Grandes RockStars Que Não Voltam Mais: As 4 Lendas do Rockabilly

Escrevendo um novo post sobre a série “Grandes Bandas de Rock Que Não Voltam Mais” me veio a cabeça: Porque não fazer uma série com com artistas solo ?...



Escrevendo um novo post sobre a série “Grandes Bandas de Rock Que Não Voltam Mais” me veio a cabeça: Porque não fazer uma série com com artistas solo ? A história do rock é repleta de músicos talentosíssimos, oriundos principalmente dos anos anos 50 e 60 e que ficaram perdidos no tempo. Fiquei tão empolgado em falar sobre esses músicos que simplesmente moldaram o rock e a música como ela é hoje que parei de escrever o novo post sobre Grandes Bandas de Rock Que Não Voltam Mais para escrever sobre eles.

Inicio hoje uma nova série: “Grandes RockStars Que Não Voltam Mais“.

Inicio essa série com 4 lendas supremas do Rockabilly. Leia e viaje no tempo !!

Roy Orbison

Apelidado de “The Big O“, Roy Orbison gravou pela primeira vez em meados dos anos 50, sob a produção de Norman Petty, em Clovis, Texas, nos estúdios de Petty, tendo seus discos editados no selo Jewel. Depois de enviar uma cópia de seu compacto ‘Ooby Dooby‘ para Sam Phillips, na Sun , em Memphis, Orbison foi chamado por Phillips, para integrar seu cast, que já contava com Elvis Presley, Carl Perkins, Johnny Cash e Jerry Lee Lewis.

Sam Phillips acreditava que Orbison era seu artista que tinha mais possibilidades de se tornar um grande astro. Porém, das suas gravações na Sun, somente o relançamento de ‘Ooby Dooby‘ chegou a ser um hit, vendendo 300 mil cópias. Dai Orbison foi para Nashville, contratado como compositor pela RCA/Rickory, em parceria com a editora Acuff-Rose. Na mesma empresa encontrou o compositor Joe Melson, formando a parceria de boa parte de suas músicas famosas. Gravou pouco nessa fase, mas teve seu primeiro grande hit com ‘Claudete‘, numa regravação dos Everly Bros. Somente quando foi para a recém criada Monument Records, onde conheceu o produtor Fred Foster, é que tudo começou a dar certo.

Com a parceria de Joe Melson e a produção de Fred Foster, Roy Orbison iniciou sua série de hits, começando pela balada ‘Only the Lonely‘.

As Músicas

As músicas de Roy Orbison possuíam um clima de depressão e tristeza, um lamento que não caía, porém, no sentimentalismo rasteiro da música country. Suas músicas eram canções infestadas de melodrama, cuidadosamente trabalhadas, em que sua voz, após rolar por uma suave melodia, subia em falsete e acabava num clímax, crescendo mais e mais. Antes de ser uma fórmula, essa era uma técnica de escrever músicas, daí ele não ser repetitivo, como atestam suas canções mais conhecidas: ‘Oh! Pretty Woman‘, ‘Crying‘, ‘In Dreams‘, ‘Dream Baby‘, ‘Mean Woman Blues‘, ‘Blue Angel‘, ‘It’s Over‘. O mito Bob Dylan disse certa vez: “Com Roy, você não sabia se você estava escutando Mariachi ou ópera… Parecia que ele estava cantando do Cume do Olimpo…  Ele cantava como um criminoso profissional“.

Como intérprete de palco, Roy Orbison foi único: vestido inteiramente de preto, que reforçava sua aura soturna, permanecia imóvel no palco, apenas movendo os lábios e raramente falando ao público. Não lhe faltava carisma para, mesmo assim, ser adorado pelos fãs.

Marcados por tragédias que marcaram sua vida pessoal (sua mulher morreu ao cair da garupa da moto em que ele dirigia e 2 de seus filhos morreram em um incêndio em sua casa), Roy teve uma fase produtiva na MGM, entre 1966 até começo dos anos 70, embora sem o sucesso anterior. Em 1977 voltou a gravar na Monument Records, onde reencontrou seu antigo produtor Fred Foster, voltando a compor depois de um longo período.

