Em meados de 2013, uma mulher autointitulada “Diana, a caçadora de motoristas” foi alvo de uma caçada policial após dois motoristas de ônibus serem assassinados em Ciudad Juárez, cidade mexicana perto da fronteira com o Texas. Um dia após os homicídios, a redação do jornal El Diario recebeu um e-mail da suposta assassina sugerindo que suas ações foram uma retaliação a violações cometidas por motoristas contra mulheres, muitas delas trabalhadoras noturnas de fábricas. “Eu sou um instrumento que vingará várias mulheres que aparentam serem fracas, mas na realidade não são. Somos valentes, e se não nos respeitam, seremos respeitadas pelas nossas próprias mãos; as mulheres de Juárez são fortes”, dizia um trecho do e-mail.
Diana, a caçadora de motoristas, é apenas mais um capítulo na macabra história de Ciudad Juárez. Desde 1993, uma onda de feminicídios sem precedentes chamou a atenção da mídia mundial. Na época, estimou-se que mais de 300 jovens mulheres foram brutalmente assassinadas. As vítimas eram tipicamente jovens bonitas e morenas, na faixa de 14 a 16 anos, que desapareciam a caminho ou saindo de fábricas de montagem de capital estrangeiro e com péssimas condições de trabalho conhecidas como maquiladoras. Seus corpos, muitas vezes mutilados, acabavam no deserto ou às margens das estradas que levavam a acampamentos de posseiros ao redor da cidade.
A primeira vítima “oficial” foi uma adolescente chamada Alma Chavira, espancada, estuprada e estrangulada em janeiro de 1993. Dois anos depois, em meados de setembro, mais de quarenta cadáveres foram encontrados, alguns sem os olhos, com os seios decepados e os mamilos arrancados a dentadas. A terrível assinatura sugeria a ação de um lunático homicida, apelidado pela mídia de “El Depredador Psicópata”.
Mas quem dera se fosse apenas um assassino. Sob pressão, as autoridades saíram da letargia e vários feminicidas e alguns assassinos em série, incluindo motoristas de ônibus, foram presos nos anos seguintes, mas as mulheres de Ciudad Juárez jamais pararam de morrer. Nos últimos três anos foram quase 500.
É surreal escrever isso, mas matar mulheres é parte da cultura de violência de Ciudad Juárez.
Escabroso. Esta é a palavra que define o feminicídio de Ingrid Escamilla. O eco social originado de sua morte foi uma resposta quase que automática para um crime que expôs a crueldade e a extrema violência que assola as mulheres no México. Nos dias após o crime, houve uma verdadeira ressaca, com direito a investigações sobre a conduta de policiais e promotores de justiça, manifestações em pelo menos 10 estados e um grafite bastante evidente na sede do poder do país que expunha a incompetência governamental: “Estado Feminicida” foi pichado em letras garrafais no portão do palácio presidencial.
Ingrid Escamilla, de 25 anos, foi morta por seu companheiro, o engenheiro civil Francisco Robledo, de 46. O homem ficou irritado com as cobranças de Ingrid por suas bebedeiras e, simplesmente, durante uma discussão, pegou uma faca e perfurou dezenas de vezes a parceira com quem compartilhava a própria vida.
Como num filme de horror gore, Robledo esfolou e descarnou Ingrid, removeu alguns órgãos e os jogou na privada, dando descarga em seguida.
Não bastasse a monstruosidade do crime em si, a imprensa mexicana decidiu tripudiar e fazer piada do feminicídio. Jornais conhecidos e tradicionais como o Pásala! e o La Prensa publicaram fotos do cadáver de Ingrid, provavelmente vazadas por algum agente público, em suas edições de capa com títulos do tipo: “La culpa la tuvo cupido” (Foi culpa do cupido, em tradução literal).
A total falta de respeito com a vítima e consequente desrespeito com o processo legal e a sociedade mostrou que os veículos de comunicação usam a morte como mercadoria. O crime horroroso e fútil, e o tom jocoso, insensível e sensacionalista da mídia, causaram revolta e os mexicanos foram às ruas em protesto.
