Ann Rule, que alcançou a fama após escrever um livro sobre seu ex-colega de trabalho Ted Bundy, morreu no começo dessa semana, aos 83 anos.
A escritora faleceu em um hospital de Washington na noite do último domingo (26). De acordo com a família ela vinha sofrendo de inúmeros problemas de saúde.
Embora seja autora de mais de 30 livros, foi o seu retrato do mais famoso serial killer dos Estados Unidos que tornou seu nome conhecido.
Sua filha, Leslie Rule, afirmou que a causa da morte foi insuficiência cardíaca congestiva. Em uma postagem no Facebook, ela disse: “Minha mãe faleceu tranquilamente na noite passada. Ela pôde ver todos os seus filhos, netos e bisnetos“.
O primeiro livro de Rule, The Stranger Beside Me (“O Estranho ao Meu Lado”, em tradução livre), traçava um perfil de seu antigo colega, o infame Ted Bundy, que ela conheceu quando trabalhava no turno da noite de um centro de apoio para pessoas suicidas em Seattle. Publicado em 1980, a obra logo se tornou um campeão de vendas. Riquíssimo em detalhes, dos procedimentos da polícia durante as investigações ao famoso julgamento na Flórida, o livro é considerado uma obra-prima quando se fala em literatura criminal. Atualizado várias vezes, foi transformado em filme, transmitido em 2003 nos Estados Unidos.
Ted Bundy confessou ter matado 30 mulheres em sete estados antes de ser executado na cadeira elétrica, em 24 de janeiro de 1989. Ele ficou conhecido como um homem charmoso, que conquistava a confiança das vítimas antes de atraí-las para um local ermo e matá-las. Ele também entrava em quartos de estudantes à noite e golpeava-as até à morte. “Um sociopata sádico que tinha prazer em causar dor a outro ser humano e obter controle sobre as vítimas”, disse ela em um prefácio do livro atualizado em 2009.
No ápice de sua onda de matança, estudantes universitárias desapareciam numa média de uma por mês e, além de ser um assassino, ele também era sequestrador, estuprador e necrófilo.
Ann Rule nasceu em 1931 em Lowell, Michigan, filha de uma professora e de um treinador de futebol americano, basquete e atletismo. Eles se mudaram bastante durante a infância dela, viajando de Michigan para a Pensilvânia, Oregon e Califórnia, por causa da carreira de treinador de seu pai.
Ela conseguiu um bacharelado em Criação Literária na Universidade de Washington, com especializações em Psicologia, Criminologia e Direito Penal.
Por um breve período, Ann trabalhou no Departamento de Polícia de Seattle, e então começou a escrever para revistas como a True Detective, em 1969. Em seu site, ela afirmava ter publicado mais de 1.400 artigos, a maior parte sobre casos criminais.
Embora Ann admitisse gostar de buscar pistas sobre as motivações de assassinos investigando suas infâncias, seus livros focalizavam nas vítimas. Isso a levou a se tornar uma defensora dos direitos das vítimas.
Ela também admitiu que isto a colocava em um difícil dilema ético:
“eu pensava ‘oh, meu Deus, estou ganhando a vida com a tragédia de alguém. Eu posso fazer isso?’. Eu realmente me importo com as pessoas sobre as quais escrevo… por fim, eu percebi que estava fazendo o que provavelmente nasci para fazer na vida“.
Entretanto, a presidente da Simon & Schuster, Carolyn Reidy, acredita que foi a sensibilidade dela que tornou o seu trabalho importante.
“Ao decidir se concentrar nas vítimas, Ann Rule reinventou o gênero de crimes reais e ganhou a confiança de milhões de leitores que queriam uma nova e empática perspectiva das histórias trágicas que eram o coração de seu trabalho“.
Após participar de diversos workshops sobre assuntos criminais ,desde DNA a incêndio, autoridades locais, o FBI e o Departamento de Justiça começaram a procurar Ann pela sua experiência com assassinatos em série.
Ela auxiliou a Força Tarefa que caçou um outro famoso serial killer da região de Seattle, o “Assassino do Rio Verde“, compartilhando pistas que recebia dos leitores. Ela escreveu um livro sobre o caso, Green River, Running Red (“Rio Verde, Correndo Vermelho”, em tradução livre).
Ela foi mãe por cinco vezes e teve cinco netos, e deixa o esposo, Bill.
“Bundy apenas fascina as pessoas, e continua fascinando. Eu provavelmente recebo dois emails por dia, a maioria são de mulheres que pensam que poderiam escapar dele.”
[Ann Rulle – 1931 | 2015]
Com informações: Daily Mail.
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