O terrorismo pode ser definido como o uso, ou ameaça de uso, da violência por parte de grupos não-estatais para alcançar a mudança política, e ao fazê-lo, tendo como alvo e vítimas imediatas civis.
O terrorismo é muitas vezes o recurso daqueles desesperados por uma causa que não pode vencer por meios convencionais.
A doença mental não parece ser um fator crítico na explicação do comportamento terrorista. Por exemplo, a maioria dos terroristas não são psicopatas. Histórias de abuso infantil e trauma, além de injustiças e humilhação, muitas vezes aparecem em biografias de terroristas, mas certamente não explicam completamente suas ações. Ideologias terroristas tendem a proporcionar um conjunto de crenças que justificam certos comportamentos violentos. Essas crenças são consideradas como absolutas, e os comportamentos são justificados por servir a uma causa maior.
Segue abaixo uma lista com os 10 maiores terroristas do século 20.
Ucraniano nascido em Odessa, o judeu Ze’ev Jabotinsky foi o chefe supremo da Irgun Zvai Leumi (Organização Nacional Militar), fundada em 1937 com objetivo de estabelecer um estado judeu-fascista na Palestina. Apesar de judeu, Jabotinsky compartilhava das mesmas ideias racistas que o austríaco Adolf Hitler colocaria em prática anos depois. Em “A Muralha de Ferro”, livro escrito por ele em 1926, Jabotinsky diz: “Nunca poderemos permitir coisas como o matrimônio misto porque a preservação da integridade nacional só é possível mediante a pureza racial, e para tal, temos de ter esse território onde nosso povo constituirá os habitantes racialmente puros.” Em 1946, o Irgun Zvai Leumi explodiu parte do hotel Rei Davi, sede do poder britânico em Jerusalém, matando 91 pessoas. No mesmo ano, um ataque a bomba no escritório do governo britânico em Jerusalém deixou nove mortos. O terror continuou no restante da década com vários assassinatos de lideranças britânicas na Palestina, policiais, soldados e civis.
O acupunturista Shoko Asahara foi o fundador do Aum Shinrikyo (Ensinamento da Verdade Suprema). Fundado em 1984, o movimento prega o fim do mundo através de um Armagedom nuclear; a raça humana será destruída exceto aqueles que se juntarem ao Aum Shinrikyo. Aos seus seguidores, Asahara dizia ter poderes sobrenaturais tais como levitar e ler mentes. Além disso, sua urina era vendida como bebida mágica. O Aum Shinrikyo é o responsável pelo pior ataque terrorista da história do Japão quando, em 1995, lançou o gás letal Sarin no metrô de Tóquio, matando 13 pessoas e intoxicando mais de seis mil. Mais de mil pessoas ficaram com sequelas, que vão desde a cegueira a problemas de locomoção. Antes do ataque ao metrô, o Aum havia assassinado um advogado e toda sua família e testado o gás Sarin em uma cidade rural matando oito pessoas. Asahara foi condenado à pena de morte em 2006 e executado por enforcamento em 6 de julho de 2018. Vinte anos depois do ataque, o Apocalipse pregado pelo guru ainda não aconteceu.
Timothy James McVeigh, ex-fuzileiro das forças armadas dos Estados Unidos, foi um excelente soldado, tendo ganho a medalha de bronze por seus feitos na Guerra do Golfo em 1990. Durante sua estadia no exército era notória a sua disposição para aguentar a dor nos mais terríveis exercícios impostos por seus superiores; o que para os outros era uma tortura, para Timothy era um prazer. Depois de deixar o exército, começou a destilar sua raiva contra o governo americano que acusava de tirano. Escreveu cartas para jornais acusando o governo americano de roubar seu próprio povo através dos altos impostos. Em 1995 arquitetou e executou sozinho o segundo pior ataque terrorista da história dos Estados Unidos: deixou um caminhão bomba em frente ao edifício Alfred P. Murrah na Cidade de Oklahoma. A explosão matou 168 pessoas. Ele esperava, com esta ação, inspirar uma revolta contra o governo americano. Acusado de 11 crimes federais, McVeigh foi executado com uma injeção letal no dia 11 de junho de 2001, apenas quatro anos após receber a pena de morte.