Em meados dos anos 80, Roy Orbison foi redescoberto, gravou pela Virgin discos de grande sucesso de crítica e de público, e também participou da banda Traveling Wilburys, ao lado de Jeff Lynne, Bob Dylan e George Harrison, vindo a falecer, precocemente, aos 51 anos, de ataque cardíaco, em dezembro de 1988.

Prêmios

Roy Orbison ganhou 5 Grammys:

  • Melhor Perfomance Country em Duo com Wmmylou Harris (1980)
  • Melhor gravação não musical com Johnny Cash, Carl Perkins, Jerry Lee Lewis, Sam Phillips, Rick Nelson e Chips Moman (1986)
  • Melhor Vocal Country com K. D. Lang (1988)
  • Melhor Perfomance de Rock em Grupo com Vocal pelos The Traveling Wilburys (1989)
  • Melhor Perfomance de Vocal Pop Masculino (1990)

Roy Orbison foi introduzido ao Hall dos maiores astros do rock de todos os tempos em 1987 (Rock and Roll Hall of Fame).

No mesmo ano entrou para o Hall dos maiores compositores de Nashville.

Em 1989 foi introduzido no Hall dos maiores compositores da música de todos os tempos (Songwriters Hall of Fame).

Em 2009 Roy Orbison ganhou sua estrela na calçada da fama em Hollywood.

Áudios:

A excelente Blue Bayou [audio: Roy Orbinson – Blue Bayou.mp3]

Seu primeiro Hit Ooby Dooby [audio: Roy Orbinson – Ooby Dooby.mp3]

Grande sucesso em 1963:In Dreams[audio: Roy Orbinson – In Dreams.mp3]

Vídeos:

Seu maior sucesso comercial: Oh! Pretty Woman (Video Clipe)

Seu primeiro grande sucesso: Only the Lonely (Ao vivo). Excelente vídeo.

Seu último grande sucesso: You Got It (Ao Vivo).

Seu derradeiro Hit: I Drove All Night. Música lançada em um álbum póstumo e que foi sucesso com Cindy Lauper em 1989. O videoclipe da música conta com participações super especiais como a de Jason Priestley (o eterno astro de Barrados no Baile) e de Jennifer Connelly que ficaria famosa anos depois em Hollywood. (Video Clipe)

Roy Orbison, The Big O

Del Shannon

Depois de servir o exército, Del Shannon voltou para seu estado natal, Michigan, onde, entre 1959 e 1960, trabalhou como vendedor de carpetes, em Battle Creek, enquanto tocava nos night clubs, acompanhado por um pianista chamado Max Crook, que iria ter uma participação fundamental na elaboração do seu som. Em 1960 um Dj chamado Ollie Mclaughlin levou Del Shannon para Detroit, onde assinou contrato com Harry Balk. No final de 1960, Del Shannon gravou sua primeira sessão em Nova York, com Max Crook tocando piano e Musitron, um ancestral do sintetizador, uma versão americana mais moderna do órgão Farfisa italiano.

As sessões deram certo, e, ‘Runaway‘, uma das músicas gravadas naquela sessão, foi editada pelo selo Big Top de Nova York, tornando-se um dos maiores sucessos de 1961, atingindo o primeiro lugar na Bilboard e no Reino Unido . O segundo compacto, ‘Hats Off To Larry‘, foi seu segundo million-seller, atingindo o quinto posto nos EUA e sexto no Reino Unido, daí Del teve uma série de hits internacionais, com o som de Musitron e mais seus agressivos falsetes como características.

Deixando a Big Top em 1963, ele formou seu próprio selo naquele ano, Berlee Records, começando ai seu calvário com problemas de distribuição, empresários desonestos e complicações com o fisco, que tornariam sua vida um inferno. A mudança em 1964, assinando com a Amy, fez com que Del voltasse ao sucesso, com discos como ‘Break Up’, ‘Handy Man’ e ‘Keep Searchin‘. Ao contrário de seus contemporâneos, Del Shannon escrevia seu próprio material e procurava renovar sempre o som peculiar de seus discos.

