Reportagem Retrô é uma coluna do blog O Aprendiz Verde que traz reportagens, matérias e artigos antigos publicados em algum lugar do nosso tempo-espaço. Trazer essas matérias é uma forma de resgatarmos o passado e, por um instante, ter um vislumbre daquele registro de época.
A reportagem retrô de hoje foi publicada na revista norte-americana D Magazine, em Maio de 1987, e é sobre Sandra Bridewell, uma mulher que buscou o glamour da alta sociedade mas terminou com o nome manchado em especulações sobre ser uma assassina em série.
A Viúva Negra
Sandra Bridewell estava subindo cada vez mais na alta sociedade de Dallas. Ela era linda, sedutora, rica. Mas seus maridos continuavam morrendo. Assim como uma de suas melhores amigas.
Por Eric Miller | Publicado na D Magazine em Maio de 1987
Sandra Bridewell estava subindo cada vez mais na alta sociedade de Dallas. Ela era linda, sedutora, rica. Mas seus maridos continuavam morrendo. Assim como uma de suas melhores amigas.
Num apartamento espaçoso próximo ao San Francisco Iate Clube, com vista para a baía, mora uma linda e discreta mulher. Ela tem 43 anos, mas parece mais jovem. Sempre bem vestida, ela se comporta daquela maneira calma e refinada que só os bem-nascidos sabem. Sempre que vai as compras descendo a rua, seus magníficos olhos escuros se fixam nos olhos de quem ela encontra pela frente e seu sorriso é tão natural que pode fazer homens, mesmo à primeira vista, sentirem-se estranhamente encantados.
Mas aqui em Belvedere, uma vila calma e elegante no Condado de Marin, ela fica acuada. Ela vem pegar sua correspondência numa caixa postal privada e, às vezes, almoça num dos pequenos restaurantes à beira-mar. À tarde, ela pega as crianças na escola. Poucos vizinhos a conhecem. “Ela tinha uma voz bonita”, relembra Silvia Davidson, uma moradora antiga, que alugou uma casa para a novata por um tempo, “e ela era belíssima. Mas – como falo isso? Ela era um mistério. Ela falava muito pouco sobre si”.
Para Sandra Bridewell, a comunidade serena de Belvedere, composta de 2 mil ricos residentes, é um bom lugar para começar uma nova vida – uma vida sem investigações policiais, fofocas incessantes e notícias vagamente sugestivas. O nome Sandra Bridewell significava nada em Belvedere, mas, nos círculos mais ricos e exclusivos da alta sociedade de Dallas, Sandra é objeto de intensa especulação – pelos vizinhos e pela polícia.
Casou-se três vezes e, todas as três vezes, seus maridos morreram. Seu primeiro marido, David Stegal, um dentista jovem e talentoso, se matou com um tiro em 1975. Seu segundo marido, um popular investidor e dono de hotéis que criou o luxuoso Mansion Hotel em Turtle Creek, morreu de câncer em 1982. Seu terceiro marido, Alan Rehrig, um ex-jogador de basquete famoso na faculdade de Oklahoma que tinha ido para Dallas para enriquecer como corretor de imóveis, foi achado morto em dezembro de 1985.
Por um tempo, parecia que Sandra Bridewell – uma mulher elegante, descrita regularmente por aqueles que a conheciam como adorável e carinhosa, que tinha criado três crianças maravilhosas e era devota dos eventos de caridade e com interesse ativo nas artes – era também vítima de uma virada cruel do destino. Tragédia a rondava sem descanso. “Você olha pra ela”, diz a amiga Barbara Crooks, uma nativa de Highland Park, “e imagina como ela resistiu a isto. Apesar de tudo o que aconteceu, ela teve que segurar a onda e continuar a criar aquelas crianças”.
Mas desde o assassinato de seu terceiro marido, Alan Rehrig, cujo corpo foi encontrado na cidade de Oklahoma, Sandra teve que aguentar mais uma coisa. A polícia está interessada nela. Investigadores de homicídio de Oklahoma dizem que Sandra Bridewell é suspeita na morte de seu terceiro marido. Agora, numa ação incomum, o FBI se juntou à investigação e está investigando não somente o assassinato de Rehrig, mas também o passado nebuloso de Sandra.
Pela primavera, agentes do FBI tem procurado por pistas sobre a personalidade de Sandra Bridewell. Eles foram atrás de um trabalho que Sandra teria escrito na faculdade sobre assassinato, culpa, penitência e salvação.
O FBI também soube sobre outra morte bizarra envolvendo Sandra, uma das que muitas pessoas das Park Cities têm sussurrado há um bom tempo. Dois meses depois de o segundo marido de Sandra, Bobby Bridewell, morrer de câncer, a polícia de Dallas achou uma mulher de Highland Park chamada Betsy Bagwell morta com um tiro na cabeça num estacionamento de Love Field. A mulher morta era esposa do proeminente cancerologista John Bagwell, que tratava do câncer de Bobby Bridewell. Naquela época, Sandra ficou muito próxima dos Bagwells. Ela foi, na verdade, a última pessoa vista com Betsy, menos de quatro horas antes de acharem seu corpo. A morte de Betsy foi oficializada como um suicídio, mas aqueles que a conheciam dizem não acreditar que ela tenha, de fato, puxado o gatilho.
Os investigadores ainda não apresentaram prova suficiente para indiciar Sandra nos crimes. Nem prenderam ninguém, mas isto só acrescentou mais à intriga. Poucos se lembram de uma época na história da alta sociedade de Dallas em que algo assim tenha produzido tanto sensacionalismo – uma jovem mãe atraente, os homens que a amavam e a sociedade afluente que os envolvia. “Tinha algo sobre ela que você não podia ignorar”, diz Diana Reardon, cujo marido é um empreiteiro bem conhecido de Dallas. “Ela ficava íntima de você, andava de braços dados com os seus quando conversava. Eu a vi encantar várias pessoas. Era como ela os seduzia.”
Sandra Bridewell é agora um alvo constante de fofocas. Longas conversas nos almoços do Dallas Country Club são devotadas ao seu passado. Um grupo de mulheres, todas esposas de proeminentes empresários, se autodenomina as “Irmãs Farejadoras” à medida que rastreiam as últimas histórias sobre Sandra. Outra bem conhecida integrante de uma das mais antigas famílias abastadas mantém um vasto arquivo sobre as atividades de Sandra. Elas não estão sozinhas em considerar Sandra Bridewell culpada até que se prove o contrário.
O agente do FBI Jon Hersley, que está encarregado do caso, deve estar espantado com a atenção paga à Sandra. Qualquer que seja a hora em que ele apareça na casa de alguém para uma entrevista, telefones começam a tocar em todas as Park Cities. Na verdade, foram as fofocas de Park Cities que levaram as autoridades até Sandra, em primeiro lugar. Ela se tornou suspeita na morte de seu terceiro marido quando a polícia recebeu uma ligação de uma mulher, apelidada por um de seus amigos de “garganta profunda de Highland Park”. A ligação anônima desencadeou um mistério que era suficientemente plausível para garantir futura investigação. Assim que se souberam das investigações, muitos residentes das Park Cities começaram a imaginar se a Sandra Bridewell que eles conheciam tinha outro lado mais sombrio.
Mas existe quem defenda Sandra. Estes acreditam que uma enxurrada de fofocas sem fundamento estava acabando com a vida de Sandra Bridewell em Dallas. Para os defensores de Sandra, o crime real foi cometido pelos rumores das Park Cities. “Highland Park é igual a cidade pequena”, diz Carolyn Day, uma amiga de Bridewell que comanda o popular mercado Travis Street Market.
“Todo mundo fala. Faz parte da vida aqui. Acho que é como aquele jogo do telefone sem fio, você começa a falar uma coisa e no final é outra completamente diferente.”
“Todo mundo entrou no barco contra Sandra”, diz outro de seus amigos. “E eles nem sequer a conhecem. É ridículo o que falam dela, muito longe do que ela realmente é. As pessoas convenientemente esqueceram-se sobre a Sandra que foi sua amiga um dia.”
Ano passado, sentindo a pressão da comunidade que a criticava, Sandra mudou-se de Dallas para a Califórnia com seus três filhos adolescentes. Os rumores atingiram seus objetivos. Sandra estava com vergonha de sair de casa. Algumas mães proibiram seus filhos de pegar carona com duas das filhas de Sandra. Eles estavam sendo afastados da sociedade. Suzanne Sweet, próxima de Sandra, que agora mora na Califórnia, relembra:
“muitos de nós dissemos a ela, ‘você não pode fazer isso com seus filhos. Os outros garotos vão acabar com eles. Highland Park não vai desistir de machucar vocês'”.
A tempo, a polícia e o FBI encerrarão as investigações. Mas qualquer coisa que seja que tenham achado, muitas pessoas das Park Cities acreditarão que Sandra tem culpa em pelo menos um assassinato. A história de Sandra Bridewell é perplexa e fascinante, como uma pintura da Renascença em que metade do rosto da mulher está escuro, metade claro, uma mistura de inocência e mistério, talvez maldade. O fato de que pessoas falem sobre ela não significa que seja culpada; nem inocente. Às vezes os rumores crescem do nada. Às vezes são a pista para a verdade.
“Tinha época em que eu tive insônia por causa do que falavam sobre a Sandra”, diz uma respeitada cidadã de Highland Park. Em fevereiro passado, o FBI a entrevistou sobre Sandra por uma tarde inteira.
“Sei que existe algo muito diferente entre aquela mulher e nós. Mas tem vezes que acordo à noite e penso, ‘e se ela não tiver nada a ver com isso, afinal? Então o que fizemos a esta mulher?'”