Theodore Kaczynski, o Unabomber, escritor, ativista político e brilhante matemático norte-americano graduado pela Universidade de Harvard. Tinha PhD em matemática e era especialista na “teoria da função geométrica”. Em sua tese de PhD, um membro da banca chegou a dizer: “Provavelmente apenas 10 pessoas em todo país entenderiam essa tese“. Em 1969, aos 26 anos, abandona o posto de professor na Universidade de Berkeley para iniciar segundo ele: “A guerra contra o desenvolvimento da sociedade industrial”. Segundo Kaczynski, a Revolução Industrial e suas consequências foram um desastre para a raça humana, roubando das pessoas a autonomia e infligindo no mundo natural danos irreversíveis. Em sua cruzada para tentar reverter essa situação, enviou dezenas de bombas para cientistas nos EUA, deixando um rastro de medo, mortes e amputações. Seu alvo preferido eram cientistas da computação e geneticistas. Foi preso em 3 de abril de 1996 após uma denúncia do seu irmão. Foi condenado a prisão perpétua.
O ETA – organização separatista do País Basco que busca a independência de sete regiões no norte da Espanha e sudoeste da França – foi fundado em 1959. Em 1968, o grupo começou sua onda de terror com atentados a bomba, assassinatos e sequestros. Estima-se que cerca de 900 pessoas tenham morrido em seus atentados, o mais famoso deles matou o primeiro ministro espanhol Luis Carrero Blanco em 1973. Seu carro foi explodido e lançado há centenas de metros, caindo no terraço de um edifício. De tanto explodir pessoas, seus integrantes viraram grandes especialistas na fabricação de bombas, tanto que o senhor das drogas colombiano, Pablo Escobar, pagou meio milhão de dólares para que o ETA fabricasse uma bomba que posteriormente explodiu um avião matando 110 pessoas. Envolvido com o ETA desde os 17 anos, Jose Antonio Urrutikoetxea Bengoetxea, mais conhecido por Josu Ternera, formou sua personalidade na militância e violência. No final dos anos de 1960 ele se tornou o líder máximo do grupo. Em 1971, Ternera chegou a morar no Brasil; dois anos depois, juntamente com outros membros do grupo, roubou três mil quilos de dinamite, as quais seriam usadas no assassinato de Carrero Blanco. Preso na França em 1989, foi expulso do país em 1996. Em 2003, após ser responsabilizado pela morte de doze guardas civis em 1986, fugiu da Espanha e desde então seu paradeiro é desconhecido. ATUALIZAÇÃO: Após 17 anos foragido, Josu Ternera foi capturado na França na manhã de 16 de maio de 2019.
Manuel Marulanda Vélez, conhecido como “Tirofijo” (Tiro Certeiro), foi o fundador e maior líder das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), maior grupo paramilitar da América do Sul. Não há um consenso sobre as FARC serem considerados um grupo terrorista, entretanto, suas operações o levam a essa classificação. Durante as atividades do grupo mais de sete mil pessoas foram sequestradas; contabiliza-se incríveis 45 mil mortos desde a sua fundação em 1964. Entre 2003 e 2010 foram mais de cinco mil mortes em mais de 950 chacinas. Em 2002, o grupo sequestrou Clara Rojas, candidata a presidência da Colômbia, a senadora Ingrid Betancourt e o congressista Consuelo González. Os sequestros trouxeram notoriedade às FARC e os Estados Unidos colocaram Tirofijo entre os 10 homens mais procurados do mundo. Uma recompensa de cinco milhões de dólares por sua cabeça foi oferecida, mas Manuel morreu em 2008, aos 77 anos, de ataque cardíaco na selva colombiana. Ele foi seguido por Alfonso Cano.
Abimael Guzmán Reynoso, advogado e filósofo, foi o fundador e líder do grupo terrorista peruano Sendero Luminoso, que objetivava-se através da guerra civil armada instalar o comunismo no país. Formado por intelectuais (Abimael lecionava filosofia na Universidade de Ayacucho), o Sendero Luminoso espalhou o terror no Peru durante seus mais de 30 anos de operação. Em 1992 cometeu uma atrocidade que chocou o mundo: matou e explodiu com dinamite o corpo da líder pacifista Maria Elena Moyano. Sob a liderança de Abimael, o Sendero Luminoso contabilizou mais de 70 mil mortes apenas entre 1980 e 2000, tornando-se um dos mais letais grupos terroristas de todos os tempos. Foi capturado em 1992 e condenado à prisão perpétua. O grupo continuou ativo após sua captura, porém sem a mesma força. O último ataque notório do Sendero Luminoso ocorreu em 2002 na porta da embaixada dos Estados Unidos em Lima, pouco antes da visita do então presidente americano George W. Bush. Um carro bomba explodiu matando nove pessoas.
