Em 1996, vários desaparecimentos chamaram a atenção das autoridades de Novokuznetsk, sudoeste da Sibéria. Os sumidos eram crianças e adolescentes que possivelmente foram traficados como escravos para a Chechênia. Já outra linha de investigação apontava para o mercado negro do tráfico de órgãos. Em junho veio a certeza de que nada disso era verdade: cabeças, braços, pernas e troncos decompostos começaram a ser pescados do Rio Aba. Especialistas criminais de toda Rússia foram chamados e uma força-tarefa foi criada para investigar os crimes. Até o Exército se juntou, vasculhando cada centímetro da cidade; florestas, porões e terrenos baldios.
Quatro meses depois policiais chegaram até o endereço de Alexander Spesivtsev, um homem de 26 anos tão enlouquecido que havia perdido a “aparência humana”. E o que a polícia encontrou lá chocou meio mundo.
LOUCO DESVAIRADO
A forma como Alexander operava veio de Olga Galtseva. À polícia, a menina de 15 anos disse que ela e as amigas Anastasia Burnaeva, 13, e Evgenia Barashkina, 15, foram atraídas por uma senhora que pediu ajuda para abrir a porta do seu apartamento. A senhora era Lyudmila, mãe do maníaco. As amigas imediatamente se tornaram cativas de Alexander. Anastasia foi a primeira a morrer. Após massacrá-la a facadas, Alexander ordenou que suas amigas esquartejassem o corpo e separassem a carne dos ossos. Ele fez sopas com a carne da vítima e forçou Olga e Evgenia a comer. Dia após dia as amigas horrorizadas viam o enorme cão do maníaco comendo a carne e roendo a espinha dorsal de sua querida amiga.
Torturada, estuprada e espancada repetidamente, Evgenia teve os ossos quebrados e as feridas costuradas com agulha e linha pelo maníaco antes de finalmente vir a óbito. Por três dias Alexander não tocou o corpo, deixando a janela aberta para a alma da vítima ir embora. Quando sua mente perturbada se aquietou, ele ordenou que Olga desmembrasse a amiga. O tronco e a cabeça foram colocados na banheira e Olga, após sofrer torturas terríveis, permaneceu semimorta no quarto.
Quando a polícia entrou no apartamento encontrou um cenário de horror extremo; o lembrete final de até que ponto a maldade humana pode chegar.
VÍDEO
A seguir, trecho de um documentário russo mostra o cadáver de Evgenia na banheira, além de Alexander, Lyudmila e Olga, ainda em estado de choque, falando com detetives.
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Alexander Spesivtsev matou pela primeira vez aos 21 anos, uma ex-namorada que ele atraiu até o apartamento de seus pais. Lá, ele a torturou de forma brutal durante um mês inteiro. Considerado insano, ficou três anos em um hospital psiquiátrico, então foi solto, pois médicos consideraram que sua doença mental estava sob controle. Superprotetora, sua mãe Lyudmila sempre defendeu o filho com unhas e dentes e até ameaçou o Ministério Público quando o filho foi preso pelo homicídio da ex-namorada. Incapaz de denunciar o filho ou enxergar que ele era um monstro, Lyudmila passou a ajudá-lo nos crimes. Ela chegava no apartamento e via pedaços de corpos espalhados, então limpava tudo, e saía para descartar os restos mortais no rio Aba. Com o tempo, tudo ficou tão natural e banalizado que Lyudmila passou a ajudar o filho a atrair vítimas, como foi o caso das amigas Olga, Anastasia e Evgenia. Tanto ela quanto uma outra filha sabiam das atividades nefastas de Alexander e nada fizeram para impedi-lo.
Lyudmila Spesivtsev foi condenada a 13 anos de prisão. Ela foi solta em 2008. Já Alexander continua preso em um hospital psiquiátrico. De acordo com fontes russas, Lyudmila, hoje com mais de 80 anos, constantemente escreve petições às autoridades na tentativa de que seu querido filho seja libertado. Isso, entretanto, é extremamente improvável. O Monstro de Novokuznetsk provavelmente morrerá encarcerado.
Referências: [1] Kalman, Robet. Born to Kill in the USSR – True Stories of Soviet Serial Killers. FriesenPress. 2014. Edição do Kindle; [2] Маменькин садист Сибирский потрошитель мучил и убивал школьниц в своей квартире. В этом ему помогала мать. Lenta. 1 out. 2020; [3] Знаменитого кузбасского людоеда Спесивцева отпустят из спецклиники? Komsomolskaya Pravda. 13 nov. 2011.
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