Seu Passado
“Nas vezes em que ela me falou sobre o passado, era como se ela se visse como a Cinderela.”
[Diana Reardon, ex-amiga]
A Sandra Bridewell que agora é alvo da polícia e das fofocas não tinha suas raízes na sociedade das Park Cities. Na verdade, a mulher sedutora que amava champanhe e viagens a Nova York, que dirigia carros caros e tinha aulas de culinária gourmet só por diversão, não teve luxos na infância. Seus primeiros anos de vida foram passados num turbilhão, e tinham muitas doses de tragédia.
Ela nasceu em 1944 na pequena cidade de Sedalia, no Missouri. Dada à adoção pelos pais ainda bebê, foi adotada por um casal que não podia ter filhos. Seu pai adotivo era um homem chamado Arthur Powers, dono e gerente da fábrica local da Dr. Pepper. Sua mãe adotiva, Camille, morreu num acidente quando Sandra tinha 3 anos. Seu pai logo se casou de novo. Quando ela tinha seis anos, Sandra e sua família mudaram-se do Missouri para uma vizinhança classe-média em Oak Cliff, onde seu pai vendia lotes de cemitério no Laurel Land Memorial Park.
À medida que Sandra crescia, as memórias de sua infância se tornariam uma fonte vívida de conversas. Muitos de seus amigos e ex-amigos se lembram de histórias que Sandra contava sobre sua juventude infeliz. Susan Dreith, amiga mais próxima de Sandra na adolescência (ela era sua vizinha), diz que Sandra e sua madrasta “não tinha um bom relacionamento”.
“Lembro-me de como Sandra costumava falar sobre uma festa de aniversário que sua madrasta organizou pra ela”, relembra uma ex-amiga que, até recentemente, era vizinha de Sandra.
“No dia da festa, ninguém veio. Sandra disse que foi porque sua madrasta se esqueceu de mandar os convites. Sandra me falava que era porque sua madrasta dizia que ela não era querida e não tinha amigos, na verdade.”
(O pai de Sandra faleceu. Doris Powers, sua madrasta, não quis ser entrevistada. “Eu acho que Sandra já foi incomodada demais,” disse a Sra. Powers. “Não sei porque isto está acontecendo com ela.”)
Sandra frequentou a Kimball High School em Oak Riff, formando-se em 1962. De acordo com Susan Dreith, ela sempre se vestia bem e tinha boas maneiras – “um estilo Eddie Haskell”-, mas ela não era muito popular, nem parecia se envolver em muitas atividades. Sua foto de classe de 1962 nem sequer aparece no anuário e ela não tem foto em nenhuma outra organização escolar, exceto para as Futuras Donas de Casa da América. Dreith diz que, apesar da beleza evidente de Sandra na época, ela não namorava muito.
“Ela parecia somente estar num equilíbrio perfeito. E ela geralmente parecia um pouco indiferente – e ainda assim tinha essa coisa que sempre te deixava desconfiada. Era um tipo de ilusão sobre ela. Ela sempre inventava histórias sobre as coisas. Assim, sei que éramos crianças e que fazíamos dessas coisas às vezes, mas Sandra era muito ridícula. Uma vez, íamos pra algum lugar numa noite de fim de semana, e eu nunca tive resposta dela. Quando perguntei, ela disse que teve que ir pro Missouri no meio da noite. Bem, claro, eu sabia que não era verdade. Ela estava na casa dela.”
[Susan Dreith]
Outra amiga de Sandra, Paula Johnson, que a conheceu quando ambas tinham 20 e poucos anos, se lembra do hábito de Sandra de mentir sobre o passado.
“Sandra nunca falou de seus amigos do colégio. Eu nunca conheci nenhum deles. Era estranho. Uma vez em que estávamos dirigindo por uma área bacana de Oak Riff e Sandra apontou pra uma casa muito bonita. Tinha um belo jardim, era do lado de um parque, muito agradável. E Sandra olhou pra mim e falou, ‘eu cresci naquela casa.’ Uns meses depois tivemos que ir à casa dela de verdade – acho que era o funeral do pai dela – e quando chegamos lá, não era a mesma casa que ela tinha me mostrado. Como Sandra achou que estaria tudo bem mentindo assim?”
[Paula Johnson]
As mentiras continuaram à medida que Sandra envelhecia. Algumas pessoas que a conheciam na fase adulta lembram que ela dizia ter frequentado a Universidade SMU. A secretaria não tinha nenhum registro de cursos feitos por ela na SMU. No questionário da reunião dos dez anos da formatura no ensino médio, Sandra escreveu que cursou a Universidade TCU. De acordo com a secretaria da universidade, ela nunca frequentou a TCU.
É sabido que ela cursou a faculdade Tyler Junior College por um ano depois do colégio, quando ela foi membro da irmandade local Sans Souci (“sem preocupação” em francês). Ela retornou a Dallas logo depois disso e, em 1966, ela vivia uma vida de jovem solteira de North Dallas no condomínio do Windsor House Apartments, próximo à área do Upper Greenville.
Talvez como reação à sua criação incerta e problemática, Sandra desenvolveu um gosto pelas coisas caras e requintadas da vida. Aqueles que a conheciam nos anos 60 dizem que, já naquela época, ela estava se esforçando para ser um tipo sofisticado, diferente dos outros de mesma idade.
“Para o resto de nós, ela era fenomenal“, relembra Kathy Woodson, uma secretária de Dallas que fazia parte da turma de Sandra na época.
“Ela era um tipo de beleza sulista que tinha surgido do nada. Ela era muito bem comportada, e ela sabia como fazer pudim de ameixas flambadas. Quer dizer, a gente lia revistas de entretenimento, e ela lia Southern Magazine. Ela sabia exatamente o que os homens queriam.”
Com esses trunfos, não demorou muito para os homens chegarem em Sandra. Ela começou a namorar um jovem estudante de odontologia que tinha ambições de ser um grande dentista em Dallas. Ele morava num complexo de apartamentos do outro lado da rua de Sandra, e depois de somente seis semanas de namoro, ele a pediu em casamento. Em maio de 1967, David Stegall se tornou o primeiro marido de Sandra.
O Primeiro Marido
“Eles amavam a ideia de serem ricos. David gostava de coisas caras, e Sandra também. Mas, sendo tão jovens, eles não tinham ideia de como lidar com dinheiro.”
[Dr. E. T. Stegall, pai de David]
David Stegall era um jovem bonito e calmo nascido e criado em Forth Worth. Seguindo os passos do pai, ele cursou a Baylor College of Dentistry, onde se formou com honras. Mas ele queria fazer mais em sua profissão do que comandar um negócio familiar como seu pai fez. “Ele, obviamente, queria ser o dentista badalado da alta sociedade de Dallas”, disse um amigo dentista que o conheceu no curso de odontologia e, mais tarde, teria um consultório no mesmo prédio de Stegall.
“Ele não queria fazer coisas normais como obturações. Ele queria fazer reconstrução total dos dentes, do tipo que pacientes pagariam $ 10.000 no mínimo. E isso era muito dinheiro na época.”
Stegall foi para Los Angeles estudar com um proeminente dentista, Dr. Peter K. Thomas, que tinha uma longa lista de clientes celebridades de Hollywood. Com Thomas, Stegall aprendeu a fazer os movimentos certos para atrair clientela. Os recém-casados também se juntaram à igreja St. Michael and All Angels Episcopal Church que, aos domingos, enchia com as pessoas mais ricas de Dallas. No novo consultório de Stegall no Douglas Plaza, próximo ao Preston Center, havia retratos profissionais de seus filhos nas paredes.
O pai de David disse que Sandra foi sua primeira namorada; ele nunca havia procurado namorada séria antes de conhecê-la. Kathy Woodson, que viu o relacionamento de David e Sandra se desenvolvendo, fala:
“David era um querido, mas pouca gente gostava dele por que ele era um solitário e muito sério sobre o trabalho. Ele nunca foi o tipo que se envolvia na vida de alta sociedade. Mas quando se casou com Sandra, tudo mudou.”
Desde o começo, Sandra se entrosou facilmente entre a alta sociedade, como se isso fizesse parte da sua vida desde sempre. “Ela era a anfitriã perfeita”, relembra Marian Underwood, moradora de Highland Park, ex-amiga de Sandra. “Ela era tão criativa em casa. Se tinha um jantar, ela arrumava tudo pra você.” Ela recebia maravilhosamente, fazia comentários perceptivos no livro do clube dos moradores da vizinhança, era a diretora culinária na igreja de St. Michael (sua receita era codorna ao vinho). “O objetivo dela era entrar na Junior League”, diz Kathy Woodson. “Ela queria ser a clássica mãe da Junior League. Nunca entendi por que ela nunca conseguiu.”
Nota do Aprendiz: Junior League: associação sem fins lucrativos de mulheres que visa promover o voluntarismo, desenvolvendo o potencial feminino e melhorando a comunidade através de ações efetivas. É exclusivamente educacional e beneficente.
“Ela estava tentando obter uma nova identidade social fina”, disse Jack Sides, que era o advogado de Stegalls. “Ela queria fazer as coisas classe A.” Um conhecido de Stegall se lembra de uma festa de aniversário dada para uma das crianças da vizinhança. Enquanto as outras mães trouxeram presentinhos que não custavam mais do que $ 5, Sandra apareceu com um arranjo elaborado de balões de $ 30.
Outra amiga conheceu David e Sandra em 1971 num churrasco feito pelo famoso agente imobiliário de Highland Park, Charles Freeman. Ela lembra que Sandra parecia ofendida quando lhe ofereceram uma cerveja. “Ela disse que não bebia cerveja”, relembra a mulher.