Depois desse período, enquanto sua popularidade despencava nos Estados Unidos, Del assinou com a Liberty, onde gravou três álbuns. Fez também uma série de superproduções na Inglaterra, com Andrew Oldham (Rolling Stones) e Billy Nicholls, que somente seriam editadas em meados dos anos 70. Seu crescente interesse por todos os aspectos técnicos da produção fonográfica o levou a produzir, com sucesso, Smith para a Dunhill, e Brian Hyland para a Uni.

Nos anos 70, além de um ótimo álbum ao vivo para a UA (Live in England), pouco se ouviu falar em Del Shannon. Sua “volta” se deu em 1982, com um álbum (Drop Down and Get Me) produzido por Tom Petty.

Depois de cogitado a integrar a banda The Traveling Wilburys, em nova formação, depois do falecimento de Roy Orbison, Del Shannon sofrendo de depressão, pegou um rifle calibre .22 e cometeu suicídio em 8 de fevereiro de 1990 aos 55 anos.

Áudios:

Seu grande sucesso Runaway [audio: Del Shannon – Runaway.mp3]

Outro HIT de 1961: Hats off to Larry [audio: Del Shannon – Hats Off To Larry.mp3]

Vídeos:

Veja um dos maiores sucessos do ano de 1961: Runaway

Runaway ao vivo no Programa de David Letterman em 1986 em comemoração ao 25 anos do grande sucesso de 1961.

Outro grande sucesso de Del: Keep Searchin

Del Shannon

Eddie Cochran

O James Dean do rock n’ roll. Um dos maiores talentos revelados pelo rock, Eddie Cochran foi um extraordinário compositor, guitarrista e cantor. Como produtor, foi revolucionário, inventando o “overdubbing“, técnica de gravação que lhe permitia gravar som sobre som. Precoce, aos 14 anos de idade já era profissional. Profílico, deixou uma quantidade impressionante de gravações para uma carreira tão curta. São seus os clássicos do rock: ‘Sittin In the Balcony‘, ‘C’Amon Everybody‘, ‘20 Flight Rock‘ e o hino juvenil ‘Summertime Blues‘, entre MUITOS outros.

Eddie Cochran morreu aos 21 anos na Inglaterra, no domingo de Páscoa, em um desastre de carro, quando fazia uma turnê pelo Reino Unido. Cochran estava em um taxi juntamente com seu amigo Gene Vincent e o compositor Sharon Sheeley quando o motorista perdeu o controle e bateu em um poste. O motorista George Martin foi condenado a 6 meses de prisão e não pôde dirigir por 15 anos.

Eddie Cochran é um mito, praticamente todas as grandes bandas de rock da história que surgiram nos anos 70 e 80 (The Who, Rolling Stones, Led Zeppelin, The Clash, Van Halen, Bruce Springsteen, Sex Pistols, …) foram influenciados por Cochran.

A música ‘Summertime Blues‘ está na posição 73 das melhores músicas de todos os tempos da Revista Rolling Stone.

Áudio:

O hino Summertime Blues [audio: Eddie Cochran – Summertime blues.mp3]

Vídeos

O hino Summertime Blues (Ao Vivo)

C’Amon Everybody a 403º melhor música de todos os tempos.

Eddie Cochran

Gene Vincent

Nascido na Virgínia, em Norfolk, em uma região muito pobre, Gene Vincent serviu a Marinha Mercante – período em que teve um grave acidente de motocicleta, que o deixou o resto da vida manco e com dores crônicas. Em 1956, após quase um ano internado num hospital naval, começou a cantar num programa de rádio de Norfolk, acompanhado por sua banda, os Blue Caps. Associado a um Dj Local, Gene Vincent e os Blue Caps foram levados para a Capitol, em Los Angeles, que procurava ansiosamente por um novo “Elvis” já que o original despontava na RCA com um sucesso sem precedentes.

