O mal sempre foi uma fonte de fascinação nos filmes e eu suspeito que à medida que os nossos medos crescem, cresce também a nossa curiosidade. Filmes de serial killers e assassinos psicopatas são uma forma segura de atender nossos medos de forma indireta, para exorcizá-los, colocá-los para fora. É também uma forma de consumir bizarrices sem que você seja julgado pela sociedade. Afinal, gostar de filmes de serial killers parece um tanto normal, mas gostar de ler e conversar sobre serial killers psicopatas te faz parecer um deles (para os seus amigos).
É incrível ver como esse tipo de filme cresceu ao longo da história. Não há dúvidas, o ser humano gosta da morte. Gosta de assistir ao espetáculo sangrento de um assassino. O engraçado é que as pessoas vêem esses filmes e não imaginam que a grande maioria baseiam-se em crimes da vida real. Mas as vezes eu me pergunto: Não imaginam ou não querem imaginar?
Eu nunca tive o interesse em escrever textos sobre filmes de serial killers, minha preferência sempre foi por escrever sobre os dito-cujos e não sobre os fictícios. Entretanto (devido a uma reviravolta em minha mente perturbada) achei que seria interessante para os visitantes do blog um post. Afinal, quase 90 por cento dos acessos do blog são para os posts sobre serial killers. Cinco dos dez posts mais vistos são sobre eles, e além do mais, todos nós gostamos de ver filmes sobre serial killers e psicopatas!
O texto está, digamos, dividido em duas partes. Na primeira faço um review sobre filmes de serial killers ao longo da história do cinema. Quero lembrá-los que não vou falar de todos os filmes até porque não tem como, são centenas. Na segunda parte escrevo mais detalhadamente sobre 25 filmes de serial killers, muitos foram citados na primeira parte. No total, são citados 77 (agora 81… incluí mais 4 =D) filmes além de 4 episódios de 2 séries de TV dos anos 90.
Bom, não diga que eu fui o responsável por deixar você o fim de semana inteiro dentro de casa vendo filmes. Não tenho nada com isso!
A história da vida real e dos serial killers fictícios remonta à década de 1920. Nessa época, os grandes vilões sanguinários das telas ainda não eram conhecidos como serial killers e sim como maníacos.
Pesquisas do fundo do baú indicam que o primeiríssimo filme sobre serial killers foi feito em 1920 e chama-se Das Cabinet des Dr. Caligari (O Gabinete do Doutor Caligari).
A primeira coisa que todo mundo lembra de melhor sobre O Gabiente do Dr. Caligari é o seu aspecto bizarro. Os atores vivem uma paisagem recortada de ângulos agudos, paredes e janelas inclinadas, loucas escadas diagonais, árvores com folhas pontiagudas e gramas que se parecem com facas. Essas radicais distorções imediatamente definem o filme para algo jamais feito na época.
O set estilizado, obviamente bidimensional, deve ter sido bem mais barato do que uma filmagem em locais reais, mas certamente essa não foi a ideia do diretor Robert Wiene. Seu filme é de ilusões e aparências enganosas. Sobre loucos, sobre assassinatos e sobre seus personagens em um ângulo reto com a realidade. Nenhum deles é confiável, nem mesmo podem acreditar um no outro.
Para os amantes do cinema esse filme é um prato cheio, um clássico. Dirigido pelo mago alemão Robert Wiene, o filme (mudo) é considerado o primeiro filme de terror feito! Uau! Cenários escuros e medonhos, personagens bizarros, um serial killer à solta… Os filmes de terror não poderiam começar melhor com este clássico alemão! (O filme completo pode ser visto abaixo)
Onze anos depois, outro clássico alemão faria sucesso com o tema serial killer. Em 1931 estreou M (M – O Vampiro de Düsseldorf) do mestre do expressionismo Fritz Lang. Foi o primeiro filme com áudio do mestre austríaco. M é um filme que mostra uma cidade em pânico pela ação de um serial killer de crianças.
Vale destacar que quando você assiste M, você vê um ódio visível e palpável contra a Alemanha da década de 30. O filme é quase que inteiro composto de homens vistos nas sombras, dentro dos seus smokings, conspirando em seus encontros. Seus rostos são caricaturas cruéis. Isso leva a acreditar que o diretor odiava as pessoas que estavam à sua volta, provavelmente os simpatizantes do Nazismo. M é mais do que um filme sobre um serial killer que oferece doces para crianças, é um retrato de uma sociedade doente, que parece ainda mais decadente do que outros filmes da época que retratam Berlim.
Mas o que realmente faz de M um filme fascinante, em minha opinião, é que ele não pede para que o público tenha simpatia pelo serial killer, mas sim que tentem compreendê-lo. O filme completo com legendas em português pode ser visto abaixo.
Em 1943 foi a vez de Shadow of a Doubt (Sombra de uma Dúvida) do mestre do suspense Alfred Hitchock. O filme foca em torno de um respeitável homem conhecido como “Tio Charlie” – interpretado pelo ator Joseph Cotton. Mas na verdade, o simpático Tio Charlie era um serial killer conhecido como o Assassino da Viúva Alegre.
Em 1944 veio a macabra comédia, indicada ao Oscar, Arsenic and Old Lace (Este Mundo é um Hospício) que mostra duas simpáticas senhoras que matam mendigos e os enterram no porão. No filme elas não são rotuladas como psicopatas ou insanas, mas apenas duas senhoras da terceira idade fazendo o que elas julgavam ser um dever cívico: matar mendigos e salvar a cidade de Nova York do custo do funeral de um indigente.
Também de 1944 é Bluebeard (Barba Azul), estrelando John Carradine na pele de um serial killer estrangulador de mulheres. Bluebeard ficou esquecido no tempo e não é tão bom quanto os anteriores, mas apesar de todos os inconvenientes, vale a pena dar uma olhada, indicado para os fãs xiitas do gênero.
Dois anos depois veio o excelente The Spiral Staircase (Silêncio Nas Trevas). O filme noir gótico mostra um serial killer que mata jovens mulheres deficientes. Um clássico.
Em 1947 foi a vez do lendário Charlie Chaplin viver um serial killer no cinema. É pessoal, aposto que essa é nova para vocês. O grande Chaplin colocou sua genialidade na pele de Henry Verdoux, um serial killer que matava senhoras de meia-idade no filme Monsieur Verdoux. O filme foi amplamente rejeitado pelos críticos e pelo público e rapidamente desapareceu na obscuridade. Mas como vários outros filmes ao longo da história do cinema, hoje Monsieur Verdoux é aclamado como uma obra-prima, um filme que foi incompreendido em sua época. Veja o filme completo abaixo.
A década de 50 veio com dois clássicos: The Devil Strikes At Night (O Diabo Ataca A Noite) e The Night Of Hunter (O Mensageiro do Diabo).
The Night of Hunter, filme de Charles Laughton, é considerado como um dos melhores filmes americanos já feitos, mas que foi ofuscado pelo seu fracasso comercial e de crítica na época.
O filme conta a história de Harry Powell (Robert Mitchum), um assustador e diabólico serial killer que seduz mulheres para depois roubá-las. Ele conhece a doce Willa Harper (Shelley Winters) e descobre que ela tem guardado o dinheiro de um assalto à banco feito pelo seu ex-marido. Desde o seu início, o filme parece ter sido projetado como um pesadelo infantil, já que os filhos de Willa são constantemente “martelados” pelo serial killer que a todo custo quer o dinheiro. O filme também é marcado por suas dualidades: céu e a terra, homem mulher, luz e escuridão, o bem e o mal, a sabedoria e a inocência. Sem dúvida um grande filme.
The Devil Strikes At Night é outro excelente filme alemão que conta a história do serial killer Bruno Ludke. O filme foca na mente perturbada do serial killer que matou a esmo dezenas de mulheres durante o caos da Segunda Guerra Mundial.
Em 1960 veio um dos maiores clássicos do cinema moderno, Psycho (Psicose), do mestre Alfred Hitchcock. O primeiro genuíno filme moderno sobre serial killers, foi na época aclamado como o mais assustador filme já feito, honra que carrega até hoje. O que tornou Psicose imortal foi a conexão que ele fez com nossos medos. O medo de cometer um crime, o medo da polícia, o medo de se tornar vítima de um louco, e, claro, o medo de decepcionar nossas mães. Psicose foi seguido de três continuações (feitos por diretores diferentes) que sugeriam que o pobre demente Norman Bates deveria ter sido lobotomizado em uma sala de uma instituição mental ao invés de ser solto. Para sorte de Hitchcock, ele morreu antes que as sequências fossem feitas.
Ainda em 1960 veio o perturbador Peeping Tom (A Tortura do Medo) que mostrava um assassino psicopata que fotografava suas vítimas nos seus últimos suspiros. Na época muita gente não gostou do filme, considerado pesado. Peeping Tom realmente quebrou regras e extrapolou os limites da época. Foi tão odiado que foi retirado dos cinemas, e, infelizmente, acabou com a carreira de um dos maiores diretores da Inglaterra, Michael Powell. Certa vez, Martin Scorcese disse sobre o filme, “Peeping Tom é sobre o profundo processo psicológico no trabalho. É quando um cineasta diz a seus atores para fazer o que ele ordena, enquanto ele permanece nas sombras e nos relógios.”
Coincidentemente, Peeping Tom foi lançado poucos meses antes do igualmente chocante Psicose. Mas, estranhamente, todos resolveram crucificar Powell. Enquanto Hitchcock foi aclamado como gênio, Powell foi escorraçado como um doente. O filme enterrou a carreira de Powell, apesar dele ter dirigido outros filmes. Mas como no caso de Monsieur Verdoux, Peeping Tom seria aclamado anos depois. O filme pode ser visto no Youtube (clique aqui)
Em 1968 veio The Boston Strangler (O Estrangulador de Boston), um filme/documentário sobre um serial killer da vida real. Entre 1962 e 1964, um serial killer aterrorizou a cidade norte-americana de Boston ao estuprar e estrangular 13 mulheres em suas casas. Na época, Albert De Salvo foi preso e acusado dos assassinatos, mas até hoje há mais perguntas do que respostas para o caso.
The Boston Strangler é um ótimo filme que também toca em questões morais e éticas. Uma questão, discutida até hoje e que veio à tona na época, é a oferta de crimes reais como entretenimento. Um homem mata 13 mulheres e agora podemos sentar no nosso sofá no sábado a noite com uma pipoca no colo e assistir como elas morreram? Essa discussão, entretanto, para mim, é falha e inexistente. Vale lembrar que a maioria dos filmes de ficção sobre serial killers basearam-se, mesmo que irrisoriamente, em crimes reais. Basta lembrar que oito anos antes, o psicopata Norman Bates de Psicose foi quase que totalmente baseado em um serial killer da vida real, Ed Gein.
Também em 1968 veio o aclamado No Way To Treat a Lady, uma comédia de humor negro que mostrava Rod Streiger vivendo um serial killer estrangulador e George Segal como um policial em seu rastro.
Três anos depois era a vez do arrepiante 10 Rillington Place, que contava a história real dos horrores perpetrados pelo diabólico serial killer John Christie na Londres dos anos 50. O filme causou desmaios na platéia quando estreou em 1971.
Em 1972, Hitchcock atacou novamente com Frenzy (Frenesi), um drama sobre um homem injustamente acusado de ser um serial killer que mata jovens mulheres. Desta vez, Hitchcock pareceu mais “experiente” com o tema serial killer, dando até um modus operandi ao assassino: ele mata suas vítimas estranguladas com uma gravata. É considerado o filme mais violento do mestre do suspense e acredita-se que Hitchcock teve a ideia da gravata ao ler notícias sobre o Estrangulador de Boston.
Outro filme de 1972 é o magnífico Dirty Harry (Perseguidor Implacável), estrelado pelo excelentíssimo Clint Eastwood. Dirty Harry foi o primeiro de uma série de bons filmes em que o personagem principal (Dirty Harry) caçava serial killers. Dentre esses filmes podemos destacar Magnum Force, Sudden Impact, The Dead Pool e o emocionante Tightrope, este último Eastwood vive um policial de Nova Orleans em busca de um psicopata sexual. Todos esses filmes são cheios de ação e possuem bons enredos, mas nada que faça os amantes do cinema suspirar.
Em 1973 foi lançado Badlands (Terra de Ninguém). Aqui cabe uma ressalva. Muitos textos escritos por ai dizem que o filme é sobre serial killers, o que na verdade está equivocado. O filme é baseado em fatos reais e mostra a onda de matança do casal de namorados Charlie Starkweather e Caril Fugate que em 1959 mataram 10 pessoas em cidades do estado de Wyoming. O casal assassinou o pai de Caril e saiu em fuga matando 10 pessoas em poucos dias. Modus operandi que não caracteriza serial killers e sim spree killers, que são assassinos que matam várias pessoas em um curto espaço de tempo e normalmente em vários locais.