“Tudo bem, mas era o jeito pretensioso dela falar, sabe. Todo mundo notava que ela era uma alpinista social.”
Mas a verdade era que David Stegall também adorava esse tipo de vida. Ele não se entrosava direito nas festas, mas Sandra o conduzia bem. E a roda social não afetava seu trabalho de dentista. Finalmente, ele estava ganhando dinheiro: seus ganhos quase que triplicaram, indo de $ 27 mil para $ 68 mil em 1973. Os Stegalls se tornaram cativados pela boa vida dos antigos bem-nascidos de Dallas, e eles se viciaram nisso. Logo começaram a tentar viver como essas pessoas que frequentavam tais festas chiques que eles iam.
Em 1973, eles se mudaram para uma vizinhança mais chique em Greenway Park, comprando uma casa de $ 65 mil que rapidamente começaram a reformar com o custo de $ 45 mil. Sandra tomava conta das contas da casa e David ia pro trabalho num Cadillac do ano e vestido com um casaco de $ 300. Eles tinham uma empregada e as compras eram entregues em casa pelo mercado chique Simon David de Inwood Road. Eles estavam até procurando uma casa maior em Highland Park.
À medida que os gastos aumentavam, Sandra pagou $ 35 mil ao renomado designer de interiores de Dallas, John Astin Perkins, para redecorar a casa com antiguidades. A esposa de um dentista entrou na casa e, boquiaberta, disse que parecia o Palácio de Versailles. Um amigo lembra que David e Sandra eram rápidos ao comentarem sobre detalhes especiais, como uma mesinha de canto que custou $ 4 mil. Outro amigo, membro da igreja de Sandra, lembra-se de ouvir Sandra falar que seu objetivo era ter a casa publicada na revista Architectural Digest.
Em 1974, na época do nascimento do terceiro filho do casal, as dívidas estavam fora de controle. “Eles, literalmente, só falavam de gastar”, relembra um amigo próximo. O Imposto de Renda pôs uma procuração na casa por causa de taxas não pagas. Os Stegalls deviam ao banco North Dallas mais de $ 30 mil. David parou de atender somente casos especiais e começou a trabalhar em todo tipo de problema dentário. “Ele trabalhava dia e noite para pagar as contas”, lembra Paula Johnson, cujo ex-marido, um dentista, também cometeu suicídio. “Eu perguntava a Sandra por que ela só gastava, e ela dizia, ‘Bem, David está tão bem no trabalho.'”
Mas David Stegall não ia bem. Um psicólogo que teve uma consulta com David dias antes de seu suicídio lembra que ele parecia:
“bem apagado por causa das contas dos móveis da casa… A esposa parecia ter ele nas mãos. Ele era completamente intimidado por ela. O pensamento, na visão dele, de seu fracasso em conseguir pagar as contas contrastava com suas habilidades profissionais”.
No outono de 1974, as finanças pioraram. David pegou emprestado $ 100 mil do seu pai para equilibrar as contas. Mas os problemas estavam afetando o trabalho de David no consultório. “Você notava que a qualidade de seu trabalho estava caindo”, relembra um colega, Dr. Paul Radman. “Eu não sabia de seus problemas pessoais, mas sabia que algo estava errado.”
Um amigo lembra de como David, nas semanas finais de sua vida, falava sobre se mudar para a Califórnia, comprar um Porsche conversível e namorar uma loira. A vida em casa era miserável. Sandra e David brigavam constantemente. Paula Johnson lembra que Sandra acusou David de ter um caso. Uma vez, Sandra chegou na casa de um amigo com um olho roxo e disse que David bateu nela. Sandra começou a dormir no quarto das crianças; amigos dizem que ela tinha medo do temperamento “violento” de David. Numa noite, cerca de três semanas antes de Stegall se matar, seu advogado, Sides, recebeu uma ligação nervosa de Sandra dizendo que David estava bebendo muito. Sides correu até a casa e achou Stegall num armário com uma pistola apontada para sua cabeça. Sides tirou a arma de David sem problemas.
Depois daquela noite, Stegall disse a amigos que tudo estava bem e que nunca mais tentaria o suicídio por causa do amor que tem pelos filhos. Mas em 22 de fevereiro de 1975, David tentou de novo. Desta vez ele conseguiu. Sandra contou à polícia que ela estava dormindo em outra ala da casa, acordou e encontrou David deitado na cama numa poça de sangue. A polícia achou o dentista com os pulsos cortados e com uma bala na têmpora esquerda. Uma pistola calibre .22 estava em sua mão. Mais tarde, a polícia descobriria que a arma que David usou para se matar havia sido aparentemente roubada da casa de um de seus clientes.
Sandra vendeu a casa por $ 147 mil e recebeu $ 160 mil do seguro de vida. O consultório de seu falecido marido foi vendido por apenas $ 15 mil. Mesmo depois de pagar todas as contas, ela e seus filhos ainda tinham bastante dinheiro para viver confortavelmente.
Nem o psicólogo e nem o psiquiatra que examinaram David Stegall dias antes de sua morte chegaram à conclusão de que ele era suicida. Mas para o desgosto de Sandra, os problemas de David não serviram para evitar que muitos amigos dele se voltassem contra ela. “No funeral de David”, diz Kathy Woodson, “toda a antiga turma sentou-se junta e falava sobre como David tentou tirar os cartões de Sandra porque ele achava que ela o estava arruinando.”
Um dos defensores de Sandra daquele tempo admite que ela pintava “uma vida de fantasia”. Tragicamente, aquela fantasia – de uma família próspera que subia cada vez mais de patamar na comunidade rica de Dallas – terminara em pedaços. Para Sandra, era hora de juntar os cacos e começar de novo.
O Segundo Marido
“Eis aqui uma dona de casa preocupada com caronas e trabalho no refeitório da escola, e chega Sandra falando sobre alguém que a apunhalava pelas costas. Esse tipo de coisa nunca acontecia conosco.”
[Frances Sheperd, uma mãe de Highland Park]
Quando David Stegall morreu, Sandra Bridewell ficou sozinha com um filho de sete anos e duas filhas, uma de quatro e outra de um ano. Sem emprego. Para alguns que a conheciam, parecia que o único caminho para a jovem viúva era arrumar outro homem.
“Ela falava de homens, e de como ela precisava deles, e como seus filhos precisavam de uma família. Quer dizer, era perfeitamente aceitável, Sandra procurava por homens como se procura um emprego. Na posição em que ela se encontrava, era sua maneira de sobreviver.”
[Diana Reardon]
Alguns velhos amigos de David Stegall estavam ressentidos com Sandra, mas muitos amigos e vizinhos a ajudavam. Logo, Sandra começou a ter encontros de novo. E as mulheres de Highland Park que arrumavam encontros pra ela com seus amigos ricos divorciados rapidamente descobriram algo: Sandra, voluptuosa e encantadora, era muito atraente para os homens. Ela sabia como agradá-los e sabia como flertar com eles. Aqueles que saíram com ela descrevem seu fascínio de várias maneiras – um chamou de “uma aura de garotinha maravilhosa”, outro chamou de “feminilidade calculada”.
Os homens a enxergavam como se enxerga dinheiro: ela era uma daquelas coisas na vida que era impossível de entender e impossível de resistir. “Ela tinha esse olhar sexy”, lembra Lynn Price, uma mulher de Highland Park que arrumara o primeiro encontro de Sandra com Bobby Bridewell, o homem que se tornaria seu segundo marido. “Era um tipo de estilo ardente.”
“Não era que ela se vestia de maneira provocante”, diz Yvonne Crum, uma consultora de relações-públicas socialite de Dallas.
“Ela não era mais bonita do que outras mulheres. Mas os homens ficavam encantados com ela. Ela tinha uns olhos grandes lindos, e olhava fixamente para um cara quando falava com ele, se agarrando a cada palavra dita, e fazia ele pensar que era o único na sala.”
Havia outra coisa que as pessoas notaram sobre Sandra. Ela não era tímida em ir atrás de quem gostava. Uma amiga que ficou próxima de Sandra depois da morte de Stegall disse:
“Três meses depois que David morreu, Sandra mencionou três homens que ela queria conhecer. Todos eles milionários.”
Os defensores de Sandra acreditam que as histórias eram por pura inveja. “É verdade que Sandra tem uns truques femininos”, diz Barbara Crooks, “que, claro, a fazem ser o tipo de mulher que as mulheres de Highland Park não gostam. Elas não se aproximam de uma mulher que é calorosa e atraente.”
Sem dúvida alguma Sandra só queria homens ricos. Um banqueiro de Dallas, que apresentou Sandra para um amigo rico do Arkansas, disse:
“Ele voltou do encontro fascinado com ela. Aí pegou um voo de volta para o Arkansas na manhã de segunda. À noite, ele ouviu baterem na porta. Era Sandra. Ela o tinha seguido até em casa. Foi uma cena terrível, porque meu amigo estava com sua namorada quando Sandra apareceu.”
Um rico investidor de Dallas se encontrou com Sandra no Northwood Club em 1975. Ele lembra que ela chegou com tudo nele.
“Ela era doce ao ponto de ser pegajosa. Me lembro uma vez quando Sandra e eu saímos com minha irmã e seu namorado. Era nosso terceiro ou quarto encontro. Ela falava ‘querido’ e ‘te amo’ até o ponto em que eu fiquei envergonhado.”
