Kathleen Downes, assassinada por Peter Dupas em 1997, aos 97 anos.
O relatório do juiz de instrução Ian Gray, elaborado em 2015 e que aponta o assassino em série Peter Dupas como responsável pela morte de uma mulher idosa há mais de duas décadas, foi finalmente tornado público.
A juíza de instrução Paresa Spanos revogou no último dia 6 de julho uma ordem de supressão que impedia a publicação das conclusões. A ordem tinha sido concedida sob o argumento de que o relatório prejudicaria um futuro julgamento se Dupas fosse formalmente acusado. Mas em outubro de 2019 a promotoria retirou todas as acusações porque o ex-advogado Andrew Fraser, principal testemunha de acusação, estava doente e debilitado demais para testemunhar e, por isso, um julgamento nunca ocorreria.
Fraser passou um tempo com Dupas na prisão após ter sido preso por tráfico de cocaína e disse em um inquérito que Dupas fez referências à “velha Sheila”. Ele também alegou que Dupas se gabava de como não deixou nenhuma evidência forense para trás com a “velha Sheila”.
Dupas se apresentou através de uma chamada de vídeo da prisão para o tribunal pedindo que a ordem de supressão fosse mantida. Ele alegou que poderia ser formalmente acusado “amanhã, semana que vem, mês que vem” e a divulgação de informações poderia prejudicar suas chances de um julgamento justo.
Raymond Gibson, representante da promotoria, afirmou que as chances de um novo julgamento são “completamente remotas”, de modo que não havia necessidade de manter o relatório em sigilo para procedimentos futuros. “O público tem o direito de saber quais foram as conclusões da trágica morte de Kathleen Downes”, afirmou Gibson. “Nos meus 16 anos como promotor da Coroa e promotor sênior da Coroa, nunca vi acusações refeitas depois de terem sido retiradas”, finalizou.
Outras evidências contra Peter são ligações feitas por ele para o lar de idosos, utilizando o nome “William Johnston” e sob o pretexto de alugar um quarto para sua mãe, além de ligações internacionais para sua namorada na África do Sul por volta das 4:36 da manhã, horário em que o crime foi cometido.
Kathleen Downes, 95 anos, foi assassinada em seu quarto em um lar de idosos em Brunswick, na véspera de Ano Novo, em 1997. A mulher foi esfaqueada no pescoço três vezes e teve a garganta cortada após ser atacada no Centro de Atendimento a Idosos Brunswick Lodge.
Ainda segundo o relatório, os investigadores acreditavam que Dupas matou Downes porque ela se parecia com sua mãe autoritária, por quem ele nutria ressentimento. Dupas foi interrogado sobre o assassinato em 2001 mas se recusou a comentar o caso, o que fez novamente em 2013.
Um dos gerentes encontrou o corpo da Sra. Downes em seu quarto pouco antes das 6h30. Seu assassino parecia ter entrado no lar de idosos através de uma janela da cozinha, depois de usar alicates para cortar a seção da corrente do mecanismo de enrolamento. A tela da janela foi cortada, e um par de caixas de leite foram empilhadas pelo assassino para permitir que ele conseguisse alcançar e passar pela janela.
Por volta das três horas da manhã, outra interna, Marjorie Morris, estava deitada na cama quando viu que a porta de seu quarto estava sendo aberta lentamente. Ela soltou um grito e porta foi rapidamente fechada.
Peter Dupas é um dos assassinos em série mais famosos da Austrália e cumpre penas de prisão perpétua sem direito a condicional pelo assassinato de três mulheres em Melbourne: Nicola Patterson, Margaret Maher e Marina Halvagis. Outras acusações de agressão e estupro remontam à década de 1970.
- Leia também: Peter Dupas, o Monstro Mutilador
Fontes consultadas: The Age; Brisbane Times; ABC News.
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