Genealogia Genética: quase 40 anos depois, autoridades identificam vítima do serial killer Larry Eyler

“Nos próximos tempos podem ter certeza que leremos muitas dessas notícias… estupradores e assassinos sendo identificados através desta tecnologia , assim como vítimas também”. – Daniel Cruz, OAV...

“Nos próximos tempos podem ter certeza que leremos muitas dessas notícias… estupradores e assassinos sendo identificados através desta tecnologia [genealogia genética], assim como vítimas também”.

– Daniel Cruz, OAV Opinião Ep.2

Em 18 de outubro de 1983, catadores de cogumelos descobriram algo sinistro em uma área florestal ao lado da rodovia US-41, no Condado de Newton, estado de Indiana. Uma olhada aguçada apresentou o horror: quatro corpos humanos se decompondo em uma cova rasa. Os cadáveres pertenciam a jovens homens de 17 a 23 anos, brancos, na mesma faixa de altura. Os investigadores não tiveram dúvidas: aquilo era o cemitério de um serial killer. Dois corpos foram identificados, os outros dois não.

Há três dias, autoridades de Indiana anunciaram a identidade de um dos dois corpos. Ele é John Ingram Brandenburg, de Chicago, desaparecido aos 19 anos em 1983. Finalmente, 38 anos depois, a família Brandenburg encontrou a paz. A identidade só foi possível graças à ajuda do DNA Doe Project que realizou um sequenciamento completo do genoma em janeiro deste ano.

Em meados de 2019, após todas as pistas exaurirem, autoridades do Condado de Newton entraram em contato com o DNA Doe Project em busca de ajuda no caso. A extração do DNA dos restos mortais foi feita pelo Centro de Identificação Humana da Universidade do Norte do Texas (UNT). O processo levou um tempo considerável já que a UNT usou uma técnica chamada de Amostra de Referência de Família (FRS, nas iniciais do inglês). Em janeiro de 2021, o DNA foi enviado para o laboratório HudsonAlpha Discovery para sequenciamento completo do genoma. Dois meses depois, em março, um trabalho de bioinformática foi realizado por Kevin Lord da Saber Investigations, uma empresa de genealogia genética sediada em Belton, Texas. Esse processo produziu um arquivo adequado para upload em bancos de dados que fazem comparações entre amostras de DNA na Internet. Em 2 de abril de 2021, o arquivo foi subido no GEDMatch e um match foi feito com um parente próximo (que havia subido anteriormente a sua amostra na esperança de encontrar John).

O serial killer


Entre 1982 e 1984, pelo menos 21 adolescentes e homens jovens foram encontrados assassinados à beira de estradas nos estados de Indiana e Illinois. Eles eram torturados de forma sádica antes de serem esfaqueados no abdômen e peito. Calças e cuecas eram deixadas em torno do joelho e várias das vítimas foram estripadas e desmembradas.

Chamados, profilers do FBI disseram que o psicopata era um homem branco em torno dos 30 anos que tinha ódio de si mesmo devido à sua atração sexual por outros homens. Ele projetaria uma imagem machista de si mesmo e buscaria a companhia e aprovação de outros homens a fim de obter um sentimento de pertencimento. Ele frequentaria ambientes gays, mas morreria de medo de ser descoberto e rotulado como “bicha”.

O perfil se mostrou apurado e o assassino seria capturado tempos depois. Seu nome: Larry William Eyler.

Larry Eyler tinha 32 anos quando foi preso pela primeira vez em 1984. Ele estava com um adolescente dentro do carro, a quem havia dado carona. Menino de sorte. Um juiz, entretanto, considerou ilegais as ações da polícia e ele foi solto. Seis meses depois, Eyler torturou, matou e cortou em oito pedaços um adolescente de 13 anos. Antes de descartar os pedaços do corpo, ele drenou o sangue. Condenado a morrer por injeção letal, na prisão ele começou a escrever a sua confissão com objetivo de evitar a aplicação da pena de morte. Ele compilou uma lista de 21 vítimas, mas em 1994 acabou falecendo na cadeia de complicações da AIDS. Durante a infância, ele supostamente sofreu abusos e morria de medo de ser abandonado (a mãe se casou cinco vezes e uma vez o colocou num reformatório).

Eyler era fisicamente grande e forte, mas emocionalmente inseguro. Ele atacava garotos e homens mais jovens, menores e mais fracos fisicamente. Quando o desejo de matar se tornava irresistível, ele se vestia com roupas “de homem”, entrava em sua picape e saía por estradas pra pegar um garoto pedindo carona. Cinco de suas vítimas continuam desconhecidas, sendo uma delas um afro-americano de mais ou menos 15 anos, encontrado na cova rasa em Indiana juntamente com John Ingram.

Fontes consultadas: [1] DNA Joe Project; [2] Crime Library; [3] THE EYLER LEGACY: 21 DEATHS. Chicago Tribune; [4] 1983 Indiana remains ID’d as Chicago victim of serial killer. Chicago Sun Times;

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Por:


Daniel Cruz
Texto

Universo DarkSide – os melhores livros sobre serial killers e psicopatas

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