Talvez o relacionamento mais notório de Sandra depois da morte de seu primeiro marido foi com o fundador do Steak and Ale, Norman Brinker, que começou a namorar Sandra quando ele estava no meio de um divórcio terrível. Enquanto namorava Brinker no outono de 1976, Sandra se tornou alvo de assédio. Em uma ocasião, seu duplex foi arrombado e deixaram uma mensagem ameaçadora escrita com batom num espelho.
Muitas mulheres se lembram que Sandra as contou sobre uma mulher que atirou uma faca em direção à ela. As histórias criaram um alvoroço que nunca havia acontecido na geralmente sedada comunidade das Park Cities. Brinker contratou brevemente um guarda-costas para proteger Sandra. Eventualmente, ela foi arrastada para dentro do divórcio dele; Sandra deu um depoimento em dezembro de 1976 sobre o caso. O que ela disse permanece um segredo. Brinker não fala sobre ela e seu arquivo de divórcio sumiu dos registros do Condado de Dallas.
E então, já na época em que Sandra conheceu Bobby Bridewell, um investidor hoteleiro divertido, ela já era alvo de grande especulação. Nas conservadoras Park Cities, onde as casas são mobiliadas com móveis finos e pinturas antigas e possuem empregadas, onde mães dirigem Suburbans e pais saem cedo do trabalho para treinar os times de futebol dos filhos no YMCA, Sandra certamente se destacou. Existe um sentimento de conforto na “Bolha”, como os residentes das Park Cities chamam sua comunidade privada: eles sabem que suas vidas estarão sempre seguras e protegidas. Muitos residentes nascem e morrem na mesma vizinhança. Por isso, Sandra era uma entidade totalmente diferente ali.
Muitas das conversas eram cruéis. E a verdade era que muitas mulheres gostavam de tê-la como amiga. Elas a exploravam pelos detalhes, e então corriam para o telefone para fofocar. “Você tinha que saber de todas as histórias sobre ela”, lembra uma ex-amiga, “por que você nunca sabia como iam terminar”.
“O que você tem que ter em mente é o quão fechada Highland Park é“, diz Barbara Crooks, que vive agora em Nova York.
“Cresci lá a vida toda, e sei o que acontece – você encontra as mesmas pessoas nas festas, faz as mesmas coisas que elas, e precisa de algo para agitar sua vida. As pessoas procuram logo uma pessoa para fofocar sobre. E foi o que aconteceu com Sandra.”
Mas nada de seu passado importava para Bobby Bridewel, filho de um rico explorador de petróleo de Tyler, que era amado por seus amigos por ser festeiro e bem-humorado. “Ele era o mestre do bem receber”, relembra seu amigo, empresário de entretenimento de Dallas, Angus Wynne.
“Ele era amante de R&B e ia a todos os shows. Claro, ele era um dos poucos brancos na plateia, mas não se importava. Ele dançava nas poltronas e imitava os músicos. Uma vez ele pulou no palco e jogou seu casaco nos ombros de James Brown.”
Quando Sandra, que vinha tramando há semanas para conhecê-lo, apareceu de repente uma noite na casa de Bo e Lynn Price enquanto Bridewell estava lá para o jantar, ele pareceu estar maravilhado. Era no final de 1977, e Bobby estava passando por um divórcio horroroso. Sua primeira mulher disse que estava apaixonada pelo seu treinador de cavalos. Muitos de seus amigos sabiam de como o casamento fracassado havia o devastado.
Sandra apareceu na hora certa para Bobby Bridewell. Ela amava sair tanto quanto ele, e ganhou pontos por isso. Quando ela começou a namorá-lo, de acordo com uma de suas amigas da época, ela lia vários livros sobre corrida de cavalos, sabendo que Bobby adorava o esporte. “Sandra sabia como agradar Bobby”, disse sua amiga Carolyn Day.
“Ela o deixava ser o centro das atenções. Ele era um ótimo anfitrião e bom de papo, e ela o deixava comandar o show enquanto ficava na plateia.“
Depois de um agitado romance, eles se casaram em junho de 1978. “Bobby estava nas nuvens”, disse Bo Price. Outro grande amigo, o notável arquiteto Phillip Sheperd, lembra que Bobby, vulnerável por causa do divórcio, precisava de companhia.
“Ela era um tipo diferente de garota pra ele. Ela o amava muito. Acho que Bobby sabia que Sandra achava que ia ter muito dinheiro, mas isto não abalou a relação.”
O que muitos não sabiam era que Bobby estava deslizando para uma grande crise financeira. Ele estava envolvido em dezenas de empreendimentos imobiliários na indústria hoteleira, e quase todos eles estavam falhando à medida que o mercado imobiliário de 1978 atingia o fundo do poço. No final de 1978 ele estava falido e tinha mais de $ 3 milhões em dívidas.
Ainda assim, dizem seus amigos. Bobby recusou-se a ficar desencorajado e, em 1979, começou a mudar as coisas novamente com um projeto de um hotel. Em um passeio pela velha mansão Sheppard King Mansion, uma vila italiana do século XVI, uma ideia passou por sua mente. Por que não converter a vila em um hotel e restaurante chiques? Ele vendeu a ideia à Carolyn Hunt Schoellkopf, e sua companhia Rosewood Hotels Inc. comprou a propriedade. Bobby permaneceu como consultor para assistir sua ideia ser transformada em realidade quando a Mansão abriu as portas em 1980. Até então, um juiz de falência havia liberado Bridewell de todas as suas dívidas, e ele estava novamente tendo uma renda de seis dígitos.
Rapidamente, Sandra Bridewell se viu subindo ainda mais na sociedade de Dallas. O círculo de amigos de Bobby, a maioria deles em meados dos 30 anos, estava bem no caminho para se tornar alguns dos mais proeminentes empresários e socialites em Dallas. À Sandra foi dada a oportunidade de ser convidada para o exclusivo baile Cattle Baron’s Ball. Ela foi presenteada com a melhor mesa e bailava pela mansão. Quando ela viajou para Houston, ficou no chique Remington on Post Oak Park Hotel, outro dos projetos de Bobby.
Bobby até adotou seus filhos, dando-lhes o distinto nome de Bridewell. Ela comprou presentes tão luxuosos para seus novos amigos, diz Phillip Shepherd, “que parecia um pouco demais”. Lynn Price diz:
“Sandra se tornou ainda mais glamorosa. Era como se ela não fizesse nada que não envolvesse o melhor.”
Muitos dos amigos de Bobby se viram gostando de Sandra. “Ela tinha um feitiço mágico sobre as pessoas”, diz uma mulher que era próxima a ela.
“Você se pegava fazendo pequenas coisas para ela – fazendo compras, levando seus filhos para lugares. Então você se perguntava por que estava fazendo isso, quando sabia que ela estava na Mansão almoçando.”
Mas os amigos continuaram a ajudar Sandra – especialmente depois da notícia chocante, em 1980, de que Bobby Bridewell havia sido diagnosticado com câncer linfático. A sem sorte Sandra Bridewell, que parecia prestes a estabelecer-se na sociedade, foi atingida com outra tragédia. No início, Bridewell continuou a trabalhar em seu ritmo frenético habitual, aparentemente forte, apesar das doses pesadas de quimioterapia que ele estava tomando. Mas em 1981, ele estava perdendo peso e passando mais tempo na cama.
Para entender como a morte de Bridewell fez de Sandra objeto de mais sussurros e especulações, note que Bobby Bridewell era adorado por seus pares. Ele era como uma figura menor em um romance de Fitzgerald, usando casacos esportivos chamativos, rindo mais do que qualquer um na sala, sempre o último a sair da festa. Em uma fita de vídeo de 1980 da festa de aniversário de Phillip Shepherd, um grupo de mulheres cantou uma canção em homenagem a Bobby. Os convidados sabiam na época que o câncer ia matá-lo, mas eles riram e conversaram durante a música. Ainda assim, mesmo na filmagem granulada, pode-se ver os amigos de Bobby olhando vagamente para ele, como se estivessem perdidos. Perto, Sandra se senta em um sofá, chorando silenciosamente com as mãos em seu rosto.
Os últimos meses de Bobby Bridewell deveriam ter evocado o tipo de amor e calorosa generosidade que emerge nas pessoas durante o infortúnio. Em vez disso, uma profunda amargura cresceu nos amigos de Bobby, e foi dirigida a sua esposa – pois enquanto Bobby estava morrendo, Sandra Bridewell estava remodelando sua casa em Highland Park.
Para alguns na turma das Park Cities, as ações de Sandra eram ultrajantes. “Naquele inverno antes dele morrer, o aquecedor não funcionava em sua casa”, diz uma mulher que era próxima de Bridewell.
“E aqui estava Sandra refazendo seu jardim e o papel de parede e o resto. Então eu trouxe alguns aquecedores elétricos que tinha sobrando e um edredom para fazer Bobby se sentir mais confortável, e Sandra não gostava do edredom, porque não parecia bonito o suficiente.”
“Oh, isso é uma mentira”, diz Barbara Crooks em sua defesa. “Eles estavam consertando a casa muito antes de Bobby ficar doente. E ele pediu que fosse feito.” Diz outro residente de Highland Park que não conseguiu entender as queixas dos amigos de Bobby:
“Ok. As ações de Sandra talvez não fossem a coisa mais apropriada a fazer, mas não era como se ela estivesse sendo imoral. A turma de Bobby estava apenas procurando algo contra ela.”
