A humilhação como semente do ódio dos assassinos em série

No OAV Opinião 11, comentamos sobre o caso de um serial killer preso em Uganda e cuja motivação pode ter sido uma traição. Nesse sentido, um outro motivador comumente...

No OAV Opinião 11, comentamos sobre o caso de um serial killer preso em Uganda e cuja motivação pode ter sido uma traição.

Nesse sentido, um outro motivador comumente ligado a serial killers é o sentimento de humilhação.

Não é desculpa para assassinato, mas para algumas pessoas, a humilhação é a semente do ódio homicida que os priva de autoestima, senso de controle e sentimento de realização. Eles não tentam superar isso, ao contrário, o sentimento inflama cada vez mais, alimentando sua visão de um mundo hostil.

Em um programa do canal ID, a mãe do serial killer Todd Kohlhepp disse que as pessoas “caçoavam dele. Ninguém gosta de ser humilhado”. Dennis Rader, o “Assassino BTK”, falou de incidentes em sua infância em que foi humilhado pela mãe, o que acabou motivando suas fantasias de controlar e punir mulheres. Ele passou a vida remoendo experiências de raiva e desamparo nas mãos de mulheres. Na adolescência, imaginou “armadilhas para garotas” e formas de amarrar mulheres, pensamentos que mais tarde moldariam seus atos como serial killer. Carroll Cole e John Wayne Gacy foram outros que levaram seus sentimentos de humilhação e raiva a níveis assustadores – Cole humilhado pela mãe, Gacy pelo pai.

Em 1994, Robert Hale discutiu o papel da humilhação no assassinato em série. As vítimas são simbólicas, ele afirma. Serial killers vivem de reviver memórias internalizadas constrangedoras, memórias onde são provocados, ameaçados ou abusados, e isso os mantém sempre no limbo. Ele, então, ataca na tentativa de diminuir o impacto negativo dessas memórias – mas como a vítima não é o ofensor, não há resolução, então os assassinatos continuam. O assassino não faz associação entre o seu passado e o que está fazendo atualmente. Ele está apenas tentando se sentir fortalecido dentro de um contexto pessoal. O caso de Ed Kemper é interessante no apoio a essa teoria. Ed parou de matar inocentes e sentiu que havia acertado as contas com o seu passado apenas quando matou o seu ofensor, a mãe.

Humilhação e traição não são respostas definitivas, mas não podemos negligenciá-las, principalmente quando queremos entender a dinâmica do funcionamento de um serial killer.

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Daniel Cruz
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