“Aonde quer que ele ia, alguém morria.”
Ele foi um dos fugitivos mais procurados do FBI. Conhecido como “The Beauty Queen Killer” (O Assassino da Rainha da Beleza, em alusão aos concursos de beleza adolescente), Christopher Bernard Wilder foi o serial killer número 1 (superando até mesmo Ted Bundy) no quesito rapidez para escapar da polícia americana. Mas na Austrália, sua terra natal, ele é pouco conhecido.
Até agora.
Nascido em Sydney, ele se tornou um dos mais conhecidos predadores sadistas dos anais do crime, um serial killer que caçava jovens (e lindas) mulheres pelos Estados Unidos e, agora, Austrália.
Por 50 anos, os assassinatos da Praia Wanda foram um dos mais infames crimes não resolvidos da Austrália. Duas adolescentes, as amigas de 15 anos Marianne Schmidt e Christine Sharrock, desapareceram em um dia ensolarado de janeiro de 1965. Seus corpos foram encontrados no dia seguinte enterrados em uma cova rasa na areia. Mais de 50 anos depois o duplo assassinato permanece sem solução, mas uma recente reportagem de um canal de TV nomeou o principal suspeito da polícia australiana: ele mesmo, Christopher Wilder.
Quatro anos depois do crime, a polícia nomeou oficialmente Christopher Wilder como suspeito. Ian Waterson, detetive que investigou o caso, revelou no programa Sunday Night, da rede de TV Canal 7:
“Na minha cabeça, teria que ser Christopher Wilder porque havia tantos sinais apontando para este cara, seu desvio sexual, sua propensão para a violência, e ele estava em Sydney na época, passando o seu tempo nas praias.”
De mudança para os EUA
Wilder deixou a Austrália em 1969, aos 24 anos, e mudou-se para Miami, Estados Unidos. Coincidência ele ter “fugido” da Austrália no momento em que a polícia começou a investigá-lo? Na América, ele usou de seu charme e personalidade para se reinventar. Na reportagem do Sunday Night, vizinhos entrevistados falam de como ele era bom de lábia e tinha um incrível poder de persuasão.
“Ele ficava na praia e depois ia para os shoppings pegar mulheres…Qualquer uma ia com ele, por vontade própria. Ele era muito atraente e espirituoso, ele sempre parecia ter muito dinheiro e era muito gentil.”
[Dana Neighbours, conhecida de Chris]
Mas Wilder escondia uma personalidade psicopática que eventualmente o faria conhecido no mundo inteiro. Em 1984, ele foi ligado ao sequestro e estupro de duas irmãs, de apenas 10 e 12 anos. A polícia americana passou a ficar em sua cola. Farejando o perigo, Wilder fugiu para a Flórida e uma sangrenta perseguição de mais de um mês se iniciou.
Wilder sequestrou Linda Grober, 19, que passou por uma experiência horrível. Na entrevista para o Sunday Night – a primeira após mais de 30 anos do ocorrido – Linda disse:
“Ele me eletrocutava. Ele me amarrou a uma tomada elétrica e pregou meus olhos com cola.”
De alguma forma, Linda conseguiu lutar por sua vida e escapar. Outras mulheres não tiveram a mesma sorte.
E enquanto era caçado pelo FBI, Wilder caçava mulheres, sequestrando meninas em grandes shoppings centers onde havia apresentações de modelos. Ele se passava por fotógrafo.
26 de Março na #HistóriaDoCrime
– 1973: o corpo mutilado de Terry Walden, 24, é encontrado em Beaumont, Texas; posteriormente descobriu-se que ela fora uma vítima do “assassino de mulheres bonitas” Christopher Wilder; https://t.co/JDSJlg8RiI pic.twitter.com/O3aUsqYNTo
— O Aprendiz Verde (@OAprendizVerde) 26 de março de 2018
À medida que a polícia chegava perto, Wilder escapulia em direção ao Canadá. Ele era um dos 10 homens mais procurados dos Estados Unidos quando foi reconhecido por dois policiais em um posto de gasolina de New Hampshire. Ele acabara de pedir informações ao frentista de como chegar ao Canadá. Houve troca de tiros. Wilder acertou um dos policiais e levou dois tiros. Era o fim do caminho para o psicopata milionário. Sem saída e prestes a morrer, Wilder apontou a arma para si mesmo e apertou o gatilho. Ele tinha 39 anos. Dentro do seu carro foi encontrado um exemplar do livro “O Colecionador“, de John Fowles – o livro também era o favorito de outro serial killer, Leonard Lake.
Oficialmente, nove mulheres perderam a vida pelas mãos do australiano nos Estados Unidos, mas o número verdadeiro pode ser maior.
26 de Março na #HistóriaDoCrime
– 1973: o corpo mutilado de Suzanne Logan, 21, é encontrado em uma reserva perto de Manhattan, Kansas; ela também havia sido morta pelo serial killer Christopher Wilder;
Foto: Wilder e algumas de suas vítimas;https://t.co/JDSJlg8RiI pic.twitter.com/tUiMRs7FKa
— O Aprendiz Verde (@OAprendizVerde) 26 de março de 2018
Apesar de inúmeras teorias e pistas ao longo de cinco décadas, os Assassinatos da Praia Wanda continuam como um dos mais famosos casos não resolvidos da Austrália. O programa revelou ainda como Wilder simplesmente desapareceu do radar da polícia em 1969 e de como ele se tornou suspeito: foi a sua própria ex-esposa quem o denunciou à polícia. Wilder se casou em 1968, mas a sua esposa o deixou apenas uma semana depois devido à sua natureza violenta e suspeitas de que ele tivesse cometido algum crime grave.
A polícia de Sydney ficou meses em sua cola, mas falhou em chamá-lo para depor e logo depois Wilder desapareceu do mapa. Seu arquivo do caso na polícia foi marcado como “Suspendido” e nunca mais falou-se do assunto.
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Fontes consultadas: [1] Wanda Beach Murders – Sunday Night; [2] ‘Everywhere he goes, somebody dies’: Australian serial killer tied to nation’s most infamous cold case – Yahoo News; [3] Australian serial killer linked to nation’s most infamous cold case – The Leader;
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