Na primavera de 1982, Sandra perguntou a Marian Underwood, uma vizinha que era professora aposentada, se Bobby poderia ficar por cerca de uma semana em um de seus quartos vagos, enquanto Sandra instalava um ar condicionado central e aquecedor em sua casa. Bobby nunca voltou para casa. Ele ficou na casa de Underwood por três semanas, até que o pai de Bobby ficou bravo com Sandra e o levou para uma suíte em um de seus motéis, o Twin Sixties Inn na Central Expressway. Marian Underwood, que amava os Bridewells, também teve uma briga com Sandra, assim como muitos amigos de Sandra que cuidaram de seus filhos ou compraram mantimentos durante a doença de Bobby, e sentiram pouco agradecimento em troca.
“Sandra era tão exigente com sua atenção”, diz Diana Reardon.
“Ela ligava para você constantemente e não saia do telefone, ou ela vinha e nunca ia embora. Mesmo se você tivesse algo a fazer, ela iria ficar e conversar, não importa o quão educadamente você falasse que era hora de ela ir. Chegou ao ponto em que você teria que escoltá-la até a porta e fechá-la na cara dela. Então ela te ligava chorando, dizendo como você a tratou terrivelmente. “
Bobby permaneceu no quarto do motel até o final de abril, depois passou as últimas duas semanas de sua vida no Baylor University Medical Center. A reforma na casa continuou.
Bobby morreu aos 41 anos em 9 de maio de 1982. Algumas semanas mais tarde, Sandra partiu para umas férias havaianas com seus três filhos. Ela precisava se afastar do mundo que havia caído em torno dela.
Embora Sandra não tivesse percebido isso, ela estava quietamente sendo ostracizada de sua turminha da sociedade. A conversa foi aumentando feito bola de neve, trazendo uma avalanche de boatos e insinuações para enterrar de vez a sua reputação. Sandra havia se afastado dos limites do bom gosto nas comunidades reservadas das Park Cities. Poucos meses depois, a conversa ficaria tingida de medo quando uma das amigas de Sandra foi encontrada morta em um estacionamento do Love Field.
A Morte de Begsy Bagwell
“De todas as entrevistas que eu fiz, com todos os seus amigos mais próximos, eu não pude encontrar nenhuma razão que levasse Betsy a atirar em si mesma.”
[Bill Murphy, investigador particular]
O médico cancerologista de Bobby Bridewell, John Bagwell, era um dos mais ilustres médicos de Dallas, o tipo de profissional que partiria para o hospital antes do amanhecer, voltaria à noite para um jantar rápido e depois voltaria ao consultório. Sua esposa, Betsy, era a dona de casa e a mãe quintessencial de Highland Park. Uma ex-líder de torcida da escola Highland Park High School, Betsy trabalhou no Festival de Shakespeare, pertencia à Junior League, era ativa na Igreja Presbiteriana de Highland Park e ensinava a Bíblia para crianças em sua casa enquanto criava dois filhos.
“Seu maior objetivo na vida”, lembra um vizinho, “era ter uma família número 1.”
Betsy Bagwell vivia o tipo de vida estável que Sandra Bridewell esperava há muito tempo alcançar. Sem motivo aparente, Sandra se tornou muito próxima dos Bagwells enquanto Bobby Bridewell estava morrendo de câncer. Apoiava-se neles tanto depois da morte de Bobby como antes.
Um dos amigos mais próximos de Betsy, que falou com ela pouco antes dela morrer, diz que “parecia um pouco incomum a rapidez com que tentou se aproximar de John”. Mas Sandra também se tornou muito apegada a Betsy, uma mulher simpática que era conhecida por aconselhar e fazer amizade com muitos dos pacientes do marido e suas famílias. Após a morte de Bobby, Sandra até acompanhou Betsy a Santa Fé em um curto período de férias. Sandra começou a chamar Betsy de “minha nova melhor amiga”, diz uma mulher das Park Cities que conheceu bem os dois durante esse período.
No entanto, os Bagwells estavam ficando cansados dela. Como muitas pessoas que já foram amigos de Sandra, eles se sentiram sufocados, sempre pedindo-lhes para fazer algo por ela. Numa noite de quarta-feira, em julho, Sandra telefonou para Bagwell para lhe dizer que seu carro havia quebrado enquanto ela estava fazendo compras. Relutantemente, John concordou em ajudar Sandra. Mas quando chegou ao local, ele viu um policial entrar no carro de Sandra. O carro ligou imediatamente. Bagwell, que mais tarde diria aos investigadores que acreditava que Sandra mentiu sobre o problema do carro para tirá-lo de sua casa, disse-lhe com raiva que ela saísse de suas vidas. Ele também disse a Betsy para ficar longe de Sandra.
Mas alguns dias depois, em 16 de julho, Betsy recebeu um telefonema de Sandra. De acordo com um investigador particular contratado para analisar a morte de Betsy, Sandra estava chateada com uma carta que havia encontrado de outra mulher para Bobby. Sandra disse que a carta, descoberta dentro de um quadro atrás de uma fotografia, indicava que Bobby estava tendo um caso. Para Betsy, algo não parecia certo sobre a história. Ela falou ao seu marido sobre isso naquela manhã e mencionou o fato novamente com duas amigas durante o almoço no Dallas Country Club (Sandra negou a existência da carta à polícia de Dallas).
Segundo a polícia e os investigadores particulares, Betsy recebeu outro telefonema naquela tarde de Sandra. Outra vez, seu carro havia quebrado, desta vez em uma igreja, e necessitava de ajuda. Betsy não pôde dizer não. Ela levou Sandra para Love Field umas 16h30 para alugar um carro mas, devido a Sandra ter esquecido sua carteira de motorista, ela não conseguiu um carro. Segundo a polícia, Sandra disse que Betsy a levou de volta ao carro parado na igreja. Mais uma vez, o carro ligou. A polícia diz que Sandra lhes disse que ela deixou Betsy e foi fazer compras no Preston Center.
Às 20h20 naquela noite, a polícia encontrou Betsy Bagwell no estacionamento do terminal de Love Field, caída no assento do motorista de sua Mercedes-Benz azul 1980, com um buraco de bala na têmpora direita e um revolver calibre .22 na mão. O Dallas County Medical Examiner oficializou a morte como suicídio.
Ninguém que conhecia Betsy Bagwell acreditou que ela havia se matado. De acordo com os investigadores, Betsy disse aos seus filhos no início daquela tarde para não “comer porcaria”, porque ela tinha o jantar descongelando na pia. Além disso, a arma encontrada com Betsy era uma Saturday Night Special roubada, uma pistola barata registrada por um homem falecido de Oak Cliff que a tinha guardado no compartimento de luvas de seu carro. A esposa do homem disse que a arma havia sido roubada em algum momento nos anos 70, mas o casal nunca informou para a polícia. Tanto a polícia como os amigos se perguntavam como uma mulher não familiarizada com armas poderia se deparar carregando uma arma roubada. Por que Betsy Bagwell não foi a uma loja de artigos esportivos de Highland Park e comprou uma?
Mas o investigador de homicídio do Departamento de Polícia de Dallas J.J. Coughlin, que supervisionou o caso, diz que o médico do condado chamou a morte de Betsy de “um caso clássico de suicídio”. Testes mostraram vestígios de pólvora, sangue e tecido na sua mão, levando a uma decisão sobre ser suicídio.
Ainda assim, aqueles que conheciam Betsy não estavam convencidos. A morte marcou um ponto de virada no modo como as pessoas das Park Cities consideravam Sandra Bridewell. De repente, eles ficaram muito apreensivos.
“Quando o primeiro marido morreu, as pessoas sentiram pena de Sandra”, diz o conhecido agente imobiliário Thomas McBride. Quando o marido nº 2 morreu, eles ainda ficaram ao lado de Sandra. Mas quando Betsy Bagwell morreu, diz ele, as pessoas ficaram preocupadas com Sandra.
“Ela se tornou uma mulher misteriosa, e as pessoas começaram a perceber que as únicas coisas que realmente sabiam sobre Sandra eram as coisas que Sandra lhes contava.”
Havia outra Sandra Bridewell, uma viúva negra com uma mordida fatal? Ou Sandra era uma vítima das circunstâncias, um alvo maligno dos rumores de Highland Park? Nem a polícia nem os investigadores particulares encontraram nenhuma evidência indicando assassinato. Amigos relatam que Sandra parecia chocada com as mortes de seu marido e melhor amiga. Se ela ouviu os rumores, ela não diminuiu sua dignidade dando ouvidos a eles. Permanecendo na grande casa de Highland Park que Bobby havia deixado, ela tentou novamente colar os pedaços de sua vida. Ela comprou um novo Mercedes de dois lugares e usou os ganhos das homenagens dadas em honra de Bobby, que juntaram um valor de quase $ 50 mil, para ajudar a estabelecer um acampamento de verão de uma semana, administrado pelo hospital Dallas’s Children’s Medical Center, para crianças afetadas com câncer.
Sandra fez novos amigos e as coisas começaram lentamente a caminhar. Seus próprios filhos, filhos amáveis e bem-comportados, pareciam estar lidando adequadamente com a segunda morte na família.
E então, no verão de 1984, ela conheceu outro homem. Seu nome era Alan Rehrig. Ele logo se apaixonaria por ela. E então, ele também morreria.
O Terceiro Marido
“O erro de Alan foi querer dinheiro rápido. Seu erro foi pensar que ele poderia rapidamente se tornar uma parte da alta sociedade de Dallas – e isso o deixou ingênuo.”
