Reportagem Retrô: Mulher lembra baile de formatura com serial killer

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Reportagem Retro - Jeffrey Dahmer e Bridget Geiger - Destacada

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Reportagem Retrô é uma coluna do blog O Aprendiz Verde que traz reportagens, matérias e artigos antigos publicados em algum lugar do nosso tempo-espaço. Trazer essas matérias é uma forma de resgatarmos o passado e, por um instante, ter um vislumbre daquele registro de época.

A reportagem retrô de hoje foi publicada no jornal norte-americano Times Daily, em 3 de Agosto de 1991, e é sobre Bridget Geiger, a garota cujo primeiro encontro foi com o serial killer canibal Jeffrey Dahmer.

Mulher lembra baile de formatura com serial killer


Dahmer foi o primeiro encontro da garota | Por Michael Drexler

O primeiro encontro de Bridget Geiger foi com Jeffrey Dahmer.

Ela tinha 16 e ele 18. Eles estudavam na Revere High School e frequentavam os mesmos círculos pois a melhor amiga de Geiger saía com o melhor amigo de Dahmer.

Então fazia sentido para Geiger que Dahmer a convidaria para ser seu par no baile de formatura. Ela já conhecia um pouco sobre ele através de amigos. A figura que seus amigos pintaram, e que ela se lembraria, era a de um jovem homem que tinha um determinado tipo de comportamento com mulheres e outro com homens.

Geiger disse ontem que sabia que Dahmer era excruciantemente tímido com mulheres, e também bolinado por alguns garotos por “ser nerd”.

Uma vez, ela relembra, ele foi perseguido em seu próprio quintal por meninos que o ameaçaram com um tijolo. Mas Dahmer nunca revidou. “Ele meio que ria,” disse Geiger. E ele contribuía para sua baixa aceitação entre os garotos devido ao seu comportamento estranho e beberrão.

Mas na noite do baile Dahmer não bebeu ou agiu estranho. Ele fez um acordo por meio de um amigo em comum que não iria beber e nem agir como um bobo no baile de formatura. Ele foi um perfeito cavalheiro, diz Geiger, apesar de ter sido impossível chegar perto dele.

Aquela noite em 1978, ela recorda, ele estava amedontrado por estar do lado dela e de garotas em geral. “Ele morria de medo de garotas. Ele ficou morrendo de medo de eu beijá-lo”, diz ela.

A única coisa que ela se lembra dele falando foi sobre ele ir para a faculdade, e que seu pai queria que ele se tornasse um médico. Esta foi a única referência à sua família que ela escutou de sua boca.

Dahmer desapareceu por uma hora


No baile, Dahmer desapareceu por cerca de uma hora. Geiger não sabia o que havia acontecido. Quando ele retornou, a explicação foi a de que ele havia ido perto do McDonalds para comer um sanduíche e batata-frita. Mas quando ele tentou entrar de volta no salão, funcionários da escola o barraram porque ele estava carregando bebidas alcoólicas.

Geiger relembra o quanto Dahmer ficou sem graça. Suas roupas também não ajudavam. Enquanto a maioria dos garotos estavam vestidos com smokings, ele usava calça marrom, um colete, sem paletó e uma gravata borboleta de aparência estranha.

Dahmer nervosamente tentou explicar sua ausência, dizendo, “Eu realmente sinto muito. Eu queria que você tivesse uma ótima noite. Eu não queria que isso acontecesse.”

Depois, eles saíram com os outros dois amigos e se aventuraram no Little Joe’s Pub, onde tomaram algumas bebidas. Longe dos outros estudantes, ele parecia bem comum.

Geiger entendeu a indiferença de Dahmer no baile. Ela não era obcecada com as funções escolares e, mesmo no Ensino Médio, diz ela, as coisas podem ser bastante desagradáveis. É uma época que pode oferecer os piores dias da vida de uma pessoa.

Ainda assim, Geiger disse a uma de suas amigas que Dahmer era meio estranho. Uma garota disse que ele não era estranho, mas “meio tímido.”

A Sessão


Naquele verão, Geiger foi convidada para uma festa na casa de Dahmer. “Aquela parte do ano havia muitas festas para ir”, diz ela. A festa na casa de Dahmer não estava entre as melhores, mas mesmo assim foi memorável.

A festa teve uma sessão na qual Lúcifer foi invocado. A festa, ela relembra, “não tinha música, comida ou bebidas. Era uma festa nerd. Havia sete pessoas no total. Eu estava apenas lá e pensando: ‘O que está havendo?’ E naquela idade você não quer ligar para sua mãe.”

Então ela ficou e Dahmer e outro amigo a chamaram para a sessão.

“Eu não diria que acreditava ou não acreditava nisso. Eu cresci como católica. Eu me lembro dele chamando este garoto que havia vivido na casa antes dele. Então, após nós sentarmos e ficarmos situados, as luzes foram apagadas e um dos garotos disse: ‘Vamos chamar Lúcifer’. Então as velas se apagaram. Me assustou muito. Eu gritei: ‘Ache a luz, ache a luz! Vou embora. Eu não quero participar disso.'”

Dahmer, ela lembra, não teve nenhuma reação.

Geiger nunca mais viu Dahmer, mas lembra de ouvir de alguns de seus amigos que ele nunca foi para a faculdade para ser um médico e sim para o Exército. Então, ela leu sobre ele no jornal.

Ela é assombrada pelo fato de Dahmer ter matado Stephen Hicks – o primeiro das 17 vítimas relatadas – durante o mesmo mês da sessão.

Jeffrey Dahmer, para ela, não era muito diferente do que qualquer outro estudante. “Na verdade, ele era um cara muito legal. Ele não era do tipo delinquente. Havia garotos estranhos naquela escola, mais do que ele, garotos que você sabia o que faziam. A questão é: você pode ter um vizinho como ele e não saber. Você nunca saberá quem irá fazer esse tipo de coisa.”

Reportagem Retro - Jeffrey Dahmer e Bridget Geiger

Matéria do Times Daily de 3 de Agosto de 1991. Créditos: Times Daily.

Nota do Aprendiz


Jeffrey Lionel Dahmer assassinou 17 homens entre 1978 e 1991. Seus crimes incluíam fetichismo, necrofilia e canibalismo. Sua história completa pode ser lida no post O Canibal de Milwaukee.

Você tem alguma sugestão para a coluna Reportagem Retrô? Possui alguma revista ou jornal antigo com alguma matéria que acredita ser interessante para publicação? Então não deixe participar! Faça já sua sugestão!

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"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." (Platão)
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