Em 1980 veio um filme que eu particularmente gosto, Cruising (Parceiros da Noite) com Al Pacino no papel principal. Dirigido por William Friedkin (o mesmo de O Exorcista e Operação França), o filme narra a história do detetive Steve Burns que tem a missão de se infiltrar nos mais sórdidos bares gays que se possa imaginar para servir de isca para um serial killer que pica em pedacinhos homossexuais. O filme foi duramente criticado pela comunidade gay da época por seu conteúdo sórdido e pela representação pervertida de homossexuais.
Também de 1980, foi o assustador Maniac (O Maníaco). Maniac mostrava um perturbado e traumatizado serial killer que mata mulheres para arrancar os seus escalpos. Mas por que arrancar os escalpos? Para pregar em manequins e assim, de alguma forma, devolver à elas suas vidas. Alguns chamaram o filme de depravado, sem moral, perverso e inaceitável, outros disseram ser corajoso e ousado. Apesar de ser um filme independente e de baixo orçamento, Maniac é muito bem feito e constantemente elogiado por ser uma obra diferenciada. Em uma época onde Sexta-Feira 13 e Halloween mostravam homens mascarados com facões correndo atrás de adolescentes, Maniac veio com uma proposta totalmente diferente, mas sem deixar de ser assustador e sanguinário. É uma obra perturbadora e antológica. O tipo de filme difícil de ser esquecido. Veja o trailer abaixo e saiba porque.
Em 1986 começava o início de uma lenda: Manhunter (Dragão Vermelho) foi o primeiro filme que mostrou as modernas técnicas de investigação do FBI, baseadas em traçar perfis psicológicos na busca por serial killers. Manhunter foi a adaptação cinematográfica do best seller internacional Red Dragon de Thomas Harris, um conto macabro de um agente do FBI (Will Graham) que investiga um assassino psicótico especialista em trucidar famílias inteiras. Para tentar entender a mente do serial killer, o detetive conta com a ajuda de um famoso psiquiatra que anos antes ele colocara atrás das grades, ele mesmo, Hannibal Lecter. O filme foi o precursor de O Silêncio dos Inocentes. Veja um trecho abaixo:
Apesar dos filmes de serial killers datarem de 1920, o termo serial killer foi usado pela primeira vez em 1987 no suspense Cop, (Um Policial Acima da Lei) que passou quase despercebido pelo grande público. O filme estrelado por James Woods mostra um detetive viciado em drogas que se depara com uma série de assassinatos que seguem um padrão comum.
Em 1987 e 1989, dois excelentes filmes de serial killers estrelaram na grande telona: Black Widow (O Mistério da Viúva Negra) e o arrepiante Sea Of Love, (Vítimas de Uma Paixão) com Al Pacino. Black Widow é interessante pois é um dos poucos filmes sobre serial killers em que o assassino é uma mulher, algo também bastante incomum na vida real.
Em 1990, foi relançado o sombrio, deprimente e estranho Henry: Portrait of a Serial Killer (Henry: Retrato de Um Assassino), um filme baseado em fatos reais que conta a vida de um dos mais prolíficos serial killers norte-americanos, Henry Lee Lucas. O filme causou debates furiosos em festivais e mostras mundo a fora devido ao seu realismo. Violento e repugnante, impossível de ser suportado, diziam uns. Outros defendiam que o filme é justificável por sua honestidade em um mundo onde a maioria dos filmes de terror banalizam a morte. Tendo uma clara inspiração em Maniac, Henry é um filme assustador que não tem o propósito de entreter. O filme contém cenas de violência cruel e chocante, cometidos por personagens que parecem não ter sentimentos comuns com o da sociedade. Mas acima de tudo é um excelente filme que fornece um retrato inesquecível da patologia de um homem para quem a morte não é um crime, mas simplesmente uma maneira de passar o tempo e aliviar o tédio.
Um ano depois veio To Catch a Killer (A Procura de um Assassino), um filme feito para a TV que também contava a história de um serial killer da vida real, o “Palhaço Assassino” John Wayne Gacy Jr (veja sua história aqui), que matou 33 adolescentes e enterrou seus corpos debaixo de sua casa. Curiosamente, no filme, Gacy não foi tratado com o termo serial killer, ou seja, até o começo dos anos 90 essa designação para tratar homens que cometiam assassinatos em série era pouco conhecida ou tinha pouco apelo. Clique aqui e veja o filme no youtube.
Mas isso era apenas uma questão de tempo, ou melhor, de dias… No mesmo ano, 1991, estreava nos cinemas do mundo inteiro o filme que faria com que os serial killers entrassem na vida e nas casas das pessoas para nunca mais sairem. Talvez o maior filme de serial killers de todos os tempos, um fenômeno, um clássico: The Silence of the Lambs (O Silêncio dos Inocentes). A adaptação do romance de mesmo nome de Thomas Harris feita pelo diretor Jonathan Demme tatuou de vez o termo serial killer na cultura popular. O impacto de O Silêncio dos Inocentes foi fantástica. Clarice Starling, Hannibal Lecter e o termo serial killer eram nomes que se ouviam facilmente em conversas no bar ou no local de trabalho. O filme foi mais longe do que qualquer outro filme sobre o assunto tinha ido antes. O filme começa de onde Manhunter acaba e mostra alguns personagens presentes em Manhunter, embora interpretados por atores diferentes.
A histeria coletiva sobre serial killers começou em O Silêncio dos Inocentes. Legiões de fãs da sétima arte salivavam nas salas de cinema ouvindo a própria besta, o Dr. Hannibal “The Cannibal” Lecter, orgulhosamente contando suas macabras façanhas para uma apavorada agente do FBI Clarice Starling (interpretada por Jodie Foster).
Depois de O Silêncio dos Inocentes, uma enxurrada de filmes e séries de TV abordaram o tema. No mesmo ano, pegando carona no estrondoso sucesso de O Silêncio dos Inocentes, o primeiro episódio da excelente série inglesa Prime Suspect mostrava a detetive Jane Tennyson (interpretada pela ganhadora do Oscar em 2007 Helen Mirren) no rastro de um serial killer, o mesmo aconteceu no sexto episódio da série.
Em 1992 veio o clássico policial Jennifer 8. Apesar de excelente, o filme foi mal nas bilheterias. No filme, Andy Garcia interpreta o detetive John Berlin que está no encalço de um serial killer que mata mulheres cegas. Apesar do filme hoje ser desconhecido por parte do grande público, possui uma legião de admiradores.
Em 1993 veio o aclamado Kalifórnia. Nada melhor do que a estréia no cinema de um diretor recém-chegado da produção de videoclipes (Dominic Sena) para garantir o ritmo frenético de Kalifórnia. Com o apetite de quem quer mostrar trabalho, o cineasta faz um mergulho no mundo dos serial killers. Mas em vez de produzir homicídios a granel, o cineasta opta por uma saída mais intimista e endoscópica. Um casal formado por um psicólogo e escritor de livro sobre serial killers e uma fotógrafa decidem fazer uma espécie de guia turístico com locais que abrigaram assassinatos em série. Para repartir as despesas de viagem, eles convidam outro casal, mais jovem, constituído pelo ex-presidiário Grayce (Brad Pitt) e pela tresloucada e infantil Adele (Juliette Lewis). Os quatro rumam para a Califórnia. Já no meio do caminho, o primeiro casal vai descobrindo que está mais próximo do que gostaria do mundo dos serial killers. Veja o filme no youtube clicando aqui.
O ano de 1995 foi o ano dos filmes de serial killers. Um dos melhores é Citizen X (Cidadão X), o filme, baseado em fatos reais, mostrava o rastro de morte, sangue e terror de um dos mais terríveis serial killers que já pisou na face da terra, o russo Andrei Romanovich Chikatilo. Chikatilo matou com requintes de crueldade mais de 50 mulheres e adolescentes nos anos 80. Outro filme interessante de 1995 é Copycat (Copycat- A Vida Imita a Morte), com Sigourney Weaver no papel principal. A atriz vive Helen Hudson, uma psicóloga criminal especialista em serial killers que é chamada pelo FBI para ajudar na busca de um serial killer que aparentemente mata ao acaso. Mas lendo os relatórios das mortes, Helen descobre que o serial killer na verdade é um copycat, ou seja, ele imita os assassinatos cometidos por serial killers do passado, como David Berkowitz, Ted Bundy e Jeffrey Dahmer (veja sua história aqui). Outro que estreou em 1995 e virou um clássico do gênero é Seven (Seven, Os Sete Pecados Capitais), um dos melhores filmes de serial killers da história. O filme mostra o galã Brad Pitt na caça de um serial killer que mata seguindo a ordem dos sete pecados capitais. O filme conta ainda com os excelentes Morgan Freeman, Kevin Spacey e Gwyneth Paltrow.
Ainda em 1995 não poderia deixar de citar dois episódios da mais famosa série de TV dos anos 90, Arquivo-X. Em sua segunda temporada, à série atacou com dois episódios seguidos sobre serial killers. O décimo segundo episódio da segunda temporada da série, intitulado Aubrey, mostrava os agentes do FBI, Mulder e Scully, investigando a possibilidade de transferência genética de personalidade de uma geração para outra, vinculada a um serial killer. Esse episódio é bem a cara da série que tinha como base casos envolvendo paranormalidade e extra-terrestres.
O décimo terceiro episódio da segunda temporada da fantástica série de Chris Carter era mais “pé no chão” e mostrava um louco que colecionava cabelos e unhas de pessoas mortas. Mas com sua obsessão crescente, ele começa a matar mulheres para poder tirar seus itens de “colecionador.” O episódio original de Irresistible (Irresistível) era tão assustador que o Departamento de Padrões da Fox rejeitou o roteiro original dizendo ser “inaceitável para os padrões de programação de TV.” Chris Carter foi obrigado a modificar o personagem, de necrófilo para um “fetichista da morte”, disfarçando qualquer sinal de sexualidade aberta. Mesmo assim o episódio é bem interessante. Nick Chinlund está espetacular na pele do serial killer colecionador de cabelos e unhas. Para quem tem Netflix, os episódios podem ser vistos por lá.
Em 1997 foi a vez do excelente filme Kiss The Girls (Beijos que Matam), um suspense que mostrava o detetive Alex Cross (Morgan Freeman) no encalço de um bizarro serial killer que supostamente quer enviar mensagens com seus crimes. O filme é um trabalho original baseado em um romance de James Patterson e apresenta um serial killer diferente, como assim diferente? Você terá que assistir o filme.
The Summer of Sam (O Verão de Sam) é um FILMAÇO lançado em 1999 pelo diretor Spike Lee. O filme narra sobre várias perspectivas a louca vida dos nova iorquinos no verão de 1977. Como tema de fundo do filme, os assassinatos em série cometidos pelo serial killer da vida real David Berkowitz. Simplesmente imperdível! Também em 1999 veio outro clássico do gênero: The Bone Collector (O Colecionador de Ossos). O filme mostra um detetive tetraplégico (Denzel Washington) sendo ajudado pela policial Amelia Donaghy (Angelina Jolie) na busca por um serial killer que está à solta no mundo subterrâneo de Nova York.
A década de 2000 começou com o Homem-Morcego Christian Bale no papel de um executivo serial killer em American Psycho (Psicopata Americano). O filme foi aclamado por muitos e negligenciado por muitos outros. Algumas críticas o consideraram como um dos melhores filmes de 2000, um filme capaz de rivalizar com O Silêncio dos Inocentes. Mas grande parte dos cinéfilos amantes de filmes de serial killers rejeitaram o filme, acusando-o de ser um lixo, sensacionalista, com tripas e sangue “demais”, um insulto para o gênero. Eu nunca li o livro mas alguns dizem que se você odiá-lo, o filme é bem pior. Bom, cada um com sua opinião.
Em 2001 a tão esperada sequência do O Silêncio dos Inocentes saiu. A grande expectativa em torno de Hannibal frustrou a grande maioria já que o filme não chega nem perto do primeiro (na verdade é provável que nenhum outro filme do gênero chegue). No mesmo ano saíram From Hell (Do Inferno) e The Pledge (A Promessa). Ambos os filmes contam com atores conhecidíssimos do grande público. From Hell traz Johnny Depp no papel do inspetor inglês Frederick Abberline, responsável por investigar os assassinatos cometidos por Jack, O Estripador (veja sua história aqui).
Inúmeros filmes que “dizem” contar a história de Jack, O Estripador já foram lançados. Quem conhece a história do estripador sabe que a história contada em From Hell é digna de risos. Mas se você analisar o filme do ponto de vista cinematográfico, From Hell é um filme rico e atmosférico, escuro e emocionante, que apesar do seu aspecto gótico, não é um filme de terror. Na minha opinião ele peca por apresentar a teoria mais inútil sobre Jack, O Estripador. Mas para quem está interessado em diversão e mistério, From Hell é a pedida certa. Veja o trailer do filme abaixo.
