Um dos maiores mistérios criminais da Coréia do Sul finalmente está prestes a ser desvendado. Um serial killer que acredita-se ter assassinado 10 mulheres na área rural de Hwaseong, norte do país, e que nunca foi capturado, tem agora um nome.
Os crimes, que aterrorizaram Hwaseong entre 1986 e 1991 inspiraram o premiado diretor de cinema Bong Joon-ho a realizar o instigante “Memórias de um Assassino” (2003), cuja história é vagamente baseada no caso. Na tentativa de resolver o mistério, autoridades sul-coreanas empenharam o maior número de policiais da história do país. Mais de 21 mil homens foram investigados e mais de 40 mil tiveram suas impressões digitais retiradas. A primeira análise de DNA no país – com ajuda dos japoneses – foi feita em cabelos coletados de vários suspeitos, mas não resultou em nenhuma compatibilidade.
Entretanto, em julho deste ano, com os avanços cada vez maiores nas análises de DNA, a polícia da província de Gyeonggi Nambu enviou as calcinhas das vítimas para análise no Serviço Forense Nacional, laboratório do governo que realiza testes forenses, e o resultado foi que o material biológico de Lee Chun-jae, 56 anos, estava presente em pelo menos três das peças.
O resultado positivo só foi possível porque o material genético do suspeito está em um banco de dados nacional. Lee Chun-jae está preso desde 1994 por estuprar e assassinar a sua cunhada (fontes coreanas citam que a vítima foi a sua esposa).
No vídeo abaixo, Lee Chun-jae, aos 31 anos, se esconde dentro da jaqueta na delegacia após ser preso por estuprar e assassinar a cunhada. O vídeo é datado de 13 de janeiro de 1994.
Inicialmente condenado à morte pelo assassinato da cunhada, em seu julgamento o juiz citou que “o crime foi desumano, intencional e não há remorso”. O assassinato da cunhada guarda semelhanças com os assassinatos em série de mulheres de Hwaseong. Lee Chun-jae abandonou o corpo em um local afastado com as mãos amarradas com meias e roupas íntimas da vítima. As vítimas de Hwaseong também foram encontradas amarradas com seus próprios itens de vestuário e os corpos abandonados ao longo de estradas, descampados e colinas agrícolas.
Apesar da prova irrefutável, Lee Chun-jae não será indiciado pelos três assassinatos agora ligados a ele, isso porque a lei sul-coreana não permite que alguém já preso seja novamente processado. Em uma entrevista coletiva, autoridades de Gyeonggi Nambu disseram que continuariam com os testes forenses já que o suspeito nega por completo ser o autor dos assassinatos em série de Hwaseong.
Vídeo: reportagem da TV sul coreana
O serial killer de Hwaseong faz parte de nosso post de 2017 “51 serial killers que nunca foram pegos”. O post, obviamente, será atualizado.
Universo DarkSide – os melhores livros sobre serial killers e psicopatas
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