Michael Collins, idealista e fundador do IRA (Exército Republicano Irlandês). Fundado em 1919, almejava a saída dos britânicos da Irlanda do Norte e sua anexação à República da Irlanda, essencialmente católica. Em 21 de novembro de 1920, colocou em prática um plano terrorista que entrou para a história: Collins fez uma lista com 35 nomes de britânicos a serem mortos. O “Esquadrão de Collins” (membros do IRA designados especificamente para matar agentes Britânicos), mataram 13 agentes da inteligência britânica em apenas uma manhã (sendo quatro agentes da inteligência militar e outros quatro do serviço secreto). A resposta do governo Britânico foi sangrenta, na tarde do mesmo dia, na caça aos terroristas, foram mortos 14 civis em uma partida de futebol. Esse episódio ficou conhecido como “Bloody Sunday” (“Domingo Sangrento”) – que virou música de sucesso com o grupo de rock U2. Michael Collins foi assassinado em 1922, aos 31 anos, em uma emboscada, mas o IRA continuou nas décadas seguintes como um dos mais assustadores grupos terroristas do mundo. Em 1984, o grupo tentou matar a então primeira-ministra britânica Margaret Thatcher em um hotel em Brighton. Ela saiu ilesa, mas quatro pessoas morreram.
Illich Ramírez Sánchez, mais conhecido como Carlos, O Chacal, foi um dos maiores terroristas de todos os tempos. O venezuelano foi o homem mais procurado do mundo nos anos 70 e 80. Em 1975, cometeu um dos atos terroristas mais espetaculares da história quando sequestrou 11 ministros da OPEP que estavam reunidos na Áustria. Em sua fuga matou três pessoas. Após a prisão de sua mulher em Paris em 1982, o Chacal vingou-se dos franceses com uma série de atentados a bomba que mataram dezenas de pessoas e deixaram mais de 100 feridas. Foi capturado no Sudão, em 14 de agosto de 1994, pelo serviço secreto francês. Foi condenado à duas prisões perpétuas na França. Apesar do apelo do presidente venezuelano Hugo Chávez (que o apoia ideologicamente), O Chacal continua preso na França. Em 2003 lançou um livro onde cita positivamente Osama Bin Laden e sua cruzada contra os Estados Unidos. Foi vizinho de cela do serial killer Guy Georges, mais conhecido como “A Besta da Bastilha”.
Osama Bin Laden, desde 2005, era o terrorista mais procurado do mundo. Fundador e líder da rede terrorista Al-Qaeda, tinha um só objetivo: a destruição do Ocidente (leia-se Estados Unidos). Em 2004, Osama Bin Laden assumiu formalmente em um vídeo a autoria do maior atentado terrorista da história: o ataque através de aviões sequestrados ao World Trade Center em Nova York, ao Pentágono em Washington e à Casa Branca também em Washington – esse último avião caiu antes de atingir o suposto alvo. Nos ataques morreram mais de três mil pessoas. Antes, em 1998, Bin Laden orquestrou os atentados a bomba nas embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e Tanzânia, matando 256 pessoas e ferindo mais de cinco mil. Em 2000, Bin Laden voltou à cena quando 17 militares americanos foram mortos no Iêmen após um ataque suicida de membros da Al Qaeda no navio USS Cole. O terrorista bilionário foi morto em dois de maio de 2011 no Paquistão por forças especiais norte-americanas. Sua posição foi revelada com a ajuda de um médico paquistanês, Shakil Afridi, que medicava na área tribal de Khyber Pakhtunkhwa, região onde o terrorista se escondia com a sua família.
Século 21
Qual o terrorista número 1 atualmente?
Calado, tímido, insignificante e um craque no futebol. Esse era o perfil, segundo amigos, de Ibrahim Awwadty Ibrahim Ali Muhammad al-Badri al-Samarrai, mais conhecido como Abu Bakr al-Baghdadi, hoje o terrorista mais procurado do planeta. Líder do grupo extremista Estado Islâmico, sua cabeça vale 40 milhões de reais (na cotação atual do dólar). Era um homem “insignificante” até 2003, quando os Estados Unidos e Inglaterra invadiram o Iraque para supostamente desarmar o regime do país e encerrar o apoio de Saddam Hussein a organizações terroristas. Raivoso, al-Baghdadi jurou vingança por seu povo “humilhado”. Pesou também o fato dele ter sido preso pelos americanos em 2005. Mantido ao lado de terroristas sanguinários, o PhD em Ciências Islâmicas teria se tornado um radical dentro do campo de prisioneiros. Maquiavélico, escondeu suas reais intenções dos ianques que o consideraram uma pessoa “moderada” e “inofensiva”. Foi libertado em 2009. E antes de virar as costas e ir embora, falou a um coronel americano: “Vejo vocês em Nova York”.
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