“Me desculpo por toda dor e sofrimento que causei. Espero que minha morte apague a sua dor. Eu quero dizer à minha mãe que eu também sinto muito por minhas ações. Lidar com seu filho sendo chamado de monstro é terrível. Eu sinto muito. Eu nunca quis isso para a minha vida. Você não acorda um dia e decide se tornar um assassino em série.”
Estas foram as últimas palavras do serial killer Gary Ray Bowles, 57 anos, executado na última quinta-feira (22 de agosto) na prisão estadual da Flórida com uma injeção letal.
O serial killer
Gary Bowles assassinou seis homens gays entre março e novembro de 1994. Ele conhecia suas vítimas em bares gays, e oferecia sexo em troca de dinheiro ou de um lugar para ficar, então ele os espancava e estrangulava.
Bowles ficou conhecido como o “Assassino da I-95”, já que a maioria de suas vítimas vivia perto da autoestrada Interstate-95, que percorre a costa leste americana de Miami até a borda do Canadá.
Bowles não só matava suas vítimas como também os humilhava – enfiando objetos em suas gargantas como toalhas, folhas, papel higiênico e brinquedos sexuais.
“Cada um dos assassinatos foi brutal. Não foi uma morte instantânea, como alguém que leva um tiro…foi uma batalha entre a vida e a morte”.
[Bernie de la Rionda, promotor de justiça]
Uma das vítimas, Walter Hinton, teve a cabeça esmagada por uma pedra gigante.
As vítimas
Em março de 1994, o vendedor de seguros John Hardy Roberts, 59, estava procurando um relacionamento sério quando conheceu Gary Bowles em um popular bar gay em Daytona Beach. Roberts ofereceu sua casa à beira-mar para Bowles ficar, ele aceitou, mas Bowles sempre ficava falando da sua ex-namorada, o que incomodou Roberts.
Em 14 de março, Roberts deu um ultimato: “Decida-se. Sou eu ou ela“. Bowles, com 32 anos, respondeu a pergunta espancando e estrangulando Roberts.
O corpo da vítima foi encontrado por um amigo que invadiu sua casa após não conseguir contatá-lo por mais de 24 horas. A polícia rapidamente viu em Bowles um suspeito, mas eles perderam o seu rastro enquanto ele usava o carro e os cartões da vítima em direção ao norte, para a capital Washington.
Lá, Bowles assassinou David Jarman, um agente de crédito de 39 anos que conheceu num bar gay de Dupont Circle. No dia seguinte, 14 de abril de 1994, o corpo de Jarman foi encontrado em sua casa em Maryland, em uma poça de sangue. Em sua garganta, entalado, havia um pênis de borracha.
Bowles se dirigiu para o estado da Georgia, onde matou Milton Bradley, 72 anos, na cidade de Savannah. Veterano da Segunda Guerra Mundial, Milton era uma celebridade na região, mas tinha deficiência cognitiva devido aos anos que serviu na guerra. Ele conheceu Bowles em um bar gay da cidade.
Após passar a noite jogando sinuca, Bowles se ofereceu para dar carona a Bradley. Várias testemunhas os viram saindo juntos. O assassino não levou a vítima até sua casa, ao contrário, foi até um campo de golfe onde esmagou a cabeça do idoso com um vaso sanitário e entupiu a sua garganta com folhas.
Oito dias e centenas de quilômetros depois, Bowles assassinou Alverson Carter Jr., 47, esfaqueando-o em Atlanta. Então seguiu para a cidade de Hilliard, Flórida, onde matou Albert Alcie Morris, 37, com um prato de mármore, tiro e enfiando uma toalha em sua garganta.
Para fugir das autoridades, Bowles assumiu a identidade de outra pessoa. Em 20 de novembro, um dia após ser colocado na lista dos 10 mais procurados do FBI, Bowles assassinou Walter Hinton, 42.
Designer de flores de Jacksonville, Hinton ofereceu um lugar para Bowles ficar, e acabou se tornando a última vítima conhecida do serial killer.
“Olha, estou cansado disso. Você realmente quer saber quem eu sou?”, disse Bowles a um investigador na delegacia quando foi preso suspeito do assassinato de Hinton.
Em seu julgamento, o advogado do assassino comentou sobre sua infância problemática. Após seu pai morrer de cirrose, Bowles foi criado por sua mãe e uma série de padrastos – alguns deles abusivos. Após supostamente brigar com o último e quase matá-lo, Bowles saiu de casa com 13 anos, se tornando garoto de programa. Foi nessa época que, segundo ele, passou a ter ódio de homossexuais. Homofóbico, culpou homossexuais por sua namorada tê-lo deixado, mas a verdade é diferente. Em 1982, ele foi condenado por espancar e estuprar sua namorada em Tampa, sendo sentenciado a oito anos de prisão. Outra namorada teria feito um aborto e o deixado após descobrir que ele se relacionava com homens por dinheiro. Mais uma vez, Bowles culpou os homossexuais.
Durante o tempo em que esteve preso Bowles nunca demonstrou remorso por suas ações, dizendo em uma entrevista em 2014 para o A&E que:
“Não é difícil matar alguém. Você pode matar facilmente se tiver a mentalidade pra isso. As pessoas que eu matei estavam todas conectadas da mesma maneira. Em minha mente, todos eles tiveram o que mereciam. Eu pensei que era a coisa certa a se fazer. Eu apenas queria matar o máximo de pessoas possível antes deles me pegarem”.
Vídeo: execução de Gary Bowles
Fontes consultadas: [1] The last words of the serial killer who was executed for murdering six gay men – Pink News; [2] LAST WORDS OF SERIAL KILLER EXECUTED AFTER KILLING SIX GAY MEN: ‘YOU DON’T WAKE UP AND DECIDE TO BECOME A SERIAL KILLER’ – Newsweek; [3] WARPED KILLER ‘I-95’ serial killer Gary Ray Bowles put to death over string of murders of gay men who died with objects stuffed down their throats – The Sun;
Universo DarkSide – os melhores livros sobre serial killers e psicopatas
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