A fazenda onde uma família de serial killers assassinou pelo menos 11 pessoas no século 19 foi vendida no último dia 11 de fevereiro em um leilão.
A fazenda localizada no estado americano do Kansas pertenceu à sangrenta família Bender.
A propriedade de 65 hectares é hoje terra de cultivo, mas a 150 anos atrás era o local de moradia da família Bender cujos integrantes operavam uma espelunca que eles chamavam de hospedaria – o “The Bender Inn”.
Imigrantes alemães, a família – marido e esposa (John e Elvira) e seus dois filhos adultos (John Jr. e Kate) – atraía viajantes cansados à sua propriedade, prometendo uma refeição quente e uma cama confortável. Mas o local era um verdadeiro abatedouro. Tori Telfer, em Lady Killers – Assassinas em Série, revela o modus operandi da família:
Kate era obviamente a isca. Enquanto flertava, ela se assegurava de que o convidado se sentasse de costas para a cortina de lona, que era gordurosa e salpicada de misteriosas manchas. Do outro lado da cortina, Pai ou John Jr. espreitariam silenciosamente, empunhando um martelo. A Mãe vigiava do lado de fora. Se ela avistasse outro viajante adentrando a propriedade, ela faria um som agudo como uma tosse – o som que Jack o Feliz ouvira – e o convidado escaparia com vida. Mas se a Mãe permanecesse em silêncio, o jogo começava. Tão logo o convidado risse, se mexesse ou se inclinasse para trás, deixando a silhueta de sua cabeça de encontro à cortina, um dos homens o golpearia com o martelo, esmagando seu crânio através do tecido. Era quando Kate saltava e cortava sua garganta. O alçapão seria aberto e o corpo atirado no porão. Se a vítima ainda não estivesse morta morreria ali (o gemido que Corlew observou), ou então eles terminariam o serviço mais tarde. No meio da noite, os Bender arrastavam o corpo para o pomar e o enterravam numa cova rasa. Na manhã seguinte o Pai se encarregaria de arar o terreno, para esconder aquele quadrado de terra fresca. O sistema era abominavelmente genial. Eles matavam apenas viajantes, e quase sempre aqueles viajantes andavam sozinhos. Nenhum dos moradores de Cherryvale suspeitou de nada porque ninguém na região conhecia ou se importava com a identidade daqueles viajantes, e quando a notícia do desaparecimento chegava às famílias era impossível dizer qual dos inúmeros perigos da estrada os havia matado. Durante a era de ouro das explorações americanas, os Bender seguiam incansáveis – uma imagem vívida dos perigos que cercavam os viajantes.
No final de 1872 começaram a circular rumores de que os viajantes que passavam pela região acabavam mortos ou desaparecidos, então as pessoas começaram a pegar rotas alternativas para evitar passarem pela área.
Os crimes foram descobertos em 1873 quando George Newton Longcor e sua filha de 18 meses Mary Ann viajaram de Iowa até ao Kansas, e desapareceram. Um vizinho de Longcor, William Henry York, saiu em busca deles e também acabou desaparecendo.
O irmão de York, Ed, arregimentou 75 homens e saiu em busca do irmão, descobrindo que ele havia se hospedado no Bender Inn. Os Benders deram uma pista falsa ao irmão de York, mas ele voltou dias depois e Elvira acabou caindo em contradição, se tornando agressiva a medida que o irmão de York fazia perguntas. Suspeitando da família, os homens de Ed propuseram o enforcamento da família inteira, mas Ed não aceitou afirmando que eles deveriam encontrar evidências de que os Benders realmente estavam envolvidos no sumiço do irmão.
Uma reunião da comunidade foi organizada na cidade mais próxima, Osage, para discutir os desaparecimentos. Os Benders ficaram sabendo e vendo que a coisa estava ficando preta fugiram abandonando a hospedaria.
Quando a notícia da fuga dos Benders chegou aos ouvidos de Ed, um grupo de homens foi até a hospedaria e um olhar mais aguçado revelou um alçapão que escondia um quarto secreto cheio de sangue coagulado no chão. Nos arredores da hospedaria, a terra remexida contou o resto da história.
Apesar de várias pessoas afirmarem terem avistado a família Bender ao longo dos anos, seu desaparecimento e as recompensas oferecidas pelo paradeiro não foram o suficiente para saber o que aconteceu com os assassinos em série. Até hoje, 150 anos depois, ninguém sabe o que aconteceu com os Benders, se continuaram sua vida de assassinatos em outro lugar, se finalmente sossegaram dessa vida, como ou quando morreram.
A história da família inspirou várias séries de televisão e filmes ao longo dos anos.
Enquanto alguns podem pensar que a ideia de comprar uma propriedade onde assassinos mataram e enterraram pessoas é assustadora, o gerente de leilões Brent Wellings disse se tratar da “oportunidade perfeita para quem tem interesse nesse tipo de história“.
“Pode ser um lugar realmente interessante para se ter algum tipo de ponto de referência histórico…é uma história que tem grande importância na história do Kansas que as pessoas conhecem”, disse ele.
Ele ainda acrescenta “propriedades como essa não são oferecidas ao público com muita frequência. Pode ser uma oportunidade que aparece a cada cem anos”.
No leilão organizado em 11 de fevereiro último, quatro fazendas foram vendidas, incluindo a dos Benders, ao custo total de mais de dois milhões de dólares.
Fonte consultada: Land owned by America’s first family of serial killers goes on sale where ‘the Bloody Benders’ bashed the heads of 11 victims with a hammer, slit their throats and dropped them through a trapdoor in 1870s – Daily Mail
Equipe OAV:
Universo DarkSide – os melhores livros sobre serial killers e psicopatas
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