No México, não basta o feminicídio ter sido normalizado e tornado parte da cultura de violência do país; ignorado pelo estado e até ridicularizado por altas autoridades que se preocupam mais com as pichações de grupos feministas do que com crimes cometidos contra mulheres. Com o brutal feminicídio de Ingrid, um novo e bizarro ingrediente foi adicionado à conhecida carnificina: a celebração fúnebre em tom de chacota por parte da imprensa.
VÍDEO: Francisco Robledo preso em flagrante
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Em 2021 foi aprovada no congresso mexicano a “Ley Ingrid”, que visa combater a violência de gênero dentro da mídia, fortalecer a proteção dos direitos das vítimas e tipificar condutas indevidas de agentes públicos na divulgação de imagens, vídeos e gravações relacionadas a investigações criminais.
A mexicana Maria Zamudio só queria estudar, mas sua origem humilde lhe deixava poucas alternativas. Ela não se deu por vencida, batalhou, estudou todos os dias e conseguiu o inimaginável para alguém como ela: uma bolsa de estudos no prestigiado Instituto Politécnico Nacional (INP), a melhor universidade de engenharia do México. Em 2015 ela iniciou o seu sonho de cursar Engenharia de Petróleo, mas no primeiro semestre descobriu a hostilidade do mundo para com seu gênero.
Aos 19 anos, Maria era bonita. E pobre. Devia ser “fácil”, pensaram seus colegas. Assédios brotaram de todos os lados, incluindo de um professor, que disse a ela que Maria só passaria em sua disciplina se a moça lhe prestasse “favores”. Maria rejeitou a oferta. Ela mostrou as mensagens do professor à sua mãe, que pediu para ela abandonar o curso. Maria disse não.
Em janeiro de 2016, ela foi atraída até um bar e lá estava o professor e outros alunos. Ela quis ir embora, mas o professor e seus colegas de classe a empurraram até uma caminhonete. O que eles queriam?
Ela foi assediada dentro do carro e levada à força para o alojamento de estudantes da faculdade. Testemunhas a viram gritar. Desesperada, Maria bateu nas portas de seus amigos, mas nenhum deles abriu. Ninguém a ajudou. No fim, foi jogada para a morte do quinto andar. “Ela enlouqueceu e pulou”, disseram os rapazes.
Autoridades fizeram pouco caso do “suicídio” e coube à mãe da vítima, Yesenia, investigar, arguir testemunhas e descobrir a verdade. Ela descobriu, por exemplo, que até o último segundo Maria tentou agarrar seus agressores para não cair, pois havia pele deles debaixo de suas unhas.
Três anos depois, cansada da letargia, da falta de interesse da justiça, e de ver os assassinos de sua filha impunes, Yesenia incendiou as redes sociais mexicanas em um vídeo que ameaçava atear fogo no país. Os mexicanos, principalmente as mulheres, compraram a sua causa e milhares se juntaram a ela em passeatas pela Cidade do México e outras localidades. Graças a Yesenia e ao clamor público, uma nova investigação apontou que Maria não se suicidou — ela foi vítima de feminicídio.
Um feminicídio que ainda espera por justiça.
VÍDEO: a fúria de Yesenia
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Tudo o que se sabe da noite do crime foi descoberto pela mãe da vítima. Yesenia descobriu que haviam sete pessoas dentro do quarto, incluindo o professor e quatro alunos homens. À polícia, eles alegaram que estavam todos em uma festa quando Maria “enlouqueceu” e pulou para a morte. Mas Yesenia descobriu tudo: que a filha foi atraída até o bar; que foi jogada dentro do carro; levada até o quarto do alojamento de estudantes; e empurrada para a morte por pura diversão sádica.
Cinco anos depois do crime, pela primeira vez, o Instituto Politécnico Nacional emitiu uma nota pedindo desculpas. A instituição de ensino superior sequer investigou o incidente ocorrido em suas instalações, arquivando o episódio rapidamente sob o rótulo de “suicídio”. Além disso, negou assistência jurídica e psicológica à família da estudante morta. Em poucas palavras, fez pouco caso da morte de Maria. Em um relatório da Procuradoria-Geral da República do México, divulgado em 2020, procuradores concluíram que houve graves omissões nas investigações. O relatório aponta falhas graves do Ministério Público local, da polícia e dos peritos legistas, que “fizeram uma autópsia cega que não fornece elementos para a investigação do caso”. Devido a essa autópsia mal feita, por exemplo, não se sabe se Maria foi vítima de violência sexual antes de sua morte.
