A polícia estava em sua cola há vários dias. Ele era o principal suspeito do desaparecimento de um adolescente, mas como não havia provas, investigadores passaram a segui-lo. Um belo dia, cansado de ser vigiado, o homem rumou em alta velocidade até o escritório dos seus advogados.
Do lado de fora, detetives ficaram à espreita. Na madrugada, eles decidiram bater à porta do escritório. “Onde ele está?” O dito-cujo dormia no sofá, com seu barrigão para cima, roncando, um sono leve e tranquilo. Os advogados, entretanto, estavam extremamente nervosos. “Vocês não podem deixá-lo ir embora!”, disse um deles. “Mas por que não?”, retrucou um policial. O advogado, então, pegou um cigarro, colocou na boca e, visivelmente apavorado, afirmou: “Não posso dizer nada”. Enquanto ele se expressava com os olhos arregalados, os detetives notaram que o advogado nunca acendeu o cigarro, mas fumava como se estivesse aceso.
Como os investigadores viriam a saber, naquela noite, o homem havia confessado aos seus advogados ter matado mais de 30 garotos.
O PSICOPATA
Um filiado do Partido Democrata que, em 1978, apertou a mão da então primeira dama dos Estados Unidos Rosalynn Carter; um empresário bem-sucedido que fazia caridades; um homem que vestia roupa de palhaço para entreter criancinhas em hospitais — esse cidadão era um modelo, mas por detrás da pintura de sua máscara de palhaço, John Wayne Gacy escondia um chocante segredo: enterrados sob o chão de sua casa, na periferia de Chicago, jaziam os corpos de 29 homens, a maioria adolescentes.
Uma das vítimas estava concretada no jardim, o mesmo local onde ele promovia animados churrascos para os vizinhos. Já os corpos das vítimas de números 30, 31, 32 e 33 boiavam em um rio nas proximidades. Ele começou a desovar no rio porque não cabia mais em seu cemitério particular, além disso, como ele mesmo contou: “cavar dava dor nas costas”. A sociedade americana reagiu com horror à descoberta de seus crimes. Anos depois, em uma tentativa de evitar sua execução, ele buscou se retratar. Mas falhou.
Hoje completam-se 30 anos da execução de um dos mais famosos assassinos em série do século XX — John Wayne Gacy, o Palhaço Assassino.