No último dia 30 de setembro, um japonês que ficou conhecido como “O Assassino do Twitter“ se declarou culpado das acusações de matar e desmembrar os corpos de nove vítimas que compartilharam pensamentos suicidas na rede social.
De acordo com o Japan Times, Takahiro Shiraishi declarou em um tribunal de Tóquio que as acusações contra ele eram “todas verdadeiras”.
Após cinco meses de exames psiquiátricos, os promotores concluíram que Takashiro era legalmente imputável e o acusaram formalmente em setembro de 2018. A pedido das famílias os nomes das vítimas não foram revelados, e elas foram identificadas por letras de “A” a “I”.
O caso atraiu a atenção da população, com mais de 600 pessoas disputando os 13 lugares destinados ao público na primeira audiência.
Caso seja condenado, Takahiro pode ser sentenciado à morte, que no Japão é executada por enforcamento. A pena é aplicada apenas em crimes de homicídio, e geralmente em homicídios múltiplos ou hediondos.
Apesar disso, a defesa dele argumenta que ele é culpado de um crime menos grave – o de homicídio consentido. Segundo seus advogados, as vítimas, oito mulheres e um homem com idades entre 15 e 26 anos, consentiram ao expressar suas intenções suicidas online. A pena, nesse caso, varia de seis meses a sete anos de prisão.
Mas Takahiro aparentemente discorda de seus advogados, já que afirmou ao Mainichi Shimbun, um jornal local, que não pediu permissão às vítimas para matá-las.
“Havia hematomas na nuca das vítimas. Isso significa que não houve consentimento, e eu fiz isso para que elas não reagissem”.
Segundo a promotoria, o homem de 29 anos criou uma conta no Twitter em março de 2017 “para encontrar mulheres que desejavam suicídio, a quem ele via com alvos fáceis”. Oito das nove vítimas – assassinadas entre agosto e outubro de 2017 – eram mulheres, e a mais jovem tinha apenas 15 anos. A única vítima do sexo masculino foi morta após confrontar o assassino pelo desaparecimento da namorada.
Takahiro estrangulava as vítimas e desmembrava seus corpos. Os assassinatos foram descobertos após a polícia fazer uma busca no apartamento dele, por conta do desaparecimento de uma mulher que mais tarde foi identificada como uma das vítimas. No local, foram encontradas várias partes de corpos humanos armazenadas em caixas térmicas.
Ele também é acusado de estuprar as vítimas do sexo feminino e roubar o dinheiro delas. Segundo a promotoria, Takashiro devia aproximadamente 360 mil ienes (cerca de R$ 20 mil reais) a uma das mulheres.
De acordo com as investigações, Takahiro atraía suas vítimas com a promessa de ajudá-las a cometer suicídio. Seu perfil no Twitter, com um nome de usuário que pode ser traduzido como “carrasco”, dizia:
“Quero ajudar pessoas que estão realmente sofrendo. Por favor, me mande uma DM [mensagem privada] a qualquer momento”.
Até o momento foram realizadas 24 audiências, e a sentença deve ser proferida em 15 de dezembro.
Pouco depois da prisão de Takahiro, o Twitter alterou suas regras e políticas para especificar que os usuários não devem “promover nem incentivar o suicídio ou a automutilação”.
O contexto em torno dos assassinatos causou polêmica em todo o Japão, que possui uma das taxas de suicídio mais altas entre os países desenvolvidos, e iniciou um novo debate sobre o conteúdo postado online. Na época, o governo indicou que pode aprovar novas regras este tipo de conteúdo na internet.
Fonte consultada: Japan ‘Twitter killer’ pleads guilty to killing and dismembering nine people. Japan Times.
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