Se sentindo humilhado e com o ego macho ferido, decidiu punir aqueles que o machucaram.

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Daniel Cruz
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