[Bill Dodd, amigo]
Crescendo na cidade de Edmond, Oklahoma, Alan Rehrig parecia ter tudo. Era o tipo de pessoa que homens comentavam na barbearia. Alan era a estrela do esporte da escola secundária que tinha se dado bem e, como um dos amigos de Sandra mais tarde bem falou, ele era “tudo-de-bom”. Sua mãe tinha um álbum cheio de recortes sobre Alan. As garotas o adoravam. Ele se tornou um atleta estadual no ensino médio. Com uma bolsa de estudos por causa do basquete, ele frequentou a universidade Oklahoma State University, onde sua mãe, uma vez, foi rainha do baile. Ele também jogou na equipe de futebol da faculdade em seu último ano; jogando na defesa, ele fez uma intercepção no end zone durante um jogo para conseguir uma vitória para a OSU. Ele se tornou o primeiro atleta desde 1940 a ter sucesso em dois esportes naquela escola.
Com um diploma de professor na mão, Rehrig estava planejando voltar para sua casa depois da formatura e trabalhar como treinador de ensino médio, assim como seu irmão mais velho fez em outra cidade. Mas pouco antes de começar a ensinar na Edmond High School, Rehrig mudou-se de repente para Phoenix para virar jogador de golfe, anunciando que queria se tornar um golfista profissional. Dois de seus velhos colegas de escola já haviam feito a turnê da PGA, e convenceram Rehrig de que também poderia fazê-lo. Obviamente, essa mudança brusca não fazia muito sentido – havia pouca chance de que Alan fosse bem sucedido como um golfista. Mas para um atleta dotado, os sonhos da vida na arena não morrem facilmente.
Pela primeira vez em sua vida, Rehrig falhou. Ele teve que trabalhar a noite como garçom para ter uma renda. Depois de dois anos, ele voltou para Oklahoma, onde decidiu tentar o negócio do petróleo. Quando os preços caíram e a indústria de petróleo atingiu o fundo em Oklahoma, Rehrig se viu sem dinheiro e à procura de outro emprego. Seus amigos se lembram que ele estava se sentindo um pouco desesperado. Ele tinha 29 anos e não tinha ido a lugar nenhum.
No verão de 1984, Rehrig decidiu se mudar para Dallas para trabalhar para um velho amigo da universidade na Nowlin Mortgage. Ele se registrou na divisão de empréstimo comercial, que atuava como um corretor entre os empresários do ramo imobiliário e grandes companhias de seguros de vida que queriam investir seu dinheiro. Com um salário inicial de $ 24 mil por ano, ele começou de baixo, como office boy, fazendo pequenos serviços. Não parecia muito, mas ele sabia que mais à frente poderia surgir a oportunidade de ganhar dinheiro em um grande negócio imobiliário.
No dia seguinte a sua chegada em Dallas, no dia 2 de junho, Rehrig dirigiu pela Lorraine Avenue, uma das ruas mais bonitas de Highland Park, à procura de apartamentos com garagem que ele ouviu estarem frequentemente disponíveis atrás das mansões. Ele viu uma bela mulher conversando com seu jardineiro no gramado da frente. Rehrig saiu de seu Ford Bronco, caminhou até ela, e perguntou se ela sabia de um lugar que ele poderia alugar. Logo, a conversa ficou mais amigável. Ela disse que seu nome era Sandra Bridewell.
Foi outro namoro rápido. Cinco meses depois, os dois anunciaram seu noivado, e em 8 de dezembro de 1984, eles se casaram em uma cerimônia na Mansão. Alan tinha 29 anos; Sandra tinha 40 anos.
Alan disse a seus amigos e à sua mãe que ele achava que o destino o trouxera para o quintal de Sandra Bridewell logo depois de sua chegada em Dallas. Ele sentiu pena de Sandra e seus dois casamentos anteriores – seus amigos da Nowlin Mortgage dizem que Sandra lhe deu a impressão de que seu primeiro marido havia morrido de um aneurisma cerebral.
Alan adorava os três filhos de Sandra; à medida em que a relação começou a se desenvolver, Sandra levava as duas meninas ao seu escritório e davam-lhe uma flor. Phil Askew, chefe de Rehrig na Nowlin Mortgage, lembra:
“Uma de suas filhas, Katherine, disse para Alan: ‘estou torcendo por você e Sandra. Precisamos de um papai. ‘Isso fazia seu coração se derreter.'”
Sandra era o tipo de mulher sofisticada e chique que Alan nunca conhecera em Oklahoma. Claro, demorou um tempo para ele se acostumar com seu estilo: sua boca caiu aberta em uma festa antes de um jogo de futebol da TCU quando Sandra se recusou a comer cachorros-quentes; eles eram muito bagunçados pra ela. Ocasionalmente, sem avisar a Alan, ela voaria para Nova York para fazer compras ou discutir uma peça alternativa da Broadway que ela estava parcialmente financiando. A peça, ironicamente, era uma versão dramática de Crime e Castigo de Fiódor Dostoievski, em que o próprio personagem principal é um suspeito de homicídio.
“Alan me ligava”, lembra Kirk Whitman, um dos amigos de Alan de Oklahoma, que também se mudou para Dallas, “e você notava que ele adorava essas coisas. Ele diria. ‘Deus do céu, Sandra acabou de chegar em uma limusine.'”
Mas havia outro lado de Sandra que Alan também achava atraente, um que seus ex-amigos desconfiados tendiam a esquecer com muita facilidade. Ela era atenciosa e generosa. Ela conseguiu ingressos na quinta-fileira para Alan e seus colegas de trabalho em um show de Bruce Springsteen, e ela foi generosa também em dar seus ingressos da quarta-fileira para a temporada de jogos em casa dos Dallas Mavericks. Quando a esposa de um dos colegas de Alan ficou doente, Sandra dirigiu até sua casa e cuidou do filho pequeno da mulher. A mãe de Alan, Gloria, se lembra:
“Estávamos animados com Sandra porque ela parecia tão disposta a ter um casamento cristão. Pensávamos que Alan era a melhor oportunidade do mundo para ela ter isto.”
Mas poucos dos amigos de Rehrig achavam que o relacionamento levaria ao casamento. “Sandra era sensual e sexual e Alan era bonito, alto e um garanhão“, diz Dean Castelhano, um colega de trabalho na Nowlin.
“Nós pensamos que ela estava o usando como um boneco, colocando-o em um smoking e levando-o para a Mansão. Você sabe, era exatamente a mesma coisa que um cara mais velho que gosta de jovens garotas penduradas em seu braço fazia.”
Ironicamente, os amigos de Sandra também estavam preocupados com seu novo relacionamento. Alguns pensavam que Alan era um interesseiro. “Ninguém sabia nada sobre ele”, diz Barbara Crooks.
“Não tenho certeza se ele não estava mesmo atrás de dinheiro, e ele viu em Sandra uma maneira de se arrumar financeiramente.”
“O casamento, você poderia dizer, para um cara jovem que está começando, seria uma vantagem para ele”, diz Carolyn Day.
“Quero dizer, ninguém acha estranho que ele tenha aparecido do nada em sua porta, e então ele a perseguiu sem parar? E Alan foi atrás dela. Sandra costumava dizer-me como ele se esbarrava ‘casualmente’ nela. Certa vez ela estava no aeroporto de Nova York com seus filhos voltando da Europa, e lá estava Alan, que disse que estava voltando pra casa depois de uma viagem de negócios.”
Era uma relação, então, que brotava de começos incertos. Terminaria na morte de Rehrig, e Sandra Bridewell não seria mais apenas um objeto de sussurros da vizinhança. Ela seria alvo de uma investigação policial.
Phil Askew diz que se lembra vividamente de uma cena emocionante na qual ele e Alan estavam voltando de um jogo dos Mavericks no outono de 1984. Alan, em prantos, disse que Sandra havia lhe dito que estava grávida. Ele não sabia o que fazer. Diz Askew, “Alan me disse, ‘Sandra está me pressionando por um casamento, e eu preciso de tempo pra pensar'”.
Quando Barbara Crooks ouve esta história, ela diz:
“Isso não pode ser verdade. Sandra teve uma histerectomia antes de conhecer Alan. Ela me disse que ela conversou com ele antes de casarem e disse-lhe que não poderia ter filhos. Achou que fosse importante que ele soubesse disso.”
Obviamente, alguém estava mentindo, mas Sandra e Alan rapidamente fizeram o casamento. De acordo com Askew, algumas semanas após o casamento, Sandra ligou para Askew de uma loja 7-Eleven uma noite. Alan estava na casa de Askew; eles haviam ido mais uma vez a um jogo dos Mavericks. Askew diz que Sandra lhes disse que estava voltando do hospital Baylor Medical Center, onde naquela mesma noite ela tivera um aborto. Ninguém esteve no hospital com ela.
“Eu não acho que Alan tivesse intenções de se casar com ela até o momento em que soube que ela estava grávida. Então ele se comprometeu com ela.”
[Bill Dodd]
“Alan foi um isca”, diz a amiga de Sandra, Suzanne Sweet. “Ele usou esse casamento pelas conexões sociais que proporcionava a ele.”
Quaisquer que fossem as razões para o casamento, em seis meses de casados, o relacionamento azedou. Sandra vendeu sua casa em Lorraine e eles estavam morando em um duplex na Asbury, em University Park. Um dos vizinhos de Sandra, que se tornou um amigo íntimo, lembra-se de ouvir Sandra queixar-se de que Alan tornou-se um furo financeiro para ela. Sandra não entendia por que ele estava gastando tanto dinheiro. Enquanto isso, os amigos de Alan na Nowlin Mortgage assistiam com surpresa enquanto Sandra acumulava dívida de mais de $ 20 mil no cartão American Express de Alan. “Ele estava realmente sendo pressionado pela American Express”, diz Castelhano.
“Eles estavam ligando pra ele duas a três vezes por dia. Sabe, ele se recusava a perguntar a Sandra sobre quanto dinheiro ela tinha. Ele nunca quis que ela pensasse que ele estava interessado nela dessa maneira. Mas isso, ele não conseguia resolver.”