A Capitol apostou tudo em Vincent e o sucesso foi imediato, com o primeiro compacto ‘Woman love’ / ‘Be-Bop-A-Lula‘ promovido como “duplo A“, isto é as duas músicas ganharam a mesma promoção inicial, com ‘Be-Bop-A-Lula‘ ganhando a preferência do público, com destaque dos Blue Caps, com seu som único, onde despontava o talentoso guitarrista Cliff Gallup. ‘Be-Bop-A-Lula‘ ficou 20 semanas entre as 10 músicas mais tocadas da Bilboard. Porém, Vincent estava muito despreparado para o sucesso, era um homem cheio de rancores, recalques e ressentimentos. Daí, sua carreira ter sido tão errática, traumática, pontuada por tragédias.

Em três anos, depois de mais um million seller ‘Lota Lovin‘, a carreira de Gene Vincent chegou a um impasse nos EUA, que não aceitava mais rockers radicais como ele, de aparência “perigosa“. Além do mais, ele havia brigado com a maioria dos DJs importantes e seus discos saíram da programação.

Vincent, então, foi para a Inglaterra, onde sua carreira ganhou novo alento. Da Inglaterra sua fama se espalhou por toda a Europa, onde ainda se cultuava o rock n’ roll e Vincent era visto como um autêntico herói.

Em 1961, Gene Vincent sobreviveu a um gravíssimo acidente de carro que matou seu melhor amigo, Eddie Cochran. Gene Vincent quebrou as costelas e a clavícula e ainda teve a situação de sua perna piorada. A morte de Cochran, então seu melhor amigo, foi um trauma que jamais superou. Em 1965, combalido pelo alcoolismo e pela mudança na cena musical, com o sucesso de bandas como Beatles e Rolling Stones, voltou aos EUA, para Los Angeles. Esse é o período mais obscuro de sua vida. Existem histórias dele cantando em bares sórdidos e trabalhando como frentista em postos de gasolina.

Em 1969, Gene tentou reacender o fogo de sua música numa modesta turnê por pubs ingleses. Mais tarde, no mesmo ano, gravou um álbum com produção de Kim Foley (I’m Back I’m Proud) e apareceu no festival de Toronto, levado por Alice Cooper e Jim Morrison do The Doors.

Mas nada disso serviu para restaurar sua carreira. Gene Vincent morreu em 1971, aos 36 anos de idade. Doente, envelhecido e desesperado.

Gene Vincent

Gene Vincent

Gene Vincen & The Blue Caps

Gene Vincen & The Blue Caps

Prêmios

Gene Vincent foi o primeiro astro do rockabilly a ser introduzido no Rockabilly Hall of Fame criado em 1997.

Em 1998 foi introduzido na galeria dos maiores astros do rock da história no Rock and Roll Hall of Fame.

Vincent também possui uma estrela na Calçada da Fama em Hollywood (Número 1749 na Vine Street). Vincent participou de 4 filmes:

  • The Girl Can’t Help It (1956)
  • Hot Rod Gang(akaFury Unleashed) (1958)
  • Live It Up!(akaSing And Swing) (1960)
  • It’s Trad, Dad!(akaRing A Ding Rhythm) (1962)

Áudio:

Um dos clássicos absolutos do rock: Be-Bop-A-Lula [audio: Gene Vincent – Be-Bop-A-Lula.mp3]

Vídeos

Gene Vincent cantando Be-Bop-A-Lula ao vivo no Festival de Cinema de Cannes em 1965

Raul Seixas e Marcelo Nova (Camisa de Vênus) tocando o clássico de Gene Vincent: Be-Bop-A-Lula



“Hoje em dia, com a qualidade musical que vemos nos músicos e bandas, me arrisco a dizer que os melhores shows de rock acontecem no céu”

O Aprendiz Verde

——————————————————————————————————-

"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." (Platão)
Deixe o seu comentario:

RELACIONADOS

Receba nosso conteúdo por e-mail!

Digite o seu endereço de e-mail:

OAV Crime no WhatsApp!

OAV no Whatsapp

OAV Crime no Twitter

As últimas notícias

Categorias

× Receba nosso conteúdo no WP