Em setembro de 2021, quase seis anos após o feminicídio, a justiça finalmente emitiu um mandado de prisão contra o professor Julio Iván Ruiz Guerrero e um estudante, Gabriel Eduardo Galván Figueroa, pois eram dos dois, os vestígios de pele encontrados sob as unhas de Maria. Até esta data, os dois permanecem foragidos. Existe uma recompensa de 500 mil pesos por informações que levem aos dois.
“A justiça só serve para quem tem poder”, disse a mártir Marisela Ortiz. Suas palavras podem não surpreender, mas são um soco no estômago se pararmos e refletirmos sobre o seu significado. Não existe maneira de pensar em Marisela sem um profundo pesar, sem permanecer num silêncio sepulcral.
Marisela foi uma mulher que lutou contra a violência de gênero, contra a violência institucional, contra o governo corrupto, contra autoridades políticas e da justiça envolvidas com o crime organizado; em resumo, Marisela enfrentou sozinha um sistema assassino que a matou três vezes.
1ª MORTE
A filha de Marisela, Rubí, de 16 anos, desapareceu em Ciudad Juárez em 2008. A família suspeitou do companheiro de Rubí, Sergio, 23. “Ela fugiu com outro”, disse o rapaz. Negligente e indiferente, a polícia não ajudou e Marisela percebeu que estava sozinha em seu desespero. Com recursos próprios e praticamente sozinha, ela saiu em busca de sua filha, percorrendo os lugares mais sórdidos de uma das cidades mais violentas do mundo. Logo, ela descobriu que Sergio havia matado Rubí e carbonizado seu corpo.
Um ano depois, Marisela encontrou Sergio a mais de 1.200 km. Ela também encontrou o que restou de sua filha em um depósito de dejetos de porcos: um osso apenas.
2ª MORTE
Sergio confessou o feminicídio. Em seu julgamento, testemunhas, incluindo familiares do réu, atestaram sua responsabilidade. A confiança na condenação era absoluta, mas o tribunal o absolveu por unanimidade. Ao escutar o veredito, Marisela deu um grito lancinante e convulsionou na sala. Ela foi amparada por mulheres que também choravam. O homem que matou uma mulher e a reduziu a um pedaço de osso saiu pela porta da frente do tribunal. Com a ficha limpa.
3ª MORTE
Os advogados recorreram a instâncias superiores, estas, talvez, ainda mais corruptas. Marisela, por sua vez, mais determinada, acampou de frente ao palácio do governo de Chihuahua. Ela não sairia de lá enquanto sua filha não recebesse justiça. “Se ele [Sergio] quiser matar, que me assassine aqui neste lugar em frente ao palácio para vergonha dos políticos”, disse.
E assim morreu Marisela, executada com um tiro na cabeça na casa do governo.
O real impacto da história de Marisela não dá para ser sentido em um pequeno texto. Sua história é uma sucessão de absurdos sem fim. Um bom vislumbre de sua luta está disponível em um documentário da Netflix. Este terrível pesadelo mexicano foi muito bem contado no documentário As três mortes de Marisela, um verdadeiro conto de horror real que mostra como mulheres estão nas mãos de monstros engravatados, os mesmos que fazem as leis, aplicam sentenças, ditam as regras e percorrem os corredores do poder.