Sandra e Alan discutiram sobre como lidar com o filho de Sandra, Britt, que estava tirando notas ruins na escola Highland Park High School e muitas vezes ficava fora até tarde da noite. Alan descobriu um dia que seus tacos de golfe premiados estavam faltando no seu Bronco e culpou Sandra. Ele também estava furioso por ela não ter escrito agradecimentos aos convidados pelos presentes de casamento. Sandra disse aos amigos que Alan já não estava sexualmente interessado nela. A mãe de Alan diz que até recebeu um telefonema de Sandra acusando Alan de ter um caso. Alan chamou Ron Barnes, um advogado amigo dele de Oklahoma, e teria dito:
“Eu não sei com quem estou casado.”
E assim seguiu. Uma vizinha de Sandra diz que no verão de 1985, Sandra começou a falar sobre como ela estava preocupada que Alan poderia matá-la. De acordo com a vizinha, Sandra disse que contratou o famoso detetive particular de DeSoto, Bill Dear, para investigar Alan. Vários dos amigos dela lembram de Sandra dizendo que Alan estava envolvido em jogatina, ou até mesmo com drogas. Os amigos de Alan dizem que tais acusações são ridículas.
Durante a primeira semana de novembro de 1985, Alan e Sandra se separaram. Alan mudou-se para a casa dos Askews, que moravam em Richardson. De acordo com Barbara Crooks e Suzanne Sweet, Sandra começou a pensar na possibilidade de divórcio. Um vizinho lembra que Sandra mostrou-lhe uma conta de $ 1 mil de uma consulta com um dos mais proeminentes advogados de divórcio da cidade. Mas Sandra nunca pediu o divórcio.
“Aqui está algo que eu nunca vou esquecer”, diz Kirk Whitman.
“Alan e eu estávamos sentados em um bar depois que eles se separaram, e parecia que a separação era permanente. E ele me disse que Sandra estava frenética porque, no divórcio, ele ia tomar metade do que ela tinha. Tudo o que Alan disse que queria era o aparelho de som e seu equipamento de acampamento.”
Em 5 de dezembro, dois dias antes de Alan desaparecer, Whitman diz que os dois foram para um jogo dos Mavericks, onde Alan novamente mencionou a recusa de Sandra em pagar a conta do American Express.
“Alan se virou para mim e disse: ‘sabe, amanhã eu vou tentar descobrir alguns dados financeiros sobre ela.'”
Se ele o fez, ninguém sabe o que encontrou. No sábado seguinte, Alan deveria encontrar Sandra em um mini-armazém em Garland para ajudá-la a mover algumas caixas do Duplex do University Park. Alan não a via há um mês, e Askew lembra que ele estava nervoso com o encontro. Os dois homens planejavam se encontrar naquela noite para jantar. Por volta das 16h50, Alan saiu para encontrar Sandra em Garland.
Alan Rehrig nunca voltou. Às 18h15 naquela noite, Sandra chamou Phil Askew para dizer que Alan não foi ao armazém de Garland. Ela acrescentou que era típico dele faltar a um compromisso. Ele já havia feito isso com ela antes.
Embora Alan Rehrig não tenha aparecido na noite de sábado ou domingo, Sandra não reportou na polícia que uma pessoa estava desaparecida. Quando Alan não apareceu para trabalhar na segunda-feira, os executivos da Nowlin sabiam que algo estava terrivelmente errado; Alan nunca faltou ao trabalho. Ainda assim, Sandra não reportou à polícia o sumiço. Askew reportou o sumiço à polícia de Dallas às 20h na segunda-feira.
Em uma noite gelada de quarta-feira, dois dias depois, dois policiais da cidade de Oklahoma estavam passando por uma área remota no lado sudoeste da cidade e encontraram um Ford Bronco com placa do Texas estacionado ao lado de uma subestação elétrica.
Lá dentro, atingido duas vezes com uma pistola calibre .38, estava o corpo congelado de Alan Rehrig. Era 11 de dezembro de 1985, um ano e três dias depois que Alan e Sandra se casaram.
A Investigação
“Sandra é doce e maravilhosa, mas, olha, ela é um pouco avoada. Ela não é inteligente o suficiente para planejar um crime.”
[Suzanne Sweet]
Quando a polícia de Oklahoma City ligou para Sandra, eles não puderam notificá-la da morte de Alan. Ela perguntou: “é má notícia?” Quando disseram que era, Sandra não perguntou o que tinha acontecido. Ela apenas disse para ligar para o amigo de Alan em Oklahoma, Ron Barnes, e depois desligou.
A polícia diz que eles ficaram perplexos com sua reação, mas acrescentaram que uma esposa aflita, suspeitando do pior, poderia ter preferido ouvir as informações de alguém que ela conhecia.
Quando Barnes ligou, Sandra ficou histérica. Phil Askew foi até sua casa, onde ela chorou durante toda a noite. No dia seguinte, um casal que ela conhecia da época de Bobby Bridewell veio vê-la. Ambos se lembram de que Sandra, em lágrimas, abraçou seu marido e disse:
“Ninguém vai me amar de novo”.
Outra morte. No fim de semana do funeral, Sandra parecia devastada. Seu comportamento confundiu amigos como tinha confundido durante os últimos dias de Bobby Bridewell. Ela comprou o caixão mais barato disponível para Alan; isso enfureceu seus parentes, mas ela disse que Alan queria que fosse assim. Então, de acordo com declarações dos amigos e parentes de Alan, ela disse que tinha esquecido de trazer seu talão de cheques e não poderia pagar pelo funeral. Outros tinham de cuidar disso. Quase 400 pessoas vieram ao funeral em Edmond. Até onde puderam notar, apenas uma amiga de Sandra veio para Edmond – uma vizinha de University Park.
Sandra conversara com dois detetives de Oklahoma City no dia anterior ao funeral. Eles fizeram muitas perguntas sobre seu passado. Teria dito ela, à família de Rehrig, que seu primeiro marido havia morrido de um aneurisma cerebral, quando ele realmente cometeu suicídio? Eles queriam conversar com ela e com seus filhos depois do funeral. Mas, em outro movimento que irritou os parentes de Alan, Sandra deixou Oklahoma e foi para Dallas horas após o serviço.
Quando os dois detetives, Steve Pacheco e Ron Mitchell, foram a Dallas na próxima semana para investigar o assassinato, eles fizeram uma visita sem aviso prévio à casa de Sandra. Lá eles souberam de algo que mudaria toda a natureza da investigação: Sandra disse que ela já havia contratado um advogado e que ele aconselhou-a a não falar com a polícia. Nem as crianças falariam com eles. Quando eles perguntaram se ela iria dar-lhes amostras de seus cabelos e impressões digitais, ela disse novamente que não.
O advogado de Sandra não era outro senão Vincent Perini, um dos mais formidáveis advogados de defesa criminal de Dallas. Perini escreveu aos detetives de Oklahoma City uma carta exigindo que eles nunca mais tentassem conversar com Sandra ou seus filhos. Perini também contratou o investigador particular Bill Dear para examinar o caso – Dear, o mesmo investigador que Sandra conversara semanas antes da morte de Alan. Sandra disse a Dear que ela acreditava que Alan estava se associando com traficantes de drogas e que ela temia por sua vida.
Em retrospectiva, alguns de seus amigos dizem que Perini veio muito forte em cima da polícia, o que fez Sandra parecer ainda mais na defensiva. “Nos meses seguintes”, diz Carolyn Day, “Sandra disse que tinha parado de falar com ele. Ela não o queria. Ela estava tentando se esconder dele.” Perini não comenta o caso.
Enquanto isso, os investigadores refizeram os passos de Sandra. Eles queriam saber exatamente onde Sandra estava no sábado em que Alan desapareceu. Os detetives tinham declarações conflitantes de Phil Askew e do pediatra Alan Franks, de Austin, e sua esposa, Barbara, dois amigos de Sandra que estavam visitando Dallas naquele tempo. Askew disse à polícia que Sandra o chamou do mini-armazém Garland às 18h15. No entanto, Barbara Franks disse que ela ligou para a casa de Sandra e conversou com ela entre 18h e 18h30 para confirmar um jantar naquela noite. O casal Austin disse à polícia que depois do jantar com Sandra naquela noite, os três foram ver o filme Noites Brancas (um amigo de Sandra lembra-se de ver o mesmo filme com Sandra na noite anterior). A polícia ainda está tentando verificar o paradeiro preciso de Sandra na noite de sábado e no domingo seguinte.
Poucos dias depois da visita dos oficiais a Dallas, segundo fontes confidenciais, Perini pediu a Sandra para se submeter a um teste de polígrafo. Ela fez um teste em 23 de dezembro e outro em 30 de dezembro. Um amigo que foi com ela para o primeiro exame diz que Sandra saiu do escritório de exame do polígrafo, com os olhos lacrimejantes, e disse que tinha falhado em duas perguntas-chave.
No verão de 1986, outra pessoa começou a pressionar Sandra – a mãe de Alan. Gloria Rehrig, conselheira de colégio durante 20 anos, raramente falou com Sandra nos meses que se seguiram à morte de Alan. Agora Gloria estava frustrada com a falta de progresso em encontrar o assassino de seu filho. Em maio, ela veio a Dallas para distribuir panfletos nas Park Cities, com uma foto de si mesma, Alan e Sandra, e outra foto do Ford Bronco. O panfleto perguntava se alguém tinha visto Alan no fim de semana que ele desapareceu. Gloria diz que quando ela foi à casa de Sandra para pedir algumas coisas pessoais de Alan para guardar de lembrança, como seus tacos de golfe e sua jaqueta do time da Oklahoma State, Sandra bateu a porta na cara dela.
