Levi Bellfield: vacinação de serial killer conhecido como “Assassino do Martelo” causa polêmica na Inglaterra

O Reino Unido foi o primeiro país ocidental a iniciar a vacinação em massa contra o vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19. Ainda assim, por conta da corrida mundial pela...

O Reino Unido foi o primeiro país ocidental a iniciar a vacinação em massa contra o vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19. Ainda assim, por conta da corrida mundial pela vacina, não há doses para todo mundo, e por isso a maioria dos cronogramas estabelece prioridades entre os chamados “grupos de risco”, e não foi diferente por lá. Profissionais de saúde, pessoas doentes, idosos e pessoas em situação de rua, por exemplo, podem ser vacinados primeiro, ou de acordo com critérios de idade, a depender do calendário do lugar. 

Na última semana o homem engravatado na foto acima, de 52 anos, foi surpreendido com uma carta avisando que a vacina estava disponível para ele, caso estivesse interessado. O problema é que o cara em questão é ninguém menos que Levi Bellfield, o “Assassino do Martelo”, um serial killer condenado por três assassinatos e uma tentativa de homicídio e suspeito em diversos outros ataques – que cumpre pena na HM Prison Frankland, prisão de segurança máxima em Brasside, condado de Durham. A carta, enviada pela HM Prison Service (agência governamental responsável pela administração da maioria das prisões do Reino Unido) dizia:

Em janeiro/fevereiro de 2021, receberemos vacinas da covid-19 para distribuirmos a nossos pacientes vulneráveis/prioridades.

Devido ao critério estabelecido pela saúde pública da Inglaterra, você está apto a ser vacinado. Mais informações sobre a vacinação estão disponíveis a pedido, mas no momento procuramos aqueles que estejam interessados em receber a vacina.

Se estiver interessado em receber a vacina, favor preencher o formulário de resposta abaixo e envie para a assistência médica pela caixa de correio da sua ala.

Com a carta em mãos, Levi ainda se queixou com alguns companheiros que “isso já deveria ter acontecido, uma vez que aquilo pode se espalhar como rastilho de pólvora na prisão e estamos em perigo”. Outro detento, na faixa dos 50 anos, também teria recebido uma carta igual.

Anteriormente o tabloide The Sun havia revelado que Levi Bellfield, que mudou seu nome para Yusuf Rahim após se converter ao islamismo na prisão, já havia contraído Covid-19 na segunda semana de novembro e se recuperou sem necessidade de hospitalização. Outro colega de prisão mais famoso, o serial killer Peter Sutcliffe, não teve a mesma sorte e morreu na mesma época. 

A notícia caiu como uma bomba no momento em que a Inglaterra vive uma segunda onda causada por uma mutação do coronavírus ainda mais contagiosa que a anterior e milhões de pessoas aguardam ansiosamente por sua vez na fila, incluindo idosos e profissionais da linha de frente da saúde. Até a data de hoje, aproximadamente 5,8 milhões de pessoas foram vacinadas, de uma população adulta de aproximadamente 53 milhões. O Assassino do Martelo seria vacinado antes da maior parte delas.

Segundo a comunicação, Levi provavelmente receberia sua primeira dose em fevereiro – quando o governo planeja já ter imunizado os quatro primeiros grupos de risco – o quarto seriam pessoas entre 50 e 55 anos, no qual ele está incluído.

O ex-Ministro do Interior, David Blunkett, afirmou ser “inacreditável que presidiários, ainda mais um assassino de crianças, tenham qualquer chance de receber a vacina antecipadamente” e que esperava que “o Ministério da Justiça interfira e descubra por que doses de vacina tão escassa estão sendo utilizadas dessa forma, e de quem foi a ideia”. Uma fonte no Ministério da Justiça, por sua vez, afirmou que “não existe prioridade de vacinação para presidiários, nem existirá. Nenhum ministro analisou esta carta ou acredita que criminosos deveriam ter mais acesso a vacinas que a maioria que segue as leis”, e um porta-voz acrescentou que “sugerir que presidiários estão sendo tratados de forma diferente do público em geral é completamente absurdo”.