The Pledge tem o experiente e sempre irreverente Jack Nicholson no papel de um policial aposentado que investiga por conta própria uma série de assassinatos de crianças. O personagem de Nicholson não é apenas um bom policial, é também um homem possuído por uma ideia fixa. Seu embarque em uma terrível e solitária missão o leva a lugares desconhecidos de sua mente. A solução do crime é um espetáculo à parte.
Dois anos depois foi a vez do excelente Memórias de Um Assassino fazer sucesso no ocidente. O filme sul-coreano conta a história do primeiro serial killer “oficial” do país. O filme não só aborda a ineficiência da polícia em desvendar a série de mortes de mulheres como também a precariedade de uma Coréia em pleno período militar. Muito interessante.
Em 2007 vieram três bons filmes com a temática serial killer: Mr. Brooks (Instinto Secreto), The Brave One (Valente) e Zodiac (Zodíaco). Mr. Brooks mostra o astro Kevin Costner na pele de um empresário bem sucedido mas que sofre de uma segunda personalidade assassina. Ao mesmo tempo que ele deve controlar o seu “amigo interno”, deve encarar a bela detetive Attwood (interpretada por Demi Moore) que enxerga nele o principal suspeito pela onda de crimes. É um filme tenso e envolvente, o tipo de filme onde o público pode sentir um pouco de desconforto, pois o personagem principal é um anti-herói. Apesar de saber que ele está envolvido em horrendos crimes, sua inteligência e perspicácia faz com que o público simpatize com ele.
Zodíaco é outra balha na agulha do diretor David Fincher e mostra a história real do serial killer conhecido como “Zodíaco” que espalhou o terror no fim dos anos 60 e começo dos 70. O filme possui mais de duas horas e meia e mesmo assim é impossível não degustar cada segundo da película. Indispensável para os amantes do gênero.
Falando em Zodíaco, os anos 2000 ficaram caracterizados por filmes sobre serial killers da vida real. Em 2000, Chuck Parello contou a história do serial killer esquizofrênico Edward Theodore Gein, no filme Ed Gein.
O filme segue de perto os detalhes sórdicos de um dos mais famosos psicopatas sexuais do século 20. Estão lá, dentre outros, as crianças que vêem as cabeças que Ed Gein colecionava, o roubo da caixa registradora durante seu segundo crime e as misteriosas circunstâncias que cercam a morte do seu irmão mais velho. Mas o baixo orçamento do filme fez com que ele deixasse de ser totalmente fiel à história. A casa de Ed Gein foi descrita como um chiqueiro humano, com pilhas de lixo podre forrando o chão. Isso não foi mostrado no filme, nem mesmo suas tigelas de sopa feitas com crânios humanos, suas peças de roupas costuradas com pele humana e os pedaços dos corpos. Isso fica mais estridente ainda aos nossos olhos quando pensamos que esse mesmo Sr. inspirou o filme O Massacre da Serra Elétrica.
Faltou também um retrato mais bizarro de Ed Gein. Há apenas uma cena onde vemos Ed Gein (interpretado pelo ator Steve Railsback) usandos os seios de uma mulher assassinada e batendo em um tambor de lata, mesmo assim é uma cena rápida. Quase nenhum corpo mutilado é mostrado e nada é mencionado sobre suas tendências necrófilas. Acredito que em se tratando de um filme sobre Ed Gein, isso é crucial. Talvez o diretor tenha se segurado para que a censura não atingisse o filme, mas fazendo isso acabou por condenar a própria obra.
Em 2002, três filmes de três famosos serial killers norte-americanos estreiaram nos cinemas. Dahmer (Dahmer – Mente Assassina) traz a história de um dos textos mais lidos do blog.
O filme é extremamente fiel aos detalhes da vida do serial killer Jeffrey Lionel Dahmer. O diretor e roteirista David Jacobson fielmente retrata os macabros incidentes envolvendo a ação do Canibal de Milwaukee. Estão presentes no filme cenas do seu primeiro assassinato (quando ele, aos 18 anos, assassinou o mochileiro Steven Hicks), sua quase captura quando foi parado na estrada pela polícia por dirigir perigosamente (o corpo de Hicks estava picado em sacos na parte de trás do veículo). A tentativa de Dee Konerak Sinthasomphone (no filme Rodney Artel Kayau) de tentar escapar de Dahmer e posteriormente ser devolvido ao serial killer pela própria polícia, dentre outros incidentes.
O filme, porém, não oferece explicações psicológicas para o comportamento de Dahmer, assim como não mostra sua estadia na prisão e posterior morte. Para um filme que lida com temas delicados como necrofilia, assassinato e sexo gay, Dahmer é um filme bastante leve. Na verdade, um filme bastante agradável de ser assistido, sem sangue e sem sexo, apesar de uma cena gay em um bar.
O fraquíssimo NightStalker deixou milhares de pessoas decepcionadas. O filme é baseado no serial killer da vida real Richard Ramirez que espalhou o terror em Los Angeles no ano de 1985. Adorador do Diabo, Ramirez era um viciado em cocaína que tinha os dentes podres de tanto comer doce. Foi um ladrão que se tornou um serial killer. Ele atuou, principalmente, em bairros latinos de Los Angeles onde invadia casas, estuprava as mulheres e as esfaqueavam.
O filme decepcionou muita gente ao narrar de forma totalmente ficcional a investigação policial e a forma como Ramirez foi capturado. O filme põe todo o drama dos assassinatos nas costas da detetive Gabrielle Martinez (Roselyn Sanchez), que sozinha faz deduções sobre os assassinatos. Há cenas inventadas, como por exemplo a parte onde ela desobedece ordens superiores para liberar o retrato falado do assassino para a imprensa. Sem falar em vários clichês: o parceiro assassinado, a heroína mulher que prende o machão matador de mulheres…
Ted Bundy de Matthew Bright é mais interessante e conta a história de Theodore Bundy, o serial killer bonitão que matou mais de 30 mulheres nos anos 70. O filme é bem detalhado e descreve com bastante precisão o modus operandi do serial killer. O gesso que usava em um dos braços, seu fusca, sua namorada na época dos crimes, suas mordidas.
O filme é chocante ao recriar o assassinato duplo de Janice Ott e Denise Daslund, pegas no Parque Sammamish em Seattle. Bundy estupra uma e esmaga sua cabeça com uma pedra, tudo na frente da outra garota, que está algemada. Ao contrário dos filmes Ed Gein e Dahmer, Ted Bundy megulha nas profundezas perturbadoras da mente do serial killer e não tem medo em mostrar do que realmente Bundy era capaz. Ponto positivo para o final, que mostra o serial killer sofrendo na cadeira elétrica, o algodão sendo enfiado em seu ânus e as dezenas de pessoas rindo e batendo palmas do lado de fora da penitenciária.
Um ano depois, em 2003, mais dois filmes contando histórias de serial killers reais deram o ar da graça: Gacy e Monster (Monster – Desejo Assassino).
Assim como To Catch a Killer, Gacy conta a história de John Wayne Gacy Jr., apelidado pela imprensa de “O Palhaço Assassino”. Empresário bem sucedido e bem relacionado do estado de Illinois, John Wayne Gacy Jr. era também um terrível serial killer que assassinou 33 adolescentes e os enterrou debaixo de sua casa. O filme aborda inúmeros detalhes da vida de Gacy, suas saídas nas ruas em busca de vítimas, sua investida em uma franquia de frangos fritos, seus problemas de coração, dentre outros. Por outro lado, o filme não mostra as buscas da polícia na casa de Gacy, fato que na história real foi crucial para a sua prisão. Pior ainda foi a invenção do diretor em colocar dois detetives sentados fora da casa de Gacy para vigiá-lo.
Quem não conhece a história do Palhaço Assassino pode ficar perdido no filme. Outra decepção é o ator Mark Holton, que interpreta Gacy. Ele não consegue dar a profundidade necessária ao infâme personagem que na vida real era carismático e articulado. Em comparação, fico com To Catch A Killer.
Em 2004 veio The Hillside Strangler, do mesmo diretor de Ed Gein, Chuck Parello. Se Parello escondeu as sujeiras em Ed Gein, ele parece ter descontado em The Hillside Strangler. O filme conta a história da dupla de serial killers da vida real Kenneth Bianchi e Angelo Buono, que em 1977 e 1978 mataram 10 mulheres em Los Angeles. O filme não é chato e parece estar mais preocupado em mostrar a depravação de tortura, estupro e homicídios dos serial killers do que examiná-la de um ponto de vista psicológico e sociológico.
Em 2006 foi a vez de um dos mais infames casais serial killers aparecer na grande telona. Karla conta a história do casal canadense Paul Bernardo e Karla Homolka, que assassinaram três mulheres nos anos 90. O filme acerta em não defender um ponto de vista particular, mas erra em ser leve demais. Quem conhece a história do casal sabe os horrores que eles fizeram, algo que poderia ser melhor explorado no filme.
Um ano depois de Karla foi a vez outro serial killer da vida real ter sua história contada no cinema. The Grey Man narra a história de Albert Fish, um dos mais notórios e macabros serial killers do século 20. Apesar de Fish ser bastante conhecido no mundo da criminologia e psicologia, no cinema, ele é praticamente ignorado.
The Gray Man tenta fornecer uma visão inteligente à história de Fish. Evita o sensacionalismo barato ao não mostrar os terríveis assassinatos do “velhinho” e foca em dois personagens principais: Fish e o investigador do caso. É um filme bem feito que tenta criar uma atmosfera de medo, mas que se perde em alguns momentos. Não é convincente do ponto de vista da história real, mas merecia ser mais conhecido.
Em 2008 outro filme baseado em fatos reais estreou no cinema. The Alphabet Killer (O Assassino do Alfabeto). O Assassino do Alfabeto foi um serial killer ativo entre os anos de 1971 e 1973, que atacou em torno da cidade de Rochester no estado de Nova York. Cada uma de suas vítimas tinha o nome e sobrenome começando com a mesma letra: Carmen Colon, Wanda Walkowicz e Michelle Maenza. As três foram estupradas, estranguladas e mortas. Seus corpos jogados em cidades cujos nomes começavam com as mesmas letras: Churville, Webster e Macedon. Apesar de uma extensa investigação, ninguém foi preso.
A verdade é que o filme baseia-se vagamente no caso. Os nomes das vítimas são alterados e cada uma das vítimas no filme tem as mesmas iniciais de nomes e todas são descartadas pelo assassino nas mesmas cidades dos crimes reais. No entanto, as semelhanças acabam por ai. É estranho um filme ser baseados em fatos ocorridos há 40 anos e os detetives utilizarem computadores com Windows XP e roupas dos anos 2000. O filme também postula a identidade do assassino (em um final bastante clichê), algo que não ocorreu na história real.
Outros filmes baseados em fatos reais da década de 2000 são Starkweather, 2004, (A Fúria Assassina), Karla, 2005, (Paixão Assassina), Ed Gein: The Butcher of Plainfield, 2007, (Ed Gein: O Assassino de Plainfield), B.T.K, 2008, (Caçada ao Assassino BTK), Drifter: Henry Lee Lucas, 2009.
Vale destacar também o bizarro Dahmer vs. Gacy, de 2010. O filme conta a história de uma experiência governamental com genes dos mais mortais serial killers da história. O exército quer criar assassinos letais, mas algo dá errado: os clones de Jeffrey Dahmer e John Wayne Gacy escapam do laboratório. Não preciso dizer o que acontece. O filme é um horror comédia e você tem que ser muito “fã” dos caras para assistir o filme. O filme tem cenas absurdas, muita caricatura e bastante clichês. Muitos dizem que esse filme é uma perversa fascinação de histórias reais de pessoas que foram trucidadas por esses assassinos. Outros defendem dizendo ser apenas um tipo de arte. De qualquer forma para 2013 já está confirmado: Dahmer vs. Gacy 2 – No Espaço.
Cena clássica: A briga entre Dahmer e Gacy, com direito a mordidas de Dahmer e barrigadas de Gacy.
Outros filmes não citados merecem grandes destaque como Angel’s Flight, Red Dragon (Dragão Vermelho), 2202, The Girl With The Dragon Tattoo (O Homem Que Não Amava As Mulheres), Taking Lives (Roubando Vidas), La Madre Muerta, I Saw The Devil, Death Proof (A Prova de Morte), Tesis (Morte ao Vivo) e Man Bites Dog“.
Vinte e cinco filmes de serial killers. Antes de começar quero dizer que isso não é uma lista, muito menos algo do tipo: “Os 25 melhores filmes de serial killers”. Quem sou eu para fazer uma lista com os “melhores”? (* se bem que eu já fiz isso por aqui…). O melhor é aquele do qual você gosta. Esses 25 filmes são apenas 25 filmes que eu particularmente acho interessantes, só isso. Alguns deles já foram falados no review acima, outros não. Há muitos outros para serem falados, e há muitos outros do qual eu nunca ouvi falar. Sinta-se à vontade para comentar e dar a sua opinião. Os filmes estão em ordem aleatória…. vamos lá!
