Julgamento de Luka Magnotta: Magnotta admite ter mentido sobre romance com serial killer Karla Homolka

A psiquiatra Marie-Frederique Allard disse ao júri na última terça-feira (11/11) que Luka Magnotta é a pessoa por trás do rumor que o ligava romanticamente à serial killer Karla...
Luka Magnotta - Julgamento

Na foto: Luka Magnotta e sua irmã Melissa Newman. Reprodução Internet.

Na foto: Luka Magnotta e sua irmã Melissa Newman. Reprodução Internet.

A psiquiatra Marie-Frederique Allard disse ao júri na última terça-feira (11/11) que Luka Magnotta é a pessoa por trás do rumor que o ligava romanticamente à serial killer Karla Homolka.

Allard testemunhou que Magnotta, em busca pela fama, iniciou um rumor na Internet de que estaria namorando a serial killer. A fantasia do romance foi tão viva que Magnotta chegou a acreditar que ela realmente estava tentando se encontrar com ele.

Em última análise, o réu admitiu que tudo foi uma invenção e chamou o boato de uma decisão terrível que teve um impacto negativo sobre ele e sua família.

Magnotta admite ter enviado e-mail a jornalista do The Sun

Magnotta também admitiu a Allard ter enviado um e-mail ao jornalista Alex West do jornal britânico The Sun. Segundo ele, a ação foi uma forma de amedrontar o jornalista para que ele o deixasse em paz.

O e-mail, enviado com o nome de uma criança vítima do casal de serial killers Ian Brady e Myra Hindley, refere-se ao prazer de matar e a necessidade de continuar. Especificamente, Magnotta menciona que produzirá um outro filme com humanos, ao invés de gatos. O jornalista estava investigando quem estava por trás de postagens de vídeos que mostravam gatinhos sendo mortos.

West confrontou Magnotta sobre os vídeos. O réu disse à psiquiatra que o encontro, na entrada de um hotel, o fez ficar com muita raiva.

Na foto: O jornalista Alex West confronta Luka Magnotta num hotel em Londres a respeito de vídeos postados na Internet que mostravam gatinhos sendo mortos por um homem parecido com o ex-ator pornô. Créditos: The Sun.

Na foto: O jornalista Alex West confronta Luka Magnotta num hotel em Londres a respeito de vídeos postados na Internet que mostravam gatinhos sendo mortos por um homem parecido com o ex-ator pornô. Créditos: The Sun.

Magnotta admitiu a Allard que o e-mail foi “muito estúpido”, mas o objetivo era assustar o repórter. A psiquiatra disse ao júri que o e-mail é agressivo e ameaçador, o que ela interpretou como um exemplo de como a doença de Magnotta – esquizofrenia paranoide – mudou a maneira de como ele reagia a diferentes situações.

“Eu era o meu pior inimigo”

Magnotta chamou sua vida de “caótica” nos dois anos que antecederam o assassinato de Jun Lin, dominado por decisões ruins. Ele se disse isolado após sua mudança para Montreal, afastado de sua família e muitas vezes sozinho em casa, passando suas horas apenas navegando na Internet. Ele deu um tempo em seu trabalho como garoto de programa e parou de tomar a medicação.

O réu disse à psiquiatra que “eu era o meu pior inimigo”, acrescentando que ele se mudou para Montreal para fugir de seus problemas. Magnotta reconheceu que seus problemas pioraram depois de postar na Internet os vídeos dos gatos, e ficou convencido de que as pessoas queriam matá-lo.

Um cliente chamado Manny

Allard testemunhou que o nome Manny surgiu várias vezes durante a explicação de Magnotta sobre o que aconteceu nos anos que antecederam o assassinato de Jun Lin. Magnotta disse que Manny foi um cliente que se tornou abusivo.

O réu contou à psiquiatra sobre os vários abusos que sofreu nas mãos de Manny, incluindo atos sexuais forçados. Magnotta também afirma que Manny o obrigou a abandonar sua medicação antipsicótica em Julho de 2010.

A psiquiatra disse ser difícil estabelecer se Manny é real ou uma invenção. Ela acredita que ele possa existir, embora tais episódios possam ter sido moldados ou mau interpretados por Magnotta devido à sua psicose.

Allard também observou que Magnotta ainda acredita que no passado o governo o estava espionando, e o delírio teria se tornado uma realidade para ele.

Perguntada se pacientes esquizofrênicos tem problemas para viajar – apontando o vôo de Magnotta para Paris e depois Berlim -, Allard respondeu que isso é um “grande mito”. Pessoas com esquizofrenia podem muito bem organizar viagens.

Energia estranha

Em seu relatório, Allard escreveu como Magnotta disse que uma “energia escura” veio e se apoderou de seu corpo, forçando-o a cortar e esfaquer Lin, um chinês que ele acreditava ser um espião enviado pelo governo.

Em suas sessões com Allard, Magnotta disse que conheceu Lin após este responder a um anúncio no site de classificados Craiglist. O réu havia colocado um anúncio procurando parceiros interessados em sexo bondage. Eles se conheceram em uma estação de metrô nas proximidades, e uma vez dentro do apartamento, Magnotta disse que começou a sentir-se ansioso durante a relação sexual e quis ir mais devagar. Ele foi até a janela e viu um carro preto, que ele acreditou estar lá para o espionar.

Lin bebeu um pouco de vinho e Magnotta deu a ele pílulas anti-ansiedade, segundo ele, a pedido da própria vítima.

Vozes “como rádio”

Magnotta relatou que algo estranho o estava controlando, e disse ter ouvido vozes em sua cabeça, “como um rádio”, dizendo a ele para “fazer, ele é do governo.”

Após cortar a garganta da vítima, as vozes disseram a ele para “devolvê-lo”, e Magnotta disse que tomou isso como um sinal para enviar partes do corpo para partidos políticos.

Em suas sessões com Allard, Magnotta não conseguiu explicar por que ele enviou partes do corpo para escolas de Vancouver, mas ele disse acreditar que é porque Lin havia citado essa cidade em uma conversa.

Magnotta informou que não se lembrava dos nomes que escolheu para enviar os pacotes contendo partes do corpo de Lin ou como encontrou seus endereços; os nomes e endereços simplesmente “surgiram em sua cabeça”.

O acusado disse à psiquiatra que a sequência dos eventos mexeu com sua mente e o fez ficar confuso e com medo.

No corpo de outra pessoa

A postagem do vídeo que o mostrava cometendo o crime foi feita para assustar as vozes, relatou Magnotta. O acusado também disse à psiquiatra que ele não dormiu por mais de 36 horas. Nos dias seguintes ao assassinato, Magnotta voou de Montreal para Paris, e depois a Berlim. Esses dias, segundo ele, foram dominados pela ansiedade e confusão. Quando ele viu sua foto em uma reportagem de jornal no internet café onde ele foi preso, Magnotta relatou sentir-se como se estivesse desmaiando.

“Eu senti como se estivesse no corpo de outra pessoa”, disse ele a Allard.

A psiquiatra confirmou seu diagnóstico de que Magnotta estava num estado psicótico quando cometeu o crime, por isso, não podia compreender suas ações.

Continuaremos acompanhando o julgamento. Não deixe de nos acompanhar no Facebook e Twitter.

Com informações: [1] CBC [2] CBC 

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"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." (Platão)
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