Luka Magnotta contou ao Dr. Joel Watts que não se lembra de postagens online que apareceram na internet nas semanas que precederam o assassinato de Jun Lin. Na última quarta-feira, o psiquiatra contratado pela defesa para examinar a responsabilidade criminal de Luka Magnotta disse que questionou o acusado a respeito das postagens online.
Em resposta, Magnotta disse ao psiquiatra forense que “eu tenho tentado entender isso, espero que não tenha sido eu, não me lembro de ter feito isso, parece estranho”.
Durante seu testemunho, Watts disse não se lembrar de como ficou sabendo das postagens, mas testemunhou que ele achou que isso era importante o bastante para perguntar a seu paciente.
“Qualquer coisa que tivesse a ver com um indivíduo planejando determinado comportamento com certa antecipação é pertinente, é por isso que perguntei”, afirmou ele em seu depoimento.
As observações estão incluídas em seu relatório de 124 páginas, que conclui que Magnotta não é criminalmente responsável pelas cinco acusações que pesam sobre ele.
Watts, que teve acesso às evidências, registros médicos e entrevistas com pessoas próximas a Magnotta na elaboração do seu relatório, é o segundo psiquiatra contratado pela defesa a chegar a esta conclusão.
Magnotta visitava sites violentos
Magnotta também admitiu ao psiquiatra que frequentava sites de horror ou violência, mas disse não se lembrar de onde tirou o título do vídeo postado online que mostra o assassinato e desmembramento da vítima.
“Não me lembro de ter feito isso, não sei o que diabos há de errado comigo”, disse Magnotta a Watts, em resposta se era ele o responsável pela escolha do título “1 Lunático, 1 Picador de Gelo”.
“Talvez eu estivesse vendo filmes demais, talvez tenha sido para assustar as pessoas, eu não sei se eu realmente fiz isso”, continuou Magnotta, acrescentando que não sabia se tinha usado o pseudônimo Alan Ford para postar o vídeo, mas reconheceu que “aquilo era possível”.
Magnotta disse que descobriu sites violentos quando morou em Nova Iorque no final dos anos 2000, e passou a frequentar os sites porque eles eram “estranhos e diferentes”. Ele esclareceu que não se excitava sexualmente vendo pessoas sendo agredidas.
Perda de memória “atípica”
O promotor Louis Bouthillier também se concentrou na afirmação contida no relatório de que o grau de perda de memória de Magnotta “parecia atípico”.
O psiquiatra disse ao tribunal que acredita que parte da perda de memória de Magnotta é voluntária, para evitar o stress e a ansiedade da recordação dos eventos traumáticos que cercaram a morte de Lin.
“O mundo estava desmoronando sobre mim, eu me fechei”, disse Magnotta a Watts, que acrescentou que o acusado provavelmente queria evitar sentir mais vergonha e remorso pelo que havia feito.
A promotoria também se concentrou em um dos últimos encontros que Watts teve com Magnotta, no qual o acusado mencionou uma visita que havia feito a um psiquiatra no Jewish General Hospital em Montreal um mês antes da morte de Lin.
Magnotta se referiu à visita como “a única coisa” que não havia contado a Watts, uma afirmação que o psiquiatra disse ser tecnicamente exata. Watts testemunhou que Magnotta algumas vezes retinha informações, mas que no encontro seguinte acabava revelando algo mais.
O psiquiatra explicou que Magnotta não queria contar sobre essa visita ao hospital porque estava indo lá para pegar prescrições de drogas antipsicóticas, e ele não queria que o médico pensasse que ele era um viciado em tais drogas.
Watts também esclareceu que como psiquiatra forense, seu trabalho é perguntar para obter todas as informações possíveis, mas não é seu trabalho investigar.
Quando a informação é escassa, disse Watts no tribunal, ele precisa trabalhar com os detalhes que possui diante de si.
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- A história completa de Luka Magnotta pode ser lida no post 1 Lunático 1 Picador de Gelo.
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Fonte: CBC
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