Em sua confissão, Sergio Rafael Barraza Bocanegra revelou que matou Rubí após a adolescente terminar o relacionamento. Ela era vítima de violência doméstica. Sobre a absolvição de Sergio, os juízes argumentaram que o processo tinha sido “mal instaurado” pelo Ministério Público. A verdade é que após fugir de Ciudad Juárez, Sergio se juntou ao poderoso cartel do narcotráfico Los Zetas. No México (e assim como na Colômbia de Pablo Escobar), os cartéis de drogas usam de seu poder para corromper as estruturas da administração pública, comprando com dinheiro sujo de sangue chefes de polícia, juízes, procuradores, deputados, governadores etc. Eles são tão onipotentes que enviaram um assassino de aluguel para matar Marisela na sede do governo. Acredita-se que o mandante tenha sido Sergio. Além de matar Marisela, os narcotraficantes incendiaram a madeireira da família, obrigando o restante da família a fugir do México. Sergio foi morto em 2012 durante um confronto com autoridades mexicanas. Os casos de mãe e filha foram arquivados.
Foi uma imagem que comoveu o México: uma garota é fotografada sozinha na beira de uma estrada deserta nos arredores de Monterrey, Nuevo León, após supostamente ter sofrido assédio do motorista por aplicativo. Ela olha para o nada, aparentemente sem saber o que fazer ou para onde ir.
Quem tirou a foto foi o próprio motorista. Ele alegou que a menina, Debanhi Escobar, de 18 anos, estava muito nervosa, por isso pediu para sair do carro. Para que as coisas não se complicassem pra ele, tirou uma foto da garota como prova de sua história. Mas há quem acredite que Debanhi decidiu descer após ser apalpada.
O fato é que ela desapareceu após descer do carro. Quando a arrepiante fotografia foi postada na Internet, viralizou rapidamente. Desde agosto de 2021, quase DUAS MIL mulheres desapareceram em Nuevo León, mas foi somente após a explosão de hashtags do caso Debanhi e a consequente cobertura midiática que as autoridades decidiram agir. Uma força tarefa especial foi criada e Debanhi foi encontrada morta 13 dias depois dentro de uma cisterna não muito longe de onde foi fotografada.
O presidente do México, ao ser questionado, deu de ombros — nenhuma mulher “devia se preocupar” com o caso, disse, pois feminicídios “acontecem todos os dias”. As autoridades foram rápidas em “decifrar” a morte: a garota simplesmente caiu no poço e se afogou. Horrorizados com o descaso, os pais contrataram peritos forenses independentes. O corpo foi exumado e a nova autópsia indicou que Debanhi foi vítima de uma “morte homicida violenta” após sofrer abuso sexual. A cabeça apresentava ferimentos terríveis, evidência clara de um ataque vicioso. A conclusão apontava que Debanhi foi morta em outro lugar e depois jogada na cisterna.
O anúncio de que Debanhi foi vítima de feminicídio chocou o México e sua história ficou ainda maior. Quatro meses depois, o caso continua sob investigação.
Enquanto isso, o “Estado feminicida” segue em pleno vapor. Na busca por Debanhi, cinco corpos de mulheres foram encontrados em diferentes pontos de Monterrey, incluindo o de Yolanda Martínez, 26, desaparecida poucos dias antes de Debanhi. Isso, entretanto, é apenas a ponta do iceberg.
Ironia perversa ou o retrato de uma sociedade doente? A cisterna onde o cadáver de Debanhi foi encontrado fica atrás de um letreiro político ilegal com as iniciais do presidente mexicano, o mesmo que disse para as mulheres não se preocuparem com o caso porque mulheres morrem todos os dias mesmo.
O motorista que deixou Debanhi sozinha no meio da noite numa estrada deserta foi preso brevemente e solto após o corpo ser encontrado. Na época, as autoridades alegaram que Debanhi caminhou sozinha até ver um motel de estrada e enquanto se aproximava caiu acidentalmente. Uma terceira autópsia conduzida pelo estado não encontrou sinais de violência sexual, mas confirmou que a vítima foi assassinada.
Não fosse a persistência do pai de Debanhi, Mario Escobar, o caso teria sido fechado como morte acidental. Como outros pais mexicanos cujas filhas são vítimas de feminicídios, desde o início Mario questionou a investigação policial e do Ministério Público. Ele criou um canal do YouTube e um Instagram, onde compartilha as mais recentes notícias sobre sua investigação.