Um serial killer conhecido como Búffalo Bill, que arranca a pele de mulheres, está à solta. Para tentar encontrá-lo, o FBI destaca uma estagiária brilhante, a agente Clarice Starling. Sem pistas do serial killer, Clarice Starling visita um famoso psiquiatra que já havia trabalhado para o FBI traçando perfis psicológicos de assassinos psicopatas. Mas há um problema, esse psiquiatra é ninguém menos que Hannibal Lecter, um inteligentíssimo psicopata canibal que havia sido preso há vários anos. Nas visitas à prisão, Clarice descobre que o terrível serial killer que está à solta havia sido paciente de Hannibal há muitos anos. Hannibal então começa a fazer um jogo psicológico com à agente do FBI em troca de suas valiosas informações.
Jodie Foster, Anthony Hopkins, Scott Glenn e Ted Levine (Búffalo Bill) estão impecáveis em cada detalhe dos personagens. Anthony Hopkins interpretou o psiquiatra canibal Hannibal Lecter de forma brilhante. Sua primeira aparição no filme é intrigante: Como aquele tranquilo senhor pode ser o terrível serial killer que fica preso atrás de uma barreira de vidro? O Silêncio dos Inocentes conseguiu superar outro grande clássico do gênero, Psicose. Perto de O Silêncio dos Inocentes, Psicose é O Mágico de Oz, enquanto que Norman Bates parece a Madre Teresa de Calcutá perto de Hannibal Lecter.
Um fato pouco conhecido desse extraordinário filme é que o modus operandi do serial killer do filme, “Buffalo Bill”, foi baseado em um trio de terríveis serial killers da vida real: Ed Gein, Ted Bundy e Gary Heidnik.
Ed Gein (veja sua história aqui) ficou conhecido por costurar roupas de pele humana. Quando ele foi pego em 1957, a polícia descobriu em sua fazenda no estado de Wisconsin, abajures feitos de pele humana, um cinto de mamilos, uma blusa feita de pele humana, dentre outras “peças de roupas”. Ed Gein disse que gostava de dançar em volta de sua fazenda usando suas roupas de pele humana, pois assim ele se sentia uma mulher, assim como sua mãe. A mesma abordagem foi feita para o personagem de Búffalo Bill no filme. Bill é um transsexual reprimido que começa a costurar uma roupa de mulher com a pele de suas vítimas para que possa vestir e se sentir mulher, assim como o assassino da vida real Ed Gein.
Em o Silêncio dos Inocentes, o serial killer Búffalo Bill atrai suas vitimas usando sua van. Ele usa um gesso falso em um dos braços, aborda mulheres na rua e pede para que elas lhe ajudem a colocar objetos dentro de sua van, pois ele não pode levantar sozinho. Uma vez dentro da van, as mulheres são agredidas até ficarem inconscientes. É o mesmo método que o psicopata serial killer da vida real Ted Bundy usou para matar mais de 40 jovens universitárias nos anos 70.
Em 1986, na Filadélfia, Gary Heidnik sequestrava mulheres e as mantinham acorrentadas em uma espécie de poço, onde as violentavam sexualmente e as matavam. O diretor de O Silêncio dos Inocentes utilizou a descrição do poço de Gary Heidnik para construir o poço do filme onde Buffalo Bill mantinha suas vítimas. Estes foram apenas algumas das inúmeras inspirações em serial killers da vida real que fez com que O Silêncio dos Inocentes se tornasse de longe o melhor filme de serial killers de todos os tempos. E isso não é a minha opinião. O filme ganhou 5 Oscar naquele ano, melhor filme, melhor roteiro, melhor diretor, melhor ator e melhor atriz, tornando-se o terceiro filme da história a ganhar nas 5 principais categorias. O Instituto de Filmes Americanos o colocou na posição de número 66 dos 100 melhores filmes da história.
Melhor Momento: O serial killer e travesti Búffalo Bill dançando ao som de Goodbye Horses, de Q Lazzarus, escondedo seu pênis entre as pernas para parecer que tinha uma vagina.
Info
Título: The Silence of the Lambs
Título no Brasil: O Silêncio dos Inocentes
Direção: Jonathan Demme
Produção: Kenneth Utt, Edward Saxon, Ron Bozman
Roteiro: Ted Tally
Elenco: Jodie Foster, Anthony Hopkins, Scott Glenn, Ted Levine
Obs.: Baseado no Livro de Thomas Harris
Lançamento: 14 de Fevereiro de 1991
País: Estados Unidos
Escuro, assustador, horrível e inteligente. Perturbador para algumas pessoas e um prato cheio para muitas outras. Posso descrever assim esse que é um dos melhores filmes da história a tratar do tema serial killer. O visual de Seven é crucial para o seu efeito sombrio. Tão sombrio que sua escuridão muitas vezes só pode ser atravessada pelas lanternas dos dois detetives. O cenário, que faz parecer que o filme é ambientado nos anos 40, também contribui para a profunda escuridão que permeia o filme.
No filme, John Doe (Kevin Spacey), especializou-se em assassinar suas vítimas de acordo com os 7 pecados capitais: gula, avareza, preguiça, inveja, ira, orgulho e luxúria. No seu encalço estão os detetives interpretados por Brad Pitt e Morgan Freeman, dois policiais em direções opostas. Um é branco e novato, o outro, negro e prestes a se aposentar. Uma fórmula que parece batida mas que logo se sustenta devido aos excelentes diálogos entre ambos e à excelente direção do cineasta David Fincher. Gwyneth Paltrow acrescenta um raio de luz solar brilhante em um filme que é sombrio, chuvoso e terrivelmente sangrento.
Seven é um filme único, bem feito e intransigente na forma como apresenta os detalhes pertubadores dos crimes. Certamente não é para pessoas sensíveis.
Se você quer assistir a um inteligente e excitante filme sobre serial killers… esse é o primeiro a ser visto!
Melhor Momento: “O que tem dentro da caixa? Que merda tem dentro da caixa?”
Info
Título: Seven
Título no Brasil: Seven – Os Sete Pecados Capitais
Direção: David Fincher
Produção: Arnold Kopelson, Phyllis Carlyle
Roteiro: Andrew Kevin Walker
Elenco: Brad Pitt, Morgan Freeman, Gwyneth Paltrow, Kevin Spacey, John C. McGinley
Edição: Richard Francis-Bruce
Lançamento: 22 de Setembro de 1995
País: Estados Unidos
Diga oi para Fada dos Dentes, um cara muito simpático cuja especialidade é matar e massacrar famílias inteiras na lua cheia. Muito antes do serial killer da vida real Anatoly Onoprienko (veja sua história aqui) trucidar dezenas de famílias na Ucrânia nos anos 90, o serial killer do filme Dragão Vermelho já tinha feito muito estrago. Mãe, pai, filhos, cachorros… ninguém escapava do personagem criado por Thomas Harris. Quem leu o livro poderia até pensar que Fada dos Dentes era um vampiro que na lua cheia saia para morder suas vítimas, mas não, ele era mesmo um serial killer que na sua furiosa demência dava dentadas em suas vítimas, daí o apelido.
Adaptação do best-seller mundial Red Dragon, o filme é um conto de como o agente do FBI Will Graham (interpretado pelo ator William Petersen) sai de sua aposentadoria para pegar Fada dos Dentes antes que ele ataque novamente. O agente já era famoso por ter sido o homem que prendeu Hannibal Lecter. Ora bolas, se ele prendeu o psiquiatra ele poderia também pegar o Fada dos Dentes, não?
Manhunter é um clássico do gênero serial killer e que foi totalmente esquecido depois do enorme sucesso do seu sucessor O Silêncio dos Inocentes. Obrigatório para os amantes do gênero.
Melhor Momento: A cena do serial killer mostrando suas tatuagens à sua próxima vítima, o jornalista Freddy Lounds
Info
Título no Brasil: Dragão Vermelho
Direção: Michael Mann
Produção: Richard A. Roth
Roteiro: Michael Mann
Elenco: William Petersen, Kim Greist, Joan Allen, Brian Cox, Dennis Farina, Stephen Lang, Tom Noonan
Obs.: Baseado no livro Red Dragon de Thomas Harris
Lançamento: 15 de Agosto de 1986
País: Estados Unidos
Após um acidente no exercício de sua profissão que o deixa tetraplégico, o criminologista Lincoln Rhyme (Denzel Washington) pensa até em suicídio. Ele é autor de vários best-sellers e tem olho apurado para descobrir pistas. No entanto, um caso chama sua atenção: um serial killer que, antes de matar suas vítimas, arranca um pedaço do osso como “lembrança”. Ele também deixa verdadeiros enigmas para os policiais decifrarem. Preso a um leito, Rhyme busca desvendar o caso por meio do seu supercomputador, acionado por voz e com a ajuda de uma jovem policial, Amelia Donaghy (Angelina Jolie). Estabelece-se assim uma interessante parceria: enquanto Rhyme é o cérebro, conduzindo as investigações, Amélia acaba sendo seus “olhos” e “ouvidos”, possibilitando que ele alcance lugares em que o criminoso passou.
O Colecionador de Ossos não tem surpresas, mas é habilmente conduzido pelo diretor Phillip Noyce. Um ótimo suspense, que prende o espectador até o fim. Para fazer o papel de tetraplégico, Denzel Washington visitou vários deficientes, entre eles o “super-homem”Christopher Reeve.
Melhor Momento: O “sexo” que Angelina Jolie dá a Denzel Washington acariciando seu polegar, aparentemente a única parte do pescoço pra baixo do personagem que pode sentir alguma coisa. Freud explica.
Info
Título: The Bone Collector
Título no Brasil: O Colecionador de Ossos
Direção: Phillip Noyce
Produção: Martin Bregman, Michael Bregman
Escrito Por: Jeremy Iacone
Elenco: Denzel Washington, Angelina Jolie, Queen Latifah, Michael Rooker, Mike McGlone, Luis Guzman, Leland Orser, Ed O’Neill
Obs.: Baseado no livro The Bone Collector de Jeffery Deaver
Lançamento: 5 de Novembro de 1999
País: Estados Unidos
E no início… houve Psicose. A geração dos anos 60 nunca esquecerá o impacto que Psicose teve na sociedade. O filme era totalmente ultrajante, horripilante, macabro. Hoje pode parecer como um pirulito de morango na boca de uma criança, mas para aquela geração, era como um soco no estômago.
Uma mulher resolve tomar uma ducha assim que chega a um motel. Alguém abre a cortina. O grito de terror. Facadas. O sangue escorrendo pelo ralo. È impossível não lembrar dessa cena, uma das mais famosas do cinema, e da música de Bernard Hermann, nessa obra-prima do mestre Alfred Hichtcock. A história mostra a secretária Marion Crane (interpretada pela atriz Janet Leight), que rouba 40 mil dólares para se casar. Durante a fuga ela erra o caminho e acaba parando em um velho motel, sendo atendida pelo estranho dono do lugar, Norman Bates (interpretado pelo ator Anthony Perkins). Ela escuta também a voz da mãe do rapaz, que não deseja uma intrusa no local. O filme então assume caminhos inesperados, terminando de forma bizarra.
Assim como O Massacre da Serra Elétrica e O Silêncio dos Inocentes, Psicose teve a sua pitada de realidade ao incorporar fatos reais ao filme. Em 1957, a polícia de Plainfield, Wisconsin, prendia Ed Gein (ele de novo!), um fazendeiro considerado inofensivo pela população local. Bom, ele era tão inofensivo que conseguiu inspirar três clássicos do suspense/terror. No caso de Psicose, o personagem Norman Bates foi quase que totalmente modelado em Ed Gein. Augusta Gein, mãe de Ed Gein, morreu em 1944. Sofrendo com a ausência da mãe, Ed a desenterrou e manteve o seu cadáver em seu quarto para que ele pudesse “conversar” com ela. O mesmo fez Norman Bates no filme.
O engraçado é que antes de estrear, em uma jogada de marketing para tentar causar uma atmosfera de medo e curiosidade, a sinopse do filme dizia: “Nunca antes houve alguém como Norman Bates!”
Bom, eu desmascaro agora Psicose! Bem, eles foram desmascarados já a muito tempo :D, mas isso é o de menos, Psicose foi certamente o filme mais inovador do século passado e colocou Hitchcock na galeria definitiva dos grandes diretores, muito por causa do fato de grande parte da opinião pública da época achar sensacional a abordagem psicológica do personagem Norman Bates, todos achavam que aquilo era uma invenção brilhante do mestre do suspense. Hoje sabemos que não, mas isso não importa nem um pouco.
Faça um favor a você mesmo. Alugue e assista novamente Psicose, confie em mim, é tão assustador como ver da primeira vez.
Melhor Momento: Preciso ainda dizer qual a cena clássica desse filme?
