William Devin Howell, 47, foi sentenciado a 360 anos de prisão por um tribunal de New Britain, Connecticut, após se declarar culpado por seis assassinatos.
O caso
Os corpos de sete pessoas, seis mulheres e um homem, foram encontrados enterrados em uma área florestal atrás de um shopping center na 539 Hartford Road, cidade de New Britain. Os três primeiros corpos foram encontrados em 2007. Oito anos depois, a polícia realizou novas escavações no local e encontrou mais quatro corpos.
Todas as sete vítimas desapareceram em 2003, época em que Howell apareceu em Connecticut com sua Van, cortando grama em quintais e fazendo outros trabalhos.
Quando não estava ganhando uns trocados, Howell saia com sua Van pelas ruas em busca de vítimas. Quando via uma mulher sozinha na rua, ele a arrastava para dentro da Van e a estuprava. Ele manteve o cadáver de uma das vítimas por duas semanas dentro da Van, dormindo ao lado do corpo e chamando a vítima de “bebê”.
Como ele foi pego?
Quando os restos mortais das últimas quatro vítimas foram encontrados em 2015, Howell estava preso desde 2005, condenado pelo assassinato de Nilsa Arizmendi. Nilsa desapareceu em 2003 e uma testemunha afirmou a polícia ter visto ela entrando em uma Van preta com azul. Em 2005, Howell foi preso no estado da Carolina do Norte em atitude suspeita. Levado até a delegacia, manchas de sangue foram encontradas no veículo. Exames de DNA provaram ser de Nilsa. Extraditado para Connecticut, na época, a polícia não percebeu que tinha um serial killer em mãos e que ele era o responsável pelos desaparecimentos de mulheres ocorridos em 2003.
Na cadeia, Howell confessou a um colega de cela que era um assassino em série e que “havia um monstro dentro de mim que simplesmente florescia“. Howell também revelou que era um “estripador doente“, chamando sua Van de “assassinato móvel“.
O cadáver de Nilsa foi um dos sete encontrados no “cemitério particular” do serial killer na 539 Hartford Road [street view abaixo].
As vítimas
As vítimas foram identificadas como:
- Joyvaline Martinez, 24 anos, de East Hartford;
- Diane Cusak, 53 anos, de New Britain;
- Mary Jane Menard, 40 anos, de New Britain;
- Melanie Ruth Camilini, 29 anos, de Seymour;
- Marilyn Gonzalez, 26 anos, de Waterbury;
- Danny Lee Whistnant, 44 anos, de New Britain;
- Nilsa Arizmendi, 33 anos, de Wethersfield;
O companheiro de cela de Howell disse ainda que ele confessou o assassinato de outra mulher que ele “estrangulou e bateu com um martelo em sua cabeça […] cortou as pontas de seus dedos, quebrou sua mandíbula e descartou pedaços do corpo em Virgínia“. Howell é natural de Hampton, cidade do estado da Virgínia.
Serial killers nômades
“Se eu não tivesse sido preso, teria cruzado o país matando pessoas”, relatou William Howell ao seu colega de cela.
Não há dúvidas de que Howell pertence ao grupo dos serial killers nômades. Ele matou pessoas em seu estado natal, a Virgínia, em 2003 apareceu com sua Van da morte em Connecticut e matou sete pessoas. Em 2005, ao ser preso, estava na Carolina do Norte. Ele não confessou mais assassinatos, mas é possível que ele tenha matado pessoas em outros lugares.
Muitos serial killers como Jeffrey Dahmer, Dennis Rader, David Berkowitz e Francisco de Assis Pereira atacam em uma região em particular, sempre perto de onde vivem ou trabalham. Serial killers gostam de caçar vítimas em lugares familiares, que eles conhecem. Eles se sentem mais confortáveis. Israel Keyes e William Howell são exceções e se encaixam no tipo “nômade”. Este tipo de serial killer depende de modernos meios de transporte, de aviões e trens a automóveis, atravessam estados, países, para matar. Por estar sempre em movimento, esse tipo de serial killer consegue com frequência se manter vários passos à frente da polícia. Harold Schechter diz em seu livro, “Serial Killers – Anatomia do Mal”, que tais serial killers são muito difíceis de serem pegos.
“Em muitos casos, as autoridades nem mesmo sabem que um desses assassinos está à solta, já que não conseguem perceber que, digamos, duas mulheres de meia-idade, uma encontrada estrangulada e violentada em São Francisco, outra em Seattle, foram na verdade vítimas do mesmo psicopata, um fenômeno que o criminologista Stephen Egger chama de ‘cegueira de ligação’ (quando não se consegue conectar casos claramente relacionados)”.
[Harold Schechter]
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