Fontes consultadas: [1] Monárrez, Julia. (2009). An Analysis of Feminicide in Ciudad Juárez: 1993-2007; [2] Police fear serial killer at work in Ciudad Juarez. The News Tribune. 26 de Nov. 1998. Página B17; [3] Suspect in serial killings says life has been ruined. El Paso Herald-Post. 28 de Out. 1995. Página 1; [4] Unsolved serial murders affecting Juárez’s feeling of safety. The Monitor. 29 de Out. 1995. Página 3A; [5] Disappearing Daughters. The Seattle Times; [6] Juarez reports nearly 500 women murdered in past 3 years. Border Report; [7] Diana, cazadora de choferes: la mujer que causó terror tras “asesinar hombres” vengando femicidios. Biobio Chile; [8] Newton, Michael. The Encyclopedia of Serial Killers. Facts on File. 2006. Edição do Kindle; [9] El Paso police reach across the border in drug fight. The Modesto Bee. 14 de Dez. 1997. Páginas A13 e A20; [10] Choferes huyen por miedo a “Diana la Cazadora”, presunta asesina serial. Excelsior; [11] Diana, la cazadora de choferes. El Espectador; [12] La presunta asesina de choferes en Juárez reaparece y dice temer por su vida. El País; [13] ‘The message he’s sending is I don’t care’: Mexico’s president criticized for response to killings of women. The Guardian; [14] Detienen a un hombre en Ciudad de México por caso de feminicidio de Ingrid Escamilla. CNN; [15] Responde ‘La Prensa’ a críticas por difundir fotos de asesinato de Ingrid Escamilla. Aristegui Noticias; [16] Mexico City killing sparks fury over violence against women. Reuters; [17] Ficha Técnica. Ley Ingrid. Orden Jurídico Nacional. Gobierno de México; [18] Los peligros de la ‘Ley Ingrid’: choques contra la libertad de expresión y de información. El País; [19] Ingrid Escamilla: la atroz violencia de los crímenes morales. El País; [20] Ofrecen recompensa para captura de presuntos feminicidas de Marichuy Jaimes. Aristegui Noticias; [21] Caso de feminicidio mexicana Marichuy logra atención y acuerdos con fiscalía. QuéPasa; [22] A casi 6 años del feminicidio de Marichuy, su madre logra que la Fiscalía CDMX ordene captura de agresores. Animal Politico; [23] Hace cuatro años Marichuy, estudiante del IPN, fue lanzada desde un quinto piso por un profesor que la acosaba. El Economista; [24] Matan a joven y disfrazan el crimen de suicidio. Periódico Central; [25] Autoridades en México revisan un caso de feminicidio ocurrido hace cinco años. El Periódico; [26] Entrega IPN título post mortem a familia de María de Jesús Jaimes Zamudio, alumna víctima de feminicidio. Excelsior; [27] In Mexico, Women Break the Silence Against Femicide. New York Times; [28] As três mortes de Marisela. Netflix. 2020; [29] Fury in Mexico as brave activist mother who lost her daughter in drugs war is gunned down while demanding justice. Daily Mail; [30] Marisela Escobedo, la mujer activista que murió por la impunidad. Excélsior TV. Disponível no YouTube; [31] Matan activista en Chihuahua. El Economista; [32] Detido assassino da mulher que não se calou. Expresso; [33] Conmoción por el asesinato de una madre que clamaba justicia para su hija. RFI; [34] Abordarán nuevas líneas de investigación en el caso. ABC Noticias; [35] New Evidence Shows Debanhi Was Violently Abused Before Being Beaten to Death. Vice; [36] President Says Mexico’s Women ‘Shouldn’t Worry’ After Missing Teen Found Dead. Vice; [37] Yolanda Disappeared Days Before Debanhi. Her Body Was Just Found Too. Vice; [38] ‘Debanhi’s Death Killed Our Hope’: Fear Over Missing Women. Vice; [39] Debanhi Escobar Was Murdered Before Her Body Was Dumped. Vice; [40] Third Autopsy Reveals Debahni Escobar Died of Suffocation. Vice; [41] A Driver Took Her Final Photo. Now She’s on a Long List of Missing Women. Vice; [42] El padre de Debanhi Escobar confirmó que su hija estuvo 8 días privada de su libertad. Infobae.
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