Info
Título: Psycho
Título no Brasil: Psicose
Direção: Alfred Hitchcock
Música: Bernard Herrmann
Roteiro: Joseph Stefano
Elenco: Anthony Perkins, Vera Miles, John Gavin, Martin Balsam, John McIntire, Janet Leigh
Obs.: Baseado no livro Psycho de Robert Bloch
Lançamento: 16 de Junho de 1960
País: Estados Unidos
Esteja preparado para ter a luz do dia sugada de você neste verdadeiro clássico que mostra os crimes do serial killer necrófilo inglês John Christie, um dos mais bestiais demônios que já andou entre nós. Durante 13 anos, John Reginald Halliday Christie assassinou, pelo menos, 8 mulheres em seu apartamento na 10 Rillington Place em Londres. Ele as estrangulava e depois fazia sexo com seus cadáveres.
Esse é um dos mais famosos casos de serial killers do mundo, não pelos assassinatos em si, mas pelo fato de que um inocente foi acusado pelos crimes e posteriormente executado. Timothy Evans teve sua mulher Beryl Evans e seu filho mortos por John Christie. Timothy foi acusado dos crimes e enforcado posteriormente.
O caso ganhou as telonas em 1971. Richard Attenborough interpreta fascinantemente o serial killer da vida real. O filme foi filmado onde tudo aconteceu, na 10 Rillington Place, no miserável e deprimente bairro de Notting Hill. É o horror da vida real invadindo as telonas e um pedaço brilhante do cinema.
Alguns podem achar o filme desagradável, o que pode explicar sua obscuridade fora da terra da Rainha, mas não é exagero dizer que o filme tem um intenso humor negro feito especialmente para os admiradores de crimes.
Melhor Momento: Ao ser condenado à morte, Timothy Evans (interpretado por John Hurt) aponta o dedo para o serial killer John Christie (que acreditem, foi a principal testemunha contra o pobre Evans) e diz: “Foi Christie quem fez isso, Christie fez isso!”
Info
Título: 10 Rillington Place
Título no Brasil: O Estrangulador de Rillington Place
Direção: Richard Fleischer
Produção: Basil Appleby, Leslie Linder, Martin Ransohoff
Roteiro: Clive Exton
Edição: Ernest Walter
Elenco: Richard Attenborough, Judy Geeson, John Hurt
Obs.: Baseado no livro Ten Rillington Place de Ludovic Kennedy
Lançamento: 12 de Maio de 1971
País: Estados Unidos
Quem pode esquecer Dirty Harry Callaghan olhando para o cano da sua imensa arma e implorando ao bandido: “Vai em frente, faça o meu dia!”
Ele é um policial que inaugurou um clichê nos filmes: o do policial que pensa estar acima da lei, impondo sua própria filosofia de trabalho afim de acabar com o lixo humano que habita as ruas por onde passa. Neste primeiro filme, ele persegue com vigor implacável pelas ruas de São Francisco um serial killer chamado Scorpio (interpretado por Andy Robinson). O personagem Scorpio foi supostamente inspirado em um serial killer da vida real que matou 5 pessoas na Califórnia em 1968 e 1969. Além de matar ele mandava cartas criptografadas para jornais da cidade dando detalhes que apenas o assassino poderia saber. As cartas eram assinadas com uma cruz sobreposta a um círculo. Alguns já devem saber de quem estou falando, o Zodíaco.
No filme, Scorpio atormenta a cidade de São Francisco com exigências em dinheiro. Se ele não receber, matará pessoas aleatoriamente pela cidade. Muitos dizem que Dirty Harry não é um filme sobre serial killer e sim sobre o personagem sujo de Harry Callaghan, sua arma de mamute e suas conversas legais. Realmente toda à atenção do filme está no policial, o que não invalida o filme de ser colocado dentro do saco de filmes sobre serial killers. O filme tem bom enredo, um vilão realmente odioso e um diálogo interessante. E mesmo sendo antigo ainda vale a pena dar uma olhada.
Melhor Momento: Dirty Harry impede um assalto a banco enquanto come um cachorro quente.
Info
Título: Dirty Harry
Título no Brasil: Perseguidor Implacável
Direção: Don Siegel
Produção: Don Siegel, Robert Daley
Roteiro: Harry Julian Fink, R.M. Fink, Dean Riesner
Elenco: Clint Eastwood, Andy Robinson, Harry Guardino, Reni Santoni, John Vernon
Distribuição: Warner Bros.
Lançamento: 23 de Dezembro de 1971
País: Estados Unidos
Doze anos se passaram desde que Alfred Hitchcock dirigiu Psicose, e o mestre do suspense esperou o momento certo para embarcar em um outro suspense envolvendo um assassino psicopata. E aqui está Frenesi. Nesses 12 anos algo medonho aconteceu, e isso foi a inspiração para o que viria a ser o filme.
Entre 1962 e 1964, um serial killer espalhou o terror na cidade de Boston ao estrangular 13 mulheres em suas casas. Ele foi chamado pela imprensa de “O Estrangulador de Boston” e foi um dos primeiros serial killers a deixar o que os criminólogos chamam de assinatura nos locais dos crimes. Ele sempre estrangulava as mulheres com suas próprias meias ou calçinhas. Da mesma forma como o Estrangulador de Boston, o serial killer do filme Frenesi estrangulava suas vítimas com uma gravata.
O que dá classe ao filme é a pitada de humor negro do mestre Hictcock, como no diálogo durante o jantar entre o detetive de polícia responsável pelo caso e sua esposa. Ele explica os macabros assassinatos para ela enquanto ela conta sobre os horríveis pratos que aprendeu na aula de culinária. Aqui está uma grande diferença entre Psicose e Frenesi, enquanto que em Psicose Hitchcock optou por transbordar o horror na tela, em Frenesi ele usa um pouco de humor sobre a atmosfera sombria do filme.
Esse foi o penúltimo filme do mestre do suspense.
Melhor Momento: “Sr. Rusk, você não está vestindo a sua gravata.”
Info
Título: Frenzy
Título no Brasil: Frenesi
Direção: Alfred Hitchcock
História de: Arthur La Bern
Produção: Alfred Hitchcock
Roteiro: Anthony Shaffer
Elenco: Jon Finch, Alec McCowen, Barry Foster
Obs.: Baseado no livro Goodbye Piccadilly, Farewell Leicester Square de Arthur La Bern
Lançamento: 21 de Junho de 1972
País: Estados Unidos
Abaixo o filme completo (em espanhol).
O filme Cop de 1988 é relevante pois foi o primeiro na história a usar em seus diálogos o termo serial killer.
“Tem outra coisa. Subconscientemente, serial killers querem ser pegos”, anotem essa frase! Foi a primeira vez que o termo serial killer apareceu no cinema!
No filme, o excelente James Woods interpreta um truculento policial que investiga a violenta morte de uma mulher. Revirando a lata cheia de vermes do caso, ele descobre, pelo menos, 16 assassinatos com o mesmo modus operandi, e chega à conclusão de que há um serial killer à solta. Nada mais eletrizante do que ver James Woods na caça de um astuto assassino não?
A violência em Cop é tratada de forma banal e nada mais é do que o reflexo do seu personagem principal, um homem que na verdade nunca deveria ter se tornado um policial. Lloyd Hopkins (James Woods) faz Dirty Harry parecer um estagiário. Um verdadeiro clássico dos anos 80 que ficou perdido no tempo e apesar das críticas negativas, vale a pena dar uma olhada.
Melhor Momento: O truculento policial Lloyd Hopkins enche de balas um suspeito que estava desarmado só por ele ter aberto a porta do carro de maneira brusca.
Info
Título: Cop
Título no Brasil: Um Policial Acima da Lei
Direção: James B. Harris
Produção: James B. Harris, James Woods
Roteiro: James B. Harris
Elenco: James Woods, Lesley Ann Warren, Charles Durning, Charles Haid, Raymond J. Barry
Distribuição: Atlantic Releasing Corporation
Lançamento: 8 de Janeiro de 1988
País: Estados Unidos
Lésbica, prostituta e a primeira serial killer da história dos Estados Unidos a ser executada. Abandonada pela mãe na infância, Aileen Wuornos sofreu estupros sistemáticos, possivelmente por parte do seu avô, a partir dos 8 anos. Aos 13 teve um filho, que deu para a adoção e começou a se prostituir nas ruas. Hollywwod decidiu contar sua história e deu à belíssima atriz sul-africana Charlize Theron o papel principal. Theron sofreu uma verdadeira transformação física: engordou 14 quilos, usou dentadura e não lavava o cabelo durante as filmagens, além de usar maquiagem para a pele parecer “gasta”. Sua interpretação é visceral, ela simplesmente consegue incorporar Aileen Wuornos, e mostra uma mulher faminta por amor e que o encontra na problemática Selby Wall (Christina Ricci). Quando um dos seus clientes é violento, ela o mata. A partir daí se torna uma assassina para sobreviver.
Nós somos ensinados a odiar o percado, mas não o pecador, e vendo Monster, você começa a enxergar isso como um exercício na virtude teologal da caridade. O filme se recusa a crucificar Aileen Wuornos e se recusa a explorar a sua história de forma cínica e sensacionalista como muitos filmes fazem, ao contrário, o filme insiste em mostrá-la como uma criatura digna da nossa atenção, da atenção de Deus. Aileen foi cruelmente estrangulada pela vida de uma forma que se tornou incapaz de enxergar a bondade. Ela não possui os dons da inteligência e bom senso. É desprovida de padrões morais convencionais, é impulsiva, irresponsável, irritada e violenta, ela devasta suas vítimas, suas famílias e a si mesma. Não há desculpas para o que ela fez, assim como não há desculpas para você que ainda não assistiu Monster!
Melhor Momento: “Há milhões de pessoas matando e estuprando e eu sou a única que os mata.”
Info
Título: Monster
Título no Brasil: Monster – Desejo Assassino
Direção: Patty Jenkins
Produção: Charlize Theron, Mark Damon, Clark Peterson, Donald Kushner, Brad Wyman
Escrito Por: Patty Jenkins
Elenco: Charlize Theron, Christina Ricci, Bruce Dern, Lee Tergesen, Annie Corley
Distribuição: Media 8 Entertainment Newmarket Films
Lançamento: 17 de Dezembro de 2203
País: Estados Unidos
Veja o filme legendado abaixo:
Apologia dos criminosos ou uma sátira ácida à sede de violência da indústria do entretenimento? O diretor Oliver Stone não tem a menor preocupação de responder a essa pergunta. Com um roteiro feito em parceria com Quentin Tarantino, Assassinos por Natureza veio mais para confundir do que para explicar. O filme narra as peripécias do casal formado por Mickey (Woody Harrelson) e Mallory (Juliette Lewis). Além do amor incondicional um pelo outro, eles compartilham uma atração fatal pela violência, em três semanas, eles matam 52 pessoas. Por meio de seu programa American Maniacs, o repórter Wayne Gale (o sempre ótimo Robert Downey Jr.) dá visibilidade ao rastro de sangue deixado pelo casal de assassinos. Em decorrência da cobertura da mídia, uma legião de fãs do casal acaba se formando.
A edição do filme é pra lá de nervosa. Tentando investigar a psique dos assassinos, o diretor usou imagens de tom documental, cinematografia convencional e até animações. E a violência não tem limites, com cenas de filha matando o pai afogado em um aquário, queimando a mãe amarrada na cama, rebelião sangrenta de presos e por ai vai.
Se tem um filme que não deveria estar nesses 24, esse seria Assassinos por Natureza. Mas por um simples motivo: o modus operandi dos assassinos do filme não poderia ser classificado como o de serial killers. Mickey e Mallory são spree killers. Eles, inclusive, foram baseados no casal da vida real Charlie Starkweather e Caril Fugate, que deram origem ao já citado, Badlands. Então por que eu o citei? Porque esse filme é muito louco O quão louco ele é? Veja abaixo a cena onde o spree killer Mickey é entrevistado pelo programa American Maniacs. As interpretações de Tommy Lee Jones, Woody Harrelson, Robert Downey Jr. são verdadeiras aulas para candidatos a atores. O diálogo é, no mínimo, brilhante!
Melhor Momento: O filme é todo clássico e um prato cheio para amantes do crime. Dificílimo escolher uma cena que representaria o filme. Escolho dois. A primeira é quando Mallory mata o campeão olímpico de ciclismo em uma estrada dizendo: “Eu sempre quis matar um desses.” A segunda é a rebelião na penitenciária causada por Mickey onde o personagem de Tommy Lee Jones (Diretor da Penitenciária) é cercado pelos prisioneiros e tenta em vão se defender jogando spray de pimenta na multidão enfurecida. Sua cabeça vai parar espetada em um pau.
