O Julgamento de Luka Magnotta: A primeira parte do testemunho do psiquiatra Joel Watts

O promotor do julgamento de Luka Magnotta sugeriu que as respostas dadas pelo réu a uma psiquiatra contratada para avaliar sua responsabilidade criminal eram mentirosas. A psiquiatra Marie-Frederique Allard...
Luka Magnotta Julgamento

Desenho do julgamento de Luka Magnotta

Na foto: Desenho do julgamento de Luka Magnotta. Créditos: Atalante.

O promotor do julgamento de Luka Magnotta sugeriu que as respostas dadas pelo réu a uma psiquiatra contratada para avaliar sua responsabilidade criminal eram mentirosas.

A psiquiatra Marie-Frederique Allard argumentou repetidamente que Magnotta estava sofrendo de esquizofrenia e não podia ser responsável criminalmente pelo assassinato e desmembramento de Jun Lin.

O promotor Louis Bouthillier fez nesta sexta-feira, 14 de Novembro, o seu interrogatório à psiquiatra. E o fez bem, já que ele foi capaz de levá-la à discussões que ela argumentou ter esquecido de colocar em seu relatório de 127 páginas sobre Magnotta.

Bouthillier também apontou diferenças entre as versões dadas por Magnotta sobre o crime a Allard e a outro psiquiatra que está escalado para depor pela defesa. O promotor chamou Magnotta de “mentiroso patológico”. “Ele mentiu para um psiquiatra para sair de um hospital. Ele também poderia ter mentido para sair da prisão”, disse ele.

Allard disse que as medicações de Magnotta poderiam ser responsáveis por seus lapsos de memória e que ser um esquizofrênico não é ser um mentiroso.

O Testemunho do Psiquiatra Joel Watts

Veja abaixo o que rolou hoje, 14 de Novembro, no julgamento do Carniceiro de Montreal Luka Magnotta. As informações são traduções dos tuítes postados por Salimah Shivji, repórter da CBC News, e Shuyee Lee, repórter da rádio de Montreal CJAD800.

O júri entra na sala, a defesa chama sua próxima testemunha: Dr. Joel Watts, psiquiatra no Instituto Pinel.

Watts é chamado de um especialista em psiquiatria forense. Ele está testemunhando em inglês.

No caso Magnotta, Watts foi contratado pela defesa. O advogado disse que no final do mês, ele irá testemunhar pela promotoria em outro caso.

Watts se encontrou com Magnotta numerosas vezes de Setembro de 2012 a Setembro de 2013, e uma última vez em Outubro deste ano. Tempo total: 40 horas e 45 minutos.

Ao contrário da Dra. Allard, Watts foi capaz de falar com a mãe e irmã de Magnotta por telefone. Ele também conversou com a avó dele.

O diagnóstico de Watts: no momento do crime, Magnotta estava sofrendo de uma crise psicótica aguda, uma pausa de sua esquizofrenia.

Watts: Magnotta era capaz de saber o que estava fazendo, mas devido à sua psicose, ele não era capaz de entender que aquilo era errado.

Watts: a avaliação de Magnotta foi extremamente difícil, árdua, provavelmente o caso mais difícil de sua carreira. Allard disse a mesma coisa.

O primeiro envolvimento do Dr. Watts no caso foi quando a Pinel foi requisitada a enviar um psiquiatra Berlim para a extradição de Magnotta. As autoridades alemãs pediram.

Watts disse que seu papel no vôo foi acompanhar Magnotta, observá-lo e dar medicamentos se necessário.

Watts escreveu notas durante a extradição. As notas dizem que a polícia lhe disse que havia muita encenação no crime, que Magnotta poderia estar em busca de atenção.

Watts escreveu em uma nota: [Magnotta] falou sobre uma bruxa Debbie o espiando. Vozes na cabeça, assustando-o, dizendo coisas sujas.

Em Berlim, Magnotta também falou ao Dr. Watts sobre Manny, disse que ele o fez parar de tomar seus medicamentos.

Magnotta disse a Watts que não era suicida, mas sentia depressivo com a vida, triste com sua avó que não respondia aos seus telefonemas. Por que não? “Ela é velha”.

Watts disse que Magnotta reclamou de dor de estômago, mas de uma forma teatral, dramática.

Watts disse que ficou um pouco desconfiado, pois em Berlim Magnotta falou de alucinações e esquizofrenia sem o Dr. perguntar.

Watts: Magnotta não respondia diretamente às perguntas. Ele não parecia estar com medo, mas hesitante.

Em Berlim, Watts escreveu: “impressão inicial – um show.”

Algumas inconsistências nas informações que Magnotta deu agora faz o psiquiatra acreditar que ele estava num estado psicótico agudo, misturando datas ([algo] normal).

Sua irmã Melissa disse ao psiquiatra que a personalidade de Magnotta mudou após 2006, se comunicando menos, olhos vagos, menos senso de humor.

Melissa disse que Magnotta era socialmente retraído, tímido e desajeitado quando criança.

O irmão deles chamava Magnotta de gay quando adolescente.

Em um bate-papo no Skype em 2012, Melissa disse que Magnotta parecia confuso, com um olhar vazio. Ela “achou que ele estava possuído. Não era o Eric”. O que ele dizia não fazia sentido.

Watts disse que pessoas em estado psicótico pulam de um tópico a outro em uma conversa. Melissa disse que Magnotta estava assim.

Melissa disse que Magnotta falava sobre a comida e na mesma hora sobre o cabelo da avô.

A mãe de Magnotta ficou preocupada com a indisposição dele ao longo dos anos.

A mãe disse que Magnotta falava sobre pessoas que o odiavam, que o observavam, ouvia a voz de Marilyn Monroe falando com ele.

A mãe disse que Magnotta dizia coisas como, “as pessoas estão olhando para mim porque sou incrivelmente bonito.”

A mãe disse que “os sinais sociais [de Magnotta] eram inexistentes”, ele “ria e brincava de forma inadequada”, “falava em terceira pessoa.”

A mãe disse que o comportamento de Magnotta piorou na época do falatório sobre o romance com Karla Homolka.

Melissa disse que Magnotta escreveu para ela um email em Fevereiro de 2012 com um link para um vídeo de uma cobra comendo um gato, onde ele diz, “Ele o fez para sua irmã.”

Melissa disse a Watts que três dias antes de Magnotta ser preso, ele enviou um e-mail a ela perguntando: “Como você se sente sendo a irmã de um assassino?”

Melissa disse que esse foi o último contato que teve com o irmão. Ela disse a Watts que não tinha mais o e-mail.

Melissa originalmente disse a Watts que não teve contato com Magnotta de Fevereiro a Junho de 2012. Mas logs mostram que ele enviou mensagens e ligou para ela.

O júri de Magnotta acabou. Voltamos na segunda-feira com mais do psiquiatra Dr. Joel Watts.

Continuaremos acompanhando o julgamento. Não deixe de nos acompanhar no Facebook e Twitter.

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"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." (Platão)
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