Horror no Parque Bitsa: Alexander Pichushkin, o cruel

Mesmo com a montanha de avisos em seus narizes, as autoridades de Moscou não suspeitaram de nada ruim acontecendo. Havia as constantes reclamações de desaparecimentos que vinham desde 2001....

Mesmo com a montanha de avisos em seus narizes, as autoridades de Moscou não suspeitaram de nada ruim acontecendo. Havia as constantes reclamações de desaparecimentos que vinham desde 2001. Havia também relatos de um homem atacando pessoas no Parque Bitsa, um enorme parque natural ao sul da capital. Mas nada foi tão revelador quanto o aparecimento de 29 corpos nas instalações de tratamento de esgoto de Kuryanovsk. A direção da estação relatou tudo à polícia, mas para os homens da lei essas pessoas morreram por acidente; talvez bêbadas, caíram em alguma tubulação e foram levadas pela água. Se a polícia tivesse prestado atenção nos relatos dos ataques, descobriria que o agressor havia empurrado os sobreviventes em um gigantesco bueiro que ficava no parque.

Mas isso mudou no final de 2005, quando a mídia noticiou sobre a assustadora contagem de corpos encontrados no parque. E isso só aconteceu porque o maníaco mudou seu modus operandi. Após matar tanta gente e ninguém falar nada, ele decidiu “aparecer”. Como relatou mais tarde, precisava de “mais emoção”, então parou de jogar pessoas no bueiro e passou a matá-las no parque, deixando seus corpos à vista. Sua assinatura era macabra: após destruir a cabeça da vítima com um martelo, inseria uma garrafa de vodca ou pedaços de paus nas feridas abertas, uma mistura nauseante de pedaços de crânio, cérebro e sangue.

Meses depois, quando a polícia invadiu a casa de Alexander Pichushkin, 32, encontrou um tabuleiro de xadrez e descobriu que o facínora o usava para contar suas vítimas. Para cada homicídio uma casa do tabuleiro era marcada com uma cruz. Das 64 casas, 61 estavam preenchidas. O que se seguiu foi puro horror.

Pichushkin não parecia um ser humano, mas um ser desalmado, com uma consciência troglodita. Cínico e direto, contou sobre suas atrocidades com um sorriso diabólico. Ele não se sentia nem um pouco culpado porque era o regulador onipotente do seu mundo; ele detinha o direito de decidir sobre a vida e a morte.

Ele ameaçou policiais, o advogado e ficou nervoso por não ter sido indiciado por todos os homicídios que cometeu. No fim, foi banido e, literalmente, enviado para uma prisão no fim do mundo.

Alexander Pichushkin é a personificação da maldade. É um indivíduo hostil cuja natureza é totalmente cimentada na brutalidade. Começou a matar em 1992, aos 18 anos, influenciado pelo midiático julgamento de Andrei Chikatilo, um dos mais doentios assassinos em série do século passado. Então parou e voltou com força total em 2001, só parando de vez quando foi preso em junho de 2006.

Se alguém lembra da cena do filme Olhos Famintos, onde o monstro assassino joga o corpo de uma vítima num grande cano que sai do chão, então o leitor tem um bom vislumbre do que Pichushkin fazia com suas vítimas. Ele cresceu em torno do Parque Bitsa. De relevante na infância, machucou gravemente a cabeça ao ser acertado por um balanço, sofreu com o abandono do avô e a morte de seu cão de estimação, que enterrou no parque. Ele vivia no parque jogando xadrez ou bebendo com idosos ou alcoólatras. Ele matou algumas mulheres, mas a maioria de suas vítimas eram idosos e homens bêbados que ele atraia até um grande cano de bueiro que saia do chão; Pichushkin os atacava por trás e os jogava dentro do cano. As vítimas morriam ao cair e eram levadas pelas águas, mas algumas sobreviveram e subiram de volta. Ninguém deu bola para suas histórias. Após matar dezenas de pessoas, mudou seu modus operandi, matando inocentes com uma brutalidade assustadora. Pichushkin é diferente em muitos aspectos, um deles é que ele matava pessoas conhecidas, amigos, colegas de trabalho, algo incomum entre os serial killers.

Ele foi condenado à prisão perpétua em 2007 pelo homicídio de 49 pessoas.

Alexander Pichushkin foi considerado totalmente doente por uma junta psiquiátrica, mas como era “importante” para a sociedade russa não ter “leniência” com tal monstro, seu laudo psiquiátrico foi manipulado para considerá-lo parcialmente são, assim ele poderia ser julgado normalmente, condenado e enviado para uma prisão comum e não uma instituição mental. Alguns psiquiatras sugeriram que ele sofre de uma “doença mental endógena” que o fez desenvolver “embotamento emocional”, ou seja, Pichushkin não possui um conjunto básico de sentimentos presentes na maioria dos seres humanos: amor, afeto, empatia…

Após sua condenação, Alexander Pichushkin foi enviado para morar na temida Colônia Coruja Polar, que fica no meio do Ártico. É lá que vive uma parte dos seres humanos mais desalmados do planeta; aberrações assassinas, assassinos em massa, serial killers e terroristas psicopatas que matam qualquer um num piscar de olhos. Tais criminosos só chegam lá de avião, depois devem atravessar de balsa um longo rio para, enfim, pegar um transporte terrestre e chegar à colônia. A cidade mais próxima fica a quase dois mil quilômetros de distância.

Referências: [1] Битцевского маньяка признали вменяемым. Komsomolskaia Pravda. 2007; [2] Битцевский маньяк прислал из колонии инструкции. Komsomolskaia Pravda. 2008; [3] «Моя рука хорошо помнит молоток» Битцевский маньяк подражал Чикатило и держал в страхе москвичей. От его рук погибли 49 человек. Lenta. 2020; [4] Trial of Russian who boasted of 63 murders. The Guardian. 2007; [5] The animal lover who killed humans to let them into another world. The Guardian. 2007.

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Por:


Daniel Cruz
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