Info
Título no Brasil: Assassinos Por Natureza
Direção: Oliver Stone
Produção: Arnon Milchan, Jane Hamsher, Don Murphy, Thom Mount, Clayton Townsend
Roteiro: Oliver Stone, Dave Veloz, Richard Rutowski
Escrito Por: Quentin Tarantino
Elenco: Woody Harrelson, Juliette Lewis, Robert Downey, Jr., Tom Sizemore, Tommy Lee Jones
Lançamento: 26 de Agosto de 1994
País: Estados Unidos
Jennifer 8 – A Próxima Vítima passou despercebido pelo grande público e foi um fiasco de bilheteria. Mas nos anos seguintes conseguiu criar um grande número de seguidores.
Completamente estressado, o detetive de Los Angeles John Berlin (Andy Garcia) decide abandonar o círculo sem fim de violência nas grandes cidades e arruma um trabalho na aparentemente pacata Eureka. Não demora muito para que ele se veja na perseguição a um serial killer que tem uma queda por jovens garotas cegas. Um velho amigo de Berlin já vinha investigando o caso e tem certeza de que a próxima vítima será a estudante Helena Robertson (Uma Thurman), que era companheria de quarto da vítima anterior. Enquanto a investigação avança, Berlin vai se apaixonando por Helena. A obsessão em proteger a moça faz com o que amigos desconfiem da sanidade do detetive. E uma tragédia o obriga, além de cuidar da moça, limpar o seu nome. O filme conta ainda com John Malkovich e Lance Henriksen.
Jennifer 8 é um suspense que ataca na veia, o final não é tão interessante quanto as duas horas de filme, mas mesmo assim vale a pena ser visto.
Melhor Momento: A perfomance de Uma Thurman no auge dos seus 22 anos
Info
Título: Jennifer 8
Título no Brasil: Jennifer 8 – A Próxima Vítima
Direção: Bruce Robinson
Produção: Gary Lucchesi
Edição: Conrad Buff
Escrito Por: Bruce Robinson
Elenco: Andy García, Uma Thurman, John Malkovich, Lance Henriksen, Kathy Baker, Graham Beckel
Lançamento: 6 de Novembro de 1992
País: Estados Unidos
“Uma história fascinante da caça ao mais prolífico serial killer dos tempos modernos. O filme é uma caçada humana ao serial killer e uma crítica ao sistema político soviético. O filme tem um ponto de vista amplo sobre o homem que decidiu o destino de 52 jovens vítimas”, escreveu o crítico Tim Kretschmann sobre Cidadão X.
Feito originalmente para a TV, esse grande filme narra a história real de um dos piores e mais bestiais serial killers da história, o russo Andrei Romanovich Chikatilo. Chikatilo enganou a polícia soviética durante 12 anos deixando um rastro de corpos mutilados em florestas na região da cidade de Rostov. Quando foi pego em 1990, os investigadores não sabiam ainda a real proporção dos assassinatos do soviético. O desempenho do ator Stephen Rea, que vive o detetive Bukarov e que por 8 anos perseguiu o serial killer, é um dos destaques do filme. Ele consegue passar perfeitamente a frustração do personagem em relação à cegueira do alto escalão da polícia soviética sobre o caso. Para os seus superiores, serial killer era um “decadente fenômeno ocidental” e não era o tipo de coisa que aconteceria por lá.
Cidadão X é um filme sólido e consegue desenhar bem a ligação entre a investigação dos assassinatos e a tragédia do comunismo. O diretor Chris Gerolmo não dá detalhes sobre os crimes e foca apenas nas suas consequências, que são suficientemente horríveis. Ao final, somos apresentados à Viktor Bukarov, um detetive que enfrentou todo um sistema para deter um bestial homem que matava bem debaixo dos narizes dos comunistas.
O elenco conta ainda com os magníficos Donald Sutherland e Max Von Sydow.
Melhor Momento: A conversa entre o psiquiatra e o serial killer, fato que na vida real foi decisivo para a confissão do assassino.
Info
Título: Citizen X
Título no Brasil: Cidadão X
Direção: Chris Gerolmo
Produção: Timothy Marx, Robert Stone, Webster Stone
Edição: William Goldenberg
Escrito Por: Robert Cullen, Chris Gerolmo
Elenco: Stephen Rea, Donald Sutherland, Max von Sydow, Jeffrey DeMunn, Joss Ackland, John Wood, Radu Amzulescu, Imelda Staunton
Lançamento: 25 de Fevereiro de 1995
País: Estados Unidos
Veja o filme completo e legendado abaixo:
Assim como Cidadão X, Evilenko é um conto sobre os terríveis crimes cometidos pelo serial killer da vida real Andrei Romanovich Chikatilo. Mas ao contrário do primeiro, que é bastante fiel a história real, Evilenko opta por misturar realidade e ficção.
Escrito e dirigido pelo jornalista italiano David Grieco, o filme originou-se do romance O Comunista que Come Crianças, do mesmo David Grieco. Tanto o livro quanto o filme receberam inúmeras críticas, a maioria não concordando com a manipulação do diretor sobre a história real. Mas segundo Grieco, seu interesse maior com as obras era investigar o “paradoxo da monstruosidade de um homem tão bem intelectualizado.” Entretanto, nessa tentativa de mostrar esse paradoxo, o escritor e diretor acabou cometendo alguns deslizes.
O filme começa com o professor Evilenko (o nome Chikatilo foi alterado pelo escritor) molestando uma de suas alunas em sala de aula. Ele é posteriormente demitido da escola e coloca a culpa em um complô de professores e do diretor por causa dos seus ideais comunistas. Nesse ponto o filme é bastante interessante pois mostra uma faceta real do assassino não mostrada em Citizen X, o seu amor pelo comunismo e o episódio no qual foi demitido da escola que lecionava por pedofilia. Posteriormente ele consegue um emprego em uma fábrica de locomotivas que o permite viajar por toda União Soviética. Ele, claro, aproveita suas viagens para matar crianças e mulheres.
Alguns podem achar ridículo algumas cenas do filme como a do psiquiatra que é morto por Evilenko em uma floresta ou uma das cenas finais, onde o investigador-chefe masturba o vilão na tentativa de entender sua mente. Eu particularmente não gostei. Por um lado essas cenas (fictícias) são uma maneira de entender um pouco as origens da doença mental do serial killer, mas por outro fogem totalmente aos eventos que realmente aconteceram aqui, no nosso mundo. No geral, Evilenko é um filme bem construído (apesar de algumas incoerências) que não apenas demoniza o vilão, mas que tenta passar uma mensagem de que essas pessoas, os serial killers, precisam mais do que tudo, serem compreendidos.
Destaque para Malcolm McDowell, o eterno astro de Laranja Mecânica que aqui realiza uma das melhores perfomances de sua carreira interpretando o mal encarnado Evilenko.
Melhor Momento: “Vocês não o entendem, então… os matam.”
Info
Título: Evilenko
Título no Brasil: Evilenko
Direção: David Grieco
Produção: Mario Cotone
Edição: Francesco Bilotti e Massimo Fiocchi
Escrito Por: David Grieco
Elenco: Malcolm McDowell, Marton Csokas e Ronald Pickup
Lançamento: 16 de abril de 2204
País: Itália
Não sei porque, mas adoro todos os filmes de Christopher Lambert. Talvez seja porque ele sempre interpretou os mocinhos em seus filmes, ou talvez seja pelo seu enigmático olhar que dá uma estranha sensação de ambiguidade em seus personagens. Em Ressurreição – Retalhos de Um Crime, ele volta à ativa com seu velho parceiro Russell Mulcahy, uma dupla de sucessos como Highlander e Resident Evil.
No filme, o detetive John Proudhomme (Christopher Lambert) e seu parceiro Hollingsworth (Leland Orser) investigam um serial killer que remove partes do corpo de suas vítimas com a intenção de recriar o corpo de Jesus Cristo. Eles tem até a Páscoa para pegar o psicopata, pois é nessa data que o assassino crê que o corpo que ele está montando ressucitará. Perturbado pela morte recente do seu filho e tenso por um casamento abalado, Proudhomme é forçado a enfrentar seus próprios demônios enquanto persegue o assassino.
A abordagem dos crimes cometidos pelo serial killer fictício é bastante interessante e mostra que o psicopata tem um lado esquizofrênico bastante “apurado.” Apesar do filme ter recebido uma enxurrada de críticas negativas, ele certamente vai levantar os pelos daqueles que buscam diversão para o fim de semana. É um filme que te prende do início ao fim, um ótimo suspense que vale a pena sim ser visto.
Melhor Momento: O desespero de Hollingsworth ao saber que o serial killer roubou um pedaço da sua perna no hospital.
Info
Título: Ressurrection
Título no Brasil: Ressurreição – Retalhos de Um Crime
Direção: Russell Mulcahy
Produção: Howard Baldwin, Karen Elise Baldwin
Escrito Por: Brad Mirman, Christopher Lambert
Elenco: Christopher Lambert, Leland Orser, Robert Joy
Distribuição: Columbia TriStar Home Video
Lançamento: 5 de Junho de 1999
País: Estados Unidos
Veja o filme (dublado) Ressurreição – Retalhos de Um Crime completo abaixo:
Frailty, que no Brasil veio com o sugestivo e sensacionalista título de A Mão do Diabo, era um filme que tinha tudo para dar errado. Pouco investimento, instalações simples (o filme foi filmado em apenas 37 dias) e um novato na direção, Bill Paxton, um ator que sempre foi renegado a papéis secundários no cinema como o soldado desequilibrado de Aliens, O Resgate ou o líder da equipe de caçadores de tesouros em Titanic. Mas apesar da torcida contra, o filme acabou como um dos melhores suspenses de 2001. Méritos totais a Bill Paxton!
O filme começa com o galã Matthew McConaughey indo até um escritório do FBI. Ele tem algo a dizer aos detetives que investigam um serial killer conhecido como “Mão de Deus”. Para Fenton (Matthew McConaughey), o serial killer é o seu irmão. O filme então se desenrola através de flashbacks narrando a história de Fenton, seu irmão e seu pai (Bill Paxton), um homem que supostamente fora visitado por um anjo que o incumbiu de uma terrível missão: Matar demônios que estão disfarçados na forma humana (qualquer semelhança com serial killers esquizofrênicos não é mera coincidência). O filme se torna ainda mais assustador quando o homem decide que seus dois filhos, de 7 e 10 anos, deveriam ajudá-lo a matar os “demônios” que ele leva para casa. Não pense que o filme mostra um pai abusivo com seus filhos, ao contrário, o personagem de Bill Paxton ama seus filhos. Quando o aterrorizado filho mais velho (Fenton) se convence que o seu pai ficou louco, ele o enfrenta dizendo que irá denunciá-lo. Mas o pai explica: “Se você fizer isso, meu filho, eu vou morrer. O anjo foi claro sobre isso.”
A Mão do Diabo é um filme extraordinário que esconde em suas profundezas não apenas reviravoltas inesperadas, mas também invisíveis implicações de fé e religião que o torna ainda mais profundo e triste. Bill Paxton consegue fazer o “papai” não um vilão, mas um homem sincero e perdido dentro dos seus delírios.
Melhor Momento: O pai dando o machado ao filho e dizendo que chegou a sua vez de matar os demônios
Info
Título: Frailty
Título no Brasil: A Mão do Diabo
Direção: Bill Paxton
Produção: David Blocker, David Kirschner, Corey Sienega
Escrito Por: Brent Hanley
Elenco: Bill Paxton, Matthew McConaughey, Powers Boothe, Matt O’Leary, Jeremy Sumpter
Distribuição: Lionsgate
Lançamento: 12 de Abril de 2002
País: Estados Unidos
De onde vocês acham que saiu a inspiração para a popular série Dexter??? Se serve de consolo eu também não sei, mas suspeito muito que o filme acima tenha a ver com isso. Dois anos antes do serial killer de serial killers estrear no canal Showtime, um filme com a mesma temática surgiu nas telonas. Em Suspeito Zero, Aaron Eckhart (o duas caras de Batman – O Cavaleiro das Trevas) investiga um assassinato envolvendo um homem cujo carro fora encontrado exatamente na divisa dos estados do Arizona e Novo México.
“O assassino deve ter usado um GPS”, diz Thomas Mackelway, o personagem de Eckhart. Mas porque colocar o carro da vítima na invisível faixa divisória entre dois estados? A resposta é: para tirar o crime da jurisdição das autoridades de um estado e torná-lo um caso do FBI. Mas não apenas do FBI, o suposto assassino quer que o agente Mackelway investigue o caso. Ele começa a receber faxes do suposto assassino sobre um possível serial killer de crianças. O problema é que esse suposto serial killer não deixa pistas, não segue um padrão e ataca ao acaso, tornando quase impossível rastreá-lo. Será que o remetente dos faxes conhece o assassino? Será ele o serial killer? Ou há uma terceira e oculta explicação para o caso?
Suspeito Zero é um filme envolvente que consegue prender o expectador. O jogo gritante de movimentação de câmeras e flashes pode estressar alguns, como pode agradar outros. O filme conta ainda com Ben Kingsley e Trinity, ou melhor, Carrie-Anne Moss. Vale destacar a atuação da dupla Eckhart e Kingsley, ambos dão um pitada de classe ao filme.