Em julho de 1986, Gloria levou sua batalha ao tribunal e ficou bem claro quem era o inimigo. Em documentos arquivados no tribunal do condado de Dallas, Gloria pediu que Sandra fosse removida como administradora do espólio de Alan, dizendo que ela era “suspeita de ser cúmplice” no assassinato dele. Sandra deveria ser a principal beneficiária de $ 220 mil em apólices de seguro de vida de Alan e Gloria não queria que ela as tivesse. Pela lei do Texas, um beneficiário de uma apólice de seguro de vida pode ter negado o dinheiro apenas se ele ou ela é condenado por assassinar essa pessoa. Se Sandra fosse indiciada e condenada pelo assassinato de Alan, Gloria receberia o dinheiro.
O movimento de Gloria foi um tiro no escuro. Nenhum juiz removeria uma viúva de uma propriedade por causa das alegações de uma mãe enlutada que estava esperando que a viúva fosse desacreditada. No entanto, numa audiência em agosto de 1986, os detetives Pacheco e Mitchell de Oklahoma estavam preparados para testemunhar a suspeição sobre Sandra.
Após algumas manobras legais, a audiência foi adiada. Então, um mês mais tarde, Sandra fez outra coisa que demandava explicação: ela repentinamente se retirou como administradora do espólio de Alan. Seu advogado reportou em um documento judicial que ela “foi alvo de uma série de acusações, que são falsas e infundadas de fato”. A família Rehrig estava em êxtase. Metade do dinheiro do seguro foi colocado no espólio de Alan (parte foi usado para pagar os $ 32 mil em dívidas de Sandra e Alan); a outra metade permanecerá em depósito até que as perguntas sobre o assassinato de Alan sejam esclarecidas. Sandra entrou com um processo na Califórnia exigindo que o dinheiro seja dado a ela. Está prevista uma audiência para este final de ano.
Os amigos de Sandra estão indignados com as acusações de Gloria. “A mãe de Alan está simplesmente tentando obter ganhos financeiros com isso”, diz Barbara Crooks. – “A senhora tem fome de dinheiro.”
É verdade que Gloria Rehrig é, como ela diz, “financeiramente quebrada”. Ela diz que deve mais de $ 20 mil em honorários advocatícios. Mas ela sustenta que a justiça é seu verdadeiro motivo. Uma religiosa dedicada, a Sra. Rehrig criou uma espécie de rede cristã de amigos a quem ela regularmente envia cartas sobre o trabalho que está sendo feito para encontrar o assassino de Alan. “É muito óbvio, de nossas viagens a Dallas,” escreve em uma carta, “que estamos empenhados em uma batalha espiritual muito real.”
Enquanto isso, o FBI continua sua investigação do assassinato. Há uma pergunta a respeito do quanto de evidência incriminatória foi encontrada dentro do Bronco junto ao corpo de Rehrig. Alguns cabelos e pedaços de unhas foram coletados do caminhão. E a trajetória de um buraco de bala no assento do motorista confirma que Rehrig foi baleado sentado no banco do motorista por alguém sentado no banco do passageiro. Embalagens de hambúrguer foram encontradas no caminhão, das quais autoridades teriam encontrado impressões digitais. Mais importante ainda, os resultados da autópsia mostram que alguns dos hambúrgueres ainda estavam alojados em sua garganta quando ele foi baleado. Parece que Rehrig conhecia bem o assaltante para se sentir confortável jantando com a pessoa. Devido a seu corpo ter sido descoberto congelado, é impossível para a autópsia indicar o momento exato de sua morte. Mas um investigador particular de Oklahoma City disse à polícia que enquanto ele estava levando sua namorada para o aeroporto às 7h30 da manhã de domingo, um dia depois que Alan Rehrig desapareceu em Dallas, ele viu o Bronco pela subestação elétrica.
Na Califórnia, Sandra Bridewell está tentando cortar todos os seus laços com Dallas. Embora seu BMW tenha sido apreendido mais cedo este ano (uma fonte diz que Sandra correu pela rua atrás do caminhão de reboque), Sandra ainda tem algum dinheiro. Ela foi capaz de pagar a multa para obter o seu carro de volta e também pagou um empréstimo de $ 60 mil que devia ao Banco de Dallas.
Seu duplex em Asbury está à venda por $ 275 mil. Mesmo agora, as pessoas que dirigem pela rua diminuem a velocidade na frente da residência e olham. Vince Perini deixou de representar Sandra em março de 1986, mas desde então ela contratou outro advogado de Dallas e também mantém um advogado em São Francisco. Ocasionalmente, seus filhos levam amigos para casa. Seu filho, Britt, está frequentando uma pequena faculdade perto de São Francisco com um casal de antigos amigos do colégio Highland Park High School. “As crianças passaram por tudo o que sua mãe passou”, diz uma adolescente de Dallas que continua a ser a melhor amiga da filha de Sandra, Katherine.
“Eles ouviram todos os rumores. Eles sabiam por que outras crianças da escola Highland Park High School não seriam seus amigos por muito tempo. Eu não os culpo por se mudarem para a Califórnia. Sentiam-se sozinhos. Você não sabe como essas crianças sofreram.'”
Barbara Crooks diz que a própria Sandra está mais calma agora que ela se mudou. “Foi uma situação tão difícil com seus antigos amigos se voltando contra ela. Ela está mais reprimida, mas ela não perdeu todo o seu entusiasmo com a vida.”
Faz quase um ano e meio que Alan Rehrig foi assassinado e, embora o tenente Robert Jones, da Polícia de Oklahoma City, diga que o caso está sob “uma investigação vigorosa e ativa”, novas pistas para o assassino de Rehrig parecem tão frias como aquele dia frio de dezembro em que encontraram seu corpo. Será que a bela Sandra Bridewell – apesar de suas peculiaridades e inconsistências – é apenas uma vítima inocente e sofrida do pior tipo de tragédia? A vizinha de Sandra – uma mulher que foi uma confidente dela durante os primeiros dias da investigação de Rehrig e que agora não confia em Sandra ou fala com ela – recorda de ir ver um filme com ela uma noite, não muito tempo depois da morte de Rehrig. No filme havia uma cena onde um homem leva um tiro de repente.
“Quando isso aconteceu, Sandra saltou da cadeira e quase caiu no chão”, lembra a mulher.
“Ela estava tão assustada. Ela tinha aquele olhar de enjoo em seu rosto. Ela se levantou e entrou no banheiro das mulheres e vomitou. Eu olhei para ela, e apenas não sabia o que pensar. Eu simplesmente não sabia.”
Nota do Aprendiz: após se mudar para a Califórnia pouco menos de um ano depois da morte de seu terceiro marido, Sandra passou a destilar sua sensualidade para os homens no Condado de Marin, com alguns chegando a doar grandes quantias em dinheiro.
Em meados dos anos 90, Sandra mudou seu nome para Camille Bridewell e deixou a Califórnia, cruzando o país até Nova York. Um namorado a colocou em um belo apartamento em Boston e, aparentemente, ela desfrutou de bons vinhos e viagens caras. Mas o novo endereço não significou uma mudança em seus velhos hábitos. Com seu charme feminino não funcionando mais à medida que a idade chegava, Sandra passou a usar números do Seguro Social de outras pessoas, comprando tudo que podia, sem a intenção de pagar de volta. A lista de vítimas também incluiu seus três filhos, cujos créditos ela destruiu.
Com a chegada do novo milênio, e uma mulher com quase 60 anos, Sandra mudou de estratégia: trocou a sexualidade pela religião. Ela inventou uma história de que era uma missionária que viajava o mundo para trabalhar com órfãos. Como sempre em sua vida, sua lábia fazia com que as pessoas acreditassem nela. No Alabama, ela fez amizade com um casal que possuía e administrava um motel local. Apesar de não poder pagar pelo quarto, Sandra recebeu estadia, comida e ajuda financeira do casal durante meses.
Em seguida, mudou-se para Atlanta e passou a usar um sobrenome ligeiramente diferente: Bridwell em vez de Bridewell. Lá, ela convenceu uma mulher que conheceu na igreja a dividir o custo de um condomínio caríssimo. A nova companheira de Sandra logo se viu pagando por tudo, esperando obter um pouco de dinheiro de um fundo que não existia.
Em 2006, Sandra apareceu na Carolina do Norte com o nome Camille Bowers. Em setembro de 2006, ela se mudou para a casa de Sue Moseley, 77, na costa da Carolina, em um imóvel avaliado em 1 milhão de dólares. Ela chegou a um acordo com o filho da idosa para cuidar dela em troca de moradia e comida. Logo, Sandra estaria cuidando de toda vida financeira da mulher: desviou todo o seu dinheiro e com ele fez tratamentos em SPAs, comprou os sapatos mais caros do mercado e guardou um pouco em contas abertas em seu nome.
O filho da vítima, Jim Moseley, desconfiado, teve suas suspeitas confirmadas quando leu uma reportagem de 2008 do Dallas Observer sobre Sandra Bridewell. Era a mesma mulher que cuidava de sua mãe.
Em 2 de março de 2007, Sandra foi presa em um café em Charlotte, Carolina do Norte. Posteriormente ela foi acusada de fraudes, roubo de correspondência e identidade. Em fevereiro de 2008 ela se declarou culpada de todas as acusações e foi sentenciada a dois anos de prisão mais uma multa de $ 250 mil dólares a ser pago à família Moseley.
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