Anjos Cruéis: Martin Bryant, o assassino desalmado

Ao ser entrevistada para um jornal em 1996, uma mulher chamada Stella Sampson comentou: “Vamos ser sinceros, crianças podem ser cruéis”. Seu comentário tinha relação com um garotinho que...

Ao ser entrevistada para um jornal em 1996, uma mulher chamada Stella Sampson comentou: “Vamos ser sinceros, crianças podem ser cruéis”. Seu comentário tinha relação com um garotinho que ela conheceu e que, na época, estava no noticiário. Seu nome: Martin Bryant.

Desde pequeno, Bryant foi uma criança diferente, furtiva e estranha, que se escondia atrás da cortina da escola para comer o seu lanche sozinho, longe de qualquer ser vivo. Uma professora o caracterizou como “deficiente social” — alguém incapaz de compreender ou se ajustar ao convívio com pessoas. Em retrospectiva, Bryant apresentava características de pessoas esquizotípicas.

Ele jamais conseguiu fazer qualquer amigo e, numa tentativa de chamar atenção e se fazer visível, abordava os coleguinhas das maneiras mais estranhas — pulando agressivamente em suas frentes; assustando-os ao chegar em suas costas sorrateiramente. As crianças tinham medo dele e isso o fez ficar ainda mais isolado. A rejeição seria um sentimento que o acompanharia por toda a vida.

Mas havia coisas piores.

O menino se sentia vivo ao atormentar crianças menores e torturar e matar pequenos animais. “Isso provavelmente reflete em parte as lutas de uma criança que se sentia oprimida e desamparada diante das exigências do mundo; ele buscava ganhar algum senso de poder e autoestima, ridicularizando e machucando outros”, escreveu um psiquiatra anos depois.

O pai de Bryant, principalmente, sempre esteve presente e tentou de todas as formas ajudar o filho. Ele o levou ao psiquiatra e o médico não teve dúvidas: Martin era completamente desarranjado. O garoto nasceu daquela maneira e não havia nada a se fazer. “Não sabe ler nem escrever. Apenas os esforços de seus pais que impedem uma deterioração maior. Pode ser esquizofrênico e os pais enfrentam um futuro sombrio com ele”, escreveu o médico.

Entretanto, ninguém fazia ideia do quão sombrio poderia ser.

Este menino cruel e recluso cresceu para praticar uma monstruosidade nunca vista em seu país.

Em dois dias, Martin Bryant, então aos 28 anos, assassinou 35 pessoas em Porth Arthur, Austrália.

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O livro Anjos Cruéis pode ser adquirido na loja oficial da DarkSide Books, pelo site da Amazon ou em sua livraria preferida.

Referências: [1] Portrait of a killer. The Sunday Age. 17 nov. 1996. Pags. 19-22; [2] Bryant in court. The Sunday Age. 21 nov. 1996. Pág. A4; [3] Why? The Sunday Age. 23 nov. 1996. Págs. A21-24; [4] A dangerous mind: what turned Martin Bryant into a mass murderer?. The Sydney Morning Herald. 27 abr. 2009; [5] Life of Bryant: Killer’s bizarre existence before he murdered 35 in Port Arthur massacre. News. 22 mar. 2021.

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Por:


Daniel Cruz
Texto

"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." (Platão)
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