Melhor Momento: “Onde está o garoto? O garoto está em pedaços debaixo da cama!”
Info
Título: Suspect Zero
Título no Brasil: Suspeito Zero
Direção: E. Elias Merhige
Produção: Lester Berman, Gaye Hirsch, E. Elias Merhige, Darren Miller, Paula Wagner, Tom Cruise, Moritz Borman, Guy East, Gary Lucchesi, Tom Rosenberg, Jonathan Sanger, Nigel Sinclair
Escrito Por: Zak Penn, Billy Ray
Elenco: Aaron Eckhart, Ben Kingsley, Carrie-Anne Moss, Kevin Chamberlin, Harry J. Lennix
Distribuição: Paramount Pictures
Lançamento: 27 de Agosto de 2204
País: Estados Unidos
Uma exploração freudiana de sonhos, um serial killer de crianças, a trilha sonora de Roy Orbison… O filme A Premonição tem todos os ingredientes de um excitante suspense movido a muito mistério e interrogações. Melhor ainda é ver o excelente ator Robert Downey Jr. na pele de um assustador serial killer.
O filme conta a história de Claire Cooper (interpretada pela grande Annette Benning). Claire tem visões psíquicas desde criança, e apesar de conviver com elas durante toda sua vida, nunca se preocupou em saber o que elas significam. Ao mudar para uma pequena cidade no interior de Massachusetts, ela começa a ter estranhos sonhos de um assassino que anda de mão dadas com uma criança em um pomar de maças. “Ele está dentro da minha cabeça,” diz ela. Para piorar a situação, várias crianças estão desaparecidas, o que leva a polícia a acreditar que há um serial killer à solta. Os sonhos de Claire são na verdade premonições e de alguma forma ela estabelece uma ligação psíquica com o serial killer, conseguindo enxergar suas ações que ainda não aconteceram. Não precisa dizer que ninguém no filme acredita nela e que o seu psiquiatra não consegue decifrar os seus sonhos. O filme conta ainda com os excelentes Stephen Rea, Aidan Quinn e Paul Guilfoyle.
Melhor Momento: Nada mais tenso do que o serial killer Vivian Thompson (Robert Downey Jr) correndo desesperadamente com uma foice atrás de Claire em uma ponte.
Info
Título: In Dreams
Título no Brasil: A Premonição
Direção: Neil Jordan
Produção: Charles Burke, Redmond Morris, Stephen Woolley
Escrito Por: Bari Wood, Bruce Robinson, Neil Jordan
Elenco: Annette Bening, Katie Sagona, Aidan Quinn, Robert Downey, Jr., Paul Guilfoyle
Distribuição: DreamWorks
Lançamento: 15 de Janeiro de 1999
País: Estados Unidos
Parceiros da Noite de William Friedkin é um grande filme que retrata a noite urbana homossexual da Nova York no início dos anos 80. Alguns o vêem como um vislumbre da subcultura gay da era pré-Aids, outros querem mesmo é ter a oportunidade de assistir a um desconfortável personagem heterossexual que deve vestir calças apertadas para enturmar em um mundo do qual ele não pertence, esse cara é Al Pacino.
Neste mundo gay, homens se vestem de oficiais nazistas, ciclistas e policiais, todos em busca de homens que entram em suas fantasias sem nenhum pudor. O único problema é que há um serial killer entre eles que se veste da mesma maneira, mas que busca um resultado diferente. E ai entra Al Pacino e o seu personagem, o policial Steve Burns, que deve se infiltrar nos mais sórdidos buracos frequentados por gays em uma tentativa de pegar o assassino.
Parceiros da Noite não é apenas uma caça dentro de uma caça, é um filme obcecado com “entradas” e “saídas.” É um filme inquieto, onde homens buscam saciar suas necessidades em qualquer lugar, clubes eróticos, túneis no parque, salas alugadas, cabines privadas em lojas de pornografia, etc. Enquanto alguns se divertem, outros são picados. O Detetive Steve Burns conseguirá pegar o assassino? Até quando ele poderá manter seu disfarce? Sua estadia no submundo gay afetará sua sexualidade? Só vendo o filme para saber! Nove minutos do filme estão disponíveis abaixo.
Melhor Momento: Ver Al Pacino com tachinhas e jeans apertado não tem preço!
Info
Título: Cruising
Título no Brasil: Parceiros da Noite
Direção: William Friedkin
Produção: Jerry Weintraub
Escrito Por: William Friedkin
Elenco: Al Pacino, Paul Sorvino, Karen Allen, Richard Cox, Don Scardino
Distribuição: United Artists
Lançamento: 8 de Fevereiro de 1980
País: Estados Unidos
A última coisa que o alcóolico detetive interpretado por Al Pacino (ele gosta desses papéis não?) precisava era, além de estar passando pela crise da meia-idade, ter que caçar um serial killer que coloca suas vítimas masculinas de bruços na cama com uma bala atrás de suas orelhas escutando a música de Phil Phillips, The Sea of Love.
Será que o caso arruinará de vez a abalada mente do detetive? Será que a principal suspeita do caso, a deslumbrante loira interpretada por Ellen Barkin irá matá-lo antes que ele resolva o mistério? Para piorar ele ainda se junta a um outro detetive alcoólatra (interpretado por John Goodman), uma união que provavelmente levará os dois para o buraco.
Vítimas de Uma Paixão é um dos grandes filmes policiais dos anos 80, um drama hardcore, atrevido. Não há nenhum momento chato nele, o tipo de filme que cinéfilos assistem várias vezes, seja pela ótima trama, seja para vislumbrarem mais uma grande atuação de Al Pacino ou seja apenas para assistir um campeão dos anos 80.
Melhor Momento: A cena de sexo entre Al Pacino e Ellen Barkin, considerada uma das 100 melhores cenas de sexo da história do cinema.
Info
Título: Sea O Love
Título no Brasil: Vítimas de Uma Paixão
Direção: Harold Becker
Produção: Martin Bregman
Escrito Por: Richard Price
Elenco: Al Pacino, Ellen Barkin, John Goodman, Michael Rooker, William Hickey, Richard Jenkins, Paul Calderón, Samuel L. Jackson
Distribuição: Universal Studios
Lançamento: 15 de Setembro de 1989
País: Estados Unidos
Acho o Verão de Sam um filme fantástico. O filme narra o verão nova-iorquino de 1977, quando a população da cidade é tomada pelo medo paranoico de um serial killer apelidado pela imprensa de “O Filho de Sam”. Mas o mais interessante do filme é que os assassinatos reais de David Berkowitz são apenas um pano de fundo para a história. O filme não é sobre o assassino, mas sim sobre suas vítimas, mas não aquelas que ele matou, e sim aquelas cuja imaginação absorvida pela mídia floresceu em uma mentalidade cega e violenta. Há uma sequência perto do final do filme que mostra um lado horrível da natureza humana mas que é muito familiar: A febre cega em encontrar alguém para culpar, principalmente quando esse alguém é diferente da maioria.
A história é centrada em vários personagens vindos de um mesmo bairro, uma daquelas vizinhanças em que todos suspeitam que o assassino pode ser alguém que eles conhecem. Não porque eles achem que o assassino viva entre eles, mas porque, para eles, é difícil imaginar que o assassino não viva naquele lugar. Quando um magrelo punk e esquisito pega a gata mais gostosa do bairro, os machões do lugar já tem alguém para culpar. O filme conta com um elenco espetacular: John Leguizamo é Vinny, um cabeleireiro metido a dançarino que pensa ser John Travolta e que não faz sexo hardcore com sua mulher por achar pecado tratar ela como uma “puta” na cama, Mira Sorvino é Dionna, a sexy garçonete casada com Vinny. Adrien Brody é Richie, um punk que pega a gata mais gostosa do bairro (Jennifer Esposito) e a leva para fazer filmes pornôs. Vale destacar ainda o personagem Luigi (Ben Gazzara), que na sua pequenez, se acha o mafioso mais perigoso do lugar, e com a ineficiência da polícia em pegar o assassino, decide investigar por conta própria.
Sexo, pornografia, drogas, disco music, rock n roll, punks, gangues, histeria coletiva, quebra-pau nas ruas… esse filme tem de tudo, ah… e ainda tem um serial killer matando a esmo. Precisa de mais? Se você ainda não viu esse filme pare agora de ler esse texto e dê um jeito de arranjar o DVD.
Melhor Momento: A briga entre o casal Vinny e Dionna dentro de carro após saírem de uma boate.
Info
Título: Summer of Sam
Título no Brasil: O Verão de Sam
Direção: Spike Lee
Produção: Spike Lee, Michael Imperioli, Victor Colicchio
Escrito Por: Victor Colicchio, Michael Imperioli, Spike Lee
Elenco: John Leguizamo, Adrien Brody, Mira Sorvino, Jennifer Esposito, Bebe Neuwirth, Anthony LaPaglia, Patti LuPone, Ben Gazzara
Distribuição: Touchstone Pictures
Lançamento: 2 de Julho de 1999
País: Estados Unidos
O serial killer de Copycat – A Vida Imita a Morte é como John Doe de Seven. Ele não se contenta simplesmente em matar. Ele quer fazer uma declaração com seus assassinatos, enviar uma mensagem para a polícia. E esse serial killer é diferente dos outros já citados, ele é um serial killer que copia outros serial killers. Isso mesmo. Ame ou odeie! Aqui temos um psicopata à solta que tenta reencenar os assassinatos dos mais famosos serial killers norte-americanos do passado, David Berkowitz, Ted Bundy, O Estrangulador de Hillside, Jeffrey Dahmer… O serial killer aqui reencena os assassinatos nos mínimos detalhes e o seu modo de agir aterroriza a personagem Helen Hudson, interpretada por Sigourney Weaver, uma especialista em serial killers que vive reclusa dentro de sua casa depois de quase ser vítima de Daryll Lee Cullum, um serial killer que quase a matou em um banheiro público e que agora apodrece atrás das grades. Para piorar, o serial killer imitador parece ter contato com Daryll Lee.
Copycat não tem os tons escuros de Seven ou um toque distinto que o faz diferenciar, mas é muito eficaz à sua maneira. Seus personagens são originais, principalmente Sigourney Weaver e Holly Hunter, que faz uma excelente interpretação da detetive M.J, responsável pelo caso. O filme é interessante porque não apela, seus personagens não são estúpidos (daqueles que ficam fazendo piadinhas sem graça o tempo inteiro), sua história não é mirabolante nem apelativa. Os policiais são inteligentes tanto quanto o assassino. Aliás, diferentemente de outros filmes do gênero, o filme não brinca com a identidade do vilão, então pode ficar tranquilo que ele não será um dos “mocinhos”, algo que já virou clichê na indústria de filmes.
Copycat é um filme estável e confiável, mas também estimulante. Como adrenalina no coração!
Melhor Momento: O serial killer num bar gay em busca de vítimas, numa clara referência ao modus operandi do serial killer da vida real Jeffrey Dahmer.
Info
Título: Copycat
Título no Brasil: Copycat – A Vida Imita a Morte
Direção: Jon Amiel
Produção: Arnon Milchan, Mark Tarlov
Escrito Por: Ann Biderman, David Madsen
Elenco: Sigourney Weaver, Holly Hunter, Dermot Mulroney, Harry Connick, Jr., William McNamara
Distribuição: Warner Bros.
Lançamento: 27 de Outubro de 1995
País: Estados Unidos
Ahhhh… acredito que muitos de vocês levaram um susto agora! Desejo de Matar, o clássico filme de Charles Bronson um filme de serial killer????? Eu respondo: Sim! E explico.
Desejo de Matar, em sua essência, se parece com Dirty Harry, em outras palavras, não é um filme que aborda escancaradamente o tema serial killer.
Desejo de Matar é um drama/suspense centrado na questão do crime. O consagrado ator Charles Bronson, intepreta Paul Kersey, um renomado e pacato arquiteto que trabalha numa grande empresa de Nova York. Trabalhador e inteligente, Paul vive uma vida tranquila ao lado de sua esposa e filha. Sua vida de alto padrão parece contrastar com a real situação das ruas da cidade americana. Estamos nos anos de 1970 e uma onda de crminalidade assola a cidade. Estupros, assassinatos e roubos deixam a polícia num beco sem saída e os moradores em pânico. E aqui ocorre o ponto de virada do filme. Três bandidos (dentre eles um jovem Jeff Goldblum em início de carreira) invadem o apartamento da mulher de Paul Kersey, e espancam ela e sua filha. A mulher cai inconsciente enquanto a filha é forçada a fazer sexo oral em um dos bandidos. Resultado: A mulher de Paul Kersey morre enquanto sua filha fica em estado crítico no hospital.
