Um ex-funcionário da Universidade de Stanford foi acusado na última quinta-feira, 16 de maio, do assassinato da filha do ex-diretor esportivo da universidade. O crime, porém, aconteceu há 45 anos. É a terceira vez que o ex-funcionário é ligado ao assassinato de uma jovem mulher.
Através do DNA recolhido das roupas da vítima, John Arthur Getreu, 74, foi ligado ao estrangulamento de Janet Ann Taylor, 21, assassinada em 24 de março de 1974. Investigadores americanos continuam buscando mais vítimas do hoje senhor.
Arthur Getreu já havia sido acusado no final do ano passado do assassinato de Leslie Marie Perlov, 21, cujo corpo foi descoberto perto do campus da Universidade de Stanford em 1973. Nos anos 1960 ele já havia cumprido pena na Alemanha pelo estupro e assassinato de outra jovem.
Detetives acreditam que Arthur Getreu possa estar envolvido em vários outros assassinatos e atualmente estão revisando vários casos não solucionados em cidades onde ele morou.
Taylor e Petrov foram estranguladas em assassinatos “motivados por sexo“, disseram autoridades.
“Realisticamente, você olha para um cara que agora está ligado a três assassinatos motivados por sexo, [os três assassinatos] cobrem dos seus 18 a quase 30 anos. Esses são anos-chave para alguém que tem tal impulso, que tem capacidade de cometer esses tipos de crimes violentos“, disse Rick Jackson, detetive aposentado do Departamento de Homicídios de Los Angeles e que agora trabalha como investigador de casos não solucionados no escritório do xerife do Condado de San Mateo. “Estamos procurando, obviamente, dentro do nosso condado. Estamos entrando em contato com outras agências pelo país e em outras áreas do mundo em que ele passou algum tempo“.
Getreu chamou a atenção da polícia pela primeira vez em 2017 quando o escritório do xerife do Condado de Santa Clara reabriu sua investigação sobre a morte de Perlov. Os detetives conseguiram conectar Getreu a esse assassinato usando técnicas de DNA genealógico, algo semelhante ao que foi usado na captura do Serial Killer do Estado Dourado. Em novembro de 2018 ele foi formalmente acusado do assassinato de Perlov.
Taylor saiu da casa de um amigo em Palo Alto e pediu carona até sua casa perto de La Honda quando desapareceu em 24 de março de 1974. Um motorista que fazia entregas descobriu o seu corpo no acostamento da Sand Hill Road, a oeste da Interstate 280.
Os investigadores foram rápidos em perceber semelhanças entre os assassinatos de Taylor e Perlov.
“Os métodos do suspeito eram muito semelhantes e as duas vítimas foram vistas pela última vez saindo da área do campus de Stanford“, disse o xerife Gregory P. Rothaus, durante uma coletiva de imprensa.
Perlov desapareceu meses antes de Taylor morrer. Ela foi vista pela última vez deixando seu emprego na biblioteca de direito. Seu Chevrolet Nova laranja foi encontrado abandonado em uma antiga pedreira. Alguns dias depois seu corpo foi encontrado ao pé de um carvalho. Ela também foi estrangulada.
Detetives e especialistas em DNA recuperaram evidências genéticas e enviaram o material para o laboratório criminal do condado e para a Parabon NanoLabs, um laboratório médico da Virgínia famoso por ter identificado vários suspeitos em casos nunca solucionados.
Um perfil genético foi criado e submetido a um banco de dados de genealogia. Foi gerada uma árvore genealógica que permitiu aos investigadores reduzirem seu foco a Getreu e, em novembro de 2018, autoridades obtiveram uma amostra do seu DNA, que correspondia ao perfil identificado.
Crescendo em uma família militar, Getreu frequentou uma escola particular na Alemanha onde matou uma jovem estudante em 1963. Ele tinha 18 anos. Ele morava no país junto com seu pai, um oficial militar americano. A vítima era filha de outro militar americano.
“Eu sinto muito por seus pais, e se eu pudesse fazer alguma coisa para trazê-la de volta, eu faria”, disse o jovem assassino perante o juiz.
Condenado a 10 anos por assassinato, ele passou apenas dois anos na prisão – na época, por ser estrangeiro, e de acordo com a maioridade penal na Alemanha, ele foi julgado como menor de idade – e retornou aos Estados Unidos.
Em 1975, ele foi condenado por estupro no Condado de Santa Clara e condenado a seis meses de prisão.
“Janet viveu a vida com entusiasmo e coragem. Como uma jovem corajosa e divertida, a mais nova de três filhos, ela acrescentou muita risada e alegria à nossa família. Ela amava animais e amava seus amigos. Sentimos falta de poder tê-la em nossas vidas. O futuro de Janet era brilhante. Teria sido maravilhoso ver o que ela teria feito”.
[Declaração da família de Janet após a identificação de Arthur Getreu como autor do crime]
Vídeo
Fontes consultadas: [1] Suspected serial killer charged in 2nd Stanford cold case homicide from the ’70s – LA Times; [2] Arrest in 1970s cold-case murder points to serial killer – Palo Alto Online;
Universo DarkSide – os melhores livros sobre serial killers e psicopatas
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