Em meados de 1987, moradores de uma pacata cidadezinha interiorana chamada Delhi, no estado de Nova Iorque, discutiram asperamente entre si a respeito de um novo morador que recentemente havia chegado naquelas bandas. Esse novo morador era um assassino de crianças que cumprira 14 anos de prisão e saíra livre. Ele “não era mais perigoso” disseram as autoridades. Psiquiatras, entretanto, discordavam: o psicopata esquizoide não podia ser solto. Mas houve um especialista que não concordou com seus colegas. Para este psiquiatra, o homem era “inofensivo”. E foi apoiado nesse diagnóstico que as autoridades decidiram libertá-lo.
Mas isso não importava. A questão é que agora ele estava em Delhi e os moradores de lá se eriçaram. O que fazer com ele? Acolhê-lo? Afinal, todos merecem uma segunda chance. Ou nada disso, devemos expulsá-lo?
A segunda opção foi a escolhida e o ex-presidiário, que se chamava Arthur, tomou o seu rumo. Atrair criancinhas para o mato, estuprá-las e matá-las era um passado tenebroso demais e Arthur pingou de cidade em cidade. A vida itinerante se tornou uma realidade, ele sofria hostilidades e perdia empregos quando as pessoas descobriam o que ele havia feito, então ele se mudava para um novo lugar.
Largado à própria sorte pelas autoridades e hostilizado por onde passava, poderia este homem inofensivo encontrar um caminho de paz e honestidade em sua vida?
O HOMEM DO DISTRITO VERMELHO
Na cidade de Rochester há um mundo de prostituição e drogas na Avenida Lyell, e a partir de junho de 1988 um homem estranho passou a estacionar seu carro lá. Ele ficava parado, sentado no banco, observando o movimento. Ele era um assassino em série e aquele era o seu lugar de caça. Ele não matava todo mundo. Ele pagou mais de 100 mulheres por sexo, mas algumas que o “irritavam” tinham um destino horrendo.
Entre março de 1988 e dezembro de 1989, 16 mulheres desapareceram na região. Os corpos, muitas vezes, eram encontrados mutilados e com as vulvas cortadas. Os pedaços, como se soube posteriormente, eram comidos pelo assassino.
A captura do maníaco homicida acabou sendo um golpe de sorte. Seu nome? Arthur Shawcross.
Sobrevoando de helicóptero um parque onde as roupas de uma mulher desaparecida foram encontradas, o piloto avistou um carro e o que parecia ser um homem urinando de cima de uma ponte. O piloto deu mais uma volta para checar o carro e nas imediações viu brilhar o que parecia ser um cadáver. Avisada, a polícia em terra se dividiu em duas: um grupo foi em direção ao cadáver e o outro seguiu o carro. O motorista era Arthur Shawcross e ele logo confessou que das 16 mulheres desaparecidas e encontradas mortas na região, 11 morreram por suas mãos.
À polícia, Shawcross disse ter um problema de impotência sexual. Ele não conseguia ter ereção, consequentemente não tinha orgasmo. Como o ucraniano Andrei Chikatilo, ele matava as garotas de programa que riam dele devido à sua incapacidade sexual. Mas ele não matou apenas garotas de programa. Uma das vítimas era uma mulher com um ligeiro retardo mental que disse a ele que era virgem.
Condenado à perpétua, Arthur Shawcross faleceu de ataque cardíaco em 2008, aos 63 anos.
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