Julgamento de Luka Magnotta: Advogado ataca profissionalismo de psiquiatra contratado pela acusação

Segundo a mídia canadense, o advogado de defesa de Luka Magnotta, Luc Leclair, “rugiu” contra o psiquiatra Gilles Chamberland, contratado pela promotoria para dar o seu diagnóstico sobre o...
Julgamento de Luka Magnotta - Magnotta

Na foto: Luc Leclair, o advogado de Luka Magnotta. Créditos: John Kenney, Postmedia News, The Starphoenix.

Na foto: Luc Leclair, o advogado de Luka Magnotta. Créditos: John Kenney, Postmedia News, The Starphoenix.

Segundo a mídia canadense, o advogado de defesa de Luka Magnotta, Luc Leclair, “rugiu” contra o psiquiatra Gilles Chamberland, contratado pela promotoria para dar o seu diagnóstico sobre o estado mental do réu no momento em que cometeu o crime.

A visão de Chamberland é que Magnotta não sofre de esquizofrenia, como psiquiatras contratados pela defesa relataram, mas sim de um transtorno de personalidade. Chamberland ainda afirmou que Magnotta estava muito bem “dentro da realidade” quando matou e desmembrou o estudante chinês Jun Lin e que é possivel que ele até tenha tido prazer no ato – seja por sadismo ou pela notoriedade que o assassinato traria a ele.

O Dr. chamberland passou quatro dias no banco das testemunhas oferecendo sua interpretação do caso. Para ele, Magnotta tinha fascinação pela fama, e tentou alcançá-la de todas as maneiras – de páginas na web a entrevistas para reality shows.

O estado mental de Magnotta no momento do homicídio é a questão chave para os jurados, por isso a fúria de Leclair com as falas de Chamberland.

Embora o psiquiatra não tenha sido simplista, sua interpretação me lembrou uma linha do estudo de Elliott Leyton sobre serial killers, publicado em “Hunting Humans.”

O antropólogo escreveu sobre o serial killer David Berkowitz, cujo estado mental no tribunal aparentemente dividiu psiquiatras. Chamado para dar a palavra final sobre se o serial killer estava apto ou não para ir a julgamento, o psiquiatra David Abrahamsen disse: “Meritíssimo, o réu é tão normal quanto qualquer um. Talvez um pouco neurótico.”

Não foi o que Chamberland disse sobre Magnotta, mas é algo perto disso. Ele disse que o réu pode sofrer de mini-períodos de psicose, mas que seu problema maior é seu transtorno de personalidade histriônica, que vários outros psiquiatras também diagnosticaram, embora tenham colocado como algo secundário à sua suposta esquizofrenia.

O advogado de Magnotta, quando a testemunha ficou a seu dispor, tocou fitas de áudio com entrevistas do psiquiatra em meados de Maio de 2012, quando o crime era fato recente. Ele acusou o psiquiatra de não ser profissional.

“Você disse que ele cometeu um crime horrível! Como profissional, você não devia ter feito isso!”, disse Leclair. “Discordo totalmente. O crime foi horrível.”, replicou Chamberland. Leclair quis levantar a questão de que o psiquiatra, por ter dado entrevistas na época sobre o caso, já tinha uma opinião formada antes do julgamento, portanto, como profissional, ele não deveria estar ali.

“Você disse que o vídeo é puro horror… que ele editou para ter mais impacto.”, continuou o advogado. “Sim, e ainda é o que eu penso sobre o vídeo. Nós temos um comportamento muito organizado na forma como o vídeo foi editado e a música adicionada.”, respondeu o psiquiatra.

Leclair, então, levou o psiquiatra até as internações de Magnotta em sua adolescência. Os registros mostram duas visões: eles sugerem que Magnotta ouvia vozes, mas eles também mostram que ele era ansioso e um depressivo reclamão.

Em qualquer caso, em um ponto, Leclair esbravejou: “Vocâ acha que pacientes gostam de ser hospitalizados? Você acha que é tipo uma festa para o Sr. Magnotta, aos 21, como uma viagem à Disneilandia?”

“Eu não acho,” respondeu Chamberland. “Você acha que isso pode ser potencialmente traumático?“, perguntou Leclair. “Eu não acho.”, disse o psiquiatra, explicando que para algumas pessoas, a hospitalização significa estabilidade e paz. E, de fato, em notas de uma enfermeira lidas no tribunal, ela diz o quanto Magnotta disse se sentir seguro, “Este é o único lugar onde as pessoas realmente cuidam de mim”, teria dito Magnotta a ela.

Quem quer que esteja com a razão, algo não se pode negar: Magnotta negou a Chamberland a chance de um encontro. Se ele realmente era doente e estava doente no momento do crime, do que ele estava com medo? O advogado de Magnotta tenta usar isso a favor: “Como ele [Chamberland] pode fazer uma análise objetiva dele?”, bradou ele a jornalistas que cobrem o julgamento.

Mais do que isso, Magnotta negou conversar com qualquer outro psiquiatra contratado pela promotoria.

O julgamento está no fim, restando apenas os argumentos finais de cada lado.

Continuaremos acompanhando o julgamento. Não deixe de nos acompanhar no Facebook e Twitter.

Com informações: National Post

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"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." (Platão)
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