Um ponto curioso é que, exteriormente, Paul Kersey não se mostra profundamente abalado ou enfurecido pelo ocorrido. É difícil entendê-lo. Será que ele é aquele tipo de homem durão que não derruba nenhuma lágrima nem mesmo com a brutal morte de sua mulher? Ou existe uma oculta e misteriosa explicação? O fato é que ele tenta seguir em frente com sua vida, fazendo projetos arquitetônicos como de costume. Em uma viagem de negócios para Tucson, Arizona, ele se encontra com um cliente que o presenteia com um bonito revólver. É aqui que começa a real história do filme.
Em uma caminhada noturna pelas ruas de Nova York, ele é abordado por um assaltante que pede o seu dinheiro. Paul exita, mas o mata com o seu revólver. A partir daí, ele começa a vagar à noite pelas ruas da cidade com um único objetivo: Matar criminosos. Sim, o pacato arquiteto vira um serial killer no melhor estilo Pedrinho Matador ou do personagem Dexter, da série de mesmo nome.
Do começo ao fim do filme, Paul Kersey é o grande moçinho. Talvez por isso seja difícil para a maioria das pessoas que assistem Desejo de Matar enxergá-lo como um serial killer, afinal, ele está removendo o lixo humano que habita as ruas, talvez “Justiceiro” seja um adjetivo melhor para ele. Sim, ele pode ser chamado de Justiçeiro, mas na análise profunda da “coisa”,Paul Kersey é sim um serial killer.
Muitos já devem ter visto Desejo de Matar, é um clássico dentre os filmes que lidam com o tema crime. É um filme que não recorre a clichês e um dos primeiros a explorar o seu tema central. Para alguns, o simples fato de ver o grande Charles Bronson em ação já é o suficiente.
E pra quem duvida que Paul Kersey realmente virou um serial killer, eu lhes faço uma pergunta: O que vocês acham sobre a última cena do filme? (Destacada na imagem acima).
Melhor momento: A última cena do filme, mas não vou falar, para não estragar a surpresa de quem ainda não viu.
Info
Título: Death Wish
Título no Brasil: Desejo de Matar
Direção: Michael Winner
Produção: Dino De Laurentiis, Hal Landers, Bobby Roberts
Baseado em: Death Wish de Brian Garfield
Elenco: Charles Bronson, Hope Lange, Vincent Gardenia
William Redfield, Steven Keats
Distribuição: Columbia Pictures
Lançamento: 24 de Julho de 1974
País: Estados Unidos
Inocentes nova-iorquinos estão sendo brutalmente assassinados por um serial killer que veste uniforme de policial. Será ele realmente um policial? Ou apenas um lunático dando vida à sua fantasia? Enquanto o homem espalha o terror pelas ruas da cidade americana, um detetive tenta desesperadamente descobrir a verdadeira identidade do psicopata assassino antes que ele ataque novamente.
Podemos resumir assim a esse clássico filme slasher dos anos de 1980. Mais cult ainda é o estrelar elenco que inclui os veteranos atores Tom Atkins, Richard Roundtree, Bruce Campbell e Landon Laurence. Dirigido por William Lustig e escrito por Larry Cohen, Maniac Cop subverte o papel da polícia como um bastião da lei para algo mais sinistro e inquietante. O filme é bastante eficaz ao mostrar pessoas inocentes que procuram ajuda da polícia apenas para ficar cara a cara com um cruel e psicótico assassino.
Diferentemente de outros filmes slashers da década de 1980, Maniac Cop acerta ao manter um fascinante mistério: Quem é o macabro serial killer Policial que está matando as pessoas? E por falar nisso… o vilão? Ahhh o vilão!!
O brutamontes assassino e desfigurado só quer saber de uma coisa: Matar! Ele é mau e não diz uma palavra durante todo o filme. Sim, podemos colocá-lo sentado confortavelmente ao lado de outros assassinos psicóticos dos anos 80 como Jason Voorhees, Michael Meyers ou Freddy Krueger. Um ponto interessante é que podemos compará-lo ao serial killer Paul Kersey vivido pelo magnífico Charles Bronson no filme Desejo de Matar. Assim como Paul, o nosso “Policial Maníaco” começou brincando de remover o lixo humano que infestava as ruas de Nova York, no melhor estilo Dexter. LOL… Talvez o serial killer de Maniac Cop tenha se espelhado em Paul. Comparações à parte, algo acontece, e o nosso serial killer aqui passa a matar pessoas inocentes.
Um ponto muito interessante do filme e muito bem explorado é a terrível questão do medo da autoridade policial. Não sei vocês, mas se eu for parado à noite por um carro de polícia admito que eu $#%@ de medo. É fato! Nós não temos confiança naqueles que são pagos para nos proteger. O que acontece quando a Polícia abusa do seu poder e da confiança que temos neles? Se não confiamos neles, a quem vamos recorrer? Essas perguntas são habilmente exploradas durante o filme.
Posso afirmar que se você estiver procurando um daqueles filmes trash, porém bem escrito e executado, certamente não se arrependerá de Maniac Cop. Melhor ainda é ver atores realmente excelentes, como Tom Atkins e Bruce Campbell em ação.
Info
Título: Maniac Cop
Título no Brasil: Maniac Cop – O Exterminador
Direção: William Lustig
Escrito por: Larry Cohen
Produzido por: Larry Cohen
Elenco: Bruce Campbell, Tom Atkins, Laurene Landon, Richard Roundtree, Robert Z’Dar
Distribuição: Shapiro-Glickenhaus Entertainment
Lançamento: 13 de Maio de 1988
País: Estados Unidos
“O mais bonito filme de horror já feito!”
Os críticos não estão exagerando, Profondo Rosso (Prelúdio para Matar) é realmente um dos mais espetaculares filmes de horror já feitos na história do cinema. É O FILME. Um daqueles raríssimos filmes que quanto mais passam os anos, melhor ele fica, e olha que esse italiano da pesada já está quase quarentão. O filme é uma grotesca obra de arte, belo e aterrorizante. Sublime e glorioso. Quem já viu, sabe que não exagero.
Mas sobre o quê é Profondo Rosso? O filme não poderia começar mais instigante. Uma conferência sobre parapsicologia está acontecendo na belíssima cidade italiana de Roma. Uma das conferencistas, Helga Ulman, possui extraordinários poderes telepáticos e, em dado momento, ela passa mal. Ela sente dentro da sala do teatro uma presença maligna. Alguém ali, entre os espectadores, possui uma alma muito, mas muito má. E naquela mesma noite, Helga Ulman é brutalmente assassinada a golpes de cutelo. Mas o que o assassino de Helga Ulman não contava era que o crime teria uma testemunha ocular, o pianista Marc Daly (David Hemmings). Impressionado pelo assassinato, ele torna-se obcecado em decifrar sua morte. A partir daí segue-se um terrível ar de mistério e suspense, um quebra-cabeça da morte e, a indicação, nas entrelinhas, de que Helga não foi a primeira vítima deste assassino, ou seja, Marc Daly estaria no encalço de um macabro serial killer.
Embora o aspecto de profundo mistério do filme tenha sido um fator surpreendente para uma obra do diretor Dario Argento, o que não surpreende é a tremenda atmosfera do filme, tensa e assustadora, algo bastante característico do mestre. Durante duas horas você, simplesmente, não consegue tirar os olhos do filme, as cenas se movem numa harmonia completamente tensa e estranha, o que o faz realmente pensar: “Que filme fantástico! Mas será que ficarei duas horas aqui para que o final o estrague?” Esse é um pensamento recorrente e, em minha opinião, o final não chega a ser surpreendente como o filme mas, também não o estraga.
Um fator que eu achei muito interessante com relação a Profondo Rosso é a inserção do personagem “Prof. Giordani”, vivido por Glauco Mari. Giordani é um psiquiatra que ajuda Marc Daly a elucidar a mente do psicopata.
“O assassino é um esquizofrênico paranoico. Qualquer pessoa que mata com tamanha fúria, certamente o faz em um estado de insanidade temporária. No dia a dia, essa pessoa pode parecer completamente normal. Como eu ou você. E quando ele mata, ele deve recriar condições específicas pelas quais irão despertar a liberação de toda sua loucura. Uma particular hora do dia, um particular dia da semana, até mesmo vestindo algo que recrie as mesmas imagens que, no passado, foram o quadro ocasional do seu trauma inicial”, diz o psiquiatra.
Brilhante, não? Enquanto, na época, Hollywood produzia filmes de psicopatas insanos em que o primordial era mostrar um louco varrido serrando pessoas com uma motosserra, Profondo Rosso optou por uma abordagem muito mais inteligente e adulta, uma abordagem que Hollywood só adotaria 16 anos depois em O Silêncio dos Inocentes.
E o assassino? Ahh… o assassino. O vilão de Profondo Rosso é sádico e violento. Seus crimes são shows de criatividade macabra. Como todo serial killer, ele tem o seu ritual. Bonecas penduradas pelo pescoço, com agulhas espetadas, desenhos de assassinatos, trilha sonora infantil ao fundo… ele não contenta apenas em matar, ele quer deixar uma obra de arte para quem encontrar, as cenas dos crimes são como quadros.
Profondo Rosso nos mostra que os melhores filmes não são aqueles de Hollywood ou os que passam na nossa infame TV aberta. Considero-o infinitamente superior ao Massacre da Serra Elétrica, filme com a mesma temática e lançado um ano antes, entretanto, o poder dos americanos em tatuar sua cultura no mundo o colocou como um “clássico” enquanto o italiano permanece desconhecido pelo público geral e amado apenas por aqueles que gostam de garimpar relíquias escondidas no sítio arqueológico chamado cinema.
São duas horas de puro êxtase cinematográfico. Indispensável para os amantes do horror.
Assista ao filme (abaixo), volte aqui, e deixe o seu comentário. Acreditem! Vocês só verão comentários positivos a respeito.
Info
Título: Profondo Rosso
Título no Brasil: Prelúdio para Matar
Direção: Dario Argento
Escrito por: Dario Argento e Bernardino Zapponi
Produzido por: Claudio Argento e Salvatore Argento
Elenco: Macha Meril, David Hemmings, Daria Nicolodi, Gabriele Lavia, Giuliana Calandra, Glauco Mauri, Clara Calamai e Piero Mazzinghi
Distribuição: Rizzoli Film Seda Spettacoli
Lançamento: 07 de março de 1975
País: Itália
Todos os ingredientes estão aqui para um clássico choque de tensão. Uma noite escura, a tempestade cai lá fora. Numa mansão gótica, uma janela foi aberta à força, dentro da imensa casa, uma indefesa jovem muda. Sem saber, alguém a espreita.
The Spiral Staircase (Silêncio nas Trevas) poderia ser muito bem um filme de Hitchcock, mas não é. Dirigido por Robert Siodmak, o filme noir, que esse ano completa 68 anos, é um clássico absoluto com a temática serial killer.
O filme é ambientado em algum lugar da Nova Inglaterra (região nordeste dos Estados Unidos), um lugar tranquilo, mas que vive em alerta devido a ação de um serial killer que mata jovens mulheres com deficiências. Sua próxima vítima parece ser a bela Helen, uma jovem muda que trabalha como cuidadora de uma enferma, a Sra. Warren.
Em sua mente doentia, o psicopata serial killer acredita estar removendo o lixo humano do mundo. “Não há lugar, no mundo inteiro, para imperfeição,” diz ele. Em suma, as pessoas deviam orgulhar-se do seu trabalho, já que ele se livra dos imperfeitos.
Há figuras estereotipadas, como o médico salvador bonitão, o irmão mais novo delinquente, a cozinheira bêbada… deitada numa cama, a Sra. Warren parece ter um sexto sentido e adverte Helen que ela deve imediatamente deixar aquela casa. Bom, todos nós sabemos que Helen não terá tempo de escapar dali. Quem poderia ser o assassino das jovens? Só vendo o filme para saber.
O medo não precisa ser visto para ser acreditado, Hitchcock sabia disso, e Robert Siodmak também. Assista a esse clássico noir abaixo.
Info
Título: The Spiral Staircase
Título no Brasil: Silêncio nas Trevas
Direção: Robert Siodmak
Música de: Roy Webb
Produzido por: Dore Schary
Edição de: Harry Gerstad
Elenco: Dorothy McGuire, George Brent, Ethel Barrymore
Distribuição: RKO Radio Pictures
Lançamento: 6 de fevereiro de 1946
País: Estados Unidos
— Abaixo filme no áudio original e legendas em português
O que achou do post? Que filme deveria ter sido citado? Qual sua opinião sobre os filmes? Dê sua opinião. Até a próxima!
Escute os podcasts do OAV Crime em nosso site de podcasts ou no agregador de sua preferência.
Apoie o OAV
Apoie o nosso trabalho. O OAV Crime precisa do seu apoio para continuar a crescer, disponibilizando textos e podcasts de qualidade, assim como o desenvolvimento de outros projetos. Acesse a página abaixo e saiba como apoiar.