

Um algoritmo de computador notou um padrão em assassinatos de mulheres em Chicago na última década: desde 2001, mulheres estranguladas são encontradas em lotes baldios, prédios abandonados e becos. Na foto acima Gwendolyn Williams.
A família de Gwendolyn Williams a perdeu para as ruas. Seu corpo foi encontrado em 2002 na quadra 4800 da North Sheridan, norte de Chicago, seminua e coberta em sangue; havia drogas e álcool em seu organismo, assim como sêmen. Sob as suas unhas um pedaço de pele que não era dela.
Durante 17 anos suas irmãs lutaram para saber o que aconteceu a ela. No início de 2019, um algoritmo de computador lançou uma luz.
Desde Março de 2019, detetives do Departamento de Polícia de Chicago, em conjunto com o FBI, começaram a revisar mais de 50 casos de assassinatos não resolvidos de mulheres – todas estranguladas e com ligações com a prostituição e uso de drogas.
Membros do Senado americano, em audiência convocada pela senadora Patricia Van Pelt, também estão revisando casos de homicídios. Eles também querem saber se o trabalho policial foi prejudicado pelo acúmulo de provas de DNA de mais de 5 mil crimes, incluindo 658 homicídios, que ainda aguardam resultado.
Nos últimos dois anos, o Murder Accountability Project (MAP) alertou para os muitos assassinatos por estrangulamento e asfixia de mulheres em Chicago. Para o MAP, o padrão nos crimes sugere a atuação de um serial killer. “É altamente improvável que essas 50 mulheres foram assassinadas por 50 homens diferentes,” disse Thomas Hargrove, presidente do MAP.
Mas a suspeita só foi levada a sério pelas autoridades quando a repórter Pam Zekman, da WBBM-TV, afiliada da CBS, analisou os assassinatos e publicou quatro relatórios em Fevereiro de 2019 com o título, “Há um serial killer à solta em Chicago?“
Murder Accountability Project
Uma pequena organização sem fins lucrativos com sede em Alexandria, Virgínia, o MAP reuniu a mais completa contabilidade de homicídios não resolvidos dos Estados Unidos usando o Supplemental Homicide Report (SHR) do FBI e aumentando esses dados com mais de 27 mil homicídios obtidos através de departamentos de polícia do país.
Para uma análise mais detalhada e eficiente de todo esse banco de dados sangrento, o MAP desenvolveu um algoritmo (programa) de computador que, no caso de Chicago, detectou que uma possível série de assassinatos pode estar ligada.
O algoritmo do MAP ficou nacionalmente conhecido em 2014 com a prisão do serial killer Darren Deon Vann em Gary, Indiana. Quatro anos antes, o algoritmo havia indicado a possível existência de um serial killer na área ao identificar 15 estrangulamentos não resolvidos de mulheres entre 1991 e 2007. Autoridades locais se recusaram a discutir a possibilidade de que um assassino em série estivesse a solta, não respondendo às cartas registradas do MAP. Vann foi preso em 2014 pela polícia da cidade vizinha, Hammond, e rapidamente confessou estar ativo desde o início dos anos 1990.
“A atual série de estrangulamentos e asfixiamentos não resolvidos em Chicago parece muito semelhante à série de Gary, embora o cluster de Chicago seja três vezes maior.”
[MAP]
Faça aqui o download do relatório de sete páginas do MAP sobre os estrangulamentos em Chicago.
Mapa das Mulheres Estranguladas
Mapa detalhado mostrando os nomes das vítimas, locais onde os corpos foram encontrados e os detalhes dos crimes.
Vídeo: Há um serial killer à solta em Chicago?
Universo DarkSide – os melhores livros sobre serial killers e psicopatas
Curta O Aprendiz Verde No Facebook