Já um porta-voz da NHS (equivalente britânico do SUS) afirmou que “nenhum presidiário recebeu a vacina ainda”, mas que o órgão é “legalmente obrigado a vacinar presidiários dentro dos grupos aptos, como pessoas acima de 80 anos, segundo as determinações”.

Milly Dowles tinha apenas 13 anos quando foi sequestrada e morta por Levi Bellfield. Diferentemente das outras vítimas, ela foi torturada e abusada sexualmente.

Em 21 de março de 2002 Amanda Jane Dowler, de 13 anos, conhecida como “Milly”, desapareceu sem deixar vestígios a caminho de casa. Após uma busca de proporções nacionais, seus restos mortais foram encontrados em 18 de setembro do mesmo ano, em uma região de mata a cerca de 40 quilômetros da casa dela, no mesmo complexo residencial em que Levi Bellfield vivia. Ele se mudou poucos dias após o crime. O caso só foi solucionado em 2010, quando já cumpria prisão perpétua pelos dois outros assassinatos. Levi foi condenado em 23 de junho de 2011.

Marsha McDonnell estava no cinema com amigos na noite em que foi morta. O filme, ironicamente, era “Prenda-me Se For Capaz”, com Leonardo DiCaprio e Tom Hanks.

Marsha Louise McDonnell tinha 19 anos e estava voltando de uma noite no cinema em 3 de fevereiro de 2003. Do ponto de ônibus onde descia eram apenas alguns metros de caminhada em uma região tranquila. Pouco depois de meia-noite, um vizinho foi acordado pelo barulho e encontrou Marsha caída em uma poça de sangue praticamente inconsciente, a menos de 100 metros de casa. A jovem havia recebido vários golpes na cabeça, mas nada foi roubado. Ela morreu no hospital dois dias depois.

Bastante ferida, Kate ainda conseguiu ligar para a mãe e disse a ela que estava morrendo.

Na noite de 28 de maio de 2004, Kate Sheedy desceu de um ônibus em Islewood e estava caminhando para casa quando um veículo suspeito chamou sua atenção. O furgão branco, de vidro fumê, estava parado com o motor ligado e os faróis apagados. Temerosa, a jovem de 18 anos cruzou para a outra calçada. Nesse momento, o motorista acendeu os faróis e desceu a rua, fez a volta e veio em sua direção, passando por cima da garota. Não satisfeito, o homem misterioso engatou a ré e passou uma segunda vez sobre a garota, antes de acelerar na escuridão. Milagrosamente a garota sobreviveu após várias semanas no hospital, e quatro anos depois testemunhou contra seu agressor, Levi Bellfield.

O caso de Amélie Delagrange foi rapidamente ligado a outros ataques anteriores. Todas as vítimas eram fisicamente parecidas, e todos os ataques aconteceram à noite em um raio de cerca de um quilômetro e meio.

Amélie Delagrange era uma estudante francesa de 22 anos visitando a Inglaterra. No dia 19 de agosto de 2004 voltava para casa de ônibus quando percebeu que tinha perdido sua parada e resolveu ir até o fim da linha. Na garagem da empresa, pediu orientação ao motorista e resolveu fazer o longo caminho de volta a pé. Por volta das 22:30, um transeunte encontrou o corpo de Amélie severamente espancado e chamou a polícia. Ela morreu pouco depois da meia-noite. Dessa vez, contudo, o agressor havia levado alguns pertences. Em março de 2006, Levi foi preso pelo crime.

Levi finalmente confessou os crimes a dois investigadores em 2015, e deu descrições detalhadas dos ataques.

O assassinato de Amélie e a investigação de sua morte inspiraram a premiada série britânica Manhunt, lançada em janeiro de 2019, que já tem uma segunda temporada programada para estrear este ano.

Fonte consultada: Serial killer Levi Bellfield, 52, invited for Covid vaccine ahead of millions of vulnerable Brits. The Sun.

Por:


Marcus Santana
Texto

Universo DarkSide – os melhores livros sobre serial killers e psicopatas

http://www.darksidebooks